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Alienação Parental

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ALIENAÇÃO PARENTAL 
PROFESSORA CAROLINA
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 A SÍNDROME
O termo: Síndrome da Alienação Parental (SAP) foi proposto e utilizado pela primeira vez em 1985 por Richard Gardner;
Richard Gardner foi psiquiatra e professor nos Estados Unidos, e suicidou-se em 2003 a facadas, após entrar em profunda depressão causada pela rápida evolução de uma doença neurológica; 
 
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 A SÍNDROME - CRÍTICAS
Gardner sempre foi muito criticado por utilizar o termo síndrome, pois para diversos profissionais de diferentes áreas, a classificação carece de base científica. Após sua morte foi chamado ainda de preconceituoso, vez que para estes críticos, sua constatação era benéfica apenas aos pais; 
Não obstante, devemos nos ater ao importante estudo por ele realizado e que hoje possui resguardo legal em nosso ordenamento jurídico.
 
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 A SÍNDROME – O QUE É? 
Consiste numa campanha de desmoralização de um dos genitores (ou até mesmo de ambos -casos mais raros) sem justificativa real. A criança ou adolescente é utilizado (a) como instrumento de agressividade direcionada contra o outro genitor; 
Existem níveis de alienação, estes são classificados em: leve, moderado e grave.
 
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SAP- COMO É FEITA?
São diversos os instrumentos quais o alienador se utiliza para “dominar” os sentimentos e a vida da criança ou adolescente, vejamos:
Implantação de falsas memórias: esta é uma das estratégias mais utilizadas pelo alienador, que por meio de repetição e posicionando-se como vítima cria uma falsa realidade e falsas lembranças ao filho (a), sempre colocando o outro genitor como “monstro”;
 
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 SAP- COMO É FEITA?
Pavor: é um ponto fundamental neste tipo de relação dominadora, que pode ser passado através de discursos de duplo sentido, atitudes e palavras dominadoras e medo do estado psicológico do genitor alienador;
Dever de lealdade: é a base da alienação e que motiva os filhos a contribuírem com o alienador, eles são forçados a escolher entre um e outro em caráter exclusivo;
 
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SAP- COMO É FEITA?
Repetição: mensagens repetidas para o filho até que sejam consideradas verdadeiras;
Atenção Seletiva: dirige a atenção do filho apenas para as qualidades negativas do outro genitor;
Abstração Contextual: induz o outro genitor a erro e o alienador foca a atenção da criança sobre o erro; 
 
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 SAP- SINTOMAS - GARDNER
Campanha denegritória: contra o outro genitor;
Racionalizações: fracas, absurdas ou frívolas;
Falta de ambivalência;
Fenômeno do pensador independente;
Apoio automático: do genitor alienador no conflito parental;
Ausência de culpa: sobre a crueldade contra o outro genitor;
Presença de encenações “preparadas”;
Propagação da animosidade: aos amigos/família extensa sobre o outro genitor; 
 
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 SAP- COMO VERIFICAR E O QUE FAZER:
Devem ser encontrados todos os sinais na criança para poder falar em SAP;
Deve-se analisar a gravidade do caso, antes de tomar as medidas necessárias, como recorrer ao judiciário, ou a tratamentos médicos;
É necessário o uso da mesma denominação a todos os casos constatados;
 
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 SAP- NOMENCLATURAS ALTERNATIVAS
Pelo instrumento da implantação de “falsas memórias”, o Dr. Marco Antônio Garcia de Pinho, advogado, trás uma nomenclatura alternativa para a SAP: “ Teoria da Implantação de Falsas Memórias”;
 A SAP também pode ser conhecida como “Relação de Dominação”, onde se destaca pela gravidade do domínio que o alienante possui sobre o alienado
 
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SAP X ALIENÇÃO PARENTAL
A alienação parental que trata a Lei 12.318/2010, conforme será melhor analisada logo adiante, prevê as condutas que são consideradas de alienação, bem como os agentes que podem praticá-las;
No entanto, importante se faz salientar que a Síndrome será de fato constatada apenas em alguns casos, alguns moderados, e na maioria das vezes, apenas nos casos graves, onde a alienação é evidente; 
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SAP X ALIENÇÃO PARENTAL
Nos casos considerados leves, recorrer ao judiciário pode muitas vezes ser precipitado, vez que muitas vezes a alienação ocorre, mas não existe um prejudicial irreversível, o que poder-se-ia considerar uma “relação de domínio”;
A relação de domínio, embora menos grave não deixa de ser uma forma de alienação, é muito comum nos casos de separação do casal;
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A LEI 12.318/2010
*A Lei 12318, introduziu o instituto da alienação parental no ordenamento jurídico brasileiro; 
*O Legislador que a criou adotou definiu bem o conceito de Alienação Parental, sobretudo porque não o fez de maneira exaustiva, valendo-se de noções meramente exemplificativas. Vejamos: 
Artigo 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
 
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FORMAS DE ALIENAÇÃO 
O parágrafo único do artigo 2º traz um rol exemplificativo de condutas que caracterizariam a alienação parental. 
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade.
II - dificultar o exercício da autoridade parental: 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor: 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar: 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente: 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
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Definição Legal: vítima, alienado, alienador
Nos termos do artigo 3º da referida Lei, a prática de ato de alienação fere direito fundamental da criança e/ou do adolescente, assim da interpretação do texto legal, tem-se: 
VÍTIMA: A criança ou adolescente.
ALIENADOR: Genitor, tutor ou qualquer pessoa que na condição de representante legal da criança, pratique atos que caracterizem a alienação parental.
ALIENADO: aquele que é afetado pela alienação parental. 
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Nos termos do artigo 4º da Lei, os atos de alienação parental, haja vista a gravidade que encerram, não precisam de demonstração apriorística da sua inequívoca ocorrência. A Lei se contenta com indícios dela.
 	Assim, se houver indícios de atos de alienação parental, o órgão Judiciário, provocado pelo genitor ofendido, pelo Ministério Público ou, mesmo de ofício, poderá determinar provisoriamente as medidas processuais prevista nesta Lei.
Do Processo Judicial
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O artigo 5º a lei dispõe, se houver indícios de atos de alienação parental, o órgão Judiciário, provocado pelo ofendido, pelo Ministério Público ou, mesmo de ofício, poderá determinar provisoriamente as medidas processuais prevista nesta Lei.
A decretação das sanções pode se dar mediante ação autônoma ou mesmo incidentalmente em processos que já discutam a relação dos filhos.
O Juízo poderá determinar perícia psicológica ou biopsicossocial.
 A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados (art. 5º., § 2º).
O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos (art. 5º., §3º.)
 
 
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O juiz e poderá impor ao alienador as seguintes sanções: I – Advertir o alienador; II - Ampliar o regime de convivência em favor do alienado; III - Estipular multa; IV - Determinar acompanhamento psicológico; V - Determinar a alteração da guarda para
guarda compartilhada ou sua inversão; VI - Determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; VII - Declarar a suspensão da autoridade parental. 
Do Processo Judicial
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Artigos Vetados e suas razões
Quando o projeto de Lei passou pelo crivo do Presidente da República, este vetou dois de seus artigos. Vejamos os motivos e o que eles previam: 
Art. 9º As partes, por iniciativa própria ou sugestão do juiz, do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, poderão utilizar-se do procedimento da mediação para a solução do litígio, antes ou no curso do processo judicial.
VETO: O direito da convivência familiar pela criança ou pelo adolescente, é indisponível, não cabendo sua apreciação por mecanismos extrajudiciais.
  
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Art. 10.  O art. 236 da Seção II do Capítulo I do Título VII da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único: 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem apresenta relato falso ao agente indicado no caput ou à autoridade policial cujo teor possa ensejar restrição à convivência de criança ou adolescente com genitor.’ (NR)” 
VETO: O Estatuto da Criança e do Adolescente, já contempla medidas suficientes para inibir a alienação parental, não se justificando, deste modo, a inclusão de medida de natureza criminal, cujos efeitos poderão ser prejudiciais a própria criança ou adolescente. 
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Algumas opiniões à respeito da alienação parental
* Para a juíza Brigitte de Souza May, a maioria dos casais não consegue "isolar" a criança após a separação. Acaba fazendo comentários. O ideal é que o casal consiga resolver seus problemas sem envolver a criança, de forma adulta. 
* O juiz Antônio Peleja Júnior, diz que, dos processos que acompanha, em "pouquíssimos casos os pais têm maturidade de respeitar os direitos da criança". "A alienação sempre existe em menor ou maior grau. A separação deixa mágoas e pai ou mãe passa a tratar a criança como exclusividade sua. Essa nova lei é importante porque descreve quais medidas o juiz deve adotar e traz mais segurança para tratar casos como esse.
 
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Alguns dados...
O Instituto Datafolha indica que 20 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos são filhos de pais separados. Desses, 10 milhões são filhos de pais com separação litigiosa. Esses 10 milhões sem sombra de dúvida sofrem com a alienação parental porque litígio é fogo cruzado e a criança acaba sendo usada;
 Em mais de 95% dos casos a guarda é da mãe;
Na 6ª Vara de Família de São Paulo/Capital, estão em andamento 2.600 processos, a maioria de divórcio. Onde há a discussão sobre a alienação parental. 
De cada 10 denúncias de pedofilia envolvendo pais separados que chegaram à CPI da Pedofilia, seis ou sete são crimes de alienação parental. 
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Alguns dados...
Quanto aos danos causados nas crianças vítimas: 
75% dos filhos de pais separados se sente culpado pela separação;
72% de adolescentes que cometem crimes graves e homicídios vivem em lares de pais separados;
70% dos delinquentes adolescentes e pré-adolescentes problemáticos cresceram distantes de um genitor;
Depressão, melancolia e angústia: Em diferentes graus, mas ocorre em 100% dos casos;
Crianças sem a presença do pai têm 2 vezes mais probabilidades de baixo rendimento escolar e desenvolverem quadros de rebeldia a partir da 3ª infância;
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OBRIGADA!!!
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