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Introdução: 
Quando tem início a obrigatoriedade da lei: essa questão tem sido regulada por dois sistemas diferentes, o da obrigatoriedade progressiva e o da obrigatoriedade simultânea. No primeiro caso, o início da obrigatoriedade processa-se por partes, primeiro nas regiões mais próximas, depois nas mais remotas. No segundo, a lei entra em vigor a um só tempo em todo país.
A Lei de Introdução adota o sistema da obrigatoriedade simultânea: salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Esse princípio, entretanto, não é absoluto porquanto quase todas as leis atualmente expedidas prescrevem sua entrada em vigor na data da respectiva publicação. 
 
A lei torna-se obrigatória pela publicação oficial e segundo o que está publicado. Sucede, porém, que, muitas vezes, ela se ressente de erros e omissões. Se a lei, publicada com incorreções, ainda não entrou em vigor, a correção feita é reputada lei nova, para efeito de sua obrigatoriedade.
Vacatio legis:
O espaço de tempo compreendido entre a publicação da lei, e sua entrada em vigor, denomina-se vacatio legis. Geralmente é estabelecido para melhor divulgação dos textos. Enquanto não transcorrido esse período, a lei nova não tem força obrigatória, conquanto já publicada. Considera-se, pois, ainda em vigor a lei precedente sobre a mesma matéria. 
Do exposto se dá conta do relevante papel que a publicação desempenha na obrigatoriedade da lei. Uma vez publicada, ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Podendo assim existir três espécies de lei referentes ao vocacio legis:
Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão, que, de acordo com o artigo 8.º da Lei Complementar n. 95/98, tem expressa disposição do período de vacatio legis. Como exemplo, temos a expressão contida em lei determinando "entra em vigor um ano depois de publicada".
Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em consonância com o artigo 1.º da Lei de Introdução, ou  seja, no silêncio da lei entra em vigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no estrangeiro, quando admitida, três meses após a publicação oficial.
Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena repercussão, entra em vigor na data de publicação, devendo esta estar expressa ao final do texto legal. 
Vigência da lei:
Carlos Roberto GONÇALVES conclui que "A vigência, portanto, é uma qualidade temporal da norma: o prazo com que se delimita o seu período de validade. Em sentido estrito, vigência designa a existência específica da norma em determinada época, podendo ser invocada para produzir, concretamente, efeitos, ou seja, para que tenha eficácia".
Desse conceito, pode-se extrair que a vigência está delimitada por um lapso temporal, isto é, por um "prazo de validade" da norma jurídica. Esse prazo inicia-se com a sua publicação (ou com o término do período da vacatio legis) e se encerra com a revogação da lei ou com o término do prazo/condição estipulado na legislação (leis temporárias/excepcionais). Vale dizer que toda lei (sentido lato) é criada, promulgada, publicada, entra em vigência até a sua extinção pela revogação. 
Via de regra, as leis terão eficácia após decorrido o período estabelecido na própria lei promulgada, ou seja, toda lei entra em vigência com a sua publicação, salvo quando previsto período da vacatio legis. Embora entendimento diverso, o prazo pode ser fixado em qualquer unidade de tempo (dias, meses, anos), inclusive pode-se prever que entrará em vigor na data da publicação (destinado, geralmente, às leis de pequena repercussão).
Eficácia da lei no tempo e no espaço:
 Antes de entrar em vigor, a lei passa por todo um procedimento específico. Além disso, depois de devidamente elaborada, publicada e promulgada, a lei pode passar um tempo de espera para começar a produzir efeitos – juridicamente esse tempo de espera é conhecido por vacatio legis. O tempo de vacatio varia de lei para lei, quanto mais complexa, maior é a possibilidade do tempo devacatio ser mais longo.
Esse tempo em que a lei fica em “stand-by” é fixado pela mesma lei civil. A vacatio é importante para que as pessoas se acostumem com a nova lei (a eficácia dessa lei no tempo será exigida após esse tempo de reconhecimento), em que pese não ser obrigatória. Existem leis que produzem efeitos de imediato, assim que são publicadas – geralmente por serem de pouco impacto. São as famosas leis cujos artigos finais deixam expresso os termos “esta lei entra em vigor na data de sua publicação”.
Com tudo, o legislador brasileiro estabeleceu que quando a lei for omissa quanto ao período de vacância da lei, este prazo será de 45 dias dentro do território nacional – começando a contagem do dia da publicação e incluindo o dia do prazo final do vencimento. É o que determina o §1º do Art. 8º da LC 95/88:
 
	§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
Já no caso dos Estados estrangeiros, quando eles admitirem a lei brasileira, o prazo para ela começar a ser de cumprimento obrigatório – refletindo seus efeitos – é de 03 (três) meses a contar da data da publicação.
Tudo isso que dissemos até agora pode ser refletido muito bem no Art. 8º da LC 95/88, veja:
	Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.
CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO:
Pela LINDB (arts. 7º a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes da aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à noção de soberania dos Estados, por isso, é que a LINDB é considerada o Estatuto de Direito Internacional Público e Privado.
Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou (princípio da territorialidade). Entretanto, visando facilitar as relações internacionais, é comum, em algumas situações, ser admitida a aplicação de leis estrangeiras dentro do território nacional e de leis nacionais dentro do território estrangeiro (princípio da extraterritorialidade).
Desta forma, pelo princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de modo que leis e sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil desde que observadas as seguintes regras:
1) não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
2)    não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur (cumpra-se), ou seja, a permissão dada pelo STJ para que a sentença tenha efeitos, conforme art. 105, I, i da CF.
Considerações finais:
Com base na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro é possível perceber a ampliação da hermenêutica jurídica na busca pela concretização da justiça. A concepção puramente estatal do direito e o apego exacerbado à letra da lei, reduzindo o papel do aplicador do Direito a uma mera subsunção, são gradualmente extintos, em prol da mais profunda interpretação das normas jurídicas, visando ao bem comum e ao fim social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AS, Vladimir. A polêmica data de vigência do novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 60, 1 nov. 2002. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/3517>. Acesso em: 18 ago. 2011.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte geral. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010, Vol. 1
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Parte Geral – vol. 1. 15 ª ed. São Paulo: Atlas, 2015.

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