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Teorias de Estado

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TEORIAS DE ESTADO
CONCEITO DE ESTADO: 
Segundo o autor Reinaldo Dias(2013), “a unidade social básica na qual vivem as pessoas na atualidade é o Estado nacional, que se apresenta como corporação territorial de um povo constituído como nação, por uma organização social complexa que se realiza através de um ordenamento jurídico que envolve toda a vida social, e se estabelece e descansa em um aparato de poder, independente e soberano.”
Para este autor, a palavra Estado surgiu para designar o status de poder ou estado de poder na sociedade política. Na atualidade, o Estado é a principal forma de organização política.
Segundo Dallari(2012), “a denominação Estado( do latim status = estar firme), significando situação permanente de convivência e ligada à sociedade política, aparece pela primeira vez em “O Príncipe” de Maquiavel, escrito em 1513...”
Para Botelho(2005), o Estado é o fenômeno mais importante da Ciência Política que vê no Estado o objeto irradiador de sua ciência de forma imediata, direta. É também o fenômeno mais importante do Direito Constitucional, tendo como seu objeto de estudo a Constituição, de forma mediata encontra no Estado a base de seu conhecimento.
Sob o ponto de vista da época do aparecimento do Estado, as inúmeras teorias existentes podem ser reduzidas a três posições fundamentais destacadas por Dallari:
Para alguns autores, o Estado, assim como a própria sociedade, sempre existiu.
Outro grupo de autores admite que a sociedade humana existiu sem o Estado durante um certo período.
A terceira posição é formada por autores que só admitem como Estado a sociedade política dotada de características bem definidas.
ACEPÇÕES DA CATEGORIA ESTADO:
Para Bonavides e Bobbio é possível observar o Estado através de três diferentes prismas:
Acepção filosófica: destaca-se Hegel como um dos maiores expoentes tendo o Estado como uma “realidade da ideia moral”, uma espécie de conciliador da tensão natural entre a família e a sociedade.
Acepção jurídica: vislumbram-se as obras de Kant e Kelsen, nesta corrente compreende-se o Estado como uma reunião de homens sob o império da lei (Bonavides).Visão reducionista do Estado ao aspecto jurídico.
Acepção sociológica: o Estado é visto sob a ótica da dominação, da força, da exploração econômica. Destacam-se Marx, Engels, Weber, etc.
Segundo Botelho(2005) numerosas e variadas teorias tentam explicar a origem do Estado, e todas elas se contradizem nas suas premissas e nas suas conclusões.
Portanto todas as teorias sobre o origem do Estado são baseadas em meras hipóteses, suposições, conjecturas com o objetivo de demonstrar o aparecimento da organização política Estado.
O conceito de Estado não pode ser entendido como geral e válido para todos os tempos; é um conceito histórico concreto, que surgiu quando nasceram a ideia e a prática da soberania.
TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO ESTADO:
Em relação às causas que motivaram o aparecimento do Estado, Botelho(2005) destaca três possibilidades:
Origem divina do Estado, pois seu motivo determinante funda-se no sobrenatural.
Origem humana do Estado, porque provem da lei, obra humana, fruto da razão.
Origem social do Estado decorrente das transformações históricas e sociais.
Para Dallari(2012) a classificação ocorre através de dois grandes grupos:
Formação natural ou espontânea do Estado, em que o Estado se formou naturalmente e não por ato voluntário
Formação contratual dos Estados com a tese contratualista do Estado.
Teorias não contratualistas – origem familial ou patriarcal; origem em atos de força, de violência ou de conquista; origem em causas econômicas ou patrimoniais; origem no desenvolvimento interno da sociedade.
 Criação de Estados por formação derivada:
Ocorrem dois processos típicos opostos, usados na atualidade, que dão origem a novos Estados: o fracionamento e a união de Estados. Pode ocorrer também por motivos excepcionais a criação de novos Estados por formas atípicas.
Fracionamento quando uma parte do território de um Estado se desmembra e passa a constituir um novo Estado, podendo ocorrer de forma violenta ou pacífica.
União de Estados quando implica a adoção de uma Constituição comum, desaparecendo os Estados preexistentes que aderiram à União.
FINALIDADE DO ESTADO:
O fim do Estado é o bem comum de um certo povo, situado em determinado território. Assim, o desenvolvimento integral da personalidade dos integrantes desse povo constitui o seu objetivo, determinando uma concepção particular de bem comum para cada Estado, em função das peculiaridades de cada povo.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO:
Território: 
A maioria dos autores percebe o território como a base geográfica do Estado, seu limite espacial de exercício da soberania.
Segundo Botelho(2005), é o elemento material na constituição do Estado. É a parte de terra em que a população ou o povo se fixou, ela é empregada em sentido amplo, compreendendo a terra, o mar territorial, o espaço aéreo, rios, lagos, ilhas.
Princípio da extraterritorialidade existente entre os Estados, através de acordos, tratados e convenções de direito internacional, pelo qual são considerados prolongamentos do território do Estado: navios mercantes em águas internacionais, cobertos pela bandeira nacional, aeronaves em espaço aéreo internacional, embaixadas, navios de guerra.
Elemento Humano:
Povo: na acepção política, o povo é formado por aquela parcela da população capaz de participar ativamente das decisões políticas do Estado, através de um procedimento democrático previamente estabelecido. Por isso, a Constituição afirma que todo o poder emana do povo.
População: é um conceito puramente demográfico e estatístico, designa a massa total de indivíduos, conjunto heterogêneo dos habitantes de um país.
Nação: é a entidade de direito natural e histórico. Um conjunto homogêneo de pessoas ligadas entre si, por vínculos permanente de sangue, idioma, religião, cultura e ideais. Representa uma espécie de soma, herança dos valores compromissados com a história, afirmando-se no passado, no presente e no futuro.
Nacionalidade: Do ponto de vista jurídico, é o vínculo que une cada indivíduo com um Estado determinado. A relação que se estabelece é jurídico-política. A nacionalidade estabelece e se fundamenta nos direitos políticos.
Cidadania: Para Reinaldo Dias, cidadania no sentido moderno do termo, se refere à condição de um indivíduo(cidadão) como membro de um Estado, e portador de direitos e obrigações assegurados em lei. 
Para Botelho, a cidadania é uma categoria associada à vida em sociedade. Sua gênese está associada às pólis gregas, especialmente entre os séculos VIII e V a.C.
A Constituição brasileira de 1988 recebeu a designação de “Constituição Cidadã”, por ter ampliado de maneira sensível o âmbito de participação dos particulares na condução dos negócios públicos.
Na realidade não basta estarem estabelecidos na Constituição os direitos e deveres do cidadão, se efetivamente ele não goza desses direitos.
Marshall ao estudar este aspecto, estabeleceu o grau de extensão da cidadania que o cidadão de fato possui quanto à efetivação de cada direito no seu cotidiano.
Ao analisar a cidadania na Inglaterra, no período entre os séculos XVIII e XIX, dividiu os elementos constitutivos da cidadania em civil, política e social.
Soberania:
Para Miguel Reale a soberania é vista como o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.
A maioria dos estudiosos reconhecem como características da soberania:
Ela é una porque não se admite em um mesmo Estado a convivência de duas soberanias.
É indivisível porque se aplica à universalidade dos fatos ocorridos no Estado.
É inalienável por ser intransferível.
É imprescritível por não ter prazo certo de duração.
A TEORIA DA SOBERANIA
A elaboração do conceito de cidadania se deveu aos esforços de diferentes pensadores, mas a sistematização e clareza do
seu conteúdo foi obra de dois grandes intelectuais:
Quanto ao aspecto interno da soberania, ou seja, a relação do Estado com seus súditos, constituiu o conteúdo das preocupações de Jean Bodin.
Quanto ao aspecto externo da soberania, a relação de um Estado com os demais foi a motivação principal de Hugo Grocio. 
BIBLIOGRAFIA:
BOTELHO, Alexandre. Curso de Ciência Política. Florianópolis, S. C.,2005.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 15 ed., São Paulo: Malheiros, 2008.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 31ª ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
DIAS, Reinaldo. Ciência Política. 2ª ed., São Paulo: Ed. Atlas, 2013.

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