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1. CONFLITO Conflito é divergência em razão de interesses mutuamente incompatíveis. Intuitivamente se aborda como fenômeno negativo nas relações (disputa), causando comportamentos fisiológicos tais como irritação e hostilidade, bem como praticas repressivas e julgadoras. Porém do conflito pode surgir resultados positivos, como solução e entendimento. 1.1 TEORIA DOS CONFLITOS Conflito é fenômeno natural nas relações e assim e possível se perceber de forma positiva. Ao se perceber o conflito como algo positivo o mecanismo de luta/fuga tende a não ser desencadeado (luta/fuga é a teoria de reação a ameaças com descarga ao sistema nervoso gerando resposta negativa e discussões agressivas) Sempre existirá o conflito em razão das peculiaridades individuais, assim não existe a ausência de conflito, mas sim a boa forma de lidar com ele. 1.2 ELEMENTOS DOS CONFLITOS 1. Relação interpessoal: Pressupõe ao menos duas pessoas em relacionamento com seus individualismos. 2. Problema Objetivo: são os interesses contrariados. 3. Trama: são as implicações das contradições entre a relação interpessoal e o problema objetivo. 1.3 ESPIRAIS DE CONFLITO Círculo vicioso de ação e reação, agravamento progressivo de condutas conflituosas, cada reação se torna mais severa do que a ação que a precedeu, a necessidade retornar a agressão com mais agressividade 1.4 COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA Para lidar adequadamente com o conflito deve-se haver a comunicação despolarizada, a capacidade de resolver disputas pontuais depende da comunicação construtiva. Habilita os grupos envolvidos à prática de negociações eficazes. 1.4.1 PRECEITOS: a. Conotação positiva: acolhimento do outro, linguagem apreciativa e estimulante, expressa atitude de reconhecimento e gera empatia. b. 2. Escuta ativa: Escutar, reconhecer a necessidade do outro se expressar, não aconselhar. c. Perguntas sem julgamento: complementa a escuta ativa, ouvir antes de perguntar, perguntar esclarece sem ofender e protege de julgamentos e conselhos. d. Reciprocidade discursiva: Equilibrar o direito de expressão, comunicação de mão dupla, respeitar o igual direito do outro de falar, circularidade do diálogo. e. Mensagem como opinião pessoal: Usar a primeira pessoa ao se expressar (“na minha opinião”), evita comportamentos invasivos. f. Assertividade: Auto-afirmação, receber não com naturalidade, ser claro. g. Priorização do elemento relacional: separar problema pessoa e material, a prioridade é restaurar a relação pessoal, só após as partes estão aptas a resolver o material. h. Reconhecimento da diferença: Compreender as razões do outro promove a fluidez da empatia. i. Não reação: Não reagir, mas sim reformular acusação injusta, cria oportunidade para o outro se reformular. j. Não ameaça: ameaça conduz para o confronto, violência, e não em uma solução de ganhos mútuos. 2. RAD - RESOLUÇÃO APROPRIADA DE DISPUTA 2.1 NEGOCIAÇÃO Lidar diretamente na solução de disputas sem interferência de terceiros utilizando comunicação persuasiva na busca de um acordo. 2.1.1 ETAPAS a. Planejamento: estabelecer objetivos a ser alcançados e os que a realidade permitirá, refletindo sobre o comportamento do outro negociador. b. Execução (negociação de fato): reduzir a tensão e apresentar os benefícios; estabelecer reciprocidade de tratamento harmonioso; apresentar os objetivos; considerar as objeções assumindo postura de ouvinte. c. Avaliação: concluída a negociação, verificar os pontos positivos e negativos para não praticar os mesmos erros futuramente. 2.1.2 TIPOS DE NEGOCIAÇÃO Competir maximiza os ganhos individuais e cria impasses. Cooperar oportuniza ganhos mútuos e expande relacionamentos MAANA – MELHOR ALTERNATIVA À NEGOCIAÇÃO DE UM ACORDO A MAANA é muitas vezes o seu valor mínimo aceitável para fechar o acordo. É fundamental entender a MAANA da outra parte também, pois o sucesso da sua negociação está muito ligado à qualidade da sua MAANA e à percepção da MAANA da outra parte. Para que isso aconteça ouça muito, fale pouco e faça perguntas adequadas e inteligentes para entender as necessidades da outra parte. Quão maior for este conhecimento e percepção, maior será a chance de você imaginar a MAANA da outra parte. i. NEGOCIAÇÃO POR POSIÇÕES OU BARGANHA DISTRIBUTIVA: A meta é a barganha, busca-se sempre mais, a vantagem de um lado implica desvantagem de outro. Não se dá prioridade aos relacionamentos futuros, e sim aos ganhos imediatos. Ex: compra e venda – um lado quer vender ao maior valor o outro quer comprar ao menor valor, parâmetro fixo, ganha que tem maior poder de pressionar e fazer o outro ceder. ii. NEGOCIAÇÃO INTEGRATIVA: Busca compreensão dos interesses criando opções para satisfação conjunta dos envolvidos. Identificando e entendendo o problema para trazer as necessidades à tona, gerar alternativas avaliando-as e selecionando a melhor para ambos. Técnicas (Harvard): Separar as pessoas do problema, afastando emoções e objetividade; Focar no interesse, no motivo pelo que se quer algo e não na posição, o que efetivamente se quer, permite possibilidades criativas de atendimento aos interesses; Gerar variedade de possibilidades antes de decidir a solução de benefício mutuo; Usar critérios objetivos para obter consenso propiciando desconstrução de impasses. 2.2 MEDIAÇÃO Terceiro escolhido pelas partes, que é o mediador, age gerindo o conflito facilitando a comunicação e realinhando as divergências entre as partes, objetivando identificar os interesses em comum. Procedimento não adversarial, portanto não lado certo e errado. 2.2.1 PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO • Caráter voluntário: as partes participam de forma livre, autonomia privada da vontade; • Poder dispositivo das partes: respeitando a autonomia da vontade, as partes podem dispor livremente, não contrariado ordem pública, e são responsáveis pelos resultados pois detém poder de decisão; • Complementaridade do conhecimento; • Credibilidade, imparcialidade e competência do mediador: pois sem essas aptidões o processo de mediação tem grandes chance de não ser bem gerido e não ser bem sucessido; • Diligência nos procedimentos: visa a eficácia do procedimento, exigindo postura atenta e cautelosa do mediador; • Boa-fé e lealdade das práticas aplicadas • Flexibilidade, clareza, concisão e simplicidade na linguagem e nos procedimentos • Segurança em contraponto à perturbação] • Confidencialidade do processo NCPC - ART. 16 LEI 13.140/2015- ART. 2 • Independência • Imparcialidade • Autonomia da vontade • Confidencialidade • Oralidade • Informalidade • Decisão informada Imparcialidade do mediador; Isonomia entre as partes; Oralidade; Informalidade; Autonomia da vontade das partes; Busca do consenso; Confidencialidade; Boa-fé. 2.2.2 MEDIADOR Intermedeia relações, serve como facilitador, não impõe resultados, proporciona as partes condições para alcançar a solução. Seu perfil deve ter: Capacidade de comunicação, percepção da terceira dimensão, condução do procedimento, conhecimentos específicos do procedimento e competência. *Competência= Conhecimento(saber) + Habilidade (Saber Fazer)+ Atitude (querer fazer). 2.2.2.1 PRINCÍPIOS ÉTICOS DO MEDIADOR (CONIMA) • Independência • Imparcialidade • Credibilidade: • Aptidão • Confidencialidade: • Diligência 2.2.2.2 REQUISITOS DO MEDIADOR EXTRAJUDICIAL:Capacidade civil, confiança das partes, capacitação técnica. JUDICIAL: Capacidade civil, graduação em pelo menos 2 anos em curso de ensino superior, formação em escola de mediadores reconhecida. 2.2.3 MODELOS DE MEDIAÇÃO QUANTO AO ÓRGÃO: mediação judicial/pública (órgãos judiciais) e mediação e extrajudicial/privada (câmaras, centro e escritórios). QUANTO À INICIATIVA: voluntário (vontade das partes) e mandatória (determinação legal ou cláusula contratual). QUANTO AO OBJETO: Direcionados ao acordo: prioriza o problema e visa o acordo por meio de uma mediação linear. Direcionados à relação: prioriza a transformação, mudança de atitude e restauração da relação e só após a construção do acordo por meio de uma mediação circular narrativa 2.2.4 TÉCNICAS/FERRAMENTAS DE PROVOCAÇÃO DE MUDANÇAS: I. RECONTEXTUALIZAÇÃO: estimular a percepção de fato por outra perspectiva. II. AUDIÇÃO DE PROPOSTAS IMPLÍCITAS: conduzir a compreensão das propostas que as partes falam sem ter percebido. III. AFAGO: reposta positiva à comportamento produtivo. IV. SILÊNCIO: usar o silêncio permitindo as partes se aprofundarem nas repostas. V. SESSÕES IINDIVIDUAIS: permite maior abertura às partes. VI. INVERSÃO DE PAPÉIS: estimula empatia, orientando a percepção do ponto de vista o outro. VII. GERAÇÃO DE OPÇÕES: estimular as partes em pensar nas soluções. VIII. NORMALIZAÇÃO: estimular as partes a ver o conflito como oportunidade de melhoria da relação. IX. ORGANIZAÇÃO DE QUESTÕES E INTERESSES: evitar perda do foco, formular questões relacionadas aos interesses. X. ENFOQUE PROSPECTIVO: enfoque visando o futuro. XI. TESTE DA REALIDADE: estimular a comparação da visão interna com a externa. XII. VALIDAÇÃO DE SENTIMENTO: identificar os sentimentos em decorrência da relação conflituosa e usar de forma positiva. 2.2.5 PROCESSO DE MEDIAÇÃO Sequência lógica de atos objetivando restaurar a comunicação e satisfazer os interesses reais. ETAPAS: 1) Apresentação do Mediador e das regras: Rapport – criar ligação de empatia Apresentação Esclarecimento das regras e dos honoráros em caso de mediação privada. 2) Exposição dos problemas: Fala das partes e escuta ativa do mediador Identificação dos interesses 3) Ordenamento dos problemas: Compreensão do problema Resumo Ordenar os problemas por complexidade 4) Interesses ocultos Aprofundar o problema e se necessário realizar sessão privada 5) Gerar Ideias Teste de Realidade Apresentação e discussão de propostas 6) Acordo Final Fechamento do acordo Redação do termo e leitura para confirmação Agradecer e parabenizar as partes
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