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COGNIÇÃO SOCIAL Márcia Gabriele França Técnica da teia Cognição Social O QUE É? É processo pelo qual as pessoas formam impressões sobre si mesmas e em relação ao contexto social no qual estão inseridos. É o estudo de como as pessoas formam inferências com base nas informações sociais fornecidas pelo ambiente. POR QUE? Para tornarmos o nosso relacionamento com o meio e as pessoas mais fácil. Como fazemos isso? Coletando e processando informações Fazendo julgamentos Atribuindo causas Construindo ideias (teorias) Categorizando AUTOCONCEITO Imagem que fazemos de nós mesmos: Quem sou eu? Por que a psicologia social se interessa pelo estudo do autoconceito? AUTOCONCEITO Por que a psicologia social se interessa pelo estudo do autoconceito? Influência da interação social na formação do autoconceito e vice-versa. Provém da percepção de si e de como nos relacionamos; É formado pela comparação com outras pessoas. Vídeo: Autoimagem AUTOCONCEITO Introspecção, autoconsciência, eu real e eu ideal. Esquemas: estrutura organizada de conhecimentos acerca de pessoas, assuntos, objetos que usamos para entender o mundo que nos cerca. Autoesquemas: estruturas de conhecimentos que temos sobre nós mesmos, baseadas em experiências passadas e, que nos ajudam a entender, explicar e prever nossas próprias ações. AUTOCONCEITO AUTOCONCEITO Teoria da comparação social (Festinger, 1954): Podemos nos conhecer melhor através da comparação com os outros. Minha habilidade de correr 100m em 15s é boa? O quanto sou competente para fazer este trabalho? Comparação com modelos superiores: processo doloroso ou busca de padrão de excelência. Comparação com modelos inferiores: artifício para nos sentirmos melhores. Teoria do manejo da impressão (Tedeschi et al, 1971): Desejamos que os outros nos vejam da maneira que gostaríamos de ser vistos. Causar boa impressão pode trazer recompensas materiais, emocionais e sociais. Tática de bajulação: elogiar para ser bem visto. Tática de autodepreciação: justificar desempenho não satisfatório para não ser mau visto. FATORES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO PERCEPTIVO Seletividade perceptiva “Inimigos tem defeitos, amigos limitações” FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO PERCEPTIVO Experiência prévia A familiaridade gera uma disposição a responder mais prontamente. Uso na propaganda. Ex: Érico Rocha. PERCEPÇÃO DE PESSOAS Nossas “teorias da personalidade” ou teorias implícitas de personalidade: O que os outros são e farão; Associamos determinados traços a outros e esperamos certa coerência entre eles; Relação com primeira impressão. Resistência à mudança de nossas primeiras impressões. É difícil investigar a precisão no julgamento dos outros: expressa uma “verdade” interna ou busca adequação social. Percepção das pessoas: Importância dos “traços centrais” e das “primeiras impressões” Grupo 1 Grupo 2 Inteligente Habilidosa Trabalhadora Firme Prática Cautelosa Fria Inteligente Habilidosa Trabalhadora Firma Prática Cautelosa Afetuosa Que impressão você tem da pessoa descrita a seguir, com base nos adjetivos listados? Experimento de Asch (1946): Grupo 1 Grupo 2 Invejoso Teimoso Crítico Impulsivo Trabalhador Inteligente Inteligente Trabalhador Impulsivo Crítico Teimoso Invejoso Percepção das pessoas: Importância dos “traços centrais” e das “primeiras impressões” Conclusões Impressões de G1 e G2 foram significativamente diferentes. Existem traços mais marcantes que outros (Ex: variação dos adjetivos delicado e bruto). Ao julgarmos as pessoas, processamos informações de modo a formar uma estrutura coerente (ENFOQUE COGNITIVO) Impressões distintas induzem a comportamentos distintos. As informações recebidas primeiro tem mais peso. O Enfoque Cognitivo em percepção de pessoas Necessidade de formarmos todos significativos em nossas percepções das pessoas. Rigidez das primeiras impressões: buscamos atributos que as reafirmem. Tendência negativa ou positiva na atribuição de características. Esquemas sociais: coleções organizadas de crenças e sentimentos sobre algo; estruturas cognitivas que organizam a informação em torno de temas ou tópicos. Influência dos esquemas sociais na percepção de pessoas. Ex: pesquisadores fingem ter transtorno mental em hospital psiquiátrico. Exemplo Atribua característica a: Políticos Cientistas Artistas Sindicalistas Consequências dos esquemas sociais Teoria implícita da personalidade Profecia autorrealizadora Estereótipos e preconceitos Heurísticas Somos “avaros cognitivos” no entendimento do mundo social. São atalhos cognitivos, métodos rápidos para se chegar a conclusões (nem sempre corretas). Representatividade: a nova situação é representativa do esquema anterior. Ex: São melhores os produtos caros. Diagnóstico: comparação entre sintomas e protótipo da doença. Acessibilidade: julgamentos de probabilidade de ocorrência de um evento são feitos com base na facilidade com que o evento nos vêm à mente. Heurísticas Emissão de julgamentos com base em ponto de referência (em geral o próprio eu). Ex: tímido que considera alguém sociável como extremamente extrovertido. Falso consenso: tendência de acharmos que nossa posição é partilhada por um grande número de pessoas. Heurísticas Motivos para usar heurísticas: Sobrecarga cognitiva; O assunto não é muito importante; Pressão de tempo para emitir julgamentos; Dispõe-se de pouca informação sobre o assunto. Heurísticas ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE (Heider, 1944, 1958) É a atividade cognitiva desencadeada pelo desejo de conhecer as causas dos fenômenos psicossociais. Motivo para atribuir causalidade: necessidade de viver em um mundo relativamente estável e previsível. Buscamos as constâncias nos objetos e pessoas. ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE (Heider, 1944, 1958) Ações derivam de causalidade pessoal ou impessoal. Pessoal: ação provém de disposição pessoal. Impessoal: ação provém de forças ambientais ou da pessoa, quando diz respeito a algo sobre o qual ela não tem controle. ATRIBUIÇÃO (Jones & Davis, 1965) Características da atribuição interna: escolha livre, socialmente pouco desejável, se caracteriza por ter efeito não comum a várias causas. Tendência de atribuição interna: “Veja se na próxima vez organiza uma festa melhor, esta foi horrível.” Pouco se conhece sobre as disposições internas: “Muito obrigado pelo convite. A festa estava ótima.” Princípios de atribuição (Kelley, 1973) Princípio do desconto: Descontamos o papel de outras possíveis causas quando uma delas se destaca como a provável ocorrência de um determinado evento. Ex: Uma pessoa é bem paga para defender uma opinião. Atribuição de causa: Recompensa financeira. Princípiodo aumento: em situações em que uma pessoa enfrenta custos, dificuldades e obstáculos para emitir um comportamento, tendemos a perceber a ação como tendo causalidade interna. Tendenciosidades no processo de atribuição Erro fundamental de atribuição: Tendemos a fazer atribuições internas. Ex: Duas pessoas discutindo => são agressivas. Tendenciosidade do ator/observador: Tendemos a fazer atribuições internas em relação ao comportamento dos outros e externas em relação aos nossos. Tendenciosidade autosservidora ou egotismo: Atribuímos nossos sucessos a causas internas e fracassos a causas externas. Teoria atribuicional de Bernard Weiner (1970) “O mundo é um tribunal”: julgamos os outros e nós mesmos. Cognição (atribuição de causa interna ou externa) => afeto => comportamento. Ex: atraso de um amigo para um encontro porque estava assistindo TV ou porque teve problema com o carro. Resumindo Percebemos os estímulos do mundo de forma mais ou menos distorcia, dependendo dos fatores descritos anteriormente. Vídeo: Diferenças e igualdades. “Talvez haja muito mais aspectos em comum entre nós do que nós pensamos.” Referências RODRIGUES, A.; ASSMAR, E. M. L.; JABLONSKI, B. Cognição Social. In: Psicologia Social. Petrópolis: Vozes, 2008. Cap. 2, p. 67-95.
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