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WEB AULA 1 - Unidade 1 - O Homem Enquanto Produtor e Produto da Cultura

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ADMINISTRAÇÃO 
WEB AULA 1 
Unidade 1 - O Homem Enquanto Produtor e 
Produto da Cultura 
1. A heterogeneidade da cultura brasileira 
A formação histórica do povo brasileiro: as heranças indígena, 
portuguesa e africana 
A miscigenação racial está na base da constituição do “povo 
brasileiro”. As manifestações culturais portuguesas, as nações 
indígenas e os diferentes povos africanos produziram uma cultura 
extremamente sincrética. 
A partir da colonização no século XVI, até o Brasil Império, no século 
XIX, características regionais foram se delimitando, traçando o 
desenho do que seria a identidade nacional brasileira. 
Podemos identificar três situações que influenciaram de maneira 
profunda a identidade no Brasil: a chegada dos portugueses, o 
genocídio de povos indígenas e a chegada dos africanos escravos. 
No período da colonização, houve intensa mistura entre esses povos, 
o que iniciou a formação da cultura nacional acrescida mais tarde de 
influência de diversos imigrantes europeus, árabes etc. Nascendo, 
dessa forma, uma sociedade altamente miscigenada. 
A marca mais nítida no processo de formação cultural brasileira é a 
presença de portugueses, de índios e de negros. Todos se olhavam 
com espanto, estranhando os hábitos uns dos outros reciprocamente. 
Mas, apesar do estranhamento inicial, continuaram a se misturar, 
fazendo surgir uma nova população a qual pode ser verdadeiramente 
chamada de população brasileira. A influência desses povos reflete no 
nosso modo de vida até os dias de hoje nas mais diversas situações 
do dia a dia: religião, música, comida etc. 
2. Contribuições culturais do Século XX: imigrantes externos, 
migrantes internos e a globalização 
A influência dos imigrantes 
 
Após a abolição, a imigração de povos europeus teve início, pois não 
havia mais a mão de obra escrava. Surge a necessidade de se 
contratar mão de obra barata para atender as demandas da lavoura. 
Diferentemente do que havia ocorrido com os negros e com os índios, 
os imigrantes europeus puderam manter e divulgar sua cultura no 
Brasil sem nenhum tipo de impedimento. Os pequenos proprietários 
passaram a uma vida isolada em suas terras e, também por isso, 
mantinham seus costumes. Já aqueles com grandes fazendas e 
centros urbanos não demoraram a aprender os costumes da 
sociedade brasileira, assimilando aspectos do povo da terra e 
abandonando muitas de suas práticas culturais. 
Não sofreram nenhum tipo de repressão. 
Em virtude destes povos não terem sido reprimidos, abriu-se a 
possibilidade da imigração da Europa e de outras regiões do mundo 
marcar a cultura local em todos os aspectos. A culinária, religião, 
arquitetura, o cultivo do trigo e a criação de suínos, dentre outros. 
Desse modo, observa-se a formação e a preservação de uma 
identidade cultural bastante plural devido às influências europeia, 
africana e indígena, favorecendo uma riqueza cultural bastante 
peculiar presente no nosso cotidiano. 
3. A identidade nacional 
A identidade nacional brasileira 
O que é ser brasileiro? Dizer que a Nação brasileira existe fundada 
apenas nas dimensões geográficas ou jurídicas é muito simples. Ou 
simplesmente identificar um grupo de pessoas que vivam em 
determinada localidade com problemas comuns ainda é pouco. Mas 
parece que Nação e identidade nacional exigem algo mais. 
Se a nacionalidade é uma identidade forjada na construção coletiva 
de símbolos comuns ao povo de determinada região, por mais que a 
cultura brasileira se assente na mistura étnica, podemos identificar 
sua construção. 
Por exemplo, temos no romance O guarani, de José de Alencar, o 
mito de origem da nação brasileira. Os personagens Peri e Cecília 
representam o primeiro casal da nação brasílica. Peri, índio recém 
convertido ao cristianismo (1995, p. 268-279), e Cecília a portuguesa 
que assumiu os valores da nova terra (1995, p. 279-280). Outro 
aspecto importante na formação da nacionalidade presente na obra 
de Alencar trata-se da língua falada no Brasil. Embora o português 
fosse o idioma corrente, ele foi modificado pela natureza brasileira. 
 
De acordo com Hall (2005), as identidades nacionais são formadas no 
cotidiano da sociedade, sendo práticas de representação. 
Essa forma de posicionar-se diante da vida vai ao encontro do que 
afirma Freire (1991): 
A partir das relações do homem com a realidade, resultantes de estar com ela e de 
estar nela, pelos atos de criação, recriação e decisão, vai ele dinamizando o seu 
mundo. Vai dominando a realidade. Vai humanizando-a. Vai acrescentando a ela 
algo de que ele mesmo é fazedor. Vai temporalizando os espaços geográficos. Faz 
cultura. [...] E, na medida em que cria, recria e decide, vão se conformando as 
épocas históricas. É também criando e decidindo que o homem deve participar 
destas épocas (FREIRE, 1991, p.43). 
As pessoas frente à realidade tornam-se fazedores da própria história 
vivida. São importantes instrumentos na construção da identidade 
nacional porque dela participam. 
No gibi “Especial Brasil 500 anos” (2000) aparece a figura de José 
Manuel dos Calotes, antepassado de Zé Carioca, um clandestino na 
esquadra de Cabral, que teria sido o verdadeiro descobridor do Brasil. 
Seria nosso antepassado, cujas características eram características 
que adquiriu: preguiçoso, trambiqueiro, aproveitador, malandro, 
caloteiro. 
QUESTIONA-SE: como constituir uma “alma coletiva”, um 
“parentesco espiritual” se nos enxergamos desta maneira? 
4.Relações étnico-raciais e a luta antirracista do movimento 
negro do Brasil 
Observe a cena abaixo: 
 
Por que uma pessoa deve ser carregada por outras? O que faz 
alguém ter o direito de submeter outras pessoas a sacrifícios e 
considerar isso normal? 
Você já parou para pensar sobre o significado de raça, etnia, 
preconceito, discriminação, identidade? O que eles significam? Como 
são utilizados em nossa sociedade? 
Pronto(a) para começar? 
Vamos verificar o que diz a Dra. Nilma Lino Gomes, coordenadora 
geral do Programa Ações Afirmativas, na UFMG e do Nera (Núcleo de 
Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas): 
Identidade - “A identidade não é algo inato. Ela se refere a um modo 
de ser no mundo e com os outros. É um fator importante na criação 
das redes de relações e de referências culturais dos grupos sociais” 
(GOMES, 2008 p. 41). 
Preconceito - “Trata-se do conceito ou opinião formados 
antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos” 
(GOMES, 2008 p. 54). 
Discriminação - A discriminação racial pode ser considerada como a prática do 
racismo e a efetivação do preconceito. Enquanto o racismo e o preconceito 
encontram-se no âmbito das doutrinas e dos julgamentos, das concepções de 
mundo e das crenças, a discriminação é a adoção de práticas que os efetivam 
(GOMES, 2008, p. 55). 
Bom, agora que temos os conceitos em mente, vamos analisar como 
foram utilizados no Brasil no período da colonização. Vamos lá. 
5. Os africanos e os afrodescendentes no Brasil colonial, 
independente e contemporâneo 
O que é ser negro no Brasil? 
 
Iniciada na primeira metade do século XVI, com as atividades 
voltadas para a cana de açúcar, a escravidão marca a história do 
Brasil. Das nações americanas cristãs foi o país que apresentou o 
maior número de pessoas escravizadas e foi o último a abolir a 
escravidão. 
A razão desta demora está vinculada ao enorme lucro que a coroa 
portuguesa e os senhores de escravos tinham com a atividade de 
transportar escravos da África para o Brasil e também do trabalho 
não pago. 
Mas o processo de escravidão não se deu sem resistência, podemos 
identificar desde a formação de quilombos, refúgios dosfugitivos, 
lugares onde tentavam viver de modo livre até a retomada de seus 
valores e símbolos culturais. Aborto, suicídio, ataques e homicídios, 
também foram estratégias de resistência à escravatura. O Governo 
Regencial, temeroso dos ataques dos revoltados, desenvolve leis que 
puniriam qualquer escravo agressivo: 
Serão punidos com pena de morte os escravos ou escravas, que matarem por 
qualquer maneira que seja, propinarem veneno, ferirem gravemente ou fizerem 
qualquer outra grave ofensa física, a seu senhor, a sua mulher, a descendentes ou 
ascendentes que em sua companhia morar, a administrador, feitor, e as suas 
mulheres que com eles viverem. Se o ferimento ou ofensa física forem leves, a 
pena será de açoites, a proporção das circunstâncias, mais ou menos agravantes 
(BRASIL, 1835). 
As manifestações culturais dos negros eram também uma forma de 
resistência. A religião, a música, a luta e a língua foram expressões 
da cultura negra que se consolidaram na formação da cultura do povo 
brasileiro. 
Observe, no vídeo, o modelo de escravidão no Brasil a partir o séc. 
XVIII com a escravidão negra. 
<https://www.youtube.com/watch?v=QXiXFsPpf-o&feature=related> 
 
É doloroso ver tanta injustiça, não é? Sermos arrancados de nossa 
terra e levados para outra desconhecida para perdermos inteiramente 
a liberdade. 
Você sabia que mesmo diante desta realidade, entre 1900 e 1950, o 
Brasil vendeu a imagem de primeira "democracia racial'' do mundo, 
paraíso onde a convivência entre brancos e negros era anunciada 
como igualitária e pacífica? 
De acordo com Ribeiro (1996), a estrutura social que temos hoje no 
Brasil, decorrente do processo de miscigenação racial, traz 
implicações diversas, tanto na dimensão moral quanto na política e 
cultural. Instaura-se a divisão de classes sociais, e o estabelecimento 
das relações de poder. Em virtude do País ser visto por séculos como 
um bom negócio a ser explorado, o povo também é visto apenas 
como força de trabalho a ser explorada. 
E quanto ao negro? Em que medida o fim da escravidão significou a 
emancipação do negro? Que influência trouxe à organização social? 
É certamente utópica a tentativa em demonstrar a igualdade entre 
brancos e escravos forros, porque até hoje os afrodescendentes não 
possuem as mesmas oportunidades em nossa sociedade. 
Com a abolição, os senhores deixam de ter despesas com os escravos 
que perambulam desempregados pelas ruas das cidades buscando 
alguma forma de ganhar a vida. Como não havia muito para fazer, o 
desespero levou muitas pessoas a buscar consolo na bebida e outros 
desenvolveram atitudes de violência. 
A miséria em que vivia grande contingente de pessoas, 
afrodescendentes ou não, era explicada a partir da preguiça, da falta 
de vontade de prosperar na vida, desconsiderando os condicionantes 
econômicos e sociais. 
Será que isso é coisa do passado ou ouvimos comentários que ainda 
reproduzem esse discurso? 
6. Mito da democracia racial e implantação de políticas 
afirmativas relacionadas às relações inter-étnicas 
Frente à notória desigualdade social no Brasil, revelada pelos dados 
apresentados pelo IBGE e IPEA, a “democracia Racial” é facilmente 
percebida como fantasia, pois os dados expõem com clareza a 
situação grave em que vive grande parte da população negra no País. 
Em todos os aspectos há desvantagens: a partir da infraestrutura 
urbana e moradia, passando pela justiça e educação, chegando às 
péssimas condições de trabalho e salários. 
Assista ao vídeo 
<https://www.youtube.com/watch?v=375sS13XAT0> 
 
Toda pessoa que utiliza o termo raça é racista? Os (as) ativistas 
antirracistas que usam este termo também são racistas? 
Na década de 1930 nasce, dentro da comunidade intelectual 
brasileira, a expressão “democracia racial”. De acordo com o 
levantamento histórico que fez o professor Munanga (2004), o 
conceito de raça veio do italiano razza, que por sua vez veio do latim 
ratio, que significa sorte, categoria, espécie. Inicialmente, foi utilizado 
para classificar espécies animais e vegetais, na história das ciências 
naturais. Somente depois é que, “[...] passou a designar 
descendência, linhagem, ou seja, um grupo de pessoas que têm um 
ancestral comum e que possuem algumas características físicas em 
comum” (MUNANGA, 1998, p. 17). 
A cor da pele como elemento de identificação de raça se dá no século 
XVIII, havendo então a classificação em raça branca, negra e 
amarela. Posteriormente, outros aspectos são agregados como o 
formato do nariz, dos lábios, do queixo, as dimensões e formato do 
crânio, o ângulo facial, dentre outros. 
Com o progresso da genética humana, foram introduzidos critérios 
químicos, baseados em análise do sangue, com a intenção de dar 
uma última palavra na respeitada divisão da humanidade em “raças” 
distintas. 
Percebeu-se, nas pesquisas, que os patrimônios genéticos de duas 
pessoas da mesma “raça” podem apresentar diferenças maiores do 
que de pessoas de “raças” diferentes. Dessa forma Munanga 
constata: raças biológicas não existem. 
A raça não é uma realidade biológica, mas sim apenas um conceito, 
aliás, cientificamente inoperante para explicar a diversidade humana 
e para dividi-la em raças estancas. Ou seja, biológica e 
cientificamente, as raças não existem. (MUNANGA, 1998, p. 19). 
O conceito de raça, carregado de ideologia esconde as relações de 
poder e a discriminação sob o véu da igualdade. A discriminação 
tornou-se oficializada, certamente de maneira sutil para evitar 
estimular os ânimos contra o Estado. Os negros passam a morar nos 
piores espaços, sem assistência, nos arredores das cidades, afastados 
o máximo possível da população branca. 
Eram inferiorizados, ridicularizados pela aparência física por suas 
crenças e costumes. Passaram a ocupar os piores lugares no mercado 
de trabalho, as mais baixas remunerações e ainda receberam a 
marca de malandragem e erotismo.

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