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PETIÇÃO CIVEL SEÇÃO 1

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA VARA__ CIVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE / MINAS GERAIS
JULIANA FARIA RODRIGUES, divorciada, bióloga, inscrita no CPF sob ___________, endereço eletrônico __________, residente e domiciliada na Rua ________, na Cidade de Barbacena, CEP ___________ vem a presença de vossa Excelência por seu representante constituído propor
AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO C/C CANCELAMENTO DO REGISTRO DE IMOVEL 
Em face de RAIMUNDO DUTRA RODRIGUES, divorciado, endereço eletrônico _________, inscrito no CPF sob n° _____________, residente e domiciliado na Rua ________, na Cidade de Belo Horizonte, CEP __________ 
Em face de BRENO SANTOS BERNARDES, casado, endereço eletrônico __________, inscrito no CPF sob nº __________, endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua __________, na Cidade de _________, CEP _________
Em face de MARTA GUIMARÃES BERNARDES, casada, endereço eletrônico ___________, inscrito no CPF sob nº __________, residente e domiciliada na Rua _________, na Cidade de __________, CEP ___________, pelos fatos e motivos que passa a expor
PRELIMINARMENTE
LITISCONSÓRCIO PASSIVO
Anteriormente à exposição dos fatos ensejadores da presente Ação Anulatória de Negócio Jurídico c/c Cancelamento do Registro do Imóvel, a Autora deduz as razões relativas à eleição do pólo passivo.
O Novo Código de Processo Civil, em seu artigo 113 e 114 estabelece:
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;

III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Desta forma, a Autora requer seja deferida a formação do litisconsórcio passivo necessário, tendo em vista a responsabilidade legal de ambos os Requeridos, o Raimundo pelo fato de ter alienado o imóvel por constituto possessório sem outorga uxória da esposa, e Breno e Marta por terem se tornados proprietários do imóvel alienado incorretamente.
DOS FATOS
Na data de 16 de janeiro de 2003 Raimundo Dutra Rodrigues, solteiro registrou através de escritura uma doação de terreno feita por seus genitores Júlio Rodrigues e Maria das Dores Dutra Rodrigues, em seu favor.
Juliana Faria Rodrigues teve o seu casamento celebrado com Raimundo Dutra Rodrigues na data de 20 de outubro de 2005, pelo regime da separação obrigatória de bens. Seu divórcio se deu em 20 de maio de 2016.
Durante o Matrimonio Juliana e Raimundo construíram por esforço comum um imóvel no terreno que Raimundo recebeu a título de doação de seus pais quando ainda estava solteiro
No ano de 2006 Raimundo foi dispensado do emprego e passou por dificuldades financeiras, logo resolveu vender o imóvel na modalidade de constituto possessório, ou seja, venda ficta. No dia 08 de julho de 2016 ocorreu o registro do contrato de promessa de compra e venda feita por Raimundo, em favor de Breno Santos Bernardes.
Em 04 de março de 2010 houve o registro de escritura pública de compra e venda outorgada por Raimundo e favor de Breno Santos Bernardes e sua esposa Marta Guimarães Bernardes.
Juliana que ainda era casada com Raimundo não teve nenhuma participação na venda do imóvel constituído por esforço comum. Previamente a interposição da ação houve uma grande tentativa da resolução dos fatos junto ao réu porem sem êxito, pelo contrário o réu insistiu em continuar com a venda do imóvel sem a outorga uxória da autora, razão pela qual se move a presente ação.
DO DIREITO
Como podemos verificar, no ano de 2006, o imóvel objeto do litígio, foi vendido a Breno, constando na escritura de compra e venda como outorgante/vendedor somente Raimundo. No que pese Raimundo estando passando por dificuldades financeiras, o imóvel foi constituído na constância do casamento por esforço comum do casal, não podendo ser alienado sem o consentimento do outro cônjuge, conforme é estabelecido pelo artigo 1647, inc. I do Código Civil:
“ART.1647. Ressalvado o disposto no art. 1648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – Alienar ou gravar ônus real os bens imóveis; 
Por força da sumula 377 do STF: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”, ou seja, torna-se uma comunhão parcial de bens, no que tange as benfeitorias e aquisições adquiridas enquanto ainda persistia o laço matrimonial.
Nosso ilustre doutrinador Milton Paulo de Carvalho Filho comenta o citado artigo da seguinte forma:
“O poder de administração dos cônjuges encontra limitações destinadas a assegurar a harmonia e a segurança da vida conjugal e preservar o patrimônio familiar. A norma é de ordem pública, não podendo os cônjuges dispensar a outorga por sua própria vontade (o rol de vedações é taxativo, não comportando interpretação extensiva, uma vez que representam limitações ao direito dos consortes), contudo a regra é excepcionada pelo artigo 978 e pelo inciso I do artigo 1642.
O inciso I impede a alienação (compra, venda, permuta, doação) ou gravação de ônus real dos bens imóveis. (...) O dispositivo em estudo não faz referência à natureza do patrimônio que necessite de anuência de ambos os cônjuges para ser alienado ou gravado com ônus reais, sendo, certo, portanto, que a imposição abrange, também, os bens particulares de cada cônjuge. ”
Diante do que está expresso no artigo supracitado, e já que inexiste qualquer autorização/consentimento de Juliana quando da venda do imóvel que lhe era comum, deve ser declarada a nulidade da compra e venda realizada, pois o negócio jurídico não observou a formalidade legal imprescindível para sua validade.
Vejamos o que está expresso no art. 104 do Código Civil:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Raimundo é capaz, porém não possui legitimação para alienar o imóvel constituído na constância do casamento sem a outorga de sua esposa. A legitimidade da parte refere-se a ser titular do direito material posto em litígio, ligado à relação processual através da propositura da ação. O artigo 6º do Código de Processo Civil dispõe que “ninguém poderá pleitear em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”.
Desta forma conclui-se que a alienação de bens imóveis pelo conjugue sem o consentimento da esposa, não apresenta valor jurídico, pois afronta o dispositivo legal que exige a assinatura de ambos os conjugues, nessa espécie de negócio jurídico, sendo que o descumprimento deste dispositivo constitui vicio absoluto.
Conforme prevê o art. 1649 do código civil, a Autora está em tempo de pleitear a anulação no negócio jurídico celebrado sem seu consentimento, vejamos:
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
É importante salientar que que além de ser declarada a nulidade do contrato de compra e venda sem a outorga uxória da esposa se faz necessário também o cancelamento do registro imobiliário. Conforme verifica-se o art. 252 da lei de registro públicos (Lei 6015/73): 
Art.252 – o registro, enquanto não cancelado, produz todos os efeitos legais ainda que por outra maneira, se prove que o título este desfeito, anulado, extinto ou rescindido.
O cancelamento do registro é promovido como ato de averbação, ainda que possa alterar a titularidade do direito real sobre o imóvel, devendo ser declarado o motivo determinante do cancelamento conforme prevê a Lei 6.015/1973, em seu art. 167, II, item 2, e art. 248.
DAS PROVAS
Depoimento pessoal do réu para esclarecimentos da venda sem a outorga de sua esposa.
A juntada dos documentos em anexo, em especial, certidão de casamento averbada com o divórcio, registro da escritura de doação, registro do contrato de promessa de compra e venda, Registro da escritura pública de compra e venda contendo como outorgante somente Raimundo.
DA JUSTIÇA GRATUITA
A Autora não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência, cópia de seus contracheques, que junta em anexo.
Por tais razões, com fulcro no art. 5º LXXIV da constituição federal e pelo art. 98 do CPC requer que seja deferida a justiça gratuita a requerente.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto pede a V. Exa.
O deferimento da ação de cancelamento do Registro Imobiliário e da anulabilidade do contrato de compra e venda
A citação do réu para esclarecimentos
DOS REQUERIMENTOS
Diante do exposto Requer a V.Exa.
Concessão da gratuidade da justiça nos termos do art. 98º do CPC
A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos parâmetros previstos no art. 85, § 2º do CPC
Desde já manifesta seu interesse na audiência conciliatória nos termos do art. 319, inc. VII do CPC
DO VALOR DA CAUSA
Dar-se a causa o valor de R$ XXXXXXXXX
Nestes termos, pede deferimento 
Belo Horizonte, 27 agosto de 2017
Advogado OAB/MG 
Número OAB

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