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pdf policia rodoviaria federal 2016 nocoes de direito penal p prf policial 2016 aula 03

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Aula 03
Noções de Direito Penal p/ PRF - Policial - 2016 (com videoaulas)
Professor: Renan Araujo
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AULA 03: CRIME: ELEMENTOS (PARTE II): 
CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE). ERRO. 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 
SUMÁRIO 
!
1. CULPABILIDADE .......................................................................................... 2 
1.1. Conceito ................................................................................................... 2 
1.2. Teorias ..................................................................................................... 2 
1.3. Elementos ................................................................................................ 3 
1.3.1. Imputabilidade penal ................................................................................ 3 
1.3.2. Potencial consciência da ilicitude ................................................................ 7 
1.3.3. Exigibilidade de conduta diversa ................................................................. 8 
2. ERRO ........................................................................................................... 9 
2.1. Erro de tipo .............................................................................................. 9 
2.2. Erro de tipo acidental ............................................................................. 12 
2.3. Erro de proibição .................................................................................... 13 
3. PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO .............................................................. 16 
3.1. Introdução ............................................................................................. 16 
3.2. Causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição .................... 17 
3.3. Prescrição .............................................................................................. 20 
3.3.1. Prescrição da pretensão punitiva .............................................................. 20 
3.3.2. Prescrição da pretensão executória ........................................................... 26 
3.3.3. Disposições importantes sobre a prescrição ................................................ 28 
4. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 29 
5. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 38 
6. GABARITO ................................................................................................. 61 
!
 
Olá, meus amigos! 
Na última aula nós iniciamos o estudo do crime, seu conceito e 
elementos, estudando os dois primeiros deles: o fato típico e a 
ilicitude. Hoje, vamos finalizar o estudo dos elementos do Crime, 
analisando a culpabilidade e o fenômeno do Erro no Direito Penal. 
Veremos, ainda, as formas de extinção da punibilidade. 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
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1.! CULPABILIDADE 
 
1.1.! Conceito 
A culpabilidade nada mais é que o juízo de reprovabilidade acerca 
da conduta do agente, considerando-se suas circunstâncias 
pessoais.1 
Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato 
típico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de 
estudo não é o fato, mas o agente. Daí alguns doutrinadores 
entenderem que a culpabilidade não integra o crime (por não estar 
relacionada ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos 
trabalhá-la como elemento do crime. 
 
1.2.! Teorias 
Três teorias existem acerca da culpabilidade: 
A)!Teoria psicológica – Para essa teoria a culpabilidade era 
analisada sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e 
culpa). Esta teoria entende que o agente seria culpável se era 
imputável no momento do crime e se havia agido com dolo ou 
culpa. Vejam que essa teoria só pode ser utilizada por quem adota 
a teoria naturalística da conduta (pois o dolo e culpa estão na 
culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso Código 
penal), essa teoria acerca da culpabilidade é impossível, pois a 
teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no 
fato típico. 
B)!Teoria normativa ou psicológico-normativa – Possui os 
mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a 
inexigibilidade de conduta diversa, que é a “possibilidade de agir 
conforme o Direito”. Para essa teoria, mais evoluída, ainda que o 
agente fosse imputável e tivesse agido com dolo ou culpa, só seria 
culpável se no caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro 
comportamento que não o comportamento criminoso. Trata-se, 
portanto, da inclusão de elementos normativos à culpabilidade, 
que deixa de ser a mera relação subjetiva do agente com o fato 
(dolo ou culpa). A culpabilidade seria, portanto, a conjugação do 
elemento subjetivo (dolo ou culpa) e do juízo de reprovação sobre 
o agente.2 
C)!Teoria normativa pura – Essa já muda de ares. Já não mais 
considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, mas do 
fato típico (seguindo a teoria finalista da conduta). Para esta 
teoria, os elementos da culpabilidade são: a) imputabilidade; b) 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∗
!BITENCOURT, Op. cit., p. 451/452!
+
!BITENCOURT, Op. cit., p. 447!
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potencial consciência da ilicitude; c) inexigibilidade de conduta 
diversa. A potencial consciência da ilicitude seria a análise 
concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer 
o caráter ilícito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses 
elementos mais à frente; 
 
CUIDADO: Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se 
divide em: 
•! Teoria extremada 
•! Teoria limitada 
Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A 
grande diferença entre elas reside no tratamento dispensado ao 
erro sobre as causas de justificação (ou de exclusão da antijuridicidade), 
também conhecidas como descriminantes putativas. 
A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma causa 
de justificação seria equiparado ao erro de proibição. 
A teoria limitada, por sua vez, divide o erro sobre as causas de 
justificação (descriminantes putativas) em: 
•! Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação (ou 
erro de fato) – Neste caso, aplicam-se as mesmas regras previstas 
para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de ERRO DE TIPO 
PERMISSIVO).3 
•! Erro sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de 
justificação (erro sobre a ilicitude da conduta) – Neste caso, tal 
teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras 
previstas para o erro de PROIBIÇÃO, por se assemelhar à conduta 
daquele que age consciência da ilicitude. 
 
Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final, 
estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido ao ERRO. 
 
1.3.! Elementos 
 
1.3.1.! Imputabilidade penal 
O CódigoPenal não define o que seria imputabilidade penal, apenas 
descreve as hipóteses em que ela não está presente. 
A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade 
mental de entender o caráter ilícito da conduta e de comportar-se 
conforme o Direito. 
Existem três sistemas acerca da imputabilidade: 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
,
!BITENCOURT, Op. cit., p. 508!
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!! Biológico – Basta a existência de uma doença mental ou 
determinada idade para que o agente seja inimputável. É 
adotado no Brasil com relação aos menores de 18 anos. Trata-
se de critério meramente biológico: Se o agente tem menos de 
18 anos, é inimputável. 
!! Psicológico – Só se pode aferir a imputabilidade (ou não), na 
análise do caso concreto. 
!! Biopsicológico – Deve haver uma doença mental (critério 
biológico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso 
concreto se o agente era ou não capaz de entender o caráter 
ilícito da conduta e de se comportar conforme o Direito (critério 
psicológico). Essa foi a teoria adotada como REGRA pelo 
nosso Código Penal.4 
 
CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento 
em que ocorreu o fato criminoso. Assim, se A (menor com 17 anos e 11 
meses de idade) atira contra B, que fica em coma e só vem a falecer 
quando A já tinha mais de 18 anos, A será considerado INIMPUTÁVEL, 
pois no momento do crime (momento da ação ou omissão, art. 4º do 
CP), era menor de 18 anos (critério puramente biológico, adotado 
como EXCEÇÃO no CP). 
Imaginem, agora, que Marcelo, com 17 anos, sequestra Juliana. O 
sequestro dura 06 meses e, ao final, Marcelo já contava com 18 anos. 
Neste caso, Marcelo será considerado IMPUTÁVEL, pois no momento do 
crime Marcelo era imputável (ainda que não fosse imputável no começo, 
a partir de um dado momento passou a ser imputável, respondendo pelo 
delito). 
 
As causas de inimputabilidade estão previstas nos arts. 26, 27 e 28 
do CP: 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, 
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Menores de dezoito anos 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
−
!BITENCOURT, Op. cit., p. 474. !
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Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente 
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação 
especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Emoção e paixão 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Embriaguez 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos 
análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou 
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato 
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por 
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não 
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Percebam que os critérios biológicos (circunstâncias que 
presumidamente retiram a capacidade de discernimento) estão 
grifados em preto, e os critérios psicológicos (análise efetiva da 
ausência de discernimento quanto à ilicitude do fato ou 
possibilidade de agir conforme o Direito) estão grifados em 
vermelho. 
Para facilitar, ainda, o estudo de vocês, grifei em azul as hipóteses 
de semi-imputabilidade. 
Vamos explicar as hipóteses de inimputabilidade: 
 
(i) Menor de 18 anos 
Esse é um critério meramente biológico e taxativo: Se o agente 
é menor de 18 anos, responde perante o ECA não se aplicando a ele o CP, 
nos termos do art. 27 do CP. 
 
(ii)! Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado 
No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da conduta ou se era 
parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, será inimputável, ou seja, 
isento de pena. No segundo caso, será semi-imputável, e será aplicada 
pena, porém, reduzida de um a dois terços. 
Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de inimputabilidade 
por este motivo: 
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•! Que o agente possua a doença (critério biológico) 
•! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato OU inteiramente incapaz de 
determinar-se conforme este entendimento (critério 
psicológico) 
 
Por isso se diz que este é um critério BIOPSICOLÓGICO (pois 
mescla os dois critérios). 
Além dos doentes mentais, nesse grupo encontram-se ainda os 
silvícolas (índios), que podem ser: imputáveis (caso integrados à 
sociedade), semi-imputáveis (caso parcialmente integrados à sociedade), 
ou inimputáveis (caso não tenham se integrado de maneira nenhuma à 
sociedade, ou muito pouco). 
Nos dois casos acima, se o agente for inimputável, exclui-se a 
culpabilidade e ele é isento de pena. Se for semi-imputável, será 
considerado culpável (não se exclui a culpabilidade), mas sua pena será 
reduzida de um a dois terços. 
No caso de o agente ser inimputável, por ser menor de 18 anos, não 
há processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser 
inimputável em razão de doença mental ou desenvolvimento incompleto, 
será isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicará uma medida de 
segurança (internação ou tratamento ambulatorial). Isso é o que se 
chama de sentença absolutória imprópria (Pois, apesar de conter 
uma absolvição, contém uma espécie de sanção penal). 
No caso de o agente ser semi-imputável, ele não será isento 
de pena! Será condenado a uma pena, que será reduzida. Entretanto, a 
lei permite que o Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de 
liberdade por uma medida de segurança (internação ou tratamento 
ambulatorial). 
 
(ii)! Embriaguez 
Segundo o CP, a embriaguez não é uma hipótese de 
inimputabilidade, salvo se decorrente de caso fortuito ou força 
maior (E mesmo assim, deve ser completa eretirar totalmente a 
capacidade de discernimento do agente). 
EXEMPLO: Imaginem que Luciana é embriagada por Carlos (que coloca 
álcool em seus drinks). Sem saber, Luciana ingere as bebidas alcoólicas e 
comete crime. Nesse caso, Poliana poderá ser inimputável ou semi-
imputável, a depender de seu nível de discernimento quando da prática 
da conduta. 
 
Vejamos o seguinte esquema: 
Embriaguez: 
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Voluntária 
Culposa 
 
Acidental (caso fortuito ou força maior) 
 
 
Importante destacar que o CP exige que EM RAZÃO da embriaguez 
decorrente de caso fortuito ou força maior o agente esteja 
INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se conforme este entendimento. 
Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, não será 
possível aplicação de medida de segurança, pois essa visa ao 
tratamento do agente considerado doente, e que oferece risco à 
sociedade. No caso da embriaguez acidental, o agente é sadio, tendo 
ingerido álcool por caso fortuito ou força maior. 
 
1.3.2.! Potencial consciência da ilicitude 
A potencial consciência da ilicitude é a possibilidade (daí o termo 
“potencial”) de o agente, de acordo com suas características, conhecer o 
caráter ilícito do fato5. Não se trata do parâmetro do homem médio, mas 
de uma análise da pessoa do agente. Assim, aquele que é formado em 
Direito, em tese, tem maior potencial consciência da ilicitude que 
aquele que nunca saiu de uma aldeia de pescadores e tem pouca 
instrução. É claro que isso varia de pessoa para pessoa e, 
principalmente, de crime para crime, pois alguns são do conhecimento 
geral (homicídio, roubo), e outros nem todos conhecem (bigamia, por 
exemplo). 
Quando o agente age acreditando que sua conduta não é penalmente 
ilícita, comete erro de proibição (art. 21 do CP). 
O erro de proibição pode ser: 
!! Escusável – Nesse caso, era impossível àquele agente, 
naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrária ao 
Direito Penal. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente 
é isento de pena. 
!! Inescusável – Nesse caso, o erro do agente quanto à 
proibição da conduta não é tão perdoável, pois era possível, 
mediante algum esforço, entender que se tratava de conduta 
penalmente ilícita. Assim, permanece a culpabilidade, 
respondendo pelo crime, com pena diminuída de um sexto a 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
.
!BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. 
Bogotá, 1996, p. 153 
Não excluem a 
imputabilidade 
COMPLETA – agente 
é inimputável PARCIAL – agente é 
semi-imputável 
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um terço (conforme o grau de possibilidade de conhecimento 
da ilicitude). 
 
1.3.3.! Exigibilidade de conduta diversa 
Não basta que o agente seja imputável, que tenha potencial 
conhecimento da ilicitude do fato, é necessário, ainda, que o agente 
pudesse agir de outro modo. 
EXEMPLO: imagine a situação de uma mãe que vê seu filho clamar por 
comida e, diante disso, rouba um cesto de pães. Nesse caso, a mãe era 
maior de idade, sabia que a conduta era ilícita, mas não se podia exigir 
que, naquelas circunstâncias, agisse de outro modo. Dessa forma, nesse 
caso, sua culpabilidade estaria excluída (isso sem comentar o princípio da 
bagatela, que excluiria a própria tipicidade, por ausência de lesão 
tutelável. Mas isso dependeria da análise de outros fatores do caso 
concreto). 
 
Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclusão 
da culpabilidade: 
!! Coação MORAL irresistível – Ocorre quando uma pessoa 
coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaça de 
lhe fazer algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na 
cabeça de Poliana e diz que se ela não atirar em Romeu, 
matará seu filho, que está sequestrado por seus comparsas. 
Nesse caso, não se pode exigir de Poliana que deixe de atirar 
em Romeu, pois está sob ameaça de um mal gravíssimo 
(morte do filho). 
!! Obediência hierárquica – É o ato cometido por alguém em 
cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior 
hierárquico. Cuidado! A ordem não pode ser 
MANIFESTAMENTE ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem 
sabe que está cometendo uma ordem ilegal, responde pelo 
crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem 
não é manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu 
estará acobertado pela excludente de culpabilidade da 
inexigibilidade de conduta diversa. 
 
 
CUIDADO! Nesse caso, só se aplica aos funcionários públicos, não 
aos particulares! 
 
Com relação à coação mora irresistível, vocês podem perceber que 
eu coloquei a expressão “MORAL” em caixa alta. Foi para deixar BEM 
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CLARO que somente a coação MORAL irresistível é que exclui a 
culpabilidade (por inexigibilidade de conduta diversa). 
A coação FÍSICA irresistível NÃO EXCLUI A CULPABILIDADE. A 
coação FÍSICA irresistível EXCLUI O FATO TÍPICO, pois o fato não 
será típico por ausência de CONDUTA, já que não há vontade. 
 
2.!ERRO 
2.1.! Erro de tipo 
Sabemos que o crime, em seu conceito analítico, é formado 
basicamente por três elementos: Fato típico (para alguns, tipicidade, mas 
a nomenclatura aqui é irrelevante), ilicitude e culpabilidade. 
Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente à 
conduta descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato 
típico e, como disse, estará presente, portanto, a tipicidade. 
Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato típico por 
equívoco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado típico, 
mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. 
O erro de tipo é a representação errônea da realidade, na qual 
o agente acredita não se verificar a presença de um dos elementos 
essenciais que compõem o tipo penal. 
EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato: 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão 
dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
Imaginemos que o agente desconhecesse a condição de funcionário 
público da vítima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu 
em erro sobre elemento essencial do tipo penal. 
 
O erro de tipo pode ocorrer, também, nos crimes omissivos 
impróprios (comissivos por omissão), pois o agente pode 
desconhecer sua condição de garantidor no caso concreto6 (aquele que 
tem o dever de impedir o resultado). 
EXEMPLO: Imagine que uma mãe presencie o estupro da própria filha, 
mas nada faça, por não verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a 
mãe incidiu em erro de tipo, pois errou na representação da realidade 
fática acerca de elemento que constituía o tipo penal. Ou seja, não 
identificou que a vítima era sua filha, elemento este que faria surgir seu 
dever de intervir. 
 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
/
!BITENCOURT, Op. cit., p. 512 
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ATENÇÃO! Quando o erro incidir sobre 
elemento normativo do tipo7, há divergência 
na Doutrina! Parte entende que continua se 
tratando de erro de tipo. Outra parte da 
Doutrina entende que não se trata de erro de 
tipo, mas de erro de proibição, pois o agente 
estaria errando acerca da licitude do fato8. 
Exemplo: O art. 154 do CP diz o seguinte: Art. 
154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de 
que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou 
profissão, e cuja revelação possa produzir dano a 
outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou 
multa. Nesse caso, o elemento “sem justa causa” 
é elemento normativo do tipo. Se o médico 
revela um segredo do paciente para um 
parente, acreditando que este poderá ajudá-lo, 
e faz isso apenas para o bem do paciente, 
acreditando haver justa causa, quando na 
verdade o parente é um tremendo fofoqueiro 
que só quer difamar o paciente, o médico 
incorreu em erro de tipo, pois acreditava estar 
agindo com justa causa, que não havia. Porém, 
como disse a vocês, parte da doutrina entende 
que aqui se trata de erro de proibição. Mas a 
teoria que prevalece é a de que se trata 
mesmo de erro de tipo. 
 
O erro de tipo pode ser: 
•! Escusável – Quando o agente não poderia conhecer, de fato, 
a presença do elemento do tipo. Exemplo: “A” entra numa 
loja e ao sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A 
encontra uma bolsa idêntica à sua, e a leva embora. 
Entretanto, “A” não sabia que essa bolsa era de “B”, que 
estava olhando revistas distraída, tendo sua bolsa sido levada 
por outra pessoa no momento em que saiu da loja pela 
primeira vez. Nesse caso, “A” não tinha como imaginar que 
alguém, em tão pouco tempo, haveria roubado sua bolsa e 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
7 Com relação a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como 
“elementos normativos especiais da ilicitude”. Para o autor, elementos normativos 
seriam aqueles que demandam mero juízo de valor acerca de um objeto (saber que o 
documento falsificado é público, por exemplo, no crime de falsificação de documento 
público). Termos como “indevidamente”, “sem justa causa”, etc., seriam antecipação da 
ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal. (BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica 
apenas o registro, já que a Doutrina majoritária entende que tais expressões são 
elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, 
Alice. Op. cit., p. 211. 
0
!BITENCOURT, Op. cit., p. 514/515!
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que outra pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa 
idêntica. Nesse caso, “A” incorreu em erro de tipo 
escusável, pois não poderia, com um exercício mental 
razoável, saber que aquela não era sua bolsa. 
•! Inescusável – Ocorre quando o agente incorre em erro sobre 
elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um 
esforço mental razoável, não ter agido desta forma. 
Exemplo: Imaginemos que Marcelo esteja numa repartição 
pública e acabe por desacatar funcionário público que lá 
estava. Marcelo não sabia que se tratava de funcionário 
público, mas mediante esforço mental mínimo poderia ter 
chegado a esta conclusão, analisando a postura da pessoa 
com quem falava e o que a pessoa fazia no local. Assim, 
Marcelo incorreu em erro de tipo inescusável, e responderia 
por crime culposo, caso houvesse previsão de desacato 
culposo (não há). 
 
Assim, lembrem-se: 
 
 
 
Pode ser que se utilize o termo “Erro sobre elemento constitutivo 
do tipo penal”. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela não é utilizada 
sempre. 
 
ATENÇÃO! Existe, ainda, o que se convencionou chamar de “erro de tipo 
permissivo”. O que é isso? O erro de “tipo permissivo” é o erro sobre os 
pressupostos objetivos de uma causa de justificação (excludente de 
ilicitude). Assim, o erro de “tipo permissivo” seria, basicamente, 
uma descriminante putativa. Fala-se em “tipo permissivo” em razão 
da teoria dos elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no 
começo do século passado. Para esta teoria, as causas de exclusão da 
ilicitude seriam elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto o 
“tipo incriminador” propriamente dito seria a descrição da conduta 
proibida, as excludentes de ilicitude corresponderiam a “ressalvas” à 
ilicitude da conduta. Desta forma, o que a Doutrina quis dizer foi que, 
basicamente, quando o art. 121 do CP diz que “matar alguém” é crime, 
ele na verdade quer dizer que “matar alguém é crime, exceto se houver 
alguma causa de justificação”. 
Esta é uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente 
disso, o fato é que o termo “erro de tipo permissivo” é largamente 
utilizado e, portanto, digno de nota! 
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2.2.! Erro de tipo acidental 
O erro de tipo acidental nada mais é que um erro na execução do 
fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado9. 
Pode ser: 
"! ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA) – Aqui o 
agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, 
por confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do delito. 
Neste caso, o erro é irrelevante, pois o agente responde 
como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA 
VISADA. Essa previsão está no art. 20, §3° do CP. 
"! ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL (ABERRATIO CAUSAE) – 
Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU 
SUCESSIVO. É o engano no que se refere ao meio de 
execução do delito. Ocorre quando o agente, acreditando já ter 
ocorrido o resultado pretendido, pratica outra conduta, mas ao 
final verifica que esta última foi a que provocou o resultado. 
Ex.: O agente atira contra a vítima, visando sua morte. 
Acreditando que a vítima morreu, atira o corpo num rio, 
visando sua ocultação. Mais tarde, descobre-se que esta última 
conduta foi a que causou a morte da vítima, por afogamento, 
pois ainda estava viva. A Doutrina majoritária entende que 
o agente responde pelo crime originalmente previsto 
(homicídio doloso consumado, e não homicídio tentado 
c/c homicídio culposo), embora, na verdade, tivéssemos um 
homicídio tentado (a primeira conduta) e um homicídio culposo 
consumado (a segunda conduta). 
"! ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS) – Aqui o agente 
atinge pessoa diversa daquela que fora visada, mas não por 
confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE PRATICAR O 
DELITO. Imagine que o agente, tentando acertar “A”, erre o 
tiro e acaba acertando “B”. No erro sobre a pessoa o agente 
não “erra o alvo”, ele “acerta o alvo”, mas o alvo foi 
confundido. SÃO COISAS DIFERENTES! Nesse caso, assim 
como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo crime 
originalmente pretendido. Esta é a previsão do art. 73 do CP. O 
erro na execução pode ser: a) com unidade simples – O 
agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada;b) 
com unidade complexa – O agente atinge a vítima não 
visada, mas atinge também a vítima originalmente pretendida. 
Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO 
FORMAL. 
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1
!GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376 
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"!ERRO NO CRIME (ABERRATIO DELICTI) – Aqui o agente 
pretendia cometer um crime, mas acaba cometendo outro. 
Imagine que alguém atire uma pedra num veículo parado, com 
o dolo de danificá-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente 
erra o alvo e atinge o dono, que estava perto (cometendo 
lesões corporais, art. 129 do CP). Nesse caso, o agente acaba 
por cometer CRIME DIVERSO DO PRETENDIDO. Responderá 
apenas pelo crime praticado efetivamente (lesão corporal 
culposa). Aplica-se a mesma regra do erro na execução: Se o 
agente atingir ambos os bens jurídicos (o pretendido e o não 
pretendido) responderá por AMBOS OS CRIMES, em 
CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).10 
 
2.3.! Erro de proibição 
A culpabilidade (terceiro elemento do conceito analítico de crime) é 
formada por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL 
CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE. 
A POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE é a possibilidade de 
o agente, de acordo com suas características, conhecer o caráter ilícito do 
fato. Não se trata do parâmetro do homem médio, MAS DE UMA 
ANÁLISE DA PESSOA DO AGENTE. 
Quando o agente age acreditando que sua conduta não é ilícita, 
comete ERRO DE PROIBIÇÃO (art. 21 do CP). 
O erro de proibição pode ser: 
!! Escusável – Nesse caso, era impossível àquele agente, 
naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrária ao 
Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente é 
isento de pena. 
!! Inescusável – Nesse caso, o erro do agente quanto à 
proibição da conduta não é tão perdoável, pois era possível, 
mediante algum esforço, entender que se tratava de conduta 
ilícita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo 
crime, com pena diminuída de um sexto a um terço 
(conforme o grau de possibilidade de conhecimento da 
ilicitude). 
 
EXEMPLO: Um cidadão, lá do interior, encontra um bem (relógio de 
ouro, por exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que 
essa conduta é crime, previsto no CP (apropriação de coisa achada). 
Vejamos: 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, 
caso fortuito ou força da natureza: 
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∗2
!GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 379 
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Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: 
(...) 
Apropriação de coisa achada 
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou 
parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de 
entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Percebam que até mesmo uma pessoa de razoável intelecto é capaz 
de não conhecer a ilicitude desta conduta. Assim, o agente, 
diferentemente do que ocorre no erro de tipo, REPRESENTA 
PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe que a coisa não é sua, é uma 
coisa que foi perdida por alguém), mas ACREDITA QUE A CONDUTA É 
LÍCITA. 
Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o relógio, 
na verdade, soubesse que não podia ficar com as coisas dos outros, mas 
acreditasse que o relógio era um relógio que ele tinha perdido horas antes 
(quando, na verdade, era o relógio de outra pessoa). Nesse caso, o 
agente sabia que não podia praticar a conduta de “se apropriar de coisa 
alheia perdida” (Não há, portanto, erro de proibição), mas acreditou 
que a coisa não era “alheia”, achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou 
clara a diferença? 
 
 
 
 
 
O erro de proibição pode ser direto (que é a hipótese mencionada) 
ou indireto. O erro de proibição indireto ocorre quando o agente 
atua acreditando que existe uma causa de justificação que o 
ampare. Contudo, não confundam o erro de proibição indireto com o erro 
de tipo permissivo. Ambos se referem à existência de uma causa de 
justificação (excludente de ilicitude), mas há uma diferença fundamental 
entre eles: 
•! Erro de tipo permissivo – O agente atua acreditando que, no 
caso concreto, estão presentes os requisitos fáticos que 
caracterizam a causa de justificação e, portanto, sua conduta 
seria justa. Ex.: José atira contra seu filho, de madrugada, pois 
acreditava tratar-se de um ladrão (acreditava que as 
circunstâncias fáticas autorizariam agir em legítima defesa). 
•! Erro de proibição indireto – O agente atua acreditando que 
existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de 
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justificação) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a 
existência e/ou limites de uma causa de justificação em 
abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento jurídico11. Ex.: 
José encontra-se num barco que está a naufragar. Como possui 
muitos pertences, precisa de dois botes, um para se salvar e 
outro para salvar seus bens. Contudo, Marcelo também está no 
barco e precisa salvar sua vida. José, no entanto, agride 
Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, já que tinha 
a intenção de utilizá-lo para proteger seus bens. Neste caso, 
José não representou erroneamente a realidade fática (sabia 
exatamente o que estava se passando). José, conduta, errou 
quanto aos limites da causa de justificação (estado de 
necessidade), que não autoriza o sacrifício de um bem maior 
(vida de Marcelo) para proteger um bem menor (pertences de 
José). 
 
 CUIDADO! Não confundam Descriminantes Putativas com delito 
putativo. 
As descriminantes putativas são quaisquer situações nas quais o 
agente incida em erro por acreditar que está presente uma 
situação que, se de fato existisse, tornaria sua ação legítima (a 
doutrina majoritária limita estes casos às excludentes de 
ilicitude). 
 
Imagine que o agente está numa casa de festas e ouça gritos de 
“fogo”! Supondo haver um incêndio, corre atropelando pessoas, 
agredindo quem está na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo 
não passava de um trote. Nesse caso, o agente agrediu pessoas 
(moderadamente, é claro), para se salvar, supondo haver uma situação 
que, se existisse (incêndio) justificaria a sua conduta (estado de 
necessidade). Dessa forma, há uma descriminante putativa por estado de 
necessidade putativo (descriminante putativa). 
NO DELITO PUTATIVO acontece EXATAMENTE O OPOSTO do que 
ocorre no erro de tipo, no erro de proibição e nas descriminantes 
putativas (seja de que natureza forem). O agente acredita que está 
cometendo o crime, quando, na verdade, está cometendo um 
INDIFERENTE PENAL. 
EXEMPLO: Um cidadão, sem querer, esbarrano carro de um terceiro, 
causando danos no veículo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade, 
ele acredita que está cometendo crime de DANO CULPOSO, mas não 
sabe que o CRIME DE DANO CULPOSO NÃO EXISTE. Portanto, há, 
aqui, DELITO PUTATIVO. 
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!BITENCOURT, Op. cit., p. 524/525 
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DESCRIMINANTES PUTATIVAS Agente acredita não estar 
cometendo crime algum, por incidir 
em erro. Contudo, está 
praticando uma conduta típica e 
ilícita. 
DELITO PUTATIVO Agente comete um 
INDIFERENTE PENAL, mas 
acredita estar praticando crime. 
 
3.! PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO 
 
3.1.! Introdução 
Quando alguém comete um fato definido como crime, surge para o 
Estado o poder-dever de punir. Esse direito de punir chama-se ius 
puniendi. 
Em regra, todo fato típico, ilícito e praticado por agente culpável, é 
punível. No entanto, o exercício do ius puniendi encontra limitações de 
diversas ordens, sendo a principal delas a limitação temporal (prescrição). 
Desta forma, o Estado deve exercer o ius puniendi da maneira 
prevista na lei (através do manejo da Ação Penal no processo penal), bem 
como deve fazê-lo no prazo legal. 
Para o nosso estudo interessam mais as hipóteses de extinção da 
punibilidade. Vamos analisá-las então! 
O art. 107 do CP prevê que: 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de 
ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
Veremos, primeiro, todas as causas de extinção da punibilidade 
diversas da prescrição. Depois, vamos ao estudo da prescrição, que é a 
principal delas. 
 
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3.2.! Causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição 
O primeiro caso é bem simples. Falecendo o agente, extingue-se a 
punibilidade do crime, pois, como vimos, no Direito Penal vigora o 
princípio da intranscendência da pena, ou seja, a pena não pode 
passar da pessoa do criminoso. Assim, com a morte deste, cessa o 
direito de punir do Estado. 
A anistia, a graça e o indulto são modalidades muito parecidas de 
extinção da punibilidade. Entretanto, não se confundem. 
A anistia exclui o próprio crime, ou seja, o Estado determina que 
as condutas praticadas (já praticadas, ou seja, fatos consumados) pelos 
agentes não sejam consideradas crimes. A anistia pode ser concedida 
pelo Poder Legislativo, e pode ser conferida a qualquer momento 
(inclusive após a sentença penal condenatória transitada em julgado). 
EXEMPLO: Determinados policiais militares resolvem fazer greve por 
melhores salários, condições de trabalho, etc. Na greve, fazem piquetes, 
acabam coagindo colegas, etc. Tais pessoas estarão praticando crime. 
Contudo, posteriormente, o Poder Legislativo verifica que são pessoas 
boas, que agiram no impulso, compelidas pela precária situação da 
Corporação e, portanto, decide ANISTIÁ-LOS, ou seja, o Poder Público irá 
“esquecer” que tais crimes foram praticados (aqueles crimes praticados 
naquelas circunstâncias, ou seja, somente aqueles ali mesmo!). 
 
Alguns autores diferenciam a anistia em anistia própria e anistia 
imprópria. A anistia própria seria aquela concedida ANTES da 
condenação e anistia imprópria seria aquela concedida APÓS a 
condenação. 
Pode, ainda, ser: 
•! Irrestrita ou restrita – Será irrestrita quando se dirigir a 
todos os agentes. Será restrita quando exigir do agente 
determinada qualidade específica (ser primário, por exemplo). 
•! Incondicionada ou condicionada – Será incondicionada 
quando não impuser nenhuma condição. Será condicionada 
quando impuser uma condição para sua validade (Como, por 
exemplo, a reparação do dano causado). 
•! Comum ou especial – A primeira é destinada a crimes 
comuns, e a segunda é destinada a crimes políticos. 
Já a Graça e o indulto são bem mais semelhantes entre si, pois 
não excluem o FATO criminoso em si, mas apenas extinguem a 
punibilidade em relação a determinados agentes (podem ser 
todos), e só podem ser concedidos pelo Presidente da República. 
EXEMPLO: Imaginemos que, no exemplo da greve dos policiais militares, 
o Presidente da República assinasse um Decreto concedendo indulto a 
150 dos 300 policiais militares envolvidos. Percebam que o fato criminoso 
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não foi “esquecido” pelo Estado. Houve apenas a extinção da punibilidade 
em relação a alguns infratores. Assim, a ANISTIA atinge o FATO (e 
por via reflexa, a punibilidade). A graça e o indulto atingem 
DIRETAMENTE A PUNIBILIDADE. 
 
A Graça é conferida de maneira individual, e o indulto é conferido 
coletivamente (a um grupo que se encontre na mesma situação). 
A anistia só pode ser causa de extinção total da punibilidade (pois, 
como disse, exclui o próprio crime). Já a Graça e o indulto podem ser 
parciais. 
Pode ser extinta a punibilidade, também, pelo fenômeno da abolitio 
criminis, nos termos do art. 107, III do CP. Como vimos, a abolitio 
criminis ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o 
fato como crime. 
CUIDADO! Não confundam abolitio criminis com anistia. A abolitio 
criminis não se dirige a um fato criminoso específico, já praticado, A 
abolitio criminis simplesmente faz desaparecer a própria figura típica 
prevista na Lei, ou seja, a conduta incriminada (o tipo penal) deixa de 
existir. 
 
Pode ocorrer, ainda, de o ofendido, nos crimes de ação penal 
privada, renunciar ao direito de oferecer queixa, ou conceder o 
perdão ao acusado. Nesses casos, também estará extinta a 
punibilidade. 
A renúncia ao direito de queixa ocorre quando, dentro do prazo de 
seis meses de que dispõe o ofendido para oferecê-la, este renuncia ao 
direito, de maneira expressa ou tácita. A renúncia tácita ocorre quando o 
ofendido pratica algum ato incompatível com a intenção de 
processar o agente (quando, por exemplo, convida o infrator pra ser 
seu padrinho de casamento). 
O perdão, por sua vez, é muito semelhante à renúncia, com a 
ressalva de que o perdão só pode ser concedido quando já ajuizada 
a ação penal privada, e que o simples oferecimento do perdão, por si 
só, não gera a extinção da punibilidade, devendo o agente aceitar o 
perdão. 
Ocorrendo a renúncia ao direito de queixa, ou o perdão do 
ofendido, e sendo este último aceito pelo querelado (autor do fato), 
estará extinta a punibilidade. 
Em determinados crimes o Estado confere o perdão ao infrator, por 
entender que a aplicação da pena não é necessária. É o chamado 
“perdão judicial”. É o que ocorre, por exemplo, no caso de homicídio 
culposo no qualo infrator tenha perdido alguém querido (Lembram-se do 
caso Herbert Viana?). Essa hipótese está prevista no art. 121, § 5° do CP: 
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§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a 
pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma 
tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 
6.416, de 24.5.1977) 
Então, nesse caso, ocorrendo o perdão judicial, também estará 
extinta a punibilidade. Além disso, o art. 120 do CP diz que se houver o 
perdão judicial, esta sentença que concede o perdão judicial não é 
considerada para fins de reincidência (apesar de ser uma sentença 
condenatória). 
 
PERDÃO DO 
OFENDIDO 
RENÚNCIA PERDÃO JUDICIAL 
Concedido pela 
VÍTIMA 
Concedida pela 
VÍTIMA 
Concedido pelo 
Estado (Juiz) 
Somente nos crimes 
de ação penal 
privada 
Somente nos crimes 
de ação penal 
privada 
Somente nos casos 
previstos em Lei 
Depois de ajuizada a 
ação penal 
Antes do 
ajuizamento da ação 
penal 
Na sentença 
Precisa ser aceito 
pelo infrator 
Não precisa ser 
aceito pelo infrator 
Não precisa ser 
aceito pelo infrator 
 
Nos termos do inciso VI do art. 107, a retratação do agente 
também é hipótese de extinção da punibilidade, nos casos em que 
a lei a admite. Acontece isto, por exemplo, nos crimes de calúnia ou 
difamação, nos quais a lei admite a retratação como causa de extinção da 
punibilidade, se realizada antes da sentença. Nos termos do art. 143 do 
CP: 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da 
calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
 
Há, também, a extinção da punibilidade pela decadência ou pela 
perempção. A decadência ocorre quando a vítima deixa de ajuizar a 
ação penal dentro do prazo, ou quando deixa de oferecer a 
representação dentro do prazo (nos casos de crimes de ação penal 
privada e de ação penal pública condicionada à representação, 
respectivamente). O prazo é de seis meses a contar da data em que a 
vítima passa a saber quem foi o autor do fato. 
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A perempção, por sua vez, é a extinção da ação penal privada 
pelo “desleixo” da vítima (quando deixa de dar seguimento à ação, 
deixa de comparecer a alguma ato processual a que estava obrigado, 
etc.). Está prevista no art. 60 do CPP: 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-
se-á perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do 
processo durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não 
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o 
disposto no art. 36; 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a 
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o 
pedido de condenação nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar 
sucessor.!
 
3.3.! Prescrição 
Enfim, a clássica e mais comum hipótese de extinção da 
punibilidade: a PRESCRIÇÃO. A prescrição é a perda do poder de exercer 
um direito em razão da inércia do seu titular. Ou seja, é o famoso 
“camarão que dorme a onda leva”. 
A prescrição pode ser dividida basicamente em duas espécies: 
Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão 
executória. 
A primeira pode ocorrer quando ainda não há sentença penal 
condenatória transitada em julgado, e a segunda pode ocorrer 
somente depois de já haver sentença penal condenatória 
transitada em julgado. Vamos estudá-las em tópicos separados. 
 
3.3.1.! Prescrição da pretensão punitiva 
Aqui o Estado ainda não aplicou (em caráter definitivo) uma sanção 
penal ao agente que praticou a conduta criminosa. 
Mas qual é o prazo de prescrição? O prazo prescricional varia de 
crime para crime, e é definido tendo por base a pena máxima 
estabelecida, em abstrato, para a conduta criminosa. Nos termos do art. 
109 do CP: 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o 
disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena 
privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela 
Lei nº 12.234, de 2010). 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não 
excede a doze; 
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III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não 
excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede 
a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo 
superior, não excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 
(Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
Prescrição das penas restritivas de direito 
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos 
prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Assim, no crime de homicídio simples, por exemplo, para o qual a lei 
estabelece pena máxima de 20 anos (art. 121 do CP), o prazo 
prescricional é de 20 anos, pois a pena máxima é superior a 12 
anos. O crime de furto simples, por exemplo, (art. 155 do CP) prescreve 
em oito anos, pois a pena máxima prevista é quatro anos. 
 
 
CUIDADO! O prazo de prescrição do crime não é igual à pena máxima a 
ele estabelecida, mas é calculado através de uma tabela que leva 
em consideração a pena máxima! 
 
Mas professor, quando começa a correr o prazo prescricional? 
Simples, meus caros. A resposta para esta pergunta está no art. 111 do 
CP: 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, 
começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do 
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, 
previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima 
completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a 
ação penal. (Redação dada pela Lei nº 12.650, de 2012) 
 
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Apenas um comentário em relação a este artigo: A regra, aqui, é de 
que o prazo prescricional comece a fluir no dia em que o crime se 
consuma. 
 
CUIDADO! Lembrem-se de que o crime se considera praticado (tempo 
do crime) quando ocorre a conduta, e não a consumação. Assim: 
Tempo do crime – Momento da conduta 
Início do prazo prescricional – Momento da consumação 
Prestem atenção para não errarem isso, pois esta é uma pegadinha que 
pode derrubar vocês no concurso. 
EXEMPLO: Em 10.01.2010 José atira em Maria, querendo sua morte. 
Maria vai para o Hospital e só vem a falecer em 15.04.2010. No caso em 
tela, o tempo do crime é o dia 10.01.2010 (data em que foi praticado o 
delito). O início do prazo prescricional, porém, terá como base o dia 
15.04.2010, eis que somente nesta data o delito se consumou. 
 
Como nos crimes tentados não há propriamente consumação (pois 
não há resultado naturalístico esperado), o prazo prescricional começa 
a fluir da data em que cessa a atividade criminosa, mesmo critério 
utilizado para os crimes permanentes. 
Na hipótese de pena de multa, como calcular o prazo 
prescricional? Se a multa for prevista ou aplicada isoladamente, o 
prazo será de dois anos. Porém, se a multa for aplicada ou prevista 
cumulativamente com a pena de prisão (privativa de liberdade), o prazo 
de prescrição será o mesmo estabelecido para a pena privativa de 
liberdade. Isto é que se extrai do art. 114 do CP: 
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 
9.268, de 1º.4.1996) 
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; 
(Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de 
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou 
cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
 
A prescrição da pretensão punitiva pode ser a “ordinária”, que é esta 
que vimos até agora (e utiliza a pena máxima prevista como base), mas 
também pode ser a “intercorrente”. 
A prescrição da pretensão punitiva em sua modalidade 
“intercorrente” é aquela que ocorre DEPOIS da sentença penal 
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condenatória, quando há trânsito em julgado para a ACUSAÇÃO, mas não 
para a defesa. 
Como assim? Imagine que José tenha sido condenado pelo crime de 
homicídio a 06 anos de reclusão. A acusação não recorre, por entender 
que a pena está num patamar razoável. A defesa, porém, recorre da 
sentença. Neste caso nós temos o chamado “trânsito em julgado para a 
acusação”, ou seja, somente a defesa pode “se dar bem” daqui pra frente, 
já que quando o Tribunal for apreciar o recurso de apelação não poderá 
prejudicar o réu (recorrente), pelo princípio da non reformatio in pejus. 
Bom, considerando o exemplo acima, como a defesa não pode ser 
prejudicada no julgamento de seu recurso, podemos chegar à conclusão 
de que o máximo de pena que José irá receber será 06 anos (a pena 
atual). A partir deste momento o prazo prescricional passa a ser calculado 
tendo como base esta pena aplicada (e não mais a pena máxima em 
abstrato). 
Vejam que há uma implicação prática: Neste caso, o prazo 
prescricional diminui consideravelmente: Antes, o prazo prescricional 
(ordinário) era de 12 anos (pois a pena máxima é de 20 anos). Agora, o 
prazo prescricional a ser considerado (intercorrente) será de 12 
anos (pois a pena aplicada é de 06 anos. Está entre 04 e 08, nos termos 
do art. 109, III do CP). 
Vejamos o art. 110, §1º do CP: 
Art. 110 (...) 
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado 
para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena 
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data 
anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 
2010).!
 
A prescrição intercorrente, por sua vez, pode ser: 
•! Superveniente – Quando ocorre entre o trânsito em julgado 
da sentença condenatória para a acusação e o trânsito em 
julgado da sentença condenatória em definitivo (tanto para a 
acusação quanto para defesa). 
•! Retroativa – Quando, uma vez tendo havido o trânsito em 
julgado para a acusação, se chega à conclusão de que, naquele 
momento, houve a prescrição da pretensão punitiva entre a 
data da denúncia (ou queixa) e a sentença condenatória. 
Vejamos o esquema: 
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Esse é o sistema que vigora atualmente. Antes da Lei 12.234/10 
havia uma outra hipótese de prescrição retroativa, que era a que ocorria 
entre o fato criminoso e o recebimento da denúncia ou queixa. 
Atualmente essa hipótese NÃO EXISTE MAIS. 
Isso significa que não há mais hipótese de ocorrer prescrição 
entre a data do fato e a data do recebimento da denúncia ou 
queixa? Não, não é isso que ocorreu. O que não pode mais ocorrer é a 
prescrição RETROATIVA (ou seja, aquela calculada com base na pena 
aplicada) entre a data do fato e a data do recebimento da denúncia ou 
queixa. Nada impede, porém, que nesse lapso temporal ocorra a 
prescrição da pretensão punitiva ordinária (ou comum). 
CUIDADO! Tal previsão (vedação à prescrição retroativa tendo como 
marco inicial data anterior ao recebimento da denúncia ou queixa) é 
muito prejudicial ao réu, pois lhe retira uma possibilidade de ver sua 
punibilidade extinta. Desta forma, NÃO poderá retroagir para alcançar 
crimes praticados ANTES de sua entrada em vigora (Em 2010). Assim, 
aos crimes praticados ANTES da Lei 12.234/10, é possível 
aplicarmos a prescrição retroativa entre a data da consumação do delito 
e o recebimento da denúncia ou queixa. 
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Vou utilizar um caso exemplificativo para que possamos esclarecer as 
diversas hipóteses de prescrição da pretensão punitiva: 
 
EXEMPLO: Marcelo pratica o crime de furto em 01.01.1994. A denúncia 
é recebida em 10.06.2001. Marcelo é condenado em 10.07.2006 a 02 
anos de reclusão. O MP não recorre (com trânsito em julgado para a 
acusação em 25.07.2006), mas a defesa apresenta recurso, que é 
julgado e improvido (a pena é mantida), tendo havido o efetivo trânsito 
em julgado em 10.01.2014. 
Vejamos as hipóteses: 
PRESCRIÇÃO COMUM: Como a pena máxima prevista em abstrato 
para o furto é de 04 anos, o prazo prescricional seria de 08 anos (art. 
109, IV do CP). Entre a data da consumação do delito e o recebimento da 
denúncia não ocorreu tal prescrição, eis que se passaram apenas 07 anos 
e alguns meses. Também não ocorreu tal prescrição posteriormente (pois 
não se passaram mais de 08 anos entre uma interrupção da prescrição e 
outra). 
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE SUPERVENIENTE: Aqui devemos 
considerar como parâmetro a pena efetivamente aplicada (02 anos), de 
forma que o prazo prescricional a ser utilizado será de 04 anos (art. 109, 
V do CP). Podemosverificar que entre o trânsito em julgado para a 
acusação e o trânsito em julgado efetivo (para ambos), passaram-se 
mais de 04 anos, de forma que podemos dizer que HOUVE a prescrição 
da pretensão punitiva intercorrente SUPERVENIENTE. 
PRESCRIÇÃO RETROATIVA: Da mesma forma que a anterior, terá 
como base a pena efetivamente aplicada (02 anos), logo, o prazo 
prescricional utilizado será de 04 anos. Podemos verificar que entre o 
recebimento da denúncia e a sentença condenatória passaram-se mais de 
04 anos (pouco mais de cinco anos). Assim, podemos dizer que 
OCORREU a prescrição da pretensão punitiva retroativa. 
Neste caso, como a prescrição retroativa ocorreu, e isso podia ser 
verificado já em 25.07.06, sequer chegaríamos a ter a prescrição 
superveniente (utilizei apenas para facilitar a compreensão). 
ATENÇÃO! Como o crime foi praticado antes da Lei 12.234/10, seria 
possível reconhecer a prescrição retroativa entre a data da consumação 
do delito e data do recebimento da denúncia. 
 
Como nós acabamos de verificar, existem fatos que interrompem a 
prescrição. São eles: 
•! Recebimento da denúncia ou queixa 
•! Pronúncia 
•! Decisão confirmatória da pronúncia 
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•! Publicação da sentença ou acórdão condenatórios 
recorríveis 
•! Início ou continuação do cumprimento da pena 
•! Reincidência 
 
Uma vez interrompido o curso do prazo prescricional, este voltará a 
correr novamente, do zero, a partir da data da interrupção (salvo no caso 
de Início ou continuação do cumprimento da pena). 
Além disso, fora as duas últimas hipóteses, nas demais, ocorrendo a 
interrupção da prescrição em relação a um dos autores do crime, tal 
interrupção se estenderá aos demais. 
O CP prevê, ainda, hipóteses nas quais a prescrição não corre, tanto 
no que se refere à prescrição da pretensão punitiva quanto à prescrição 
da pretensão executória, embora as circunstâncias sejam diferentes para 
cada uma delas. Nos termos do art. 116 e seu § único, do CP: 
Causas impeditivas da prescrição 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não 
corre: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a 
prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por 
outro motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Assim, nestes casos, o prazo prescricional não corre, ficando 
suspenso. Uma vez resolvida a questão que causava a suspensão, 
ele volta a correr de onde parou (diferente da interrupção, 
portanto). 
 
3.3.2.! Prescrição da pretensão executória 
Como disse a vocês, a prescrição pode ocorrer antes do trânsito 
em julgado (prescrição da pretensão punitiva) ou depois do 
trânsito em julgado (quando teremos a prescrição da pretensão 
executória). Esta última ocorre quando o Estado condena o indivíduo, de 
maneira irrecorrível, mas não consegue fazer cumprir a decisão. 
Nos termos do art. 110 do CP: 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença 
condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no 
artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é 
reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
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Assim, na hipótese do crime de homicídio, conforme o exemplo dado 
anteriormente, antes de transitar em julgado a sentença condenatória, o 
prazo prescricional é regulado pela pena máxima cominada ao crime em 
abstrato, de acordo com a tabelinha do art. 109 do CP. Após o trânsito 
em julgado, o parâmetro utilizado pela lei para o cálculo do prazo 
prescricional deixa de ser a pena máxima prevista e passa a ser a 
pena efetivamente aplicada. 
Assim, se no crime de homicídio simples, que tem pena prevista de 
06 a 20 anos, o agente for condenado a apenas 06 (seis) anos de 
reclusão, o prazo prescricional passa a ser de apenas 12 (doze) anos, nos 
termos do art. 109, III do CP. 
O art. 112 do CP estabelece o marco inicial (termo a quo) do prazo 
prescricional da pretensão executória: 
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a 
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento 
condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da 
interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Lembrando que o início de cumprimento da pena é causa de 
interrupção da prescrição. 
O art. 112, I foi (e ainda é) muito criticado na Doutrina (recebendo 
algumas críticas na Jurisprudência também). Isto porque ele determina 
que o termo inicial da prescrição da pretensão EXECUTÓRIA 
ocorrerá com o trânsito em julgado para a ACUSAÇÃO. 
Isso significa que se houver o trânsito em julgado para a acusação 
mas não para a defesa (apenas a defesa recorreu), já estaria correndo o 
prazo prescricional da PRETENSÃO EXECUTÓRIA. 
As críticas, bastante fundamentadas, se dirigiam ao fato de que 
considerar a pretensão executória, neste momento, violaria a 
presunção de inocência, eis que ainda não houve o trânsito em 
julgado para ambas as partes. 
Outra crítica, muito importante, se refere ao fato de que a prescrição 
é a perda de um direito em razão da INÉRCIA de seu titular. No caso da 
prescrição da pretensão EXECUTÓRIA seria a perda do direito de executar 
a pena em razão da INÉRCIA do Estado em agir. Contudo, como não 
houve trânsito em julgado para a defesa, o Estado AINDA NÃO PODE 
EXECUTAR A PENA! Ora, se o Estado não pode executar a pena, 
como pode ser punido com a perda deste direito, se não podia 
exercê-lo?? 
A “gritaria” não foi aceita pela Jurisprudência, que firmou 
entendimento no sentido de que o termo inicial da prescrição da 
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pretensão EXECUTÓRIA ocorre com o trânsito em julgado para a 
acusação. 
Contudo, apesar de reconhecer que o termo inicial da prescrição da 
pretensão executória ocorre com o trânsito em julgado para a acusação, o 
STJ decidiu que antes de haver o trânsito em julgado para AMBAS AS 
PARTES a prescrição da pretensão executória NÃO PODE SER 
RECONHECIDA. 
Resumidamente: O prazo prescricional começa a correr com o 
trânsito em julgado para a acusação, mas eventual reconhecimento 
da efetiva ocorrência da prescrição (executória) somente terá 
cabimento APÓS o trânsito em julgado para ambas as partes. 
 
3.3.3.! Disposições importantes sobre a prescrição 
Vou elencar no quadrinho abaixo alguns pontosimportantes sobre o 
tema: 
 
 
REDUÇÃO DOS PRAZOS DE PRESCRIÇÃO: Em alguns casos, a Lei 
estabelece que o prazo prescricional será reduzido. É o caso do art. 115 
do CP, que estabelece que os prazos prescricionais serão reduzidos pela 
metade quando o infrator possuir menos de 21 anos na data do 
crime ou mais de 70 na data da sentença. 
AUMENTO DO PRAZO PRESCRICIONAL: Se o condenado é 
reincidente, o prazo de prescrição da pretensão EXECUTÓRIA aumenta-se 
em um terço. Não se aplica tal aumento aos prazos de prescrição da 
pretensão punitiva, conforme SÚMULA Nº 220 DO STJ: “a reincidência não 
influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”. 
PRESCRIÇÃO EM PERSPECTIVA (ANTECIPADA, PROJETADA OU 
VIRTUAL): Tal modalidade, uma criação jurisprudencial, nunca teve 
fundamento no CP. Consiste na configuração da prescrição tendo como 
base uma eventual futura pena a ser aplicada ao acusado. Assim, o Juiz 
analisava o caso e, verificando que o réu, por exemplo, receberia pena 
mínima (por ser primário, de bons antecedentes, etc.), utilizava esta 
pena mínima como parâmetro para o prazo prescricional. Isto não existe 
e atualmente é vedado pelo STJ, que sumulou o entendimento no sentido 
de que isso não possui qualquer previsão legal (SÚMULA Nº 438: “é 
inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com 
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo 
penal”.) 
PRESCRIÇÃOS DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Os menores não 
são julgados de acordo com as normas do CP, mas de acordo com o 
Estatuto da Criança e do Adolescente. Contudo, as normas referentes à 
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prescrição são aplicáveis às medidas socioeducativas (sanções penais 
aplicáveis aos adolescentes). Vejamos a SÚMULA 338 DO STJ: “a 
prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas”. 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
4.! EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01 - (CESPE – 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA) 
Exclui-se a culpabilidade do agente 
A) que falece após a ocorrência do fato. 
B) inteiramente incapaz ao tempo do fato. 
C) que age em estrito cumprimento do dever legal. 
D) portador de perturbação mental após o fato. 
E) maior de 70 anos de idade na data da sentença. 
 
02 - (CESPE – 2010 – DETRAN/ES – ADVOGADO) 
Tratando-se de culpabilidade, a teoria estrita ou extremada e a teoria 
limitada são derivações da teoria normativa pura e divergem apenas a 
respeito do tratamento das descriminantes putativas. 
 
03 - (CESPE – 2011 – PC/ES – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
A falta de consciência da ilicitude, se inevitável, exclui a culpabilidade. 
 
04 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
As causas legais de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de 
conduta diversa incluem a estrita obediência a ordem não 
manifestamente ilegal de superior hierárquico. Caso o agente cumpra 
ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram determinados, a 
conduta é culpável. 
 
05 - (CESPE – 2009 – DPE/AL – DEFENSOR PÚBLICO) 
Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP brasileiro, toda 
espécie de descriminante putativa, seja sobre os limites autorizadores da 
norma, seja incidente sobre situação fática pressuposto de uma causa de 
justificação, é sempre considerada erro de proibição. 
 
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06 - (CESPE – 2004 – AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL) 
A coação física e a coação moral irresistíveis afastam a própria ação, não 
respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, responderá pelo crime o 
coator. 
 
07 - (CESPE – 2011 – TER/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
ADMINISTRATIVA) 
Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso fortuito, 
cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao tempo do crime, 
ele era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. Nessa 
situação, embora tenha praticado fato penalmente típico e ilícito, Abel 
ficará isento de pena. 
 
08 - (CESPE – 2008 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Na obediência hierárquica, para que se configure a causa de exclusão de 
culpabilidade, é necessário que exista dependência funcional do executor 
da ordem dentro do serviço público, de forma que não há que se falar, 
para fins de exclusão da culpabilidade, em relação hierárquica entre 
particulares. 
 
09 - (CESPE – 2011 – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
O perdão judicial, uma das possíveis causas extintivas da punibilidade, 
consiste na manifestação de vontade, expressa ou tácita, do ofendido ou 
de seu representante legal, acerca de sua desistência da ação penal 
privada já iniciada. 
 
10 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Além de conduzir à extinção da punibilidade, a abolitio criminis faz cessar 
todos os efeitos penais e cíveis da sentença condenatória. 
 
11 - (CESPE – 2009 – SEJUS /ES – AGENTE PENITENCIÁRIO) 
A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente a 
punibilidade, tendo, de regra, ao contrário da graça, o caráter da 
generalidade, ao abranger fatos e não pessoas. 
 
12 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente cominada ou 
cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os mesmos prazos previstos 
para as respectivas penas privativas de liberdade. 
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13 - (CESPE – 2011 – TCU - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE 
EXTERNO) 
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a 
seguir. 
Na doutrina e jurisprudência contemporâneas, predomina o entendimento 
de que a punibilidade não integra o conceito analítico de delito, que ficaria 
definido como conduta típica, ilícita e culpável. 
 
14 - (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE 
INTELIGÊNCIA) 
Julgue o item a seguir, referente a institutos de direito penal. 
O erro de proibição escusável exclui o dolo e a culpa; o inescusável exclui 
o dolo, permanecendo, contudo, a modalidade culposa. 
 
15 - (CESPE – 2011 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE 
EXTERNO) 
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a 
seguir. 
O menor de dezoito anos de idade é isento de pena por inimputabilidade, 
mas é capaz de agir com dolo, ou seja, é capaz de praticar uma ação 
típica. 
 
16 - (CESPE – 2011 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE 
EXTERNO) 
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a 
seguir. 
As escusas absolutórias também são consideradas causas de exclusão da 
culpabilidade. 
 
17 - (CESPE – 2011 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE 
EXTERNO) 
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a 
seguir. 
São causas de exclusão da culpabilidade, expressamente previstas no 
Código Penal brasileiro, a coação moral irresistível e a ordem não 
manifestamente ilegal de superior hierárquico.

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