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1 Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AP1 – PRIMEIRA AVALIAÇÃO PRESENCIAL – 2017.2 DISCIPLINA: TEATRO, EDUCAÇÃO E SAÚDE Coordenação: Profª Elza de Andrade Tutoria: Profa. Nathália Brito GABARITO AP1 – 2017.2 Este gabarito indica os conteúdos que foram destacados para a correção das provas de AP1 da disciplina “Teatro, Educação e Saúde”. Ele também é um guia de estudos para as próximas avaliações. Leia a sua prova escrita e veja se suas respostas se aproximam dos conteúdos indicados neste gabarito. Atenção: as respostas deste gabarito são longas e trazem muitas informações. Isso não quer dizer que você necessita colocar todas estas informações para ganhar a pontuação total da questão. Significa que você precisa se aproximar do que a questão pergunta, mostrando que aprendeu e conhece o conteúdo da resposta. Consulte primeiro este gabarito, antes de pedir a revisão da nota da prova. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH Licenciatura em Pedagogia- EAD UNIRIO/CEDERJ 2 1ª Questão (2 pontos): Relacione a origem do teatro grego com o pensamento mítico e a raiz ritualística do ser humano. Aula 5. Na Grécia primitiva, os homens realizavam festas em homenagem ao deus da vegetação e do vinho, chamado Dionísio. Para homenagear o deus/mito Dionísio, as pessoas saíam de sua rotina cotidiana e voltavam-se para atividades ritualísticas que envolviam o canto e a dança em grandes procissões chamadas de dionisíacas, de cunho religioso. Essa situação só foi transformada quando Téspis, por volta de 534 a.C., abandonou a estrutura narrativa em que se fundamentavam estas festividades ritualísticas e assumiu o papel de Dionísio, iniciando a prática da representação e estabelecendo uma relação dialógica com o coro, inaugurando a função do ator. Pensamento mítico é um pensamento fundamentado nos mitos, que são histórias que explicam as origens da vida e de seus elementos, a partir da interferência de uma ordem superior na natureza. Essas histórias são construídas em uma linguagem repleta de imagens e símbolos. Dionísio além de ser um deus era também um mito grego, dos mais importantes. As formas pré-teatrais da Grécia Antiga transformam a prática ritualística em um acontecimento artístico mais autônomo, em relação à sua função religiosa originária, à medida que a tragédia e a comédia fortaleciam-se como gêneros e como expressão teatral, embora a raiz ritualística permanecesse. Esse dado é importante, pois diferencia o teatro do ritual e reconhece o nascimento de uma linguagem artística. Porém, a distinção entre o teatro em si e sua origem ritualística não pode implicar em uma desconsideração das bases do pensamento mítico que estavam presentes na necessidade de homenagear um deus que cuidava da colheita e da possibilidade de alimentação, das forças criadoras da vegetação, da fertilidade das mulheres, da capacidade de celebração da vida pela providência de mais recursos vivos, para 3 sustentá-la. Cuidar e homenagear este deus tão importante para a sobrevivência da população primitiva da Grécia vinha a ser uma atitude de zelo com a vida humana. Portanto, o teatro grego tem origem religiosa a partir de manifestações populares e ritualísticas que homenageavam o deus/mito da natureza, do vinho e da agricultura – Dionisio – também considerado o deus do Teatro. 2ª Questão (2 pontos): A aula 6 apresenta várias definições e conceitos de jogo que vão se constituindo ao longo do pensamento ocidental. Escolha duas destas definições e as desenvolva, dando exemplos de sala de aula, para cada uma delas. AULA 6 HUIZINGA – O jogo é uma atividade voluntária, exercida dentro de determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida cotidiana”. ARISTÓTELES e SÃO TOMÁS DE AQUINO - jogo e trabalho são indissociáveis pela necessidade recíproca. O jogo, portanto, não teria um fim em si mesmo, seria somente um meio, teria sentido apenas como repositor de forças, relaxamento necessário para que se pudesse voltar à atividade produtiva. Nesta concepção, o jogo aparece como atividade não séria porque não produtiva, apesar de possuir um valor positivo. FROEBEL – coloca o jogo como o centro da educação infantil. Trata-se da emergência de um novo paradigma do jogo que, em relação à criança, abandona a noção de frivolidade, de não seriedade e valoriza o jogo como elemento vital. E o jogo, sendo uma maneira da criança se expressar, deve ser estimulado pelo educador. 4 3ª Questão (2 pontos): O que Winnicott (1896-1971), médico e psicanalista inglês, propõe a respeito do brincar e do jogar para o desenvolvimento do indivíduo? AULA 7. Para Winnicott, a recuperação da saúde psíquica dá-se pelo restabelecimento das condições que propiciam o jogar e que ficaram perdidas na infância, porque a brincadeira é própria da saúde. O brincar facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia; finalmente a psicanálise foi desenvolvida como forma altamente especializada de brincar, a serviço da comunicação consigo mesmo e com os outros. Se condições desfavoráveis ocorrem na infância, vai haver ausência do uso criativo dos objetos e o empobrecimento da capacidade de experiência na área cultural; portanto, é importante estabelecer uma confiança que promova condições favoráveis para o jogar. Para Winnicott, o bebê vive a ilusão de que a mãe faz parte dele. Não há distinção entre a mãe e a criança. Um faz parte do outro. Aos poucos, essa ilusão vai sendo rompida, a situação mágica se desfaz. É um momento cheio de sensação de frustração que marca o processo de separação-individuação necessário ao crescimento emocional do indivíduo. A criança substitui com objetos o seio materno neste momento de separação da mãe. Estes são os objetos transicionais (o ursinho, a ponta do cobertor etc.), que serão os substitutos da mãe. A criança, ao criar o objeto transicional, simbolizando o seio materno, faz uso da imaginação e torna-se capaz de desenvolver a formação de símbolos. A criança vai integrar a capacidade de simbolizar com a de pensar, vai começar a distinguir a realidade da fantasia, mundo interno de mundo externo. 5 Esta área intermediária, entre o mundo interno e o mundo externo, é denominada por Winnicott de espaço potencial. É o lugar da função simbólica e transforma-se na área de brincar, sendo muito importante para o desenvolvimento infantil. No adulto, a área intermediária, este espaço potencial, é uma continuidade da área de brincar da criança e expressa-se na arte, na religião etc. 4ª Questão (2 pontos): Segundo Vygotsky (Rússia, 1896- 1934) como se dá a relação do brinquedo e do jogo infantil com o desenvolvimento da função simbólica na criança? AULA 7. Vygotsky, em seus estudos sobre o desenvolvimento das funções psíquicas superiores, destaca a importância do brinquedo e do jogo pela sua capacidade de preencher necessidades essenciais da criança. Demonstra como o pensamento constrói-se a partir das relações de jogo que ela estabelece com as coisas do mundo, considerandoo jogo a principal atividade da criança pequena. Para Vygotsky, o jogo da criança está orientado para a atividade futura de caráter social e, por isso imita as atividades do adulto, transformando-as em jogo e adquirindo, desta forma, os fundamentos das relações sociais. No brinquedo, para Vygotsky, os objetos perdem a força determinadora. A criança pode ver um objeto, mas pode agir de forma diferente da relação que tem com ele. Ela começa a agir independente daquilo que vê. Vygotsky explica que no brinquedo, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das ideias e não das coisas: um pedaço de madeira torna-se um boneco e um cabo de vassoura torna-se um cavalo. O brinquedo, para Vygotsky, cria a zona de desenvolvimento proximal porque a criança, ao brincar, entra em contato com comportamentos que vão além do seu comportamento diário, experimenta ações que aumentam suas possibilidades, sendo fator importante de desenvolvimento da criança na fase pré-escolar. 6 Para ele, os jogos da criança são processos criadores que, além de ajudar a desenvolver a imaginação, antecedem a atividade artística. Sendo que as crianças em seus jogos não se limitam a recordar e imitar as experiências vividas, mas reelaboram essas experiências, combinando-as de formas diversas e criando, a partir de suas necessidades, novas realidades. 5ª Questão (2 pontos): Nomeie e explique três técnicas que constituem o chamado “Teatro do Oprimido” de Augusto Boal. AULA 8 a) Teatro-Imagem: a encenação baseia-se na criação de imagens com os corpos dos participantes sobre situações, questões, problemas e sentimentos que experimentam em suas vidas. As imagens concretas construídas conduzem a uma maior compreensão e consciência dos processos pessoais, sociais e políticos vividos. b) Teatro-Fórum: é realizada uma encenação, baseada em situações reais de opressão, em que os personagens entram em conflito e o público é estimulado pelo curinga – o facilitador do Teatro do Oprimido – a substituir os atores em cena, buscando alternativas novas para transformar as situações de opressão. Neste processo, rompe-se a barreira entre palco e plateia e estabelece-se uma relação dialógica. c) Teatro-Invisível: é a realização de uma cena do cotidiano, encenada e apresentada no local onde poderia ter acontecido, sem que seja identificada pelo público como evento teatral. Os espectadores participam de forma espontânea, reagem e opinam às questões suscitadas pela encenação. d) Teatro-Jornal: foi criada em 1971 e era utilizada para revelar informações distorcidas pelos jornais da época, que eram censurados pela ditadura militar. “Nesta técnica, encena-se o que se perdeu nas entrelinhas das notícias censuradas, criando imagens que revelam silêncios”.
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