Buscar

terapêutica da dor e fármacos analgésicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

REALEZA 
2017 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL 
CAMPUS REALEZA 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
CCR: TERAPÊUTICA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
ALINE BIAZOTTO PEREIRA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DE TERAPÊUTICA NP1 
 
 
 
 
 
 
 
 
REALEZA 
2017 
1. TERAPÊUTICA DA DOR E DOS ANALGÉSICOS: 
Definição de dor: um fenômeno doloroso é um fenômeno dependente dos receptores. É 
uma experiencia sensorial ou emocional desagradável associada a uma lesão tissular real 
ou potencial. É uma percepção de um estimulo nocivo, experiencia envolvendo ambas 
sensações fisiologias ou emocionais. Estudos indicam que animais vocalizam e se afastam 
de um estimulo nociceptivo de grau similar aos humanos (começam a sentir dor). 
Dor: ocorre quando temos lesão tecidual que ativa terminações nervosas livras 
(receptores da dor ou nociceptores) dos nervos periféricos (terminais sensoriais 
aferentes). 
Nocicepção: atividade do SNAaferente induzida por estímulos nocivos, tanto exógenos 
(mecânicos, químicos, físicos e biológicos) quanto endógenos (inflamação, isquemia 
tecidual). Um fármaco analgésico pode ser considerado antinoceptivo. 
Classificação da dor: 
• Fisiológica: relacionado a um sinal protetor. Ex: reflexo arco motor. 
• Inflamatória: Inflamação ou processo patológico. Ex: artrite reumatoide. 
• Neuropática: é mantida mesmo após a retirada do estimulo (amputação). 
• Disfuncional: função anormal do sistema nervoso (fibromialgia, síndrome do 
intestino irritável). 
Classificação conforme intensidade: 
• Dor aguda: estimulo nocivo excessivo. 
• Dor Crônica: aberrações da via fisiológica normal (plasticidade neural). 
✓ Hiperalgesia: maior intensidade de dor associado a um estimulo leve – 
circunvizinhança a um estimulo nocivo. 
✓ Anodinia: mínimo estimulo que cause dor (como um leve toque -> dor). 
Ultrapassa os limites., a dor se propaga aos tecidos não lesados, a outro 
metâmero, por exemplo, entra na medula. 
Analgésico é algo contra a dor. Algesia é a causa de dor. 
 
 
REALEZA 
2017 
2. NEUROFISIOLOGIA DA NOCICEPÇÃO 
 
• LESÃO TISSULAR 
• ESTIMULAÇÃO DE NOCICEPTORES 
• LIBERAÇÃO DE MEDIADORES QUIMICOS 
• LIBERAÇÃO DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS 
(Choque neurogênico: exemplo: amputação – dor intensa) 
Caminho da dor: 
2.1. Efeitos periféricos: terminações nervosas livres pertencentes ao sistema sensorial 
aferente, representados por receptores mecânicos, termomecânicos de fibras A 
delta mielinizadas responsáveis por uma condução rápida na primeira fase da dor, 
bem como: receptores polimodais mecânicos, térmicos e químicos de fibras do 
tipo C, amielinizados ou pouco mielinizados de condução lenta, responsáveis por 
uma dor difusa, iniciam um potencial de ação a partir da lesão (despolarização). 
No local da lesão serão liberados vários neurotransmissores algésicos, como 
histamina, causando prurido; serotonina – dor compressiva (vasodilatação e 
compressão de estrutura nervosa, como enxaqueca); substancia P e GRP 
(neuropeptídios sensoriais) – dor pungente (queimação/ardência de pimenta); 
bradicinina – dor à queimação; prostaglandina E – dor do tipo pulsátil; íons H+ e 
K+ - relacionados com a dor da anóxia (observada em vísceras e músculos – como 
dor de câimbras do infarto agudo do miocárdio). 
OBS: os neurotransmissores algésicos são os neurotransmissores presentes na 
chamada “sopa inflamatória”, principalmente a substância P. 
2.2. Neuropeptídios sensoriais (neurocininas): estão relacionados a um tipo de dor que 
pode aparecer isoladamente da sopa inflamatória geral. São liberados pelas 
terminações nervosas dos aferentes primários. Sensibilizam os nociceptores e 
interagem com elementos celulares envolvidos na inflamação, resulta a instalação 
do processo inflamatório de origem neurogênica (dor neurogênica é a dor da 
queimadura do sol, da picada de abelha, da psoríase, da hemorroida...). Exemplos 
de neuropeptídios sensoriais são a substancia P, neuroquinina A e B, Peptídeo 
relacionado com o gene da calcitonina – CGRP. 
REALEZA 
2017 
Agrava o processo inflamatório original (dor neurogênica) sendo um amplificador 
do processo doloroso. 
Capsaicina é um princípio ativo das pimentas do gênero capsicon (?) esgota as 
vesículas contendo neuropeptídios em excesso na inflamação e dor neurogênica. 
Em altas dosagens, a capsaicina promove desenervação química. 
OBS2: as prostaglandinas por si só não causam uma grande dor, o que elas fazem 
é sensibilizar terminais nervosos sensoriais aferentes para os outros agonistas 
algésicos. Esse é o mecanismo neuroquímico da hiperalgesia. 
OBS3: A partir dessa descoberta, surgiu a teoria da analgesia pré emptiva 
(relacionada aos antinflamatórios não esteroidais). Relacionada ao campo da 
cirurgia. A tomada de AINES visando a diminuição da produção de 
prostaglandinas e consequentemente, hiperalgesia, antes das cirurgias. 
 
 
3. EVENTOS CENTRAIS DO PROCESSO DOLOROSO 
Áreas de terminação na medula espinhal: o impulso nervoso segue em direção ao sistema 
nervoso central e na região do corno dorsal da medula (substancia cinzenta) ocorrem as 
primeiras sinapses inibitórias da dor (comporta inibitória ascendente – sendo o objetivo 
não morrer de dor). 
3.1.Primeira sinapse moduladora da dor (espinhal): libera os neurotransmissores 
amplificadores, como substancia P, glutamato e NGF (fator de crescimento do 
nervo). São envolvidos com dor neuropática e ialodinica. De forma retrograda (na 
fase pós- pré-sináptica), os peptídeos opioides e a anadamida (canabioide 
endógeno) – analgésicos naturais. 
3.2. Papaver somniferum (papoula): predominam alcaloides que já eram utilizados na 
fitoterapia como analgésico desde antes de Cristo. Os povos primitivos utilizavam 
o ópio, que vem da papoula; substitutos como analgésicos, mas também são 
viciantes. No século XVII, foi isolada a morfina – excelente analgésico universal 
e foi a primeira substancia usada para debelar a dor como anestésico (droga hipno 
analgésica). Na década de 70 descobriu-se os peptídeos opioides naturais como a 
beta endorfina, metencefalina, dinorfina, havendo uma revolução nos estudos dos 
receptores opioides que culminou com a clonagem dos receptores opioides, que 
são: mi, kappa e delta (promovem analgesia) e sigma (que promove adicção). 
REALEZA 
2017 
4. SISTEMA CANABIOIDE ENDÓGENO 
4.1. Cannabis sativa (cânhamo): são alcaloides que ocupam receptores. Esse é outro 
sistema modulador inibitório do processo doloroso. Já era conhecido por muitos 
séculos, a Cannabis era usada como droga terapêutica na china. Utilizavam as 
folhas da planta. EM 1964, ocorreu o isolamento do THC (tetrahidrocanabinol). 
A evolução da compreensão do mecanismo veio tardiamento na década de 90. Em 
90, houve um grande avanço para desenvolvimento de fármacos a partir das 
moléculas de canabinoide endógeno, anadamida, receptores CB1 e CB2 da 
periferia (clonagem – GPCRs inibitórios). 
Exemplo: anti ulceras, antiglaucomas, moderadores de apetite não derivado da 
anfetamina, antidepressivos, ansiolíticos e analgésicos para dores neuropáticas. O 
óleo de canadibiol é usado para epilepsia. 
4.2. O mecanismo de ação dos analgésicos naturais: ativam receptores GPCRs, ativam 
proteína G, adenilato ciclase inibitória, inibem canais de cálcio “N” neuronal, 
ativação de canais de K+, inibição da liberação de neurotransmissores excitatórios 
(substancia P, glutamato, NGF) (Para a dor, ocorre o mecanismo de ação ao 
contrário). Os neurotransmissores excitatórios, antes de serem inibidos, são 
liberados da pré para a pós sinapse e ocuparão receptores nesse local. Ex: o 
glutamato ocupando 2 tiposde receptores: ampa/kainato e NMDA (plasticidade 
neural). Assim, o glutamato é o maior vilão no desenvolvimento de dores ditas 
neuropáticas, eliminando o canabioide de forma retrograda. 
4.3. Dor neuropática: lesões no SNC e SNP (ex: amputação, neuralgia do trigêmio, 
derrame cerebral, esclerose múltipla, diabete neuropático) – dores crônicas. Wind 
up e neuroma é a principal gênese das neuropatias. Após uma lesão nervosa, como 
esmagamento, as fibras se reorganizam no sentido de produzir neurotransmissores 
que promovem plasticidade neural na área da lesão. Esse esforço de reorganização 
leva a uma reorientação anormal das fibras, formando um enovelado de corpos 
neuronais, chamado de neuroma. Neste local, iniciam-se disparos repetitivos de 
alta frequência que levam a uma super sensibilização da comporta ascendente e 
surge a dor amplificada. 
OBS1: Assim, os antagonistas dos receptores glutamanérgicos são o alvo para o 
desenvolvimento de drogas anti-neuropáticas e anti alodínicas. 
 
REALEZA 
2017 
COMPORTA INIBITÓRIA DESCENDENTE SUPRA RENAL 
(CEREBRAL) 
O impulso nervoso evolui no SNC através de feixes espinho talâmicos (que ligam a 
espinha ao tálamo) e o potencial de ação despolariza áreas especializadas do cérebro, 
responsáveis pela sintonia fina da modulação da dor. Inicialmente, é estimulado o núcleo 
reticular paragiganto celular e em seguida o núcleo magno reticular; em ambos os casos, 
promovendo a liberação de opioides endógenos. Ao mesmo tempo, a progressão do 
tálamo leva a estimulação do chamado “centro da dor” da substancia cinzenta 
pereaquedutal. Tanto opioides quanto serotonina causam um feedback negativo do corno 
dorsal da medula, reforçando a analgesia. 
Paralelamente, são estimuladas estruturas que refinam o processo doloroso e promovem 
a interpretação da dor. Córtex somatossensorial que contribui com a movimentação 
muscular para esquiva da dor (arco reflexo). O Hocus coeruleus é responsável pelo 
componente adrenérgico da dor. Nessa área existem as substancias nigro estriatais (maior 
quantidade de sinapses noradrenérgicas do cérebro). A noradrenalina promove feedback 
negativo no corno dorsal da medula, reforçando (tudo com estresse é mais analgésico). 
ANALGÉSICOS OPIOIDES (HIPNOANALGÉSICO) 
Fármacos opioides: 
• Peptídeos endógenos: pró ópio melanocortina (POMC): pax intermedia da 
hipófise, relação importante com fotoperíodo. 
• O termo aplica-se a qualquer droga semelhante a morfina 
• Efeitos dos receptores opioides: 
✓ Analgesia: supramedular: receptor mi; medular: receptor mi, delta e 
kappa. 
✓ Depressão respiratória: receptores mi 
✓ Redução da motilidade gastrointestinal: mi, kappa e delta 
✓ Aumento de apetite: mi, kappa, delta 
✓ Modeladores de dopamina e acetilcolina: down regulation – queda da 
pressão arterial (antidepressivo) 
✓ Euforia: estado de felicidade anormal “orgasmo abdominal”. 
REALEZA 
2017 
OPIO 
Papaver somniferum (papoula): heroína e codeína. Todas as moléculas derivadas da 
morfina têm um anel químico. Podem ser classificadas como naturais, semissintéticos, 
sintéticos, ação mista e antagonista opioides. Alguns análogos da morfina são: 
hidromorfina, diamorfina (heroína), codeína. 
Derivados sintéticos são moléculas criadas pelo homem no laboratório, tais como: 
✓ Fentanil e petidina (100x mais potentes que a morfina – anestésicos) 
✓ Metadona (ação mais prolongada) 
✓ Etorfina (semelhante a morfina na veterinária) 
✓ Tramadol é um agonista seletivo mi, muito utilizado na clínica como anestesia e 
pós-operatório, e também em cólicas renais. 
Agonistas parciais – agonistas antagonistas: 
Agonista mi, antagonista kappa ou delta. Tais como buprenorfina e dinorfina. São 
fármacos utilizados em dores leves a moderadas, e também para o tratamento da adicção 
(vicio em morfina/heroína) – para “enganar” os receptores. 
Antagonistas Opioides: 
O objetivo principal é a analgesia. Utilizado para acelerar o despertar de grandes 
paquidermes após a contenção química com opioides. Exemplos de antagonistas são a 
naloxona e naltrexona. Esses fármacos foram desenvolvidos para a reversão da depressão 
profunda e dos efeitos colaterais dos opioides durante uma situação de opioides. 
Efeitos da morfina: 
• Analgesia muito potente com redução do fator emocional da dor 
• Euforia e bem-estar 
• “Orgasmo abdominal” – codeína tem pouco efeito hipnótico, porem tem uma 
especial afinidade pelos receptores mi inibitórios da zona talâmica da tosse, 
causando supressão da tosse. Em altas dosagens, transforma-se em metilmorfina, 
que por sua vez possui importantes efeitos hipnóticos. 
REALEZA 
2017 
• Somente opioides são considerados antitussígenos por excelência, por agirem 
diretamente no centro da tosse. 
• Náuseas e vômitos (área postrema do assoalho do IV ventrículo) 
• Constrição pupilar (importante para diagnostico de intoxicação por 
heroína/morfina pois as pupilas ficam pontiformes) 
• Constipação (problema em pacientes com idade avançada). Constipação + 
coprostase = fecalomas 
• Hipotensão, broncoconstrição, urticarias e prurido 
• Queda na atividade motora – individuo fica letárgico 
• Depressão respiratória – principal motivo de óbito 
• Relaxamento do esfíncter anal em roedores 
• Reflexo de Straub 
OBS: opioides são contraindicados para felinos, por conta de um efeito paradoxal sobre 
o SNC. Ao invés de causar depressão do SNC, causam um quadro excitatório como 
convulsões e aumento da agressividade. 
Síndrome de abstinência: excitação e agressividade, sudorese excessiva, cólicas 
abdominais, vômitos e diarreia, joga-se contra as paredes, intercala momentos de 
alucinação com momentos de raciocínio. 
Por que usar um agonista/antagonista opioide no tratamento? O agonista vai 
estimular parcialmente o receptor promovendo o menor efeito rebote em decorrência da 
retirada do mesmo. Obs: a naloxona é capaz de intensificar o efeito rebote do AMPciclico, 
ela bloqueia receptores mi, delta e kappa, aumenta a dor clínica e reverte muito 
rapidamente a analgesia e depressão respiratória opioide. 
 
 
 
 
 
REALEZA 
2017 
5. ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES – ANTINFLAMATÓRIOS NÃO 
ESTEROIDAIS (AINES) 
Com um maior avanço, os aines se tornaram seletivos de COX2, produzindo 
prostaglandinas algésicas (potencializam o efeito algésico dos agonistas algésicos: 
bradicinina, serotonina, substancia P) causando uma hiperalgesia, ao contrário dos 
antigos inibidores de COX1. Os inibidores seletivos de COX2 tem melhor perfil para a 
saúde do trato gastrointestinal, não causando alteração plaquetária. A seleção da droga 
pode ser influenciada pela ausência de efeitos colaterais, experiencia, convivência, custo. 
Obs: o arsenal terapêutico dos AINES é muito variado, onde existem desde fracos até 
potentes analgésicos, e sua indicação depende do sitio inflamado. 
5.1.FASES DO PROCESSO INFLAMATORIO 
• Vasodilatação 
• Exsudação plasmática 
• Exsudação celular (influxo de células tecidual) 
• Reparo 
5.2. Ácido Araquidônico 
É uma substância liberada na inflamação a partir de fosfolipídios da membrana dos 
glóbulos branco ativados e em células fixas. É fundamental na inflamação pois a sua 
metabolização gera vários mediadores inflamatórios como as prostaglandinas. 
Obs: em termos quantitativos, os agentes flogisticos derivados do ácido araquidônico 
são os que predominam dentro da sopa inflamatória, por conta disso é que se observa 
uma intensa eficácia anti-inflamatória dos AINES. 
5.2.2. A CASCATA DO ACIDO ARAQUIDÔNICO 
Durante um processo inflamatório/lesivo, a enzima fosfolipase A2 entra em atividade, 
contribuindo com o processo de liquefação tecidual.A fosfolipase A2 é inibida por 
corticosteroides, uma vez ativada, ela transforma o colesterol no lipídio tronco ácido 
araquidônico, que por sua vez é substrato para as enzimas oxidantes COX e LOX. 
 
 
REALEZA 
2017 
a. Via das ciclooxigenases: As COXs são um grupo de isozimas que podem ter 
funções defensivas ou lesivas para os tecidos. Todas elas geram um metabolito 
inativo intermediário chamado de prostaglandina H2 (altamente instável) e que 
sofre ação de enzimas especificas, como tromboxano que gera tromboxano A2; 
prostaciclina sintetase que gera PGI2; PGE2 sintetase gera PGE2; PGD2 gera 
PGD2; PGF2alfa sintetase que gera PGF2alfa (que é a única que não é pro 
inflamatória, não participando da sopa inflamatória – ajuda apenas na regulação 
do ciclo estral (luteolítica)). A PGJ2 tem particularidades de receptor, não sendo 
um GPCR clássico, como suas enzimas parentes. 
b. Via da lipoxigenase: a ativação da 5lipoxigenase gera a grande família de 
leucotrienos (LTA4, LTB4...). é uma família de mediadores lipídicos pro 
inflamatórios que estão envolvidos com a manutenção de processos inflamatórios 
crônicos e doenças autoimunes. São importantes quimiotáticos que atraem uma 
diversidade celular para o sitio inflamatório. Atuam em concentrações 
picomolares (1012 ) 
OBS: Recentemente, num projeto muito bem-sucedido de metabolonica e 
proteomica, foram desenvolvidos um grupo de eficazes antinflamatórios 
inibidores de leucotrienos, que atuam seja através da inibição da LOX, como por 
exemplo, a Azelastina. 
EICOSANOIDES: Prostaglandinas + Leucotrienos; COX +LOX 
PROSTANOIDES: COX 
Antagonistas de leucotrieno – receptor – grupo “lucaste” – Panlucaste e 
Zafilucaste que ajudam em doenças autoimunes como artrite reumatoide. 
Tecido específico: 
• Prostaciclina: tecidos que tem receptor IP, como endotélio vascular, rins, cérebro, 
plaquetas; 
• Tromboxano A2: TPalfa e beta. Como plaquetas, macrófagos, rins, musculo liso 
vascular 
• Prostaglandina D2: DP1 e DP2. Mastócitos, cérebro, vias aéreas, linfócitos, 
eosinófilos 
• Prostaglandina E2: EP1, EP3, EP3, Ep4. Cérebro, vias aéreas, plaquetas, musculo 
liso vascular 
REALEZA 
2017 
• Prostaglandina F2alfa: FP2alfa, FPbeta. Útero, vias aéreas, musculo liso vascular. 
(não é pró inflamatório). 
Mecanismo de ação dos AINEs: inibição da COX do ácido araquidônico, impedindo a 
formação das prostaglandinas inflamatórias, sem interferir com a LOX. 
Teste do edema da pata de rato: F. fasica (começo – imediata) libera histamina, 
neutrófilos, etc... F. tonica (tardia) – aumento de prostaglandinas e células 
mononucleares. 
A descoberta dos AINES 
• Salixalba spp. (chorão): antirreumático e antipirético. AAS (aspirina) aumento da 
potência anti-inflamatória. 
Ações farmacológicas dos AINES 
1) Efeito anti-inflamatório: modificação da resposta inflamatória; interfere nos eventos 
vasculares, em nível de arteríolas, shunts arteriovenosos na microvasculatura. Os AINES 
previnem a dilatação arteriolar, venular, abertura dos leitos capilares e promovem a baixa 
do fluxo sanguíneo. Vasodilatador e aumenta a permeabilidade vascular. 
2) Efeito analgésico: inibição de dor, sendo que baixa certas modalidades de dor. Nos 
terminais sensoriais aferentes existe a liberação de vários neurotransmissores algésicos, 
e da mesma forma que na inflamação, as prostaglandinas predominam sobre os 
neurotransmissores algésicos (=sopa inflamatória) com destaque para a substancia P, 
glutamato, bradicinina, e como principal amplificador, o NGF (fator de crescimento do 
nervo para dores neuropáticas e alodinicas). 
OBS: as PG’s por si só são fracos agentes algésicos, porem preparam o terreno da dor 
sensibilizando os terminais sensoriais para os outros agentes algésicos. 
3) Efeito antipirético: nem todos tem. 
Fisiopatologia da febre: durante o processo febril, o que ocorre é que no sitio inflamatório, 
ocorre a produção de pirogenicos endógenos (substancias que estimulam a produção de 
calor) como IL1, IL6 e TNF, produzidos por macrófagos e monócitos, mas também 
pirógenos exógenos como as LPS (das bactérias gram negativas). Todas essas substancias 
REALEZA 
2017 
tem afinidade pelos receptores da IL1 localizadas no termostato hipotalâmico chamadas 
de IL IKA, sendo um COX hipotalâmico (COX 3 ou isotipo de COX2); 
A prostaglandina E2 hipotalâmica estimula vias neuronais simpáticas (adrenérgicas) com 
ligação no centro cardio-circulatório do bulbo com a liberação da NOX ou NOK (?) e 
vem um comando periférico que promove simultaneamente após a elevação do set point 
hipotalâmico: 
a) Vasoconstrição periférica e paralelamente desacoplamento da fosforilação 
oxidativa e aumento da produção de calor corporal (no fígado, glicogenólise). 
Busca estimular a vasodilatação periférica (gelo em cima do fígado, compressa de 
álcool na testa...) 
Ao utilizarmos AINES como antipiréticos, a produção de PGs hipotalâmicas estarão 
impedidas, inibidas e todo o restante do ciclo febril se encerra, baixando a febre. 
Exemplos de AINES antipiréticos são: dipirona, paracetamol, novalgina, ibuprofeno, 
aspirina, profeniol. 
Os inibidores seletivos de COX2 não são bons antipiréticos. 
4) Efeito antitrombótico: Numa lesão perfurocortante, onde ocorre lesão vascular, as 
plaquetas se dirigem para a região afetada do endotélio e após a formação do 
empilhamento plaquetário há formação da rede de fibrinas (vide coagulação sanguínea), 
é liberado na região, altos teores de tromboxano A2 pelas plaquetas, este por sua vez 
agrega varias outras proteínas e fatores que vao contribuir para a formação do tampão 
vascular mediado pelo tromboxano, promovendo homeostasia. Patologicamente, o 
acumulo de proteínas de baixo peso molecular (LDL) favorecem a deposição de placas 
ateroscleróticas na túnica interna das artérias, provocando um desequilíbrio na produção 
de fatores relaxantes e contrateis derivados do endotélio. 
Esse desbalanço favorece o aparecimento de acidentes tromboembólicos, por isso a 
utilização de doses reduzidas de AINES (aspirina) é terapêutica obrigatória para a 
prevenção para recidivas de acidentes tromboembólicos 
 
 
 
REALEZA 
2017 
Indicações: O maior avanço no uso de AINES deu-se a partir da descoberta dos subtipos 
de COX 1 e 2. A 1, do tipo constitutiva (presente no tecido – fisiológica – protetora, que 
gera PGs fisiológicas que são responsáveis por ações, tais como proteção gastrointestinal 
(muco) agregação plaquetária, e hemodinâmica renal. Sua inibição leva a uma série de 
efeitos colaterais, como gastrite, ulcera, problemas de coagulação, insuficiência renal 
(nefrite). 
Já a COX2 é do tipo indesejável (a produção pode ser estimulada por estímulos 
inflamatórios: IL1, TNF e IL13). A COX2 não existe nos tecidos, ela precisa ser 
“cultivada” e pode ser inibida por glicocorticoides, IL4 e IL10 (endógenos). A COX2 
produz PG inflamatórias que promovem inflamação, dor e febre, e sua inibição 
promoverá um efeito anti-inflamatório PURO! Sem efeitos colaterais!! 
Isozimas: COX1 (fisiológica) e COX2 (patológica) elas sintetizam prostaglandinas 
diferentes. 
ANTINFLAMATÓRIOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO (PRIMITIVOS) 
• Derivados do ácido propionico: naproxeno e cetoprofeno (veterinária) e 
ibuprofeno (humanos). 
• Derivados do Indol: Indometacina (maior inibidor COX seletivo – inibem tudo!) 
• Xicam’s: piroxicam e derivados. 
• Derivados do ácido fenilacetico: diclofenaco 
• Derivados do ácido acetilsalicílico: aspirina, novalgina, fenilbutazona. 
 
EFEITOS COLATERAIS: 
• Gastrintestinais: dispepsia (azia); diarreia, constipação, náuseas, vômitos, 
sangramento gástrico, ulcera perfurante. 
• Reaçõescutâneas: reações anafilactoides 
• Nefrite crônica ou nefrite analgésica, por inibição das prostaglandinas 
vasodilatadas da vasa recta (nutre a medula do rim) 
• Distúrbios da medula óssea: dipirona e fenilbutazona (alterações nas células 
tronco da medula, ou aplasia medular) 
REALEZA 
2017 
• Toxicidade hepática: hepatite analgésica por inibição de prostaglandinas 
envolvidas no metabolismo hepático. Exemplo: hidroxibenzoquinona 
(derivado do paracetamol). 
• Broncoespasmo: derivados da aspirina, sendo proibido derivados da aspirina 
para asmáticos 
• Salicilismo: é a intoxicação por aspirina. Pode causar zumbidos, depressão do 
SNC, etc 
• Síndrome de Reye: numa infecção viral, o tratamento com AINE leva a um 
quadro de retardamento mental – coma – morte (em infantes geralmente). 
Sistema Digestório: 
Gastrite, erosões, ulceras gástricas. O epitélio do sistema digestório tem COX1 ou 2(?) 
(PGE2) que inibem as terminações sensoriais da mucosa, inibindo a produção de 
acetilcolina, histamina e gastrina e estimulam as células caliciformes que produzem muco 
cito protetor que é altamente alcalino (???) 
OBS: a redução da produção de muco associada a baixa produção de PGE2, favorece a 
produção de HCl, deixando a mucosa exposta e favorecendo a erosão (gastrite/ulcera). A 
principal geração de drogas antiulcera é baseado no misoprostol (Cytotec) que pe um 
análogo estável da PGE2 e que é utilizado com finalidades não terapêuticas como 
abortigênico. As PGE atuam fisiologicamente em baixas dosagens e qualquer excesso 
leva à perda da seletividade por seus receptores específicos (EP1, 2,3...) e ocupam 
promiscuamente os receptores de outras prostaglandinas: PGF2alfa que leva a luteólise, 
PGI2 que leva a hipotensão e PGD2 que leva ao broncoespasmo. Também pode haver 
desequilíbrio da perfusão renal e alterações hematológicas como anemia aplásica, 
leucopenia, tromcitopenias e agranulopatias. 
 
SEGUNDA GERAÇÃO DE AINES (PREFERENCIAIS COX2) 
Na dosagem terapêutica, inibe COX2, se aumenta a dose, inibe COX1 também. Alguns 
exemplos são: 
• Sulfonamida: nimesulida 
• Alcanonas: nabumetona 
REALEZA 
2017 
• Enólicos: Meloxicam 
Acidos Aminonicotínicos (atípicos) 
flunixina meglumina (banamine) 
• Infecções agudas 
• Grande ação antinflamatórios e analgésica em cavalos 
• Dor visceral associada com cólicas 
• Cólicas e distúrbios nos músculos esqueléticos, afecções pulmonares, 
septicemias, metrites 
• Síndrome MMA (suínos) – derivados de raças puras 
• Meia vida longa 
Fenilbutazona (pirazolonas) 
• Inflamações ósseas a articulações (humanos e animais de coluna longa – indica 
espondilite anquilosante ou bico de papagaio. 
• Afecções em tecidos moles 
• Pouca margem de segurança 
• Cães: osteoartrite, anormalidade de discos intervertebrais, artrite reumática 
• Ações antioxidantes – diminui a produção de superóxido 
• Contraindicado em pacientes com problemas renais, hepáticos e cardíacos. 
 
 
DMSO (dimetilsulfóxido) 
• Subproduto da madeira 
• Remove radicais livres 
• Deprime condução de impulsos aferentes 
• Aumenta a absorção de antibióticos 
• COX2 preferencial a 0,1% [] 
• Reduz quimiotaxia 
• Úbere, ouvido, afecções inflamatórias dos membros e traumas cerebrais de 
coluna, alergênico, teratogênico, alopecia, cataratas, inibidor da acetilcolina. 
REALEZA 
2017 
Tepoxilina 
• Inibidor dual COX e LOX 
• Suprime expressão da E-selectina 
• Bloqueia migração celular por LPS 
• Inibidor da ativação NF-KB 
Licofelone: 
• Inibidor dual de COX1 COX2 e LOX 
Coxibes – inibidores seletivos de COX2 
• Furanona diaril – substituído por rofecoxibe 
• Pirazol diaril – substituído por celecoxibe 
• Etoricoxibe (Arcoxia), Lumiracoxibe, Valdecoxibe (Bextra), Parecoxibe 
(desenvolvimento de outras moléculas de interesse veterinário) 
Deracoxibe e firocoxibe (advindos do parecoxibe) 
• Específicos em veterinária 
• Alta potência analgésica e anti-inflamatória 
• Trata osteoartrite, espondilite anquilosante, displasia coxo femoral, anticâncer 
para alguns tumores (orais e cutâneos). 
• Em pequenos animais só existe via oral, sem intravenosa. 
Exemplos: mavacoxibe (trocoxil); robernacoxibe (Onsion); cimicoxibe 
(cimalgex). 
ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS - GLICOCORTICOIDES 
Secretados pelo córtex das glândulas adrenais – esteroides adrenais. O córtex produz 
mineralocorticoides, que tem pequena ação anti-inflamatória, e seus hormônios são feitos 
de colesterol armazenado – com radical pentano peridro fenantreno. 
Os efeitos colaterais metabólicos são: interferem no metabolismo de carboidratos, 
proteínas e lipídios (hidrocortisona e corticoesterona – que possuem efeitos 
antinflamatórios). 
Tem atividade antinflamatória e imunossupressora para uso terapêutico. Os sintéticos têm 
mais efeito imunossupressor que os metabólicos. 
REALEZA 
2017 
Síntese e liberação: eixo hipotalâmico hipofisário: no hipotálamo, diante da necessidade, 
pe secretado o fator liberador de corticotropina (CRF) que atua sobre a hipófise anterior, 
estimulando a secreção do hormônio ACTH, que por sua vez, cai na corrente sanguínea 
e vai até o córtex da adrenal, estimulando a liberação dos glicocorticoides. As 
concentrações sanguíneas desses hormônios causam um feedback negativo inibitório 
sobre o CRF. Algumas patologias hipofisárias hipotalâmicas e do córtex suprarrenal 
podem liberar concentrações excessivas de glicocorticoides, levando ao 
hiperadrenocorticismo, com consequências devastadoras sobre a fisiologia animal. 
Os glicocorticoides em excesso também podem ocupar receptores dos androgênios e das 
progestagenos, gerando efeitos masculinizantes e feminilizantes, respectivamente. A 
aldosterona é um mineralocorticoide que em excesso, atuará sobre o receptor 
glicocorticoide. 
Usos clínicos: 
• Usar somente em situações criticas 
• Terapia e reposição da doença de Addison (hipoadrenocorticismo congênito) 
• Asma (intensa infiltração e migração de células de defesa) 
• Afecções inflamatórias de pele, olhos, orelhas ou nariz (eczema, conjuntivite 
alérgica, rinite – via tópica evitando ao máximo a absorção sistêmica) 
• Reações alérgicas graves (edema de glote e anasarca) 
• Doenças com componente autoimune ou inflamatório como lúpus, pênfigo, artrite 
reumatoide. 
• Prevenção da rejeição de transplantes (em humanos) 
Efeitos indesejáveis: 
• Edema 
• Hipocalemia e alcalose metabólica 
• Hiperglicemia e glicosúria 
• Poliúria e polidipsia 
• Diabetes 
• Retardo na cicatrização 
• Osteoporose 
• Diminuição do crescimento (fechamento precoce da placa epifisária) 
REALEZA 
2017 
• Atrofia da pele (delgada e friável – rasga-se com facilidade) 
• Teratogenia e aborto 
• Gastrite (inibe toda a cascata do ácido araquidônico – cox1, cox2 e lox) 
• Uso sistêmico prolongado, causa efeitos indesejáveis 
• Supressão da resposta a infecção 
• Supressão da síntese de glicocorticoides endógenos. Ex: dexmetazona – através 
da supressão hipofisária 
• Síndrome de Cushing (iatrogênica por excesso de glicocorticoides exógenos) ou 
por rebote (por parar o uso do glicocorticoide força a hipófise a produzir, 
aumentando a produção deles, e causando hipersecreção pelas adrenais) 
 
CORTICOESTEROIDES 
Princípio geral: insucesso de outros protocolos, suspensão gradativa e tem que obedecer 
ao ciclo circadiano. 
Para terapias de longo decurso, fazer check up semestral, urianalises, perfil bioquímico e 
celularidade. 
A dose fisiológica é de 450nmol/L em 8h, ou 110nmol/L -16h 
Doses terapêuticas: 
• Prednisolona: 0,2-3mg/kg – via IV, oral, IM (choque hipovolêmico usa-se 
150mg/kg – inibePG dilatadas) 
• Dexametazona: 0,1 -20mg/kg via oral, IV ou IM (emergências usa-se 40mg/kg) 
• Flumetazona: 0,03 – 2,5mg/kg IV, oral e IM 
Por que os glicocorticoides são mais eficazes do que os AINES? 
• Sobre os eventos celulares: imobilizam células de defesa redução de influxo e 
atividade de leucócitos) 
• Redução da atividade de células mononucleares, da proliferação de vasos e fibrose 
(inflamação crônica) 
• Redução da expansão clonal de linfócitos T e B e ação diminuída de células T 
auxiliares (secretoras de citocinas) 
• Obs1: Isso limita a terapêutica durante estados vacinais ***** 
REALEZA 
2017 
• Redução da função de osteoblastos e aumento da atividade de osteoclastos 
(osteoporose). Evitar durante o reparo ósseo após fraturas. 
Sobre mediadores inflamatórios e imunes: 
• Redução da produção e ação das citocinas (IL1, IL2, TNF e fator estimulador de 
leucócitos) 
• Redução da produção prostanoides e leucotrienos (inibem toda a cascata) 
• Reduz a expressão da COX2 
• Redução da produção de IgG (prejudica a reação vacinal) 
• Redução da concentração plasmática de componentes do sistema complemento 
• Redução na produção de oxido nítrico induzido (NOX) 
• Redução da liberação de histamina por basófilos e granulócitos 
• Efeito estabilizador de membrana que impede a degranulação de granulócitos. 
Ações degranuladoras dos glicocorticoides 
• Efeitos globais: 
✓ Redução da inflamação crônica e reações autoimunes 
✓ Redução da cicatrização e dos aspectos protetores da resposta 
inflamatória. Capacidade de mascarar um processo inflamatório franco e 
de infecções bacterianas. (Fibroblastos são inibidos: cicatrização) 
 
 
Genes regulados pelos glicocorticoides: 
Devido ao seu mecanismo de ação, interfere no código genético 
• Expressão reduzida: COX2, TNF, NOX, interleucinas, moléculas de adesão 
• Expressão aumentada: anexina 1 (inibe fosfolipase A2); IkBalfa (inibe NF-
KB); IL1ra (antagonista de IL1); peptidades, surfactante pulmonar. 
Mecanismo de ação: glicocorticoides atuam sobre receptores ligados a transcrição 
genética, intranucleares, de resposta lenta. A ligação dos glicocorticoides ao GR ativa o 
receptor e expõe seu domínio de ligações do DNA. Ocorre a migração do complexo para 
REALEZA 
2017 
o núcleo, dimerização e ligação aos elementos de resposta a glicocorticoides do DNA -> 
repressão ou indução de genes. “Dedos de zinco”. 
Ações não genômicas dos glicocorticoides: 
• Efeitos rápidos 
• Interação com receptores específicos de membrana 
• Alterações intracelulares (aumento de cálcio) 
• Vasoconstrição e indução da coagulação 
• Isso explica, em partes, o fato de alguns estrogênios estimularem a trombose. 
Farmacocinética: 
• Vias de administração: oral, tópica e parenteral (intraglobular, intrasinovial, 
raquidiana, etc) 
• Probabilidade menor de ocorrência de efeitos tóxicos sistêmicos por 
administração tópica (exceto grandes quantidades); exemplo: triancinolona não 
tem absorção pela pele por ser muito toxica 
• Posologia com dias alterados 
• Metabolismo hepático: sobrecarrega os hepatócitos 
• Meia vida plasmática da hidrocortisona é de 90 minutos, e os efeitos ocorrem entre 
2 a 8h 
A classificação dos corticoides acontece desde meia vida, potencia, duração da ação, 
sendo curta, intermediária e longa. 
As principais indicações clinicas são: 
BARBITURICOS E BENZODIAZEPINICOS 
Alguns exemplos são midazolan, propofol, etomidato... 
• Etomidato: hipnótico não barbitúrico, sozinho não tem efeito analgésico, porém é 
um ótimo sedativo. 
• Propofol: hipnótico não barbitúrico, de início rápido de ação dose terapêutica. 
Efeito curto e reversão rápida. Excreção hepática e extra-hepática. Sem 
propriedade analgésica. Excelente associação para medetomidinas e opioides. É 
REALEZA 
2017 
altamente viciante, e pode ser usado multiespecies. Pode ser administrado via 
subcutânea, intravascular e intramuscular. (2,5 mg/kg por indução) 
• Cetamina: tem alvos mais específicos, como o receptor NMDA que é o receptor 
natural excitatório do glutamato. Canal iônico modificado que aumenta a 
condutância biion (influxo de sódio e cálcio ao mesmo tempo). O bloqueio desse 
receptor deprime SNC. Pode ser usado em anestesia dissociativa de curta duração 
se usados isoladamente (45min), já em associação com xilazina, chega a uma hora 
e meia. Com a estimulação simpática central há a liberação de catecolaminas. 
Tanto na indução quanto na recuperação, pode causar alucinações e delírios. Pode 
ser administrado por qualquer via (IM, IV, oral, nasal) sendo um potente 
analgésico e é um dos poucos analgésicos que usa-se para dores neuropáticas em 
humanos. 
Seu mecanismo de ação é: glicina na medula e glutamato no SNC. 1-20mg/kg. 
Cetamina+xilazina ou cetamina+opioides. 
 
AGENTES AGONISTAS ALFA 2 
Xilazina, detomidina, dexdetomidina, clonidina... 
Atingem receptor alfa 2 pré sinápticos alfa adrenérgicos alto regulatório (vesículas 
sinápticas contendo adrenalina) que causa um feedback negativo sobre os terminais que 
contem vesículas noradrenérgicas nas régios nigro estriatais (vide comporta ascendente). 
• Diminui a resposta a intubação 
• Promove estabilidade hemodinâmica 
• Diminui consumo de anestésicos 
• Sedação resultante se caracteriza por um despertar tranquilo 
• Potencializa a analgesia 
• Diminui a agitação e o tremor no pós-operatório 
• Diminui a incidência de náuseas e vômitos no pós-operatório 
• NÃO CAUSA DEPRESSAO RESPIRATORIA! 
Obs: no grupo, a xilazinapossui um efeito diferenciado que é o de miorrelaxante de ação 
central, contribuindo com o relaxamento das grandes massas musculares, favorecendo 
assim, a síntese cirúrgica. 
REALEZA 
2017 
Obs2: Na contenção química de grandes ruminantes selvagens, os efeitos dos agonistas 
alfa dois podem ser revertidos utilizando-se o antagonista seletivo alfa 2 (ioimbina). 
Obs3: Zoletil e tiletamina fazem a anestesia e contenção de animais como primatas, 
felídeos, bovídeos, repteis, aves, etc. Derivado da cetamina de efeito mais duradouro e 
efeitos menos alucinógenos comparados a cetamina. Podem ser associados com 
Diazepam ou midazolam e são muito seguros, pode-se errar a dose que não há risco de 
vida. O zolazepam não deprime, a tilatemina que deprime muito e são otimamente 
associados. 
DROGAS PSICOLÉPTICAS (DEPRESSORES PSIQUICOS) 
São drogas que alteram positivamente a percepção diante de um distúrbio neuroquímico. 
Dentro desse plano, existem várias drogas, como: drogas ansiolíticas e hipnóticas 
• Ansiolíticas: usadas para tratamento da ansiedade 
• Hipnóticas: indutores de sono 
Ao relaxarem o paciente, causam certa sedação e sono, por isso, são clinicamente usados 
como agentes duplos (ansiolíticos e hipnóticos). 
SONO: 
• Estagio 0: vigília 
• Estagio 1: sonolência 
• Estagio 2: sono leve 
• Estagio 3 e 4: sono profundo – baixa secreção de esteroides (slow wave) 
• Sono REM: EEG- estagio 1. Sonhos recordáveis, facilidade ao despertar 
NEUROQUIMICA DO SONO 
• Serotonina: síntese de fatores do sono que se acumulam no hipotálamo 
• Acetilcolina: (feedback colinérgico no período pós prandial em monogástricos)- 
gênese e manutenção do sono REM 
• Histamina: mantem o estado de vigília no hipotálamo posterior ventrolateral 
(bloqueio de H1 = sono) 
• GABA, PGD2: também são envolvidos na regulação vigília – sono (-
importante). 
REALEZA 
2017 
DROGAS INDUTORAS DO SONO 
• Antagonistas H1 (prometazina, difenidramina) – sono por bloqueio 
histaminérgico hipotalâmico; 
• Benzodiazepinicos e barbitúricos: potencializam inibição GABA 
• Álcool etílico: potencializam inibição GABA, antagonizam receptoresNMDA/glutamato. 
HIPNO+SEDAÇÃO: depressão do SNC que evolui para anestesia geral, coma e morte 
por parada cardiorrespiratória. 
TRATAMENTO DA ANSIEDADE 
FUNDO FISIOLOGICO FUNDO PATOLOGICO 
Baixa do impulso vital/motivação Respiração mal adaptativa 
 Altera o equilíbrio em ausência de perigo 
potencial 
 Comportamento de apreensão, angustia, 
irritabilidade, tremor. 
 Sintomas somáticos: sudorese, vontade de 
evacuar. 
 
 
 
 
BARBITURICOS: 
• Derivados da malonilureia 
• Atualmente anticonvulsivantes (fenobarbital) e anestésico IV (tiopental) 
BENZODIAZEPÍNICOS: 
• Clordiazepoxido 
• Mais usados atualmente 
• Como os barbitúricos, também são anticonvulsivantes 
REALEZA 
2017 
5 EFEITOS PRINCIPAIS: sedativos, hipnóticos, ansiolíticos, relaxantes musculares e 
anticonvulsivantes. 
Obs: a principal vantagem é a segurança com uma grande janela terapêutica e destituído 
de efeitos colaterais. 
Midazolan, flunazepan, zolazepan (geralmente associados a bloqueios loco regionais); 
MECANISMO DE AÇÃO 
Potencializam o efeito inibitório neuronal do GABA, formação reticular (hipnose e 
sedação), sistema límbico (efeito ansiolítico e anticonvulsivante). 
 ** O receptor GABA A possui vários sítios de ligação de neurotransmissores e de 
fármacos endógenos. Sitio alostérico para barbitúricos e benzodiazepínicos. ** 
O reforço que os fármacos fazem sobre o GABA – hiperpolarização 
• Vantagens: alto índice terapêutico; menor dependência e relaxamento muscular 
• Desvantagens: potencialização do álcool, anti-histamínico e outros depressores 
do SNC, teratogênico, estrógenos diminuem sua biotransformação. 
FARMACOCINETICA 
• Lipolíticos: rapidamente absorvidos/distribuídos. Tempo de meia vida curta: 3-
8h. 
 
 
 
BARBITURICOS: 
• Causam tolerância e dependência; degradação da memória 
• Potentes depressores do SNC 
• Foram substituídos pelos benzodiazepínicos 
• Usados como anestésicos, injetável, como tiobarbitúricos 
REALEZA 
2017 
Mecanismo de ação: potencializam a ação inibitória do GABA, ligando-se diretamente 
ao canal receptor GABA. Alteram transporte sódio potássio, induzem depressão não 
seletiva do SNC. 
OUTROS ANSIOLITICOS E HIPNOTICOS 
• Buspirona: antagonista não seletivo SHT1 e SHT2, sendo antipsicótico 
• Etanol: potencializam GABA, antagonizam NMDA 
• Zolpidem: agem em receptores benzodiazepínicos, não dá sono (depressor sem 
causar sono). Antagonista natural dos benzodiazepínicos. 
TRANQUILIZANTES MAIORES (DROGAS ANTIPSICOTICAS OU 
NEUROLEPTICOS) 
Antipsicoticos: são drogas usadas no tratamento da esquizofrenia, transtorno bipolar, 
paranoia (loucura lucida) e outras psicoses. Ajudam na contenção química de animais. 
Esquizofrenia: caracterizada por ilusões, alucinações e delírio, distúrbios cognitivos e 
distúrbios de fala. Hiperatividade dopaminérgica. 
• Fenotiazinicos: Clipromazina (Amplictil® ), acepromazina (Acepram® ), 
Levomepromazina (Neosine® ), Prometazina (Fenergan® ) efeito sedativo e 
antihistaminico para ações anafilactoides. 
• Butirofenonas: dioperidol (+opioides) e azaperone (suínos, Suicalm® ). Obs: 
esses fármacos são utilizados experimentalmente como modelo de imobilidade, 
como Mal de Parkinson. Fazem redução tonica da musculatura dos animais. Esses 
são antagonistas dos receptores D1 e D2 (pos sináptico) e D2 (pré sináptico). Um 
é excitatório e outro inibitório do receptor GABAérgico. 
 
 
Mecanismo de ação: 
• Bloqueio de receptores dopaminérgicos, principalmente D2 (sintomas positivos) 
• Bloqueio de receptores serotinergicos, principalmente SHT1 (risperidona) 
• Bloqueio alfa adrenérgicos e colinérgico (efeito colateral) 
Reações adversas: 
REALEZA 
2017 
• Efeitos antimuscarinicos (como atropina) e antiadrenergicos (propofol) 
• Efeitos antihistaminicos H1 
• Poiquilotermia 
• Efeito antiemetico: bloqueio de receptores dopaminérgicos D2, ou receptores 
histamínicos H1, nazona de gatilho quimiorreceptora bulbal (onda n sentrona). 
São eficazes como antieméticos na gravidez e no tratamento com 
quimioterápicos, mas não o são no controle da cinetose. 
DISTURBIOS MOTORES 
Disanesia tardia: movimentos involuntários da face, língua, tronco e membros; aumento 
de receptores dopaminérgicos em resposta ao seu bloqueio por longo tempo. 
Parkisonismo 
EFEITOS DOS NEUROLEPTICOS 
• Ptose palpebral, ligeira protrusão da membrana nictante, prolapso peniano e 
abaixamento de cabeça. 
• Observação: animais submetidos a estresse intenso antes da administração ocorre 
um efeito paradoxal, com hiperexcitação, salivação concentrada, aumento dos 
parâmetros cardiocirculatórios 
• Baixa da pressão arterial, bloqueio alfa adrenérgico 
• Pode ocorrer bradicardia, taquicardia, reflexa a hipotensão 
• Contraindicação: alterações hepáticas e cardiovasculares, em gravidas... 
 
 
 
TERAPEUTICA ANTIEPILEPTICA OU ANTICONVULSIVANTE 
Convulsão: descarga paroxística neuronal, no córtex cerebral, generalizada ou focal com 
possibilidade de propagação. 
Obs1: São disparos repetitivos de alta frequência de potenciais de ação sucessivos a partir 
de uma área neuronal com fenômeno irritativo. Pode ou não haver lesão neuronal. 
REALEZA 
2017 
Obs2: O foco irritativo assemelha-se a uma pedra atirada na tranquilidade de um calmo 
lago, criando ondas de propagação ao longo da lamina d’agua e se espalhando por todo o 
lago. 
Crises convulsivas: podem ser associadas a anemia, eclampsia, hipoglicemia e síndrome 
de abstinência ao álcool e opioides e drogas como heroína, cocaína... 
Epilepsia é um mal que atinge 0,5-1% da população canina. As raças mais acometidas 
são beagle, cães de caça. Pode ser idiopática (sem causa aparente), secundária: como 
traumas e tumores cerebrais, infarto renal, scrapie, vaca louca, raiva, doenças 
regenerativas cerebrais. 
ABORDAGENS TERAPEUTICAS 
1) Bloqueio de canais de sódio VOC (canais deflagrantes de sódio rápido) 
2) Intensificação dos efeitos GABA (canal modificados GABAergico) 
3) Interferência no sistema glutamatergico (bloqueio de receptor glutamatergico) 
DROGAS PARA CONTROLE DE CONVULSÕES: 
• Fenobarbital: potencializa a inibição neuronal GABAergica 
• BDZ – Diazepam, clonazepam, clorazepato 
• Carbamazepina: derivado antidepressivo tricíclico, bloqueia canais de sódio, 
agrava a crise de ausência, usada no tratamento de neuralgia do trigêmeo. 
• Primidona: pró droga, biotransformada em fenobarbital e 
feniletilmalonamida. 
• Etossuximida: inibe correntes de cálcio de baixo limiar no tálamo (canais de 
cálcio dotipol) 
• Fenitoina: bloqueia canais de sódio. Primeira droga anticonvulsivante não 
sedativa 
• Valproato: bloqueia canais de sódio, inibe fracamente GABA transaminase e 
desidrogenase, diminuindo metabolismo GABA. 
NOVOS ANTICONVULSIVANTES 
• Vigabatrina: análogo do GABA que diminui o metabolismo por competição 
pela GABA transaminase e GABA desidrogenase. Daí o GABA original 
“sobra” na fenda sináptica, devido a competição pela enzima. 
REALEZA 
2017 
• Gabapentina: aumenta a liberação e diminui a biotransformação do GABA. 
Reforçador de atividade analgésica (usado com outros analgésicos). Para 
pacientes refratários a outros medicamentos. 
• Lamotrigina: meia vida curta: 2-5h; náusea, ataxia, tonturas. Cuidar risco de 
rash cutâneo. Utilizada em momentos de ataques, utilizadas para não haver 
esgotamento. Não pode ser utilizada continuamente, so para evitar reicidiva 
dos ataques (riscos de hepatite fulminante). 
• Precisa-se de silencio e escuridão após a medicação! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANESTESICOS LOCAIS 
Sãosubstancias capazes de bloquear, de forma totalmente reversível a geração e a 
propagação do potencial de ação em tecidos eletricamente excitáveis. Quanto mais 
despolarizado o tecido, maior a afinidade. 
Uso clinico: 
• Anestesia e analgesia local ou regional 
REALEZA 
2017 
• Topico (instrumentação de vias aéreas, procedimentos oftálmicos e cutâneos 
superficiais) 
• Venoso: diminuição da sensibilidade das vias aéreas (bloqueio de Bier), 
potencialização da anestesia geral, ação anti arrítmica 
• Pode causar necrose de extremidades e adicção – setor de amputados. 
Classificação: 
• Amino amidas: lidocaína (xilocaína), eridocaina, ropivacaina, bupivacaina... (10 
a 20x mais potentes) 
• Amino ésteres: cocaína, procaína (potencia =1), cloroprocaina, tetracaína. 
• Efeitos colaterais atribuídos aos amino ésteres deve-se ao seu efeito estimulante 
sobre o sistema nervoso autônomo adrenérgico, por isso a euforia e disposição 
para o trabalho (psíquico) e necrose periférica. 
Mecanismo de ação global: 
Bloqueio dos canais de sódio VOC (voltagem dependente) acontecendo baixa da 
permeabilidade ao sódio – diminuição na velocidade e grau de despolarização -> bloqueio 
da condução neuronal (interceptação do circuito neuronal – não se efetiva a percepção da 
dor). 
OBS: Esse canal é muito sensível a tetrodotoxina do baiacu (do Japão) -> toxina + letal 
do mundo. Indivíduos que se intoxicam pela TTX experimentam uma sensação de 
hipoestesia (sensibilidade periférica) e paralisia muscular (ligação irreversível) 
OBS2: O anestésico local liga-se com alta afinidade ao domínio 4 no seu segmento 6 da 
alfa hélice transmembrana, prejudicando totalmente a condutância do canal (reversível). 
Os anestésicos locais são bases fracas, PKA (“pH do fármaco”) em torno de 7,8 que atuam 
na dependência do pH do meio, que deve ser fisiológico (7,2-7,4). O que facilita sua 
passagem através da membrana de maneira passiva. Uso dependência (nada a ver com 
vicio!): os anestésicos locais têm alta afinidade para tecidos despolarizados que estão sob 
intensa descarga elétrica ou até mesmo no exercício. (Bloqueio é mais eficaz em tecidos 
mais despolarizados, tanto em indução quanto em recuperação). 
O que acontece? Fisiologicamente, temos 3 estágios dos canais de sódio VOC. 1º fechado, 
2º aberto e 3º refratário. No estado aberto, cerca de 70%, no estado fechado cerca de 20% 
REALEZA 
2017 
e no refratário/desativado (aberto, mas sem condutância) cerca de 10%. Quanto mais 
despolarizado o tecido, maior o número de canais no estado aberto, maior o bloqueio! 
Mecanismo de ação: a base fraca, em pH fisiológico é atraída pela membrana neuronal, 
difundindo-se repetidamente para dentro do citoplasma. Quando entra em contato com 
pH levemente ácido do citoplasma, está se ioniza (BH+), quebrando a molécula e o sitio 
ativo é automaticamente atraído para a subunidade S6 do domínio 4 e bloqueia o canal. 
Obs: antidoto para anestésico local é a inflamação. Em tecidos inflamados ocorre uma 
redução do pH extracelular nos tecidos circunvizinhos, o que causa ionização da molécula 
nesse ambiente e ela não ultrapassa mais a membrana. Não chegando aos 
neurônios/terminações nervosas/nervos. 
LIPOSSOLUBILIDADE 
• A potência está diretamente com a lipossolubilidade da membrana 
• O tempo de latência é relacionado ao grau de ionização na membrana. Quanto 
menor a pKa, mais rápido o início da ação. 
• A duração da ação está relacionada diretamente a ligação as proteínas 
plasmáticas. Quanto menor a ligação as proteínas plasmáticas, menor é o tempo 
de duração. 
EFEITOS COLATERAIS DOS ANESTESICOS LOCAIS 
• Importantes vasodilatadores arteriolares e venulares e muitas vezes podem levar 
a um quadro de vasoplegia (perda da reatividade vascular com queda importante 
da pressão arterial) choque vasomotor com sequestro sanguíneo. 
• Preventivamente a esse dano, são associadas nas formulações de anestésicos 
locais os vasoconstritores, tais como adrenalina (1:20000) e felipressina (0,1%) 
com o objetivo de reter o anestésico local no sitio de ação, reduzir a dose desse 
AL, prevenir os efeitos colaterais sobre o SNC, coração e vasos, e diminuir o 
sangramento no campo operatório. 
• Os anestésicos sem vasoconstritor são indicados para uso em pacientes com 
problemas de distúrbios na pressão arterial/hipertensão. Pacientes que colocaram 
próteses valvulares, adictos, ou que sofreram infarto do miocárdio há pouco 
tempo. 
REALEZA 
2017 
• Doses: em grandes animais, a média é de 15 a 20mL por sitio de aplicação e em 
pequenos é cerca de 5-10mL por sitio de aplicação. 
TOXICIDADE LOCAL 
Erros idiossincrásicos podem acarretar em lesão nervosa. 
Obs: a difusão dos AL em direção cranial na raquianestesia pode causar paralisia bulbar 
com a chegada do AL aos centros respiratórios e cardíaco. Pode acarretar em 
neurotoxicidade (convulsões) e cardiotoxicidade com efeito antiarrítmico, mas em doses 
elevadas pode causar arritmia. 
A procainamida é um antiarrítmico derivada da lidocaína 
Acidose metabólica e respiratória. 
Obs: por conta dessa pletora de sintomas de toxicidade, é obrigatório o procedimento de 
aspiração de êmbolos da seringa para verificar se não atingiu algum vaso. 
1. BLOQUEIO REGIONAL: 
• Infiltrativo local: em forma de leque, tenta-se bloquear o maior número 
de terminações nervosas. 
• Beta troncular: requer grande conhecimento de grandes estruturas 
nervosas que irrigam determinados órgãos. 
2. BETA ESPINHAIS 
• Epidural: deposição de formulações de AL convencionais diretamente 
no espaço subaracnóideo para pressão negativa 
• Raquianestesia: o sucesso depende da utilização de soluções 
hiperbasicas de AL (xilocaína pesada + glicose 5%) tende a se depositar 
nas partes baixas da medula, não se difundindo. 
 
 
 
 
 
REALEZA 
2017

Outros materiais