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1 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Nutrição ESTUDO DE CASO Câncer Endométrio HAS – DM São Paulo-SP Junho de 2006 2 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de nutrição ESTUDO DE CASO Câncer Endométrio HAS – DM M.B.C Trabalho Dirigido ao Estágio em Nutrição Clínica Aluna: Gíldisse de Oliveira Corrêa RA: 200211173 – 4º ANTM Nutricionista Orientadora: Daniela Thiele de Almeida Profª Orientadora: Margareth Lage L. de Fornasari São Paulo-SP Junho de 2006 3 INDICE 1 - RESUMO...................................................................................................... 4 2 - INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 3 - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA PACIENTE........................................ 6 4 - DADOS DO PRONTUÁRIO ....................................................................... 7 5 - CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS ....................................................... 8 6 - CONDIÇÕES GERAIS DE SAÚDE............................................................ 9 7 - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO SOBRE AS DOENÇAS............ 10 7.1 - Fisiopatologia da Hipertensão Arterial Sistêmica ................................ 25 7.2 - Obesidade ............................................................................................. 32 7.3 - A importância das fibras alimentares ................................................... 34 7.4 - A imortância da água na dieta .............................................................. 36 7.5 - Diabetes Tipo 1..................................................................................... 37 7.6 - Diabetes Tipo 2..................................................................................... 38 7.7 - Aspectos Peculiares do Idoso ............................................................... 40 8 - TRATAMENTO HOSPITALAR ............................................................... 43 9 - AVALIAÇÃO NUTRICIONAL................................................................. 60 9.1 - Avaliação da Dieta Habitual ................................................................ 86 9.2 - Avaliação Antropométrica, Bioquímica e Exame Físico ..................... 87 9.3 - Diagnóstico Nutricional........................................................................ 88 10 - CONDUTAS DIETOTERÁPICAS NO TRATAMENTO HOSPITALAR .. 89 10.1 - Objetivo da Dietoterapia..................................................................... 89 10.2 - Necessidades Nutricionais .................................................................. 89 10.3 - Prescrições Dietéticas ......................................................................... 91 10.4 - Evolução Nutricional ........................................................................ 101 10.5 - Reabilitação Nutricional ................................................................... 102 10.6 - Conclusão do Acompanhamento Dietoterápico ............................... 103 11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 104 12 - ANEXOS ................................................................................................ 106 12.1 - Cálculos da Dieta Habitual .............................................................. 106 12.2 - Cálculos da Dieta Leve para Diabetes Hipossódica.Erro! Indicador não definido. 12.3 - Cálculos da Dieta sem Resíduo para Diabetes Hipossódica............. 114 12.4 - Cálculos da Dieta Geral para Diabetes Hipossódica ....................... 118 12.5 - Cálculos da Dieta Geral para Diabetes Hipossódica ........................ 122 13 - ORIENTAÇÕES DE ALTA................................................................... 126 13.1 - Dieta para Diabetes........................................................................... 126 13.2 - Dieta Hipossódica............................................................................. 127 13.3 - Recomendações Gerais:.................................................................... 128 4 1 - RESUMO O presente estudo de caso foi realizado no Hospital Pérola Byington durante o estágio em nutrição clínica transcorrido no período de 24 de Abril à 30 de Junho de 2006. O estudo ocorreu na Oncologia, 8º andar leito 818-A, tendo a supervisão local da nutricionista Daniela Thiele de Almeida A paciente estudada M.B.C. foi internada no dia 05 de Junho de 2006 com sintomas de dor abdominal e diagnóstico definitivo de Câncer de Endométrio, acompanhada das seguintes doenças pregressas: HAS e DM. A paciente quando internada apresentava obesidade com boa aceitação alimentar e com o seguinte sintoma: dor abdominal. A paciente escolhida para a realização deste estudo foi submetida à cirurgia de Histerectomia Total Abdominal (HTA) + Salpingectomia - SOB (Trompas) + Oforectomia (ovário) retirada dos Linfonodos – LP (Bilaterais). O motivo da escolha da paciente para o estudo foi devido à necessidade de um acompanhamento em nível terciário, já que a cirurgia a qual fora submetida requer cuidado dietoterápico específico, pois a mesma tem quadro de DM, HAS e Obesidade. Foi acompanhada no período de 05/06/2006 à 10/06/2006. Dieta oferecida no período de internação foi Leve para díabetes e hipossódica. (05/06). No dia (06/06) pré-operatório a dieta foi leve, hipoglicídica sem resíduo hipossódica. A evolução da paciente foi rápida com diminuição do sintoma de dores abdominais, porém não houve perda de peso (esse não é o objetivo principal). Ao final do acompanhamento a paciente recebeu orientação de alta hospitalar com dieta Hipossódica para Diabetes. 5 2 - INTRODUÇÃO O presente trabalho foi realizado no Pérola Byington Centro de Referência da Saúde da Mulher. Durante o período de estágio de 24 de Abril á 30 de Junho de 2006. A paciente em questão foi acompanhada primeiramente no Pronto atendimento PA no dia 05 de junho de 2006, sendo transferida para internação na clínica OCR (oncocirurgica) do 8º Andar, Leito-818-A com a seguinte patologia: câncer do Endométrio + HAS + DM + Obesidade a qual foi submetida a intervenção para cirurgica do CA no dia 05 de Junho de 2006. O motivo da escolha da paciente para o estudo foi, que sua patologia exige um acompanhamento em nível terciário, principalmente após á cirurgia a qual fora submetida requerendo cuidado dietoterápico específico. Foi acompanhada no período de 05 de junho a 10 de junho de 2006. com a supervisão de nutricionista Daniela Thiele de Almeida. 6 3 - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA PACIENTE Nome: M. B. C. Sexo: Feminino Idade: 69 anos Nacionalidade: Brasileira Naturalidade: São Paulo - SP Residência: Bairro: Jardim Elias – Pirituba - São Paulo- SP Estado civil: Viúva Grau de instrução / escolaridade: Analfabeta Profissão / ocupação: Dona de casa Número de identificação no hospital / prontuário: 530667 Data de internação: 05/06/2006 Data de alta: 10/06/2006 7 4 - DADOS DO PRONTUÁRIO Anamnese ou Histórico da doença atual: A paciente relata que sempre foi obesa, ja tinha sido internada anteriormente no período pré menopausa com hemorragia, e não soube relatar com exatidão há quanto tempo é diabética e hipertensa. Antecedentes familiares Mãe com histórico de Patologia: Diabetes, Hipertensão e Obesidade, não recebia tratamentos médicos.Exame físico na internação A paciente apresentou os seguintes dados: eupnéica, hidratada, hipocorada, afebril (36º), ritmo cardíaco regular, abdômen flácido, dolorido, ruídos hidroárecos, membros sem edema e P/A: 140x100 mmH g. Diagnóstico definitivo Câncer de Endométrio 8 5 - CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS A paciente mora sozinha em casa de alvenaria própia, pequena e simples com luz, água , esgoto encanado, coleta e destino de lixo adequado. Sua filha reside na casa vizinha com marido e neta e, lhe presta toda assistência, não deixando faltar nada na medida do possível. Na internação a paciente tinha como acompanhante sua filha que fazia revesamento com a nora, nunca ficava sozinha. A paciente declara não trabalhar, recebe uma pequena aposentadoria deixada pelo mariado e tem ajuda dos filhos. A renda familiar não foi declarada. 9 6 - CONDIÇÕES GERAIS DE SAÚDE Paciente relata praticar atividade física diária (caminhada) 1 hora por dia. Não fuma, não ingere bebidas alcoólica. Seu apetite é normal, sua “mastigação” é considerada boa, porém faz uso esporádico de prótese mas não usa por não gostar, apresenta boa deglutição e digestão, o hábito intestinal é normal. Medicamentos utilizados pela paciente: Aradois H® e Diabenese® Condições psicológicas e comportamentais: A paciente encontrava-se em estado de ansiedade devido ao processo cirúrgico. 10 7 - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO SOBRE AS DOENÇAS Fisiopatologia Câncer Nos últimos cem anos, o ser humano tem sido exposto a uma quantidade cada vez maior de inúmeros compostos químicos novos (resultantes da atividade industrial), amplamente distribuídos no ambiente e capazes de induzir danos ou lesões no material genético. O corpo humano contém trilhões de células agrupadas para formar tecidos, como os músculos, ossos e pele. A maioria das células normais cresce, se reproduz e morre em resposta aos sinais internos e externos ao corpo. Se esses processos ocorrerem de modo equilibrado e de forma ordenada, o corpo permanece saudável executando suas funções normais. No entanto, uma célula normal pode tornar-se uma célula alterada e isso ocorre quando o material genético é danificado. Material genético é toda a informação contida nos genes, formados pelo ácido desoxirribonucléico ou DNA e localizados no núcleo celular. Os genes são responsáveis pela produção de todas as nossas proteínas, que determinam tudo, isto é, desde a estrutura à função do nosso corpo, bem como o comportamento e aparência normal das células, além de conferir todas as características físicas únicas que formam o conjunto de cada indivíduo. A partir do momento em que uma célula carrega uma lesão em seu material genético (DNA), ela passa a ser uma célula alterada, sendo denominada mutada. Uma vez lesado o DNA, o corpo consegue, quase sempre, promover o reparo desses danos através de eficientes mecanismos que recompõem as atividades celulares. Com o passar dos anos as alterações que não foram reparadas vão se acumulando e, eventualmente, podem levar à perda de controle dos processos vitais da célula, uma vez que a célula mutada não mais obedece aos sinais internos. Deste modo, a célula mutada passa a agir independentemente em vez de cooperativamente, dividindo-se de modo descontrolado, até formar uma massa celular denominada tumor. 11 Um tumor é denominado benigno quando ele não invade os tecidos vizinhos ou se transloca, via sangüínea, para outros locais. Esses tumores são quase sempre facilmente removidos cirurgicamente. Por outro lado, se as células tumorais crescem e se dividem, invadindo outros locais, são denominadas malignas ou cancerosas. Essas células podem ter a habilidade de se espalhar pelos tecidos sadios do corpo, por um processo conhecido como metástase, invadindo outros órgãos e formando novos tumores. Existem aproximadamente 200 tipos diferentes de câncer, muitos deles curáveis, se detectados precocemente. São as principais categorias dos cânceres conhecidos: carcinomas, sarcomas, leucemias e linfomas. Os carcinomas incluem os cânceres que se originam de células que formam a epiderme - tal como o câncer de pele - ou tecidos que revestem os órgãos internos, por exemplo o carcinoma de pulmão ou, ainda, formam as glândulas, como no caso do câncer de mama. Os sarcomas, por sua vez, representam os cânceres que se originam dos tecidos conectivos como os ossos e cartilagens (osteossarcoma ou câncer do osso) ou tecidos musculares (rabdomiossarcoma ou tumor maligno do músculo esquelético). Portanto, o câncer pode ser definido como uma doença degenerativa resultante do acúmulo de lesões no material genético das células, que induz o processo de crescimento, reprodução e dispersão anormal das células (metástase). As leucemias e os linfomas estão relacionados, respectivamente, aos cânceres originados das células formadoras do sangue e das células do sistema imunológico ou de defesa. Como exemplo de leucemia, temos a leucemia granulocítica que é o câncer das células brancas do sangue; e de linfoma, o câncer que acomete os linfonodos, denominado linfoma de Hodgkins. O câncer constitui importante causa de mortalidade em todo o planeta, sendo a segunda causa de morte no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares. Sabe- se hoje que cerca de 1% de todos os cânceres são de origem hereditária e 16% são atribuídos a agentes infecciosos. Contudo, existem evidências substanciais de que na origem de 80 a 90% de todos os tipos de cânceres haja o envolvimento dos agentes ambientais representados por compostos químicos oriundos do tabagismo, alcoolismo e infecções parasitárias e, principalmente da dieta alimentar, bem como 12 de agentes físicos representados pela luz ultra-violeta ou solar, causa principal do câncer de pele. Assim sendo, as medidas preventivas devem incluir mudanças no estilo de vida. Alguns indivíduos estão geneticamente predispostos a desenvolver um tipo particular de câncer em algum estágio de suas vidas, independente da ação do ambiente. Esses são ditos suscetíveis ou predispostos. No entanto, pessoas que herdaram um gene mutado, podem não desenvolver a doença. Existem hoje testes e medidas preventivas eficazes no aconselhamento de pessoas que possuem histórico familiar de câncer. Em muitos casos, os sintomas do câncer só aparecem após a doença ter se instalado. Embora o corpo humano possua mecanismos de defesa naturais, nosso estilo de vida e hábitos nocivos à saúde podem suplantar a capacidade desses mecanismos de defesa da célula contra a mutação. No entanto, cada um de nós deve ter em mente de que nunca é tarde para melhorar nossos hábitos de vida. Tal atitude ajudará a reduzir as chances de desenvolvimento do câncer e melhorar sobremaneira, outros aspectos da saúde. Além disso, exames preventivos devem ser realizados periodicamente, para aumentar a chance de diagnóstico precoce (ou seja, de se descobrir uma lesão cancerosa ainda na fase inicial). Por exemplo, exame de próstata, Papanicolaou, mamografia. A mutação genética pode ser causada por repetidas exposições do organismo humano, em nosso cotidiano, aos inúmeros agentes físicos, químicos ou biológicos a que ele se expõe, quer por inalação, por ingestão ou por contato da pele. Alguns exemplos de fatores de exposição que podem causar mutações< Fatores biológicos: Pessoas que não herdaram genes mutados podem desenvolver câncer devido a alterações genéticas provocadas por certas infecções por vírus ou bactérias, tais como o câncer de fígado devido a hepatites B ou C (provocadas por vírus), câncer de colo uterino e cervical nas mulheres ou de pênis (causados por infecção por papiloma vírus), câncer de estômago (devido à infecção por bactéria Helicobacter pylorii prolongadae não tratada). • Agrotóxicos: Também podemos desenvolver câncer quando nosso corpo é exposto a pequenas doses diárias de inseticidas tanto de uso 13 caseiro quanto por contaminação de cereais, frutas e legumes nas lavouras – ao longo dos anos. • Poluentes atmosféricos: presentes na fumaça do escapamento de veículos movidos a óleo diesel, gasolina e álcool e outros aditivos que são misturados a eles, bem como o cigarro e os vapores químicos de indústrias diversas (de refino de petróleo, de tratamento de madeiras, de solventes industriais, etc.) o pó de amianto, os vapores de chumbo e outros químicos presentes nas tintas de parede, vernizes, tinturas de cabelo, etc., também podem atuar como um dos fatores para o desenvolvimento de diversos tipos de tumores malignos. • Exposição prolongada ao sol – principalmente na infância e adolescência – pode resultar em câncer de pele e melanoma (um tipo mais agressivo de câncer de pele) na idade adulta. É importante compreender que, cada vez que irritamos a pele ao sol (bronzeamento, vermelhidão, ressecamento ou bolhas e descamação), lesões acontecem nas camadas mais profundas que não são reparadas. Essas lesões vão se acumulando, com a repetição da exposição aos raios ultravioletas da luz do sol (mesmo em dias nublados) e podem acabar produzindo mutações malignas, principalmente em pessoas de pele clara. Um estilo de vida com muitas tensões emocionais, pressões, má alimentação, sono irregular, traumas ou episódios profundos e prolongados de depressão, podem contribuir para que todos os fatores já mencionados - ou vários deles - causem uma mutação maligna em algum órgão, em algum ponto de nossas vidas. Teoricamente, o câncer deveria ser mais comum na velhice, quando nosso corpo já acumulou muitas lesões devido ao estresse, poluição, contaminação com diversos cancerígenos e, ao mesmo tempo, tem as suas defesas naturais enfraquecidas devido à própria idade avançada. No entanto, os níveis crescentes de poluição (do ar, das águas e dos alimentos), contaminação alimentar por carcinogênicos, alimentação rica em frituras, gorduras e alimentos artificiais e conservados com químicos nocivos à saúde, o câncer está aparecendo no mundo moderno cada vez mais cedo e em um número crescente de indivíduos. 14 Hoje a Medicina já trata com sucesso um número cada vez maior de tipos de neoplasias (câncer). O diagnóstico de um tumor em suas fases iniciais de desenvolvimento, aumenta a chance de cura total da doença. Porém, novos tratamentos para alguns cânceres em seu estágio avançado, encontram-se hoje em desenvolvimento, com resultados animadores. Entre esses novos recursos de tratamento, encontram-se as terapias rediferenciadoras (com formas ácidas da vitamina A e D para alguns tumores e o trióxido de arsênico, para alguns tipos de leucemia), a hormonioterapia, como tratamento adjuvante para tumores de próstata e endométrio uterino e mama, bem como algumas vacinas, como a Theratope®, que se encontra em fase final de testes na Grã Bretanha, com mais de 900 pacientes com câncer de mama avançado. Novos medicamentos imunomoduladores que ajudam a aumentar as defesas naturais do corpo (sistema imunológico) a combaterem tumores já estão sendo utilizados no Brasil. Além disso, alguns tratamentos tradicionais continuam progredindo, como as diversas novas técnicas de diagnóstico precoce, de cirurgia, novos tratamentos com medicamentos quimioterápicos e novos avanços em radioterapia Uma crescente compreensão da importância de uma alimentação equilibrada e apropriada para o paciente com câncer é outro fator fundamental para melhorar a resposta aos tratamentos, promover sua qualidade de vida e diminuir ou evitar certos efeitos colaterais dos tratamentos. Tratamento Médico Hoje a Medicina já trata com sucesso um número cada vez maior de tipos de neoplasias (câncer). O diagnóstico de um tumor em suas fases iniciais de desenvolvimento, aumenta a chance de cura total da doença. Porém, novos tratamentos para alguns cânceres em seu estágio avançado, encontram-se hoje em desenvolvimento, com resultados animadores. Entre esses novos recursos de tratamento, encontram-se as terapias rediferenciadoras (com formas ácidas da vitamina A e D para alguns tumores e o trióxido de arsênico, para alguns tipos de leucemia), a hormonioterapia, como tratamento adjuvante para tumores de próstata e endométrio uterino e mama, bem como algumas vacinas, como a Theratope®, que se encontra em fase final de testes na Grã Bretanha, com mais de 900 pacientes com 15 câncer de mama avançado. Novos medicamentos imunomoduladores que ajudam a aumentar as defesas naturais do corpo (sistema imunológico) a combaterem tumores já estão sendo utilizados no Brasil. Além disso, alguns tratamentos tradicionais continuam progredindo, como as diversas novas técnicas de diagnóstico precoce, de cirurgia, novos tratamentos com medicamentos quimioterápicos e novos avanços em radioterapia. Portanto, no caso de diagnóstico de câncer, procure informar-se com seu médico sobre as melhores estratégias de tratamento para o seu caso em particular. Uma crescente compreensão da importância de uma alimentação equilibrada e apropriada para o paciente com câncer é outro fator fundamental para melhorar a resposta aos tratamentos, promover sua qualidade de vida e diminuir ou evitar certos efeitos colaterais dos tratamentos. (Sociedade Brasileira de Cancerologia) Internação Hospitalar e Cirurgia Dos tratamentos mencionados anteriormente, a cirurgia é o tratamento que quase sempre exige internação hospitalar, principalmente quando se tratam de tumores internos profundos ou em regiões de difícil acesso. Muitas vezes, o paciente de câncer chega ao serviço de saúde em um grau profundo de desnutrição, devido à falta de apetite ou dificuldade em alimentar-se. Nesses casos, o médico responsável pode decidir interná-lo por alguns dias para que ele possa receber alimentação por via enteral (sonda nasoenteral) ou parenteral (veia periférica, ou veia central), enquanto realiza os exames adicionais necessários para planejar a cirurgia. A cirurgia pode ser realizada com dois objetivos: extrair o tumor e/ou realizar a biópsia (exame que determina o tipo de tumor) e verificar se existem metástases na proximidade dele. (Metástases são formadas por células que saem do tumor principal e invadem outros órgãos ou tecidos). Quando nódulos linfáticos exibem invasão ou metástase, o médico cirurgião extrai estes nódulos também, na maioria das vezes. Uma vez encerrada a etapa cirúrgica, o médico responsável por seu tratamento irá decidir o tipo de terapia necessária a seguir:- quimioterapia, radioterapia ou ambas – ou ainda, uma combinação de uma destas (ou de ambas) com outras terapias, tais como a imunomodulação e/ou uma terapia rediferenciadora. Geralmente, esses tratamentos são realizados sem internação, através de atendimento 16 ambulatorial – a menos que seu médico decida que é importante mantê-lo internado por mais alguns dias. Sistema de Tratamento Ambulatorial É realizado quando o médico responsável e o paciente decidem que o tratamento pode ser feito sem a necessidade de internação. Tanto a quimioterapia quanto a radioterapia podem ser feitas em ambulatório. Quimioterapia É um tratamento que utiliza medicamentos (remédios) que eliminam as células de câncer que formam os tumores e metástases. Quando o tumor é muito grande e se encontra em uma região do corpo que não permite sua extração por cirurgia ou permite apenas a retirada de parte do tumor, a radioterapia pode ser utilizada em combinação com a quimioterapia ou uma e depois a outra – dependendo do que seu médico decidir ser mais recomendável. A quimioterapia pode inclusive servir para diminuiro tumor e permitir que ele seja, então, extraído através de cirurgia. Tratamento Adjuvante Uma situação em que a quimioterapia e/ou a radioterapia podem ser utilizadas como tratamento preventivo (adjuvante), é quando o tumor foi retirado na cirurgia, mas os estudos indicam que se o paciente fizer quimioterapia e/ou radioterapia, isso diminuirá a probabilidade de células tumorais que possam ter emigrado para outras regiões desenvolvam novos tumores. Existem muitos tipos de medicamentos quimioterápicos e aqueles que cada paciente irá receber, bem como a duração do tratamento, serão estabelecidos pelo médico responsável. A quimioterapia consiste na utilização de agentes químicos (remédios), isolados ou em combinação com outros tratamentos, com o objetivo de tratar uma doença. Os aspectos particulares sobre seu quadro clínico (doença) deverão ser esclarecidos com o médico responsável. Aplicação dos medicamentos quimioterápicos 17 Os medicamentos são preparados e aplicados por uma equipe de enfermagem treinada e podem ser administrados por várias vias de acesso (locais ou regiões do corpo), tais como: a) Via Endovenosa (na veia): poderá ser realizado através de uma veia periférica (mãos ou braços), ou por um catéter (vide explicação posterior). b) Via Intramuscular (dentro do músculo): nos braços, pernas ou nádegas. c) Via Subcutânea (na região acima do músculo): nádegas, barriga, braços ou pernas (coxas). d) Via oral (tomando comprimidos, cápsulas ou líqüidos pela boca): o médico informará sobre os medicamentos que irá receber, os possíveis efeitos colaterais que podem acompanhar o tratamento e como agir caso estes ocorram. A medicação é tomada em horários definidos pelo médico, para facilitar a sua absorção. Por exemplo, 1 hora antes ou 1 hora e 30 minutos após a refeição. É importante observar a orientação do médico e não interromper a medicação sem informá-lo. Muitos desses medicamentos precisam ser administrados (tomados), a intervalos específicos (1 vez por semana ou a cada 21, 28 dias, etc.) para que o objetivo do tratamento seja alcançado. Efeitos Colaterais A ocorrência de efeitos colaterais depende fundamentalmente dos tipos de medicamentos (remédios) prescritos e do próprio organismo de cada paciente. Isso significa que alguns efeitos colaterais desagradáveis podem ocorrer com uma pessoa enquanto uma outra nada sente ou os têm de forma mais branda. Alguns efeitos de medicamentos quimioterápicos são a diminuição de glóbulos brancos e/ou de glóbulos vermelhos e plaquetas. Quando o potencial deste efeito é muito grande, o médico poderá indicar uma medicação subcutânea ou endovenosa (na veia) que ajude a restaurar esses componentes do sangue. Certos medicamentos quimioterápicos afetam o crescimento de cabelos e pelos do corpo. Durante este tempo, corpo e unhas, causando a queda de cabelos e enfraquecimento de unhas. Porém, na maioria das vezes, esses sintomas são temporários e, uma vez encerrado o tratamento, eles voltam a crescer. 18 Paciente com Catéter Implantado (“port”): O “port” é um dispositivo implantado através de um procedimento cirúrgico simples, com anestesia local ou geral. Consiste em um “compartimento” colocado sob a pele (abaixo), geralmente na região superior do tórax. A finalidade deste é receber as medicações (remédios) sem a necessidade de puncionar uma veia periférica (furar as veias do braços e mãos). Uma vez implantado o ”port”, os pontos (suturas) no local da cirurgia deverão ser retirados, entre sete e dez dias. deverão ser realizados curativos e cuidados diários por pessoa habilitada. O “port” pode ser puncionado por volta de 2.000 vezes e durar até oito anos e poderá ser puncionado desde sua implantação, de acordo com a orientação médica. (Sociedade Brasileira de Cancerologia ) RADIOTERAPIA Radioterapia é um tratamento que busca destruir as células do tumor através da irradiação de ondas de energia originadas de material radioativo (ou seja, material que emite essas ondas), como por exemplo, o Raio X, o cobalto, o iodo radioativo, etc. Esses raios são invisíveis, não têm cheiro e você não sente dor durante a aplicação. O tratamento radioterápico é feito no Serviço de Radioterapia de um ambulatório equipado para isto ou de um hospital, mas não exige que seja internado especificamente para este procedimento. Antes do início das sessões de radioterapia o médico radioterapeuta e a enfermagem especializada em radioterapia irão examinar e orientar, esclarecendo as dúvidas, Serão feitas várias radiografias da região do corpo em que as aplicações serão feitas Em seguida, será marcada uma sessão de simulação (“ensaio”), para estudar a posição em que deve permanecer durante a aplicação, estabelecer o local exato da aplicação, a dose e o tipo de radiação e o número de aplicações necessárias. Após o término do tratamento, haverá um período de acompanhamento, em que o médico responsável pela radioterapia fará um exame periódico do(a) paciente para avaliar possíveis efeitos tardios da radiação e estabelecer tratamento adequado para eles. 19 Hormonioterapia Alguns tumores (de próstata no homem e de mama ou do endométrio uterino na mulher) podem depender de hormônios para crescerem. Assim, pode fazer parte do tratamento oncológico o bloqueio da produção de certos hormônios pelo corpo ou o uso de hormônios que antagonizem aquele hormônio que estimula o crescimento do tumor. Esse bloqueio hormonal pode ser realizado com medicações orais e, quando esta é a via de administração. Outros hormonioterápicos são injetáveis por via intramuscular ou subcutânea e sua aplicação obedece uma estratégia definida pelo médico que deve ser seguida à risca. Efeitos colaterais: Podem surgir sinais de menopausa ou andropausa precoces, disfunções sexuais, ressecamento vaginal, ondas de calor. Apesar desses inconvenientes, a hormonioterapia pode ser um tratamento muito eficaz, valendo a pena suportar seus efeitos colaterais, frente a seus benefícios potenciais, quando bem indicada. Uma nutrição (alimentação) adequada e apropriada para cada fase da vida é indispensável a todos os seres vivos, para a manutenção da saúde, diminuição de riscos de doenças e também para a restauração da saúde, através da recuperação, reconstrução, desintoxicação e reparo de células, órgãos e tecidos ao longo de nossas vidas. Nosso reparo de células, órgãos e tecidos ao longo de nossas vidas. Nosso sistema imunológico (que nos defende de infecções) e demais funções vitais dependem dos micro-nutrientes extraídos dos ingerimos alimentos. (Sociedade Brasileira de Cancerologia) 20 Câncer do Endométrio Não existe dúvida de que em qualquer mulher com sangramento após menopausa, o diagnóstico de câncer de endométrio ou de lesões precursoras deve ser afastado; por outro lado, naquelas na menacme com sangramento uterino disfuncional (SUD) o endométrio deve ser obrigatoriamente estudado, antes de se iniciar qualquer terapêutica, pois não raramente pode-se tratar de um carcinoma endometrial ou de uma lesão precursora. Nessas mulheres a anamnese, o exame clínico e a determinação sérica da glicose são imprescindíveis, pois é comum a associação entre câncer de endométrio, diabetes, hipertensão arterial e obesidade. Cuidadosa investigação do peso também deve ser incluída, destacando o sobrepeso e a obesidade mórbida, pois é cada vez mais freqüente o número de casos de câncer de endométrio nessas mulheres. Em relação às mulheres após a menopausa há um consenso quanto ao primeiro exame que deve ser solicitado: a ultra-sonografia, de preferência a transvaginal para mensurar a espessura endometrial (dupla camada); se esta for menor de 5 mm, afasta-se praticamente ocâncer endometrial. O outro exame, também ambulatorial é a aspiração do endométrio com cânula tipo Pipelle, que de acordo com a Associação Norte-americana de Câncer é capaz de diagnosticar 99% das lesões. Este exame é o mais indicado para as mulheres com SUD em idade reprodutiva. Não há duvida de que a histerectomia total é a terapêutica de eleição e a extensão da cirurgia dependerá do estadiamento da doença. Entretanto, é crescente o número de casos de mulheres com câncer de endométrio em idade reprodutiva que desejam conservar seu potencial reprodutivo ou de mulheres com contra-indicações para a cirurgia. Nestas situações duas opções emergem como importantes alternativas: a inserção de um sistema intra-uterino liberador de levonorgestrel (Mirena) ou a utilização do acetato de medroxiprogesterona em altas doses. (Luis Bahamondes - Rev. Assoc. Med. Bras. vol.50 no.1 São Paulo 2004) 21 O corpo do útero, também chamado endométrio, tem apresentado elevação de incidência de câncer em virtude do aumento da expectativa de vida. Estima-se que 2% das mulheres desenvolverão câncer de endométrio. Cerca de 80% dos casos surgirão no período pós-menopausa, em mulheres entre 55 a 65 anos. Calcula-se em 80% as chances de cura de câncer de endométrio, pois a doença geralmente apresenta sintomas (sangramento vaginal pós menopausa) já na sua fase inicial. Fatores de risco: Obesidade; hipertensão arterial; diabetes; portadoras de síndrome de ovário policístico; parentes em 1º grau que já tiveram esse tipo de tumor; uso indevido de estrógenos isolados; pacientes com mais de 3 anos de uso de tamoxifeno por câncer de mama, podem ter maior risco de desenvolver câncer de endométrio. Quanto maior o número de gestações que a mulher tiver, menor será sua chance de desenvolver esse tipo câncer. Sinais e sintomas mais freqüentes: Sangramento genital pós-menopausa; dor no baixo ventre; trombose nas pernas; sangramento uretral e/ou anal. Diagnóstico Ultra-sonografia ou doppler colorido trans-vaginal podem apontar a espessura do endométrio que, estando acima do esperado, pode indicar a necessidade de uma biópsia; Ressonância magnética tem sido útil no diagnóstico e estágio do câncer do endométrio, em virtude de sua capacidade de realizar imagens que permitem analisar a extensão do tumor, verificar se há invasão e em qual profundidade. Tratamentos Variam de acordo com a extensão do tumor, podendo ser desde uma cirurgia com ou sem radioterapia, até o tratamento hormonal. A maioria dos casos de tumor in situ (localizados) pode ser tratada cirurgicamente, com a remoção total do útero (histerectomia). Para prevenir o câncer de endométrio é importante: Evitar a obesidade; controlar a hipertensão; fazer terapia adequada de reposição hormonal no climatério; observar e corrigir ciclos sem ovulação persistentes. Fontes: American Câncer Society (Associação Brasileira Do Câncer) 22 Recomendações dietoterapicas atuais De acordo com o planejamento nutricional define-se a conduta dietoterápica que melhor se adapta ao paciente, levando-se em consideração as suas necessidades e condições fisiológicas e nutricionais. Para isso é escolhida a terapia nutricional mais adequada à administração de nutrientes por via oral, enteral ou parenteral, com o objetivo de manter e recuperar o estado nutricional dos pacientes. Características da Dieta. Dieta Geral, Branda, Pastosa, Leve ou Líquida , fracionada de 6 a 8 vezes/dia. Dieta por via enteral exclusiva ou suplementar por via oral polimérica ou monomérica, de acordo com o tipo de tumor e localização. VET: normo a hipercalórica, Fator Injuria para o câncer. Proteína: 1,0 a 1,5 g/kg/dia para manutenção e depletados 1,5 a 2,0 g/kg/dia. No caso do paciente ser portador de Diabetes Mellitus o maior aporte protéico não compromete os níveis glicemicos. Carboidratos: normoglicídica. Para pacientes com diabetes a dieta deve ser hipoglicídica dando prioridade no consumo dos carboidratos complexos e integrais, e fazer o uso de edulcorantes. Lipídios : <30%, observar se o paciente não apresenta dislipidemia. Para pacientes Diabéticos e Hipertensos dar preferência as gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas, para evitar a dislipidemia e o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Líquidos : aumentar a ingestão em diarréia e febre. 23 REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL Os Registros de Câncer de Base Populacional coletam dados sobre câncer de uma população bem definida, possibilitando, desta forma, a obtenção do número de casos novos de câncer desta população, e conseqüentemente a sua incidência. No Estado de São Paulo, o Registro de Câncer de Base Populacional está implantado nos Municípios de São Paulo e Campinas, e em processo de implantação em Santos. Há alguns anos o Instituto Nacional de Câncer (INCA), instância do Ministério da Saúde responsável por desenvolver e coordenar ações integradas para a prevenção e controle do câncer no Brasil, divulga dados de estimativas da incidência e mortalidade por câncer no país. As estimativas do INCA para 2005 referentes ao Estado de São Paulo estão nas tabelas abaixo: Estimativa dos Casos Novos Estado Capital Localização Primária Neoplasia maligna Casos Taxa Bruta Casos Taxa Bruta Pele não Melanoma 17.720 89,44 4.670 85,98 Traquéia, Brônquios e Pulmão 4.960 25,04 1.630 30,03 Estômago 4.730 23,88 1.430 26,38 Próstata 13.020 65,71 4.230 77,91 Cólon e Reto 4.760 24,02 1.780 32,78 Esôfago 2.280 11,50 610 11,24 Leucemias 1.370 6,90 440 8,13 Cavidade Oral 3.520 17,77 1.060 19,60 Pele Melanoma 1.040 5,28 260 4,78 Outras Localizações 16.690 84,26 5.790 106,62 Total 70.090 353,83 21.900 403,25 Fonte: INCA 24 taxas brutas de incidência por 100.000 mulheres e do número de casos novos por câncer, segundo localização primária. Estado de São Paulo, 2.005. Estimativa dos Casos Novos Estado Capital Localização Primária Neoplasia maligna Casos Taxa Bruta Casos Taxa Bruta Pele não Melanoma 14.350 69,54 3.910 65,63 Mama Feminina 16.090 78,01 6.170 103,49 Traquéia, Brônquios e Pulmão 2.380 11,56 820 13,83 Estômago 2.350 11,40 820 13,83 Colo do Útero 4.240 20,56 1.550 25,92 Cólon e Reto 4.970 24,11 1.950 32,69 Esôfago 490 2,39 140 2,35 Leucemias 1.120 5,43 370 6,17 Cavidade Oral 1.150 5,59 340 5,67 Pele Melanoma 1.070 5,69 390 6,56 Outras Localizações 18.910 91,65 7.070 118,54 Total 67.220 325,80 23.530 394,50 Fonte: INCA 25 7.1 - Fisiopatologia da Hipertensão Arterial Sistêmica Introdução O desenvolvimento de hipertensão depende da interação entre predisposição genética e fatores ambientais, embora ainda não seja completamente conhecido como estas interações ocorrem. Sabe-se , no entanto, que a hipertensão é acompanhada por alterações funcionais do sistema nervoso autônomo simpático, renais, do sistema renina angiotensina, além de outros mecanismos humorais e disfunção endotelial. Assim a hipertensão resulta de várias alterações estruturais do sistema cardiovascular que tanto amplificam o estímulo hipertensivo, quanto causam dano cardiovascular. Sistema nervoso autônomo (simpático) O sistema simpático tem uma grande importância na gênese da hipertensão arterial e contribui para a hipertensão relacionada com o estado hiperdinâmico. Mensurações das concentrações de catecolaminas plasmáticas tem sido usadas para avaliar a atividade simpática. Vários autores relataram concentrações aumentadas de noradrenalina no plasma em pacientes portadores de hipertensão essencial, particularmente em pacientes mais jovens. Estudos mais recentes sobreatividade simpática medida diretamente sobre nervos simpáticos de músculos superficiais de pacientes hipertensos confirmam esses achados. Também foi demonstrada a alteração da resposta reflexa dos baroreceptores, tanto em modelos experimentais como em modelos clínicos. Mecanismos Renais Mecanismos renais estão envolvidos na patogênese da hipertensão, tanto através de uma natriurese alterada, levando à retenção de sódio e água, quanto pela liberação alterada de fatores que aumentam a PA como a renina ou de fatores depressores da PA como prostaglandinas. 26 Sistema Renina-angiotensina O sistema renina-angiotensina está envolvido no controle fisiológico da pressão arterial e no controle do sódio. Tem importantes implicações no desenvolvimento da hipertensão renal e deve estar envolvido na patogênese da hipertensão arterial essencial. O papel do sistema renina-angiotensina-aldosterona a nivel cardíaco, vascular e renal é mediado pela produção ou ativação de diversos fatores de crescimento e substâncias vaso-ativas, induzindo vasoconstricção e hipertrofia celular. Adaptação cardiovascular A sobrecarga do sistema cardiovascular causada pelo aumento da pressão arterial e pela ativação de fatores de crescimento leva a alterações estruturais de adaptação, com estreitamento do lumem arteriolar e aumento da relação entre a espessura da média e da parede arterial. Isso aumenta a resistencia ao fluxo e aumenta a resposta aos estímulos vasoconstrictores. A adaptação vascular instala-se rapidamente. Adaptações estruturais cardíacas consistem na hipertrofia da parede ventricular esquerda em resposta ao aumento na pós-carga (hipertrofia concêntrica), e no aumento do diâmetro da cavidade ventricular com aumento correspondente na espessura da parede ventricular (hipertrofia excentrica), em resposta ao aumento da pré-carga. Tanto as adaptações vasculares quanto as cardíacas atuam como amplificadores das alterações hemodinamicas da hipertensão e como início de várias das complicações dela decorrentes. Disfunção endotelial Novos estudos demonstraram o envolvimento do endotélio na conversão da angiotensina I em angiotensina II, na inativação de cininas e na produção do fator relaxante derivado do endotélio ou óxido nítrico. Além disso, o endotélio está envolvido no controle hormonal e neurogênico local do tônus vascular e dos processos homeostáticos. Também é responsável pela liberação de agentes 27 vasoconstrictores, incluindo a endotelina, que está envolvida em algumas das complicações vasculares da hipertensão. Na presença de hipertensão ou aterosclerose, a função endotelial está alterada e as respostas pressóricas aos estimulos locais e endógenos passam a se tornar dominantes. Ainda é muito cedo para determinar se a hipertensão de uma forma geral está associada à disfunção endotelial. Também ainda não está claro se a disfunção endotelial seria secundária à hipertensão arterial ou se seria uma expressão primária de uma predisposição genética. Estudos recentes identificaram de forma mais clara vários mecanismos fisiopatológicos envolvidos na hipertensão arterial, no entanto ainda não está claro quais fatores são iniciadores da hipertensão e quais são seus perpetuadores. ( III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial) Guideline de HAS da OMS/WHO A Hipertensão Arterial, mais conhecida como “Pressão Alta”, pode ser encarada como uma doença ou como um fator de risco para o desenvolvimento de doenças do coração, pois, na grande maioria das vezes, não provoca sintomas ou os sintomas são gerais (podem ocorrer em qualquer doença), como dores de cabeça, tonturas, mal estar... É muito importante entender que quem sofre de hipertensão arterial terá que fazer seu controle por toda a vida, visto que, na grande maioria das pessoas (95%), não se consegue descobrir sua causa. De todos esses casos, felizmente, a grande maioria (90%) apresentará hipertensão leve, ou seja, fácil de controlar e tratar. Diagnóstico O diagnóstico da hipertensão arterial é estabelecido pelo encontro de níveis tensionais acima dos limites superiores da normalidade (140/90 mmHg) quando a pressão arterial é determinada através de metodologia adequada e em condições apropriadas 28 Tabela 1-Classificação diagnóstica da hipertensão arterial.Adultos (maiores de 18 anos). PAD (mm Hg) PAS (mm Hg) Classificação < 85 < 130 Normal 85-89 130-139 Normal Limítrofe 90-99 140-159 Hipertensão Leve (estágio 1) 100-109 160-179 Hipertensão Moderada (estágio2) > 110 > 180 Hipertensão Grave (estágio 3) < 90 > 140 Hipertensão Sistólica Isolada Fonte: Guideline de HAS da OMS/WHO Exames físicos A medida do Índice de Massa Corporal (IMC = peso/[altura]²), pois o sobrepeso e a obesidade podem ser causas secundárias de hipertensão arterial; A medida da pressão arterial duas ou mais vezes. Em maiores de 65 anos deve ser medida sentado e em pé; O exame de fundo de olho. O encontro de lesões oculares requer maiores cuidados no tratamento; Procura de sopros carotídeos (ausculta do pescoço) e de sopros abdominais. Exames complementares Devem ser realizados ao menos uma vez ao ano e sua freqüência será estabelecida de acordo com os resultados. São eles: Urina simples; Glicemia de jejum; Sódio e potássio; Creatinina; Colesterol total, HDL e Triglicerídeos; Hemograma. 29 Recomendações para seguimento (prazos máximos)*: Tabela 2-Pressão arterial inicial (mmHg)** Sistólica Diastólica Seguimento < 130 < 85 Reavaliar em 1 ano 130-139 85-89 Reavaliar em 6 meses 140-159 90-99 Confirmar em 2 meses 160-179 100-109 Confirmar em 1 mês > 180 > 110 Intervenção imediata ou reavaliar em 1 semana Fonte: Guideline de HAS da OMS/WHO O TRATAMENTO MÉDICO O tratamento vai depender não somente dos níveis de pressão arterial, mas também da co-existência de fatores de risco e de lesões em outros órgãos do corpo. Fatores de Risco Maiores: Tabagismo, dislipidemia , diabetes mellitus, idade acima de 60 anos, homens ou mulheres pós-menopausa, história familiar de doença cardiovascular em mulheres com menos de 65 anos e em homens com menos de 55 anos. Doenças Cardiovasculares: Doenças Cardíacas: Hipertrofia ventricular esquerda , Angina ou infarto do miocárdio prévio , Revascularização miocárdica prévia e Insuficiência cardíaca Episódio isquêmico ou acidente vascular cerebral , Neufropatia , Doença vascular arterial periférica Retinopatia hipertensiva. Classificação em grupos, de acordo com o fator de risco individual: Grupo A — sem fatores de risco e sem lesões em órgãos-alvo Grupo B — presença de fatores de risco (não incluindo diabete mellitus) e sem lesão em órgãos-alvo Grupo C — presença de lesão em órgãos-alvo, doença cardiovascular clinicamente identificável e/ou diabete mellitus. 30 Tratamento medicamentoso deve ser instituído na presença de insuficiência cardíaca, insuficiência renal, ou diabete mellitus. Pacientes com múltiplos fatores de risco podem ser considerados para o tratamento medicamentoso inicial Tabela 3- Decisão terapêutica baseada na estratificação do risco e nos níveis de pressão: Pressão arterial Grupo A Grupo B Grupo C Normal limítrofe (130-139 mmHg/85-89 mmHg) Modificações no estilo de vida Modificações no estilo de vida Modificações no estilo de vida* Hipertensão leve (estágio 1) (140-159 mmHg/90-99 mmHg) Modificações no estilo de vida Modificações no estilo de vida** (até 12 meses) Terapia medicamentosa (até 6 meses) Hipertensão moderada e severa (estágios 2 e 3) (> 160 mmHg/> 100 mmHg) Terapia medicamentosa Terapiamedicamentosa Terapia medicamentosa Fonte: Guideline de HAS da OMS/WHO Modificações do Estilo de Vida (MEV) Redução do peso corporal; Redução da ingestão de sódio; Maior ingestão de alimentos ricos em potássio (feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escuros, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa e laranja); Redução do consumo de bebidas alcoólicas; Exercícios físicos aeróbicos regulares (30 minutos de caminhadas diárias). III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL Sociedade Brasileira de Hipertensão Sociedade Brasileira de Cardiologia - Departamento de Hipertensão Arterial Sociedade Brasileira de Nefrologia - Departamento de Hipertensão Arterial 31 Conceito atual de Hipertensão Arterial Sistêmica A hipertensão arterial sistêmica atualmente não pode mais ser vista apenas como uma condição clínica em que as cifras tensionais estão acima de um determinado valor. Na verdade a hipertensão arterial existe num contexto sindrômico, com alterações hemodinâmicas, tróficas e metabólicas, entre as quais a própria elevação dos níveis tensionais, as dislipidemias, a resistência insulínica, a obesidade centrípeta, a microalbuminúria, a atividade aumentada dos fatores de coagulação, a redução da complascência arterial e a hipertrofia com alteração da função diastólica do VE. Os componentes da síndrome hipertensiva são muitas vezes fatores de risco cardiovascular independentes. Os esquemas terapêuticos antigos, propostos com a intenção única de baixar os níveis tensionais, não obtiveram uma redução da morbidade e mortalidade como esperado, a despeito de uma redução eficaz dos níveis pressóricos. Ao tratar a hipertensão devemos ter em mente os fatores de risco associados e o impacto do tratamento nestes fatores. Uma droga por vezes benéfica para a redução da PA é maléfica em relação a outro componente da síndrome, como por exemplo uma droga pode induzir hiperglicemia ou dislipidemia. Assim apesar de um controle satisfatório da PA outros fatores de risco potencialmente maiores podem se sobrepor, não melhorando a situação clínica do paciente. Assim o tratamento atual da hipertensão arterial sistêmica não deve se resumir simplesmente à redução dos níveis pressóricos. Sociedade Brasileira de Hipertensão 32 7.2 - Obesidade Definições: A obesidade é o resultado de diversas interações, nas quais chamam a atenção os aspectos genéticos, ambientais e comportamentais. Assim, filhos com ambos os pais obesos apresentam alto risco de obesidade, bem como determinadas mudanças sociais estimulam o aumento de peso em todo um grupo de pessoas. Recentemente, vem se acrescentando uma série de conhecimentos científicos referentes aos diversos mecanismos pêlos quais se ganha peso, demonstrando cada vez mais que essa situação se associa, na maioria das vezes, com diversos fatores. Independente da importância dessas diversas causas, o ganho de peso está sempre associado a um aumento da ingestão alimentar e a uma redução do gasto energético correspondente a essa ingestão. O aumento da ingestão pode ser decorrente da quantidade de alimentos ingeridos ou de modificações de sua qualidade, resultando numa ingestão calórica total aumentada. O gasto energético, por sua vez, pode estar associado a características genéticas ou ser dependente de uma série de fatores clínicos e endócrinos, incluindo doenças nas quais a obesidade é decorrente de distúrbios hormonais. 33 Fatores de risco : Tabela 4- A obesidade é fator de risco para uma série de doenças ou distúrbios que podem ser: Assim, pacientes obesos apresentam severo risco para uma série de doenças e distúrbios, o que faz com que tenham uma diminuição muito importante da sua expectativa de vida, principalmente quando são portadores de obesidade mórbida. Determinar os tipos de obesidade: a obesidade hipertrófica é o resultado de um aumento do conteúdo lipídico do adípocitos; é mais comum e geralmente é encontrado entre adultos. As células pequenas totalmente preechidas representam um risco maior para a saúde que as células grandes incompletamente preenchidas. A obesidade hiperplásmatica-hipertrófica é resultado do aumento do número de células gordurosas do conteúdo lipídico da mesmas, sendo mais comum em pacientes cuja obesidade se inicia precocemente. A obesidade hiperplámatica (aumento no número de células). Acredita-se agora que podem ocorrer aumento no número de células durante a vida. (Guyton e Hall) Doenças Distúrbios Hipertensão arterial Distúrbios lipídicos Doenças cardiovasculares Hipercolesterolemia Doenças cérebro-vasculares Diminuição de HDL ("colesterol bom") Diabetes Mellitus tipo 2 Aumento da insulina Câncer Intolerância à glicose Osteoartrite Distúrbios menstruais/Infertilidade Coledocolitíase Apnéia do sono 34 7.3 - A importância das fibras alimentares Definição: Considerem-se fibras alimentares todos os polissacarídeos vegetais da dieta que não são difgeridas pelas enzimas do trato digestório humano. Existem dois tipos de fibras que podem ser: Fibras solúveis: Presentes nas frutas, leguminosas secas, aveia e cevada. As fibras solúveis retar-dam o esvaziamento gástrico, aumentam o tempo e trânsito intestinal, retaram a absorção da glicose e diminuem o colesterol plasmático LDL- (colesterol ruim). Poderemos encontrá-las por exemplo nos seguintes alimentos: Farelo de aveia , cenoura cozida, goma guar. Fibras insolúveis: Presentes nos grãos e hortaliças. As fibras insolúveis diminuem o tempo de trânsi-to intestinal, aumentam o volume fecal, retardam a absorção da glicose e retardam a quera do amido. São encontradas nos seguintes alimentos : farelo de trigo, leguminosas e folhosas e frutas com cascas A recomendação diária de consumo das fibras alimentares é em média 30 gramas Para que se tenha uma alimentação rica em fibras pode-se: substituir o pão branco por pão integral ou de centeio, preferir arroz ou macarrão integral, substituir a farinha de rosca por farelo, e comer frutas frescas com casca e verduras. As fibras são conhecidas pelo seu efeito benéficos na prevenção ou tratamento de várias doenças, como o diabetes melito, aterosclerose, o câncer de cólon, a síndrome do intestino curto e a doença diverticular dos cólons. As fibras alimentares promove regulação no tempo de trânsito intestinal, aumentam o volume das evacuações. Auxilia no controle da glicemia, na redução dos triglicerídeos e colesterol sangüíneo e no tratamento da obesidade. Umas das importante propriedades das fibras, quando no cólon, é a sua capacidade de absorver água , formando assim fezes volumosas e macias. 35 Doentes com obstipação intestinal (constipação - intestino preso) nos quais não foi encontrada causa orgânica apresentam ingestão pobre em fibras na maioria dos casos. A indicação de ambos os tipos de fibras, solúveis e insolúveis, mas por mecanismos diferentes, aumentam o volume fecal. O farelo de trigo tem sido usado como agente para aliviar constipação intestinal pela retenção de água, formando fezes macias e mais pesadas. A importância das fibras em nosso organismo, para nos manter com uma melhor qualidades de vida. Por isso é importante que sempre incluamos alimentação alimentos que são fontes de fibras. FDA (Food and Drug Administration) 36 7.4 - A Imortância da água na dieta A água é o elemento mais abundante na Terra e também aquele de que o nosso organismo mais necessita. Mais de 60% do corpo humano é constituído por água sendo assim a água torna-se Nutriente indispensável para nosso bem estar e saúde. A água auxilia na regulação da temperatura do corpo humano, elimina as toxinas através da urina e da transpiração, molda bolofecal, é usada intensamente no processo de respiração e faz a distribuição de muitos nutrientes pelos diversos órgãos do nosso corpo. Na sua falta, o sistema natural de limpeza e desintoxicação do organismo fica sempre muito prejudicado, contribuindo para o aparecimento das mais inúmeras doenças. A quantidade de água que se deve beber, depende da constituição física, do nível de atividade e da umidade do ar. O corpo humano perde uma quantidade significativa de água através da respiração, transpiração e urina. Por tudo isto, os especialistas tem recomendado que se beba pelo menos 2 litros de água por dia. Beber bastante água faz com que todo o organismo fique mais equilibrado e resistente. Importante: é necessário ter especial atenção em situações de doença, esforço físico prolongado e outras que possam requerer uma maior ingestão de água. (Lage, M. Dietoterapia) 37 7.5 - Diabetes Tipo 1 INTRODUÇÃO O diabetes Tipo 1 aparece como resultado de uma destruição das células beta produtoras de insulina por engano, pois o organismo acha que são corpos estranhos. Isso é chamado de resposta auto-imune. Este tipo de reação também ocorre em outras doenças, como esclerose múltipla, Lupus e doenças da tireóide. Os pesquisadores não sabem exatamente por que isso acontece. No diabetes, porém, encontram-se vários fatores que parecem estar ligados ao diabetes tipo 1. Entre eles incluem-se a genética, os auto-anticorpos e os vírus. SINAIS E SINTOMAS Pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar: • Muita sede;Vontade de urinar diversas vezes; • Perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual); • Fome exagerada; • Visão embaçada; • Infecções repetidas na pele ou mucosas; • Machucados que demoram a cicatrizar; • Fadiga (cansaço inexplicável); • Dores nas pernas por causa da má circulação. Em alguns casos não há sintomas. Isto ocorre com maior freqüência no diabetes tipo 2. Neste caso, a pessoa pode passar muitos meses, às vezes anos, para descobrir a doença. Os sintomas muitas vezes são vagos, como formigamento nas mãos e pés. Portanto, é importante pesquisar diabetes em todas as pessoas com mais de 40 anos de idade. 38 7.6 - Diabetes Tipo 2 Sabe-se que o diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. A incidência é maior após os 40 anos. Uma de suas peculiaridades é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de "resistência insulínica". O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina. Principais Sintomas: • Infecções freqüentes; • Alteração visual (visão embaçada); • Dificuldade na cicatrização de feridas; • Formigamento nos pés; • Furunculose. 39 MONITORIZAÇÃO DO DIABETES Para se obter um controle satisfatório da glicemia os portadores de diabetes devem ser avaliados pela equipe multidisciplinar a cada três ou quatro meses. As consultas servem para orientar as bases do tratamento do diabetes : educação, dieta, automonitorização e para solicitar exames de rotina. Em laboratório, por exemplo, é medida a glicose plasmática e a hemoglobina glicada, que avalia a média das glicemias nos últimos três meses. Esta dosagem é de extrema importância para a prevenção de complicações crônicas do diabetes. Recomenda-se, também, realizar as dosagens de colesterol total, triglicerídeos, LDL e HDL-colesterol de preferência a cada três meses. Automonitorização No diabetes tipo 2, como no diabetes tipo 1, a medida da glicose no sangue capilar("dedo") é o teste com melhor precisão. No entanto, razões de ordem psicológica ou econômica podem dificultar a realização desta técnica. Nesses casos, a medida da glicose na urina, especialmente no período pós-prandial (2 horas após a refeição), pode representar um método alternativo. Contudo, convém lembrar que o teste de glicose na urina (glicosúria) é um método indireto de avaliação para o controle da glicemia. Não possuem uma precisão adequada, já que a glicose só começa a aparecer na urina, quando está geralmente acima de 180 mg/dl no sangue. O teste com resultado "negativo" também não demonstra se os níveis de glicose estão normais (70 a 110 mg/dl) ou baixos (menores que 60 mg/dl) que é o ocorre na hipoglicemia. Portanto, o teste de glicemia capilar deve ser realizado sempre que se desejar confirmar situações de hipo ou hiperglicemia. Os resultados devem ser revisados periodicamente com o médico ou enfermeira que estiverem fazendo o acompanhamento. Receberá as orientações necessárias sobre os objetivos do tratamento e as providências que devem ser tomadas. À medida em que os testes de glicemia capilar estiverem mais estáveis, poderão ser realizados apenas uma vez por dia, em diferentes horários, inclusive duas horas após as refeições. (Sociedade Brasileira de Diabetes ) 40 7.7 - Aspectos Peculiares do Idoso O idoso (60 ou mais anos) apresenta peculiaridades relacionadas com o processo de envelhecimento, como: a) redução progressiva da altura, de um a dois cm por écada; b) ganho progressivo de peso e IMC até em torno de 65 a 70 anos, diminuindo a partir de então; c) alterações da composição corporal, com redistribuição de gordura, que diminui a nível periférico e aumenta no interior do abdome, e redução da massa magra. Alguns autores consideram que a desnutrição pode ser difícil de distinguir das alterações resultantes do processo natural do envelhecimento porém se não for detectada, pode resultar em agravamento de condições clínicas e aumento da mortalidade. A população idosa é particularmente propensa a problemas nutricionais devido a fatores relacionados com as alterações fisiológicas e sociais, ocorrência de doença crônica, uso de várias medicações, problemas na alimentação (comprometendo a mastigação e deglutição), depressão e alterações da mobilidade com dependência functional. Perda de peso involuntária, redução do apetite e caquexia são comuns na população geriátrica. Anorexia é a principal causa de desnutrição no idoso, de etiologia multifatorial, que engloba doença sistêmica, iatrogenia e fatores psicossociais. Os receptores gustativos e olfativos têm sua função diminuída com o envelhecimento, comprometendo a qualidade estimulante do apetite contida nos alimentos. Também se observa lentificação do esvaziamento gástrico, com o aumento da saciedade (estado que se segue a uma refeição no qual a fome encontra-se inibida) e da saciação (processo de regulação que ocorre durante a alimentação, que inibe a ingestão de mais alimento). Estas alterações decorrentes do processo fisiológico de envelhecimento comprometem a ingestão de nutrientes, podendo levar à desnutrição. Muitos pesquisadores, durante os últimos 25 anos do século passado, tentaram desenvolver instrumentos válidos para identificar os idosos desnutridos ou em risco aumentado de complicações relacionadas ao estado nutricional porém observa-se na literature pertinente uma falta de consenso em relação aos critérios diagnósticos de desnutrição, inexistindo um padrão-ouro. 41 Além do mais, aspectos peculiares relacionados ao envelhecimento obrigam a avaliação mais profunda, com análise de fatores de risco. A saúde bucal deve ser observada, pois a perda dosdentes e outras afecções da cavidade oral causando dor e dificuldade para mastigar e deglutir estão associadas com desnutrição. Esta avaliação se reveste de importância, pois medidas preventivas e procedimentos odontológicos simples podem resolver o problema , além do que a habilidade de mastigar comida eficientemente, não influencia a capacidade de digestão com as dietas modernas. Outro aspecto relevante na avaliação do idoso compreende verificação do nível funcional através da quantificação das atividades da vida diária (básicas e instrumentais), permitindo a classificação funcional: a) I, fisicamente incapaz ou dependente; b) II, fisicamente frágil; c) III, fisicamente independente; d) IV, fisicamente apto/ativo; e) V, atleta. Dependência para comer encontra-se relacionada com aumento da mortalidade. O nível de independência functional é um forte preditor de complicações. A antropometria de idosos apresenta peculiaridades, como: a) possibilidade de estimar o peso utilizando fórmulas que aplicam variáveis antropométricas, quando o mesmo não pode ser medido: peso (homens) = (0,98 x CP) + (1,16 x altura do joelho) + (1,73 x CB) + (0,37 x prega subescapular) – 81,69; peso (mulheres) = (1,27 x CP) + (0,87 x altura do joelho) + (0,98 x CB) + (0,4 x prega subescapular) – 62,35; b) estimar a altura utilizando a medida da altura do joelho aplicada a fórmulas e a altura em posição sentada; c) a circunferência da panturrilha (CP) é considerada a medida mais sensível de massa muscular no idoso, sendo superior à circunferência do braço (CB). A Avaliação Subjetiva Global (ASG) tem sido utilizada na população geriátrica, sendo considerada um instrumento útil na avaliação do estado nutricional em idosos. Vários instrumentos têm sido desenvolvidos em uma tentativa de identificar os idosos desnutridos ou em risco nutricional. The Nutrition Screening Initiative (NSI) é um questionário de dez perguntas auto-aplicável, envolvido para ser utilizado na atenção primária à saúde com o 42 objetivo de despertar a consciência sobre problemas nutricionais, porém tem se mostrado de eficiência limitada, não sendo capaz de predizer mortalidade. A Miniavaliação Nutricional (MAN) foi desenvolvida para avaliar o risco de desnutrição em idosos e identificar aqueles que possam se beneficiar de intervenção precoce. A versão original é composta por 18 itens que englobam antropometria, avaliação dietética, avaliação clínica global e autopercepção de saúde e estado nutricional , podendo ser utilizado tanto para triagem como para avaliação, e deve ser aplicado por profissional de saúde. Vários estudos têm validado a MAN, mostrando que é capaz de predizer o aumento do tempo de internação, a alta para asilos e mortalidade. Porém, a maioria dos autores considera como padrão-ouro as medidas antropométricas e exames laboratoriais. Estado Nutricional de Adultos e Idosos Acuña & Cruz Arq Bras Endocrinol Metab vol 48 nº 3 Junho 2004 43 8 - TRATAMENTO HOSPITALAR Tratamento Médico O tratamento médico foi de manutenção para recuperação do estado clínico geral, e manter o estado nutricional da paciente. A paciente foi internada no dia 05/06/2006 devido a dores abdominal. No dia 06/06 permaneceu com dieta de preparo, jejum após as 22 horas preparação pré-operatória. No dia 07/06 foi submetida a tratamento cirúrgico do CA. do Endométrio. Por se tratar de um pós- operatório de Histerectomia Total Abdominal (HTA) + Salpingectomia - SOB (Trompas) + Oforectomia (ovário) retirada dos Linfonodos – LP (Bilaterais), a paciente foi encaminhada para UTI para recuperação e cuidados gerais, recebeu dieta leve hipoglicídica e hi´possódica. No 1º dia pós-operatório (08/06) a paciente apresenta-se sem queixas e afebril, com realização de curativos e administração de medicamentos, juntamente com controle de temperatura, pressão arterial e exames bioquímicos. Foi feito controle da glicemia com dextro de seis em seis horas. A paciente recebe alta da UTI é encaminhada para enfermaria no 8º andar. A partir do 2º pós-operatório (09/06) foi introduzida dieta geral para diabetes hipossódica. A paciente apresenta dois episódios de evacuações (fezes semi- pastosas) em média quantidade. Houve administração de medicamentos e cuidados gerais. No dia 10/06 recebe alta hopitalar e orientação nutricional para ser seguida em sua casa. Tabela 5- Evolução dos Sinais Clínicos da paciente M.B.C submetida à HTA. Data Temperatura P.A Peso Evacuações 05/06 36.2ºC 14x1 86,6 kg 1x/dia 06/06 36.1ºC 13x8 - 1x/dia 07/06 36.6ºC 11x7 - 1x/dia semi-pastosa 08/06 36.3ºC 15x1 - 1x/dia semi-pastosa 09/06 36.2ºC 15x9 88,1 kg 2x/dia 10/06 36.0ºC 12x6 - - Fonte: prontuário M.B.C. 44 A temperatura da paciente teve poucas alterações, sendo que todos os dias durante a internação não atingiu 37ºC (febre), permanecendo afebril. A pressão arterial da paciente esteve com alteração nos dias 05 , 08 e 09, a paciente foi medicada por já apresentar quadro hipertensivo. Durante a internação a paciente permaneceu com atividade intestinal normal. Com relação ao peso corporal pode-se observar uma alteração de 1,5 kg durante os dias de internação, provavelmente uma retenção hídrica devido a paciente ter sofrido oscilações da pressão arterial pois ela é hipertensa e pelo consumo do medicamento Diabinese®. Tabela 6- Medicamentos Utilizados: 05/06 à 10/06/2006 Medicamentos Qt x/dia 05 06 07 08 09 10 Diazepam®/Diazepam 10mg 1 x x Plasil®/Cloridrato Metoclopramida 1comp. 3 x x Tramal®-Cloridrato de Tramadol 1comp. 1 x Dipirona Sódica® - Dipirona Sódica 1amp. 3 x x x x Luftal® 1comp.. 3 x x Clexane®/ Enoxaparina sódica 40mg 1 x x Anador®/Dipirona Sódica 40gt. 1 x CEFALOTINA® /SÓDICA® -(KEFLIN) 1x 3 x Captopril® 25mg. 2 x x x x x x Ramitidina® 150mg. 2 x x Diabinese® (clorpropamida) 1comp. 1 x x x x x x Insulina regular 180/250 3ui x Insulina regular 251/300 5ui x Insulina regular 301/350 8ui x KEFLEX®Cefalexina monoidratada 4g 4 x Fonte: Prontuário M.B.C A interação alimentos e medicamentos é uma ocorrência indiscutível. Os medicamentos que alteram o metabolismo do indivíduo podem alterar sua ingestão alimentar e vir a comprometer seu estado nutricional. Tais medicamentos podem 45 exercer um efeito específico de estimulação ou inibição do apetite. Podem causar efeitos colaterais como náusea, vômito, diarréia ou alteração do paladar. Pode, ainda, inibir a síntese de nutrientes ou alterar sua absorção, metabolização ou alteração (AUGUSTO et al, 1999). CLEXANE® Modo de ação: Anticoagulante Efeitos no TGI/dieta: Dor abdominal, obstipação. Precaução em pacientes com Diabetes Melittus e Insuficiência Renal Crônica Diminuir o risco de desenvolvimento de uma trombose venosa profunda e sua conseqüência mais grave, a embolia pulmonar. CLEXANE® (enoxaparina sódica) previne e trata estas duas patologias, evitando sua progressão ou recorrência, além de tratar angina instável e infarto do miocárdio sem onda Q. CLEXANE® (enoxaparina sódica) também evita a coagulação do sangue no circuito de hemodiálise. A duração de uso de CLEXANE® (enoxaparina sódica) pode variar de um indivíduo para o outro. ANADOR® ANADOR é indicado para aliviar os sintomas dolorosos e diminuir a febre. O início de ação do medicamento ocorre cerca de 30 minutos após a sua administração. CAPTOPRIL® O captopril®, inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECA), foi introduzido para uso clínico na HA nos anos 80 4. O mecanismo de ação do captopril, inibindo a conversão de angiotensina I para II, reduz os efeitos da angiotensina II, como, vasoconstrição, liberação de aldosterona,lesão endotelial e síntese protéica vascular e miocárdica 5. Com a utilização dos IECA, em estudos experimentais e ensaios clínicos, foi demonstrada a redução da hipertrofia vascular e miocárdica, e a baixa incidência de efeitos colaterais. Assim, foi comprovado que o bloqueio da conversão da angiotensina I para II está associado à regressão da lesão dos órgãos - alvo da HA 46 CEFALOTINA SÓDICA® -(KEFLIN) Indicações: Amigdalite, otite, faringite e sinusite. Infecções respiratórias baixas. Infecção articular e óssea. Infecção da pele e tecidos moles. Infecção gênito-urinária. Profilaxia trans-operatória de alto risco. Endocardite. Septicemia. ANTAK® - Cloridrato de Ranitidina É um antagonista H2 específico, de ação rápida e relativamente duradoura. Uma única dose de 150 mg suprime eficientemente a secreção de ácido do estômago por doze horas. Inibe a secreção basal e estimulada de ácido, reduzindo tanto o volume quanto o conteúdo de ácido e pepsina da secreção gástrica. (DEF 2003/04) PLASIL® - Cloridrato de Metoclopramida Os efeitos da metoclopramida na motilidade gastrintestinal são antagonizados pelas drogas anticolinérgicas e analgésicos narcóticos. Pode haver potencialização dos efeitos sedativos quando se administra a metoclopramida junto com álcool, sedativos, hipnóticos, narcóticos ou tranqüilizantes. Pode causar inquietude, cansaço, sonolência.O corante amarelo tartrazina pode causar reações alérgicas em pessoas sensíveis. As reações extrapiramidais (inquietude, movimentos involuntários, fala enrolada, etc.) podem ser mais freqüentes em crianças e adultos jovens, enquanto que movimentos anormais ou perturbados são comuns em idosos sob tratamentos prolongados. (DEF 2003/04) DIAZEPAM® - Diazepam Atua como depressor do SNC, provavelmente facilitando a ação inibitória do neurotrasmissor ácido gama - aminobutírico (GABA), o mais importante inibidor da neurotransmissão no cérebro. Pode causar sonolência, fadiga e relaxamento muscular. Menos freqüentes são: constipação, diarréia, náusea, vômito, incontinência urinária, aumento ou diminuição da libido, visão turva, secura na boca, euforia, erupção cutânea, retenção urinária, tremor, cefaléia, taquicardia, espasmos musculares, palpitação, aumento da secreção bronquial. (DEF 2003/04) 47 DIPIRONA SÓDICA® - Dipirona sódica Atua no centro termoregulador hipotalâmico nos pacientes com hipertermia, provocando uma redução da temperatura corporal. A dipirona bloqueia a ação halogênica da bradicilina liberada no local de origem do fenômeno doloroso. Em pacientes sensíveis, independente da dose, a dipirona pode provocar reações de hipersensibilidade que afetam a pele (urticária), a conjuntiva e a mucosa nasofaríngea, em pacientes com histórico de doença renal preexistente ou em casos de sobredosagem, pode ocorrer distúrbios renais transitórios com oligúria ou anúria, proteinúria e nefrite intersticial. (DEF 2003/04) TRAMAL® - Cloridrato de Tramadol O medicamento pode ligar-se aos receptores opióides e também inibir a recaptação da norepinefrina e serotonina. Atua da mesma forma que as endorfinas e as encefalinas, ativando com suas moléculas, receptores ao nível de células nervosas, o que leva a diminuição da dor. Produz menos efeitos adversos em relação aos sistemas circulatório e respiratório e tem pequeno potencial de abuso quando comparado a outros analgésicos narcóticos. Podem ocorrer freqüentemente náuseas, vômito, secura da boca, dor de cabeça, tontura e sonolência. (DEF 2003/04) Luftal® - Dimeticona Modo de ação: Antiflatulência Efeitos no TGI/dieta: Constipação moderada e transitória. Dieta: evitar alimentos e bebidas formadores de gases. Atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos digestivos, rompendo as bolhas que retêm os gases e que provocam flatulências e dores. Assim, os gases são eliminados mais facilmente, diminuindo o desconforto causado por eles. (DEF 2003/04) 48 Diabinese®(clorpropamida) Sistema Nervoso Central e Periférico: tontura e dor de cabeça. Reações endócrinas: em raras ocasiões, Diabinese® causou uma reação idêntica à síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (ADH). As características dessa síndrome resultam da excessiva retenção de água e incluem hiponatremia, baixa osmolalidade sérica e alta osmolalidade urinária. Essa reação também foi relatada com outras sulfoniluréias. Reações gastrintestinais: as reações mais comuns são os distúrbios gastrintestinais; menos de 5% dos pacientes relataram náusea e menos de 2% relataram diarréia, vômito, anorexia e aumento do apetite. Outros distúrbios gastrintestinais ocorreram em menos de 1% dos pacientes. Esses distúrbios tendem a estar associados à dose e podem desaparecer com a redução da mesma. Reações hematológicas: leucopenia, agranulocitose, trombocitopenia, anemia hemolítica, anemia aplástica e pancitopenia foram relatadas com as sulfoniluréias. Fígado e sistema biliar: icterícia colestática pode ocorrer raramente; neste caso, o uso de Diabinese® deve ser descontinuado. Porfiria hepática foi raramente relatada com o uso de clorpropamida. Insulina simples, regular ou cristalina Tipo - Insulina simples, regular ou cristalina Origem – Bovina, porcina ou humana Início do efeito – ½ a 1 hora Pico -2 a 4 horas Duração –5 a 7 Insulinas (Regular) Informações Técnicas: No indivíduo não diabético, a insulina é secretada em uma quantidade baixa e onstante -ou basal - durante todo o dia e após uma refeição a insulina é secretada em quantidades maiores - ou bolus - para compensar o aumento da glicemia provocada pela ingestão de alimentos. 49 A secreção basal de insulina é importante para controlar a produção de glicose pelo fígado, que acontece mesmo durante os períodos de jejum, durante a noite e nos intervalos entre as refeições. Os esquemas intensivos de reposição de insulina tentam imitar os modelos normais de secreção desse hormônio. O paciente ajusta as doses de insulina com base na glicose sangüínea medida em jejum (para ajustar a dose basal) e nas glicemias pré-prandiais (para ajustar a cobertura das refeições). Este é o esquema basal-bolus, utilizado principalmente em diabéticos do tipo 1 e para o qual são necessários sempre dois tipos de insulina: a insulina basal (insulina glargina ou NPH) e a insulina para cobertura das refeições (regular, lispro ou aspart ). Soro fisiológico Para limpar a lesão Se o frasco de soro fisiológico permanecer com a tampa estéril, poderá ser utilizado até 24 horas após ser aberto, se mantido em geladeira. Melhor é utilizar frascos pequenos. KEFLEX®Cefalexina monoidratada KEFLEX® é indicado para o tratamento das seguintes infecções causadas por bactérias sensíveis à cefalexina: sinusites, infecções do trato respiratório, otite média, infecções da pele e tecidos moles, infecções ósseas, infecções do trato geniturinário e infecções dentárias. 50 Exames Laboratoriais e Radiológicos. Os exames e as quantificações laboratoriais fornecem os dados científicos a serem utilizados na abordagem dos problemas identificados pela avaliação clínica e constituem um componente essencial da informação que contribui para o conjunto de dados do paciente. As informações laboratoriais podem ser utilizadas para fins de diagnóstico ou para confirmação de um diagnóstico preliminar estabelecido durante o exame físico ou mediante ao histórico do paciente. (GUIMARÃES e GUERRA 1990). a) Eritrócitos A contagem de eritrócitos, a hemoglobina e o hematócrito estão intimamente relacionados, mas são formas diferentes de examinar a adequação da produção de eritrócitos. (MILLER e GONÇALVES 1999). Hemoglobina
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