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G1 DIP 2 THEOPHILO MIGUEL

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Responsabilidade Internacional dos Estados
Introdução 
A tradição jurídica e a doutrina da teoria do direito têm assinalado a necessidade de serem as normas jurídicas gerais e abstratas, emanadas de uma autoridade e providas de sanção para o caso de seu descumprimento. No DIP a sanção é mais elemento de sua eficácia que de sua existência. Daí a afirmação de alguns autores de que, possivelmente dentre os assuntos relevantes do DIP, não há outro de maior importância do que este. As normas internacionais detem generalidades e abstração, emanam de uma autoridade conjunta composta por autores internacionais juridicamente coordenados e em pe de igualdade e ainda contem meios de resposta ao descumprimento de seus comandos. A resposta que o DIP dá aos Estados que infringirem as suas regras é representada pelo instituto da responsabilidade internacional. 
O DIP abrange as ações dos ESTADOS SOBERANOS, das relações entre as sociedades SOBERANAS. 
A grande problemática do DIP é a imunidade de jurisdição e igualdade dos ESTADOS no plano internacional, pois não há um ente dotado da capacidade de legislar e impor sanções aos infratores, sendo assim, as relações são efetuadas de forma horizontal entre os ESTADOS que estão associados através de tratados, por exemplo. A soberania confere também a possibilidade dos Estados de fazerem parte de organizações internacionais. A inobservância da norma gera o ato ilícito, que pode dar-se comissivamente ou omissivamente, através da imprudência, negligência e imperícia. Para todo direito há um dever, a inobservância de esse dever gera um direito subjetivo. 
O conceito de responsabilidade no contexto internacional é mais coletivo do que individual. Quando um agente do Estado erra e comete violação de direito de outrem, é o Estado para o qual ele trabalha que, em princípio, responde pelo dano na órbita internacional. A Responsabilidade individual (agora mais nítida com a criação do Tribunal Penal Internacional) é subsidiária das jurisdições estatais e tem um relevo por enquanto menor no plano externo, embora a condenação de indivíduos em tribunais internacionais esteja cada vez mais em voga.
A responsabilidade internacional tem existência que se pode chamar de precária, pelo fato de a sociedade internacional ser descentralizada, em que falta poder central vinculante em mecanismos mais eficazes de coação estatal. Seu estudo é um dos pressupostos necessários à compreensão do funcionamento da sociedade internacional. 
Constitui princípio fundamental do DIP, corolário lógico da igualdade soberana de todos os Estados na órbita internacional.
Conceito de responsabilidade civil
‘E o instituto jurídico que visa responsabilizar determinado Estado pela pratica de um ato atentatorio (ilicito) ao DI perpetrado contra os direitos ou a prejuizos e gravames injustamente sofridos. Esse conceito considera apenas os Estados nas suas relacoes entre si. Nas relacoes do Estado com as pessoas sujeitas a sua jurisdicao o instituto tambem opera, notadamente no que diz respeito as violacoes estatais dos direitos humanos. 
O conceito de responsabilidadecivil tambem ‘e extensivel as organizacoes internacionais intergovernamentais. 
A responsabilidade penal ‘e da pessoa fisica e se processa perante o tribunal pela corte internacional, instituido por Roma. E a civil ‘e do Estado e se processa ou perante a corte internacional de jusitica da ONU ou perante a corte interamericana de direitos humanos.
Responsabilidade Penal – Pessoa Física X Responsabilidade Civil (culpa em sentido geral) – Organizações Internacionais. 
Projeto de convenção internacional da ONU
Em 1966, a comissão de direito internacional das NU aprovou o texto do primeiro projeto (draft) de convenção internacional sobre responsabilidade do estado por atos internacionalmente ilicitos. Apos a sua aprovacao, o projeto foi encaminhado a AG da ONU para verificacao sobre a possibilidade de adocao do texto. Ate o presente momento tal verificacao nao ocorreu. Na ONU, o draft poderá receber alterações, e um texto diverso originalmente apresentado se adotado. Dentre os assuntos tratados no projeto estão a conduta dos órgãos do Estado, o abuso de autoridade, a caracterização das violações internacionais, as formas de reparação do dano, a coerção de Estados e etc. Apesar de não passar de um projeto de convenção internacional, sequer ainda adotado e em vigor, o draft já tem servido de guia para tribunais internacionais. 
Conceito de responsabilidade internacional
É principio próprio do direito das gentes que todo fato internacionalmente ilícito de um Estado gera a sua responsabilidade internacional, sendo necessário que nas relações entre Estados haja um critério mínimo de justiça para manter estável o bom entendimento entre as potencias estrangeiras, impondo aquele Estado que viola ou abala esta estabilidade um ônus jurídico com o qual devera arcar. 
É o instituto jurídico que visa responsabilizar determinado Estado pela pratica de um ato atentatorio (ilicito) ao DI perpetrado contra os direitos ou a dignidade de outro Estado prevendo uma reparacao pelos prejuizos e gravames injustamente sofridos. Esse conceito considera apenas os Estados nas suas relacoes entre si. Nas relacoes do Estado com pessoas sujeitas a sua jurisdicao o instituto tambem opera, notadamente no que diz respeito as violacoes estatais dos direitos humanos.
Obs. O conceito de responsabilidade internacional tambem ‘e extensível as organizações internacionais intergovernamentais, que podem reclamar direitos, mas também serem demandadas por eventual violação de normas internacionais que acarretem prejuízos a terceiros. (Ex. Agentes internacionais da ONU sofreram danos em ataques na Palestina e foi concedida a ONU legitimidade ativa para vindicar seus direitos por via de reclamação internacional, já que é sujeito de direito das gentes e detentora de personalidade jurídica distinta da dos seus membros). 
Finalidade
O instituto tem dupla finalidade:
Visa coagir psicologicamente os estados a fim de que os mesmos nao deixem de cumprir com os seus compromissos internacionais (finalidade preventiva).
Atribuir aquele estado que sofreu um prejuizo, em decorrencia de um ato ilicitio cometido por outro, uma justa e devida reparacao (finalidade repressiva). 
É consequência lógica do principio da igualdade jurídica, ou seja, os Estados têm limites de atuacao no plano internacional, não podendo agir de forma a prejudicar terceiros e trazer desequilíbrios para as relações pacificas entre os Estados. (Pacto Sunt Servanda – o Estado tem que fazer valer a norma e reparar de forma precisa os ilícitos causados na sociedade).
Características da responsabilidade internacional
O principio fundamental deste instituto traduz-se numa ideia de justica: Estados vinculados ao cumprimento do que assumiram, observando seus compromissos de boa fé e sem prejuízo aos outros sujeitos do direito das gentes, responsabilizando-se por suas acoes e omissoes. 
Responsabilidade internacional X Responsabilidade interna
A primeira, diferentemente da segunda, visa sempre a reparação de prejuízo causado a um Estado por ato ilícito praticado por outro. Se a reparação civil não for possível, ou for possível apenas parcialmente, o prejuízo deve ser reparado pecuniariamente pela indenização (dano material) ou compensação (dano moral). 
Os critérios para uma reparação justa pacificamente aceitos são a inclusão dos juros de mora e os lucros cessantes (Estado ou individuo lesados deixaram de ganhar). Lembrando que sempre deve haver relação de causalidade entre o prejuízo sofrido pela vitima do dano e o lucro cessante. 
A responsabilidade internacional praticamente desconhece a responsabilidade penal, como a imposicao de penas, castigos ou outras formas de repressao criminal congeneres. Responsabilidade penal no DI so tem lugar excpecionalmente, como nos casos de genocidio, dos crimes de guerra e dos crimes contra a humanidade, o que ja caracteriza a responsabilidade pessoaldo individuo (perante o tribunal penal internacional).
Proteção diplomática
Outra caracteristica da responsabilidade internacional ‘e que ela opera sempre de Estado para Estado, mesmo que o ato ilicito tenha sido praticado por um individuo ou ainda que a vitima seja um particular seu. A vítima nao demanda diretamente o Estado, apenas dirigindo uma reclamacao ao Estado de sua nacionalidade para que este a proteja internacionalmente. Ao oferecer protecao, ele endossa a reclamacao da vitima e toma como sua aquela queixa, passando a tratar com o outro Estado em pe de igualdade. 
Endosso = instrumento que outrogara a protecao diplomatica (diferente dos privilégios e imunidades diplomáticas) de um Estado a um particular. O Estado se substitui ao particular tornando-se dominus litis e assumindo os encargos resultantes. 
Obs. Cônsul X Embaixador – o embaixador ‘e o representante do Estado, o consul nao tem essa funcao de representatividade do Estado, tem a funcao de registro (obito, nascimento, assistencia diplomatica). Como consequência disso o embaixador tem imunidade absoluta, ja o consul nao, tem imunidade apenas as atividades a ele relacionadas. 
A proteção diplomática é uma atividade voltada a protecao dos direitos de um Estado em decorrencia da violação desses direitos por outro sujeito, ainda que a reclamacao tenha sido deflagrada por um particular na defesa de interesses pessoais. Como a vitima não pode agir diretamente contra o Estado causador do dano, o Estado nacional da vitima endossa a sua protecao e vai tomar medidas contra o Estado agressor. 
Condicoes para concessao do endosso: IMPORTANTE
Ser a vitima (pessoa fisica ou juridica) nacional do Estado reclamante ou pessoa sob sua protecao. A vitima deve ser necessariamente nacional do Estado reclamante DESDE O MOMENTO DA OCORRENCIA DA LESAO, e ate a decisão final. 
A naturalização com exclusivo fim de obter essa protecao nao autoriza o endosso; se a naturalização “é anterior a violação do direito reclamado, o endosso deve ser concedido; se mudar de nacionalidade durante a reclamação, o Estado cuja finalidade foi adotada pode se considerar tambem como lesado”. Em caso de polipatria qualquer dos Estados patriais pode proteger o individuo contra um terceiro. Sendo apenas impossível o endosso caso a reclamação seja contra um dos Estados de que também é nacional o individuo. 
Obs. Art. 5 inciso 51 CF- O Brasil pode extraditar seus nacionais apenas se forem naturalizados, os natos nunca. 
Obs. Quais os únicos direitos fundamentais que nao podem ser relativizados? A vedacao a tortura e a reducao a condicao analoga de escravo sao direitos absolutos segundo a doutrina. 
Ter a vitima esgotado os recursos internos (administrativos ou judiciais) disponíveis para a salvaguarda dos seus direitos violados. 
Ter vitima agido corretamente e sem culpa, nao tendo concorrido para a criacao do dano (teoria das maos limpas). Quando há um ato ilícito que configure violação de um tipo penal internacional, cometido por um particular será o seu Estado respectivo que sofrerá a responsabilização internacional.
Obs1: Protecao diplomatica deve ser requerida ao Estado de origem do individuo e nao ao seu Estado de residencia. Importancia do elemento da nacionalidade (nacionalidade = vinculo que adstringe uma pessoa a um Estado soberano).
Obs2: Quanto a protecao dos apatridas. ‘O Estado em cujo territorio um apatrida, nao refugiado, haja estabelecido seu domicilio ou, na falta deste, sua residencia habitual, podera exercer, no interesse do mesmo (do apatrida), a protecao diplomatica, por motivo de qualquer fato ocorrido depois de efetuado o referido estabelecimento’. Mesmo o apatrida tem direito a protecao diplomatica. 
Obs3: A protecao diplomatica tambem pode ser exercida pelas agencias ou organismos internacionais especializados da ONU, em certos casos. 
Proteção diplomática x Proteção funcional:
Proteção diplomática para os casos relativos ao endosso do Estado na salvaguarda dos direitos dos seus nacionais. Proteção funcional são os privilégios e imunidades diplomáticas, e aqueles atinentes a proteção que as organizações internacionais dão aqueles funcionários que se encontram a seu serviço. A proteção funcional baseia-se na ideia de que os agentes que servem a determinada organização internacional não devem precisar de outra proteção que não aquela da organização para a qual trabalha. 
Elementos constitutivos da responsabilidade
Existência de um ato ilícito internacional: violação/lesão de uma norma de DI, por fato omissivo ou comissivo (tratado, costume internacional ou qualquer fonte do direito das gentes); variados graus de ilicitude (brandas ou graves); o conceito de ilicitude aqui tem por referencia o DI.
 Tem-se admitido que eventos lícitos, mas que causem riscos iminentes e excepcionais, como testes nucleares e poluição marítima por hidrocarbonetos, também possam acarretar a responsabilidade internacional do Estado (por atos não proibidos a priori). O elemento dano deixaria de estar presente = responsabilidade internacional por risco ou sine delicto, admitidas em casos extremamente danosos as pessoas e ao meio ambiente. 
 O dano sofrido por um Estado de fato atribuído a outro Estado pode derivar também de ofensa moral, mas, neste caso, insuscetível de sanção propriamente jurídica, a não ser pela opinião publica internacional. 
Presença de imputabilidade ou nexo causal: Elo entre o ato danoso e o causador do dano, ou seja, é o vinculo jurídico que se forma entre o Estado (ou OI) que transgrediu a norma internacional e o Estado (ou OI ) que sofreu lesão decorrente de tal violação. O ato ou omissão é atribuível ao Estado, ainda que praticado por agente ou funcionário seu. 
Existência de um prejuízo ou um dano a outro Estado (ou OI): Pode ser material/imaterial (moral); pode ter decorrido de ato cometido por um Estado ou por um particular em nome do Estado. 
Somente o sujeito de direito das gentes vitimado por algum dano pode reclamar do outro faltoso a sua reparação, principalmente no que diz respeito ao cumprimento de tratado celebrado entre ambos, não podendo demandar terceiros que não participem do instrumento internacional. 
Obs. Nao obstante a doutrina internacionalista ainda exigir o elemento dano como necessário a caracterizacao da responsabilidade internacional, observe que o draft da ONU sobre a responsabilidade dos Estados por atos internacionalmente ilicitos excluiu a necessidade de sua ocorrencia para que se constitua a responsabilidade. O draft apresenta necessária a presença de 2 elementos: violação de uma obrigação internacional e atribuição dessa violação ao Estado. O draft pode sofrer alteracoes na AG, ate sua adocao. Atualmente o draft ‘e usado, mas como fonte academica apenas, e nao como normativa pois nao foi aprovado ainda.
Formas de responsabilidade internacional
Direta(principal): Ato ilícito praticado pelo próprio governo estatal, por orgao governamental , por funcionários do seu governo ou por uma coletividade publica do estado que age em nome dele, e ainda por um particular cuja atividade possa ser imputada ao Estado- “pessoa estiver agindo por instruções ou sob direção ou controle daquele Estado ao executar conduta”. 
Indireta (subsidiaria): Ato ilícito cometido por simples particulares ou por um grupo ou coletividade que o estado representa na esfera internacional. De regra nao se pode responsabilizar o Estado, por ato de particular nao investido em funcao estatal, a menos que o estado tenha agido com culpa na fiscalizacao de tais atos. 
Comissiva: quando o ato ilícito decorrer de ação positiva do Estado ou de seus agentes
Omissiva: quando o Estado ou seus agentes deixarem de praticar ou omitirem um ato requerido pelo DI em relaçao ao qual tinha o dever jurídico de praticar. 
Convencional: quando resultar do descumprimento ou violacao de um tratado internacional de que ‘e parte, ou em relação ao qual está juridicamente obrigado.
Delituosa: quando o ato ilicito se der em violacaode uma norma proveniente do direito costumeiro internacional. 
Natureza juridica da responsabilidade internacional
Corrente subjetivista (teoria da culpa ): defendida por Grotius, diz que a responsabilidade internacional deve derivar de um ato culposo ou doloso do Estado. Não basta a pratica de um ato internacional objetivamente ilicito, o Estado que o praticou deve ter agido com culpa (imprudência, imperícia, negligencia) ou dolo intencional. É a teoria mais usada pela jurisprudência internacional, pois protege mais o Estado do que a teoria objetivista. 
Corrente objetivista ( teoria do risco): existencia da responsabilidade do Estado no fato de ele ter violado uma norma internacional que deveria respeitar, sem levar em conta quais foram os motivos ou fatos que o levaram a atuar delituosamente. Surge em decorrencia do nexo causal entre o ilicito e o prejuizo sofrido, sem necessidade de se recorrer ao elemento psicologico; esta em jogo apenas o risco que o Estado assumiu ao praticar o ato. Teoria muito utilizada em casos que tratam da exploração cósmica, energia nuclear, proteção internacional do meio ambiente e etc. 
Teoria mista: a culpa so pode ser utilizada nos ilicitos internacionais que o Estado pratica por omissao. Neste caso, estaria presente a negligencia (nao faz o que deve) do Estado, o que daria a margem a sua responsabilizacao internacional. Exemplo: morosidade do Estado ou falta de vontade em elaborar lei requerida pelo DI. Para esta teoria, o risco so seria aplicado nos delitos praticados por atos comissivos dos Estados. Esta doutrina nao teve maior consagracao. 
Orgaos internos e responsabilidade internacional
Os poderes executivo, legislativo e judiciario , quando da pratica de atos atentatorios ao DI, tambem geram para o estado respectivo a responsabilidade internacional, na medida em que sao poderes que atuam em nome do estado e com sua autorização.
Atos do executivo: 
Ainda ‘e o maior responsavel pelo cmetimento de ilictios e pela violacao de normas internacionais, quer pela funcao governamental, quer pela acao funcional de seus servidores. Todos os ilicitos cometidos por esse poder diretamente ou por seus funcionarios e agentes, tanto no ambito interno como no internacional, geram responsabilidade. Ex. Prisões ilegais ou arbitrarias, injustiças contra estrangeiros, violação de tratados e etc. 
 O Estado responde pelo ilícito mesmo no caso de seu funcionario ser incompetente para a pratica do ato, pois a qualidade oficial do funcionario vincula sempre o Estado, salvo se a incompetencia era gritante. O que se considera para aferir o quantum de responsabilidade é o fato de ter o funcionario agido dentro dos limites aparentes de suas funcoes. A aparencia dos atos dos funcionarios é suficiente para imputar a responsabilidade, que neste caso será objetiva. 
O governo do Estado tambem se compromete para com o DI quando causa um dano a estrangeiro em seu territorio (ex. Reclamacao Massey – americano assassinado por autoridades mexicanas, sem que o Mexico tivesse tomado as medidas necessarias para punir assassino). 
A responsabilidade do Estado por atos de seus agentes, só ocorre quando o Estado em causa não toma as medidas necessárias para a punição dos culpados. 
Atos do legislativo: 
Esse órgão do poder viola o DI em 4 hipóteses distintas:
- Quando o parlamento edita leis contrarias ao conteudo de tratados internacionais anteriormente aprovados e ja em vigor, burlando aquilo que o Estado pactuou internacionalmente (ato comissivo)
- Quando revoga certa lei necessaria a correta aplicação de um tratado, deixando o instrumento inoperável por ausência de base legislativa (ato comissivo)
- Deixa de aprovar legislação necessaria ao cumprimento do tratado ratificado e em vigor (ato omissivo)
- Deixa de revogar legislacao contraria ao conteudo de um tratado em vigor no Estado (ato omissivo)
Nenhum Estado pode fugir ao cumprimento de suas obrigações internacionais sob o pretexto de violação do Direito interno. Pois se presume que o Estado antes de assumir obrigação internacional observou suas regras constitucionais para não levar outrem a erro. 
A responsabilidade internacional do Estado por atos do legislativo pode tambem decorrer de violacao de costumes internacionais ou de principios gerais de direito, pois o costume tambem é fonte de direito internacional.
Ela passa a existir, nesses casos, a partir do momento em que entra em vigor a lei. Quando todos os cidadãos e estrangeiros já estão potencialmente por ela atingidos. 
Atos do judiciario: 
O judiciario embora seja independente e tanha garantida a sua atuacao jurisdicional, tambem pratica ato ilicito a sua atuacao afetando o Estado em materia de responsabilidade internacional. Os atos desse poder sao estatais e como tais devem ser compreendidos. 
Ex: Quando a justiça de um pais julga em desacordo com tratado internacional ratificado pelo Estado e em vigor internacional ou nao julga com base em tratado que deveria conhecer, denegando o direito daquele que o invoca com base em convenções internacionais. 
Nao se confunde com erro judiciario, em que nao se procede de modo deliberado, sendo certo que os juízes são falíveis e sujeitos a erros. O DI não pretende que as decisões judiciárias sejam infalíveis, mas que a justica não deixe de aplicar, quando sabe que deve proceder essa aplicação, as regras assumidas pelo Estado. 
O Estado é responsável pelos danos causados a um nacional de outro Estado em virtude de um ato ou comissão oficiais que violem um direito pessoal reconhecido internacionalmente. 
O não cumprimento de sentença proferida por tribunal com jurisidcao internacional pelo judicairio estatal tambem é causa de responsabilidade internacional. 
Ato dos indivíduos: 
Ex. Pirataria, trafico de drogas, trafico de escravos e etc
 
Tais atos nao acarretam necessariamente a responsabilidade interrnacional do estado, mas ha certos atos praticados por particulares capazes de onerar o estado de responsabilidade internacional. Nesse caso a reponsabildade estatal nao decorre propriamente do ato de um individuo, que vinculo nenhum mantinha com o Estado e que nao atuou em nome deste, mas de uma conduta negativa do Estado relativamente as obrigações que lhe impoem o DI. (Atos contra chefes de Estado estrangeiro ou contra seus representantes diplomáticos, insultos a bandeira ou símbolos nacionais, publicações injuriosas e etc). 
A responsabilidade nesse caso existe pela culpa do Estado que podendo evitar ato lesivo não o evitou, ou ainda, que tendo tomado conhecimento do fato subtraiu o delinquente a punição. Não é o ato do individuo em si que acarreta a responsabilidade internacional do Estado, mas a conduta desse proprio que não observou o que o DIP lhe impõe em relação a pessoas ou bens em seu território. 
Nao acarretam a responsabilidade internacional do Estado as lesoes aos direitos de estragiros praticadas por particulares. Neste caso, responsabiliza-se o autor do ato nas esferas civil e criminal. 
Previo esgotamento dos recursos internos
O dano causado a determinado estado em decorrendia de violacao de compromisso internacional nao é suficiente para justificar uma reclamacao diplomatica imediata. Para que um Estado possa exercer a protecao diplomatica, é necessario que, antes disso, o sujeito lesado esgote todos os recursos juridicos internos dos tribunais do estado que cometeu o ilicito ou do estado onde foi cometido, sendo esta a segunda condicao de exercicio da protecao diplomatica. Da mesma forma, a responsabilidade internacional do estado nao se achara comprometida antes de esgotados todos os meios possiveis, previstos no direito interno. Regra universalmente aceita do previo esgotamento dos recursos internos.
Significa que so é possivel que um estado responsabilize outro perante a corte depois que esse individuo percorra todo o caminho interno para salva guarda dos seus direitos. 
Essa exigencia se justifica por 3 motivos:
Dar oportunidade ao Estado de reparar a questao dentro do seuordenamento juridico;
Impedir que seja deflagrada uma demanda em nivel internacional desprovida de motivo justificavel;
Evitar pedidos de protecao diplomatica abusivos, que nao seja dentro dos limites. 
Assim, enquanto os tribunais locais não se manifestarem sobre o assunto, nenhuma reclamação diplomática poderá ser iniciada. Fundamentado na subsidiariedade (complementariedade) do sistema protetivo internacional relativamente ao sistema juridico interno. So se passa para o patamar internacional depois do esgotamento das vias internas. 
No Brasil, significa chegar ao STF (salvo se a ultima instancia da causa for o STJ) e a decisao desse tribunal ter se tornado res judicata (coisa julgavel).
Apresentacao de reclamacao
Esgotados os recursos internos, sem que o direito tenha sido reconhecido, o estado patrial pode (discricionariamente) tornar sua a reclamacao do seu nacional. Se o Estado entende que o seu nacional foi ofendido em seus direitos, a questao se torna assunto internacional do qual serao partes este Estado e aquele que outro contra o qual se faz a reclamacao. Muitos casos se resolvem amigavelmente. Caso isso nao ocorra, os estados - partes no litigio podem optar pelo estabelecimento de um tribunal arbtitral internacional ou, em ultimo caso, ir a CIJ. Em caso de condenacao pecuniaria, tudo o que é recebido pelo Estado reclamante passa a ser propriedade exclusiva deste, ainda que o direito interno exiga repasse desse montante para a pessoa fisica ofendida. 
A doutrina tem apontado alguns Estados que pretendem exigir dos estrangeiros que queiram fazer negocio dentro do seu territorio a renuncia ao direito de solicitar a protecao diplomatica a seus paises de origem. Baseiam-se na doutrina Calvo, segundo a qual os estados estrangeiros devem recusar protecao aos seus suditos insatisfeitos com o ocorrido no territorio alheio, pois as cortes locais sao as unicas competentes para analisar demandas contra os atos da administracao local. Modernamente se entende que as clausulas Calvo nao privam os estados de dar protecao diplomatica aos seus nacionais, pois o direito de protecao diplomatica pertence ao Estado, nao ao reclamante.
Requisitos para apresentação da reclamacao internacional:
O correto enderecamento (sob pena de o outro estado alegar, em excecoes premilinares, a incompetencia do tribunal internacional)
Prazo (somente em casos excepcionais se aceita extemporaneamente, em casos de ameaça ou uso de força por parte do Estado reclamado)
Interesse juridico do autor da demanda 
Excludentes da responsabilidade
Sao circunstancias capazes de afastar a responsabilidade liberando o Estado de sua obrigacao de reparar os danos. Sao causas de justificação que permitem um Estado, ou um vinculado a norma internacional, praticar licitamente ato que em condições normais seria tido por ilícito. Segundo o draft de convenção da ONU as normas imperativas de DI não comportam excludentes de ilicitude, ou seja, um Estado que viola o jus cogens internacional não terá meios de se livrar da responsabilidade internacional decorrente de sua violação. 
Consentimento do Estado: consentimento valido exclui a ilicitude, se o ato permanecer dentro dos limites do que foi consentido. 
Para evitar abuso dos estados mais fortes contra os mais fracos, a melhor doutrina diz serem condicoes para o consentimento que este seja real, valido em direito das gentes, atribuivel internacionalmente ao estado lesionado e anterior a pratica do ato cuja ilicitude se pretende excluir. Tambem nao pode extrapolar os limites do consentimento estatal, caso em que tudo que fugir ao consentimento exarado será ilicito. 
O silencio do estado lesado valeria como consentimento valido capaz de desonerar o estado faltoso? Trata-se da prescricao liberatoria em direito das gentes (= silencio do estado lesado quanto ao dano sofrido, apos um largo periodo de tempo). Nesse caso, o silencio do lesado extinguiria a responsabilidade do infrator pela aceitacao da situacao de fato. 
Legitima defesa: os atos de legitima defesa afastam a responsabilidade internacional do Estado, mas so quando existir um dano anteriormente verificado, decorrente de ataque armado contra um membro das NU. 
O exercicio da legitima defesa pressupoe sempre uma agressao armada injusta e uma reacao estatal imediata, levada a efeito pela necessidade de defsa, necessaria a preservacao de pessoas e da dignidade do Estado. Essa reacao deve dar-se por meio de uma medida licita de defesa, manifestada de maneira adequada e proporcional ao ataque ou ao perigo iminentes. Por ter sido consagrada pelo art. 51 da Carta da ONU, a legitima defesa eh tida como o fundamento mais pacifico para justificar o descumprimento da proibicao do uso privado da forca.
Contramedidas (represalias): sao atos ilicitos, mas que se justificam por serem a unica forma de revidar outros atos igualmente ilicitos perpetrados pelo estado agressor ( = ‘justica privada’). 
So podem ser admitidas quando (1) tiverem por fundamento ataque previo do outro estado, contrario aos direitos do ofendido; e (2) forem proporcionais ao ataque. Pode-se acrescentar mais uma condicao: o estado ofendido nao ter achado outro meio ilicito para combater a ilegalidade sofrida. As contramedidas previdas no draft da NU sao lex generalis, cedendo perante regulamentos especificos (lex specialis) como os da OMC ou da NAFTA.
Forca maior: ato ilicito praticado tenha sido consequencia de um evento externo irresistivel ou imprevisto, fora do controle de Estado, que tornou materialmente impossivel agir conforme a obrigacao assumida. 
Nao cabera a alegacao de forca maior se a situacao irresistivel ou imprevista se deveu a conduta do Estado que a invoca, ou caso tenha ele assumido o risco da ocorrência da situação ( # caso fortuito e forca maior - previsibilidade e evitabilidade, pois a forca maior é previsivel mas é inevitavel e o caso fortuito é imprevisivel mas pode ser evitado. Ex. Tsunami na usina do Japao = era previsivel mas era inevitavel). 
Perigo extremo: conforme o draft das NU, sera excluida a ilicitude de um ato estatal em desacordo com uma obrigacao internacional se o autor do ato nao dispoe de nenhum outro modo razoavel, em uma situacao de perigo extremo, de salvar a vida do autor ou vidas de outras pessoas aos seus cuidados. 
A ilicitude nao sera excluida se (1) a situacao de perigo extremo decorrer da conduta daquele que a invocou; (2) for provavel que o ato em questao crie um perigo comparavel ao maior.
Estado de necessidade: ja se sustentou que o estado de necessidade é causa de exclusao da responsabilidade reconhecida pelo DI costumeiro. Tambem ja se entendeu que ele nao desonera o estado da responsabilidade, ja que nao eh facultada a nenhuma potencia estrangeira a protecao de seu territorio em detrimento dos direitos de terceiros. 
O draft da convencao da ONU segue esse entendimento, sob o fundamento de que no estado de necessidade, diferentemente da legitima defesa ou das contramedidas, não se trata de agressão voltada a um ato anteriormente injusto, mas de um ato estatal egoísta dirigido contra um ou mais dos Estados inocentes. 
Para o draft o Estado de necessidade nao pode ser invocado por um Estado como causa de exclusão da ilicitude de um fato do Estado violador de uma de suas obrigações internacionais, a menos que: (1) fato constitua unico meio de salvaguardar um interesse essencial do estado contra um perigo grave e iminente; (2) o mesmo nao prejudicou gravamente um interesse essencial do estado em razao da qual existia a obrigacao.
Nao se descarta a questao da culpa do sujeito lesado que deu causa ao dano ou contribuiu para sua ocorrência. Neste caso, pode-se dizer que a responsabilidade do Estado pode diminuir, ou mesmo desaparecer, se comprovado que a conduta do lesado contribuiu ou foi o próprio fato gerador do dano. 
Renuncia do individuo lesado: trata-se da chamada doutrina Calvo, exposta pelo ministro das relacoes exteriores da argentina, Carlos Calvo, em 1868, segundo a qual um particular poderenunciar a protecao pela via diplomatica, por meio de contrato previo com um governo estrangeiro. 
Trata-se de uma clausula inserta nos contratos celebrados pelo Estado com concessionários estrangeiros por meio da qual esses últimos se comprometem em não recorrer a proteção diplomática dos seus países de origem, caso surjam questões sobre execução ou inexecução desses mesmos contratos. 
A nulidade da clausula calvo pode ser invocada se implicar prejuizo ao direito a protecao diplomatica do estado aos seus cidadaos no exterior, uma vez que essa protecao, a luz do DIP , é um direito do estado e nao do individuo.
Meios de reparacao pela violacao de uma obrigacao internacional
Regra geral = responsabilidade se exprime pela reparacao do dano
Excecao= reponsabilidade que surge para o estado em virtude da pratica de ilicito internacional.
A expressão reparação é genérica (todas as formas que o Estado tem para cumprir a obrigacao, ou livrar-se da responsabilidade). O deliniamento geral da reparacao foi estabelecido pela CPIJ, no caso Fabrica de Chorzow, no sentido de que “é um principio de direito internacional, uma concepcao geral do direito, que toda a violacao de um compromisso comporta a obrigacao de reparar tanto adequadamente”, sendo que a forma de reparar deve, tanto quanto possivel, apagar todas as consequencias do fato ilícito e restabelecer o estado que teria existido se o ato não tivesse sido praticado. 
Restituicao in natura: É a forma mais comum de repacao = Estado faltoso restabelece a ordem anterior. Na impossibilidade de restituição surge a:
Indenização (compensação): Forma mais frequente de reparação, consiste no pagamento compensatório de todos os danos que um Estado produziu em decorrência do ato ilicito, incluso os lucros cessantes. 
Satisfação: Normalmente de cunho moral. Quando um ato ilicito praticado ofende a dignidade do Estado ou de seus funcionarios. Geralmente sao tres as formas: pedido de desculpas, punicao dos funcionarios culpados ou reconhecimento formal (ate mesmo por via judicial) do carater ilicito do fato.
Por fim o draft coloca a garantia de não repetição, no qual o Estado lesado tem o direito de obter do Estado que cometeu um fato internacionalmente ilicito, a garantia de não repetição do fato. 
Organizações internacionais intergovernamentais / Interestatais
Origem
A crescente necessidade de cooperacao internacional, nos mais diversos campos, levou a criacao e desenvolvimento dessas instituicoes internacionais, capazes de coordenar os interesses da sociedade internacional relativos a diversas finalidades. Fenomeno moderno produto da lenta evolucao das relacoes entre os Estados. Cooperar ‘e importante, pois supre carencias que os Estados precisam para sua subsistencia, ja que os bens essenciais a essa subsistencia sao escassos. 
Fundamento
Impossibilidade de os Estados realizarem sozinhos alguns de seus objetivos comuns no ambito de um determinado contexto. Sendo senhores absolutos do DIP, Estados cedem parte de suas competencias funcionais a tais entidades criadas por acordo mutuo para agir em seu nome. Nao conferem plenos poderes, somente reservam-lhes as atribuicoes necessariais para cumprimento de suas funções.
O crescimento do numero dessas organizações se da no decorrer do processo de institucionalização do DI, em que deixa de ser um direito das relações bilaterais ou multilaterais entre os Estados para se tornar um direito mais presente nesses órgãos ou instituições. 
Definição
Para fins do DIP, pode-se conceituar ‘organizacao internacional’ como associacao voluntaria de sujeitos do direito internacional, criada por tratado internacional e com finalidades predeterminadas, regida pelas normas do direito internacional, dotada de personalidade juridica distinta da dos seus membros, que se realiza em um organismo proprio e estavel, dotado de autonomia especificidade, possuindo ordenamento juridico interno e orgao auxiliares, por meio dos quais realiza os propositos comuns dos seus membros (Estados soberanos), mediante os poderes proprios que lhes sao atribuidos por estes. Nao tem soberania, somente os Estados possuem soberania.
Obs. Importante distinguir entre organizacoes internacionais (ORGS) e organizacoes internacionais privadas ou nao governamentais (ONGs). Ambas sao produto de um ato de vontade, que no primeiro caso, promana dos Estados, e no segundo caso da vontade de particulares, com ou sem a intervencao de orgaos publicos. ( Ex. Medicos sem fronteiras). Nao se confundem com as organizacoes internacionais intragovernamentais por nao deterem persolindade juridica de direito internacional. 
A Cruz Vermelha ‘e uma personalidade de direito privado, uma vez que seu estatuto esta contido na Suica.
O poder que as organizacoes internacionais intergovernamentais tem para celebrar tratados vem regulado pela convencao de viena sobre direito dos tratados entre estados e organizacoes internacionais ou entre essas ultimas (1986)
Caracteristicas
- Criadas por Estados, e por isso devem ser instituídas como Insterestatais, excluindo-se as organizacoes de natureza privada. 
- Cridas a base de um acordo e vontades, por associacao livre dos Estados, que não podem ser coagidos a ingressar na Organizacao se não quiserem. 
- Instituidas por tratados internacionais multilaterais que as constituem e estabelecem suas regras e competência, sendo eles a verdadeira constituição ou certidao de nascimento, da organização. Neles que estão previstos os direitos e as obrigações dos Estados-membros. 
- Capacidade civil e personalidade juridica própria, distinta das dos seus membros. 
- Compostas por orgaos de carater permanente, distintos e independentes dos demais membros da organização. 
- Seus orgaos tem vontade propria e primam pelos interesses da organizacao, e nao dos estados-membros que a compoem (a meta ‘e o interesse comum desses mesmos estados)
- Privilegios e imunidades necessarios ao exercicio de suas funcoes, entao um determinado representante de uma dessas organizacoes tambem desfruta de imunidade diplomatica. 
Essas características são comuns a todas as organizações internacionais intergovernamentais, mas isso não impede que outras organizações sejam dotadas de características próprias. Em pelo menos 2 aspectos essas entidades tem algo em comum – a existência de uma AG (todos tem direito ao voto) e de uma secretaria (funcionamento operacional e administrativo). 
Imunidades IMPORTANTE 
Diferentemente das imunidades do Estado a jurisdicao do outro, as imunidades da OI a justica de um Estado provem sempre de regras escritas (tratados), quer em materia trabalhista, quer em outros ambitos. Mesmo havendo conflito com direto com o direito positivo nacional sua imunidade não pode ser afastada. 
Imunidade diplomatica = reconhecida em duas convencoes aos embaixadores, consules e familiares para o desempenho fiel da missao diplomatica. Da representatividade do estado acreditante perante o estado acreditado. 
Imunidade e reciprocidade = Igualdade.
Existe imunidade de jurisdicao pra lide de natureza trabalhista contra jurisdição internacional? Sim, pois a imunidade de jurisdição do estado estrangeiro é baseada no direito costumeiro, como relativizar o que ja está escrito no tratado constitutivo da organizacao internacional? Mesmo nas questoes trabalhistas ela ‘e convencional (decorre do tratado constitutivo) e nao consetudinaria, entao nao pode ser relativizada. 
Classificação:
Quanto aos fins que perseguem: 
Gerais (ex. ONU, OEA) ou específicos (ex. FMI, UNESCO, OIT). Ambas podem ter alcance universal (ONU) ou regional.
Quanto a independência: 
Independentes (sem vinculo com ordem jurídica interna) ou dependentes (obedecer a regras de alguma ordem jurídica estatal)
Quanto a participação de Estados: 
Abertas ilimitadamente (permite ingresso de qualquer Estado); abertas limitadas (permitem ingresso de alguns Estados) ou fechadas (não permitem nenhum Estado que não participou originariamente da sua criação).Quanto a base territorial: 
Globais/universais, admitem qualquer pais do mundo como membro (ou pelo menos estão abertas ao maior numero de Estados possíveis) ou regionais, somente permitem o ingresso de paises pertencentes a sua base territorial. 
Processo decisório: 
Sistema da unanimidade – todos os Estados concordam em cumprir as decisões emandas da organização, sem possibilidade desistência de alguns deles. 
Sistema da dissidência- se deixa de aplicar determinada resolução para os Estados (chamados dissidentes) que não aprovaram, continuando a resolução a valer na sua integralidade para os demais Estados não dissidentes. 
Sistema do voto ponderado – alguns países podem ter direito a mais votos que outros, separando-se do principio da igualdade de votos entre os Estados, como é o caso do FMI e do CS da ONU. 
Sistema da maioria simples e da maioria qualificada – no primeiro prevalece a vontade de metade mais um dos países votantes; no segundo ganga a vontade de 2/3 dos membros votantes. 
Sede: 
De regra não tem base territorial. Estado disponibiliza parcela de seu território (acordo de sede ou acordo de instalação). Obs. Garantias diplomáticas se estendem aos representantes exteriores, instalações e moveis. 
Sanções aos Estados –membros: 
Decorrência do descumprimento das obrigações assumidas, traz consequências diversas dependendo do que dispõe o respectivo acordo constitutivo. Sistema diferente do direito interno e do direito internacional clássico, as duas formas mais comuns são a exclusão do Estado nos quadros da organização e a suspensão de direitos. 
Organização das Naçoes Unidas 
Historia: 
Antes do fim da 2 Guerra Mundial e com o fracasso da Liga das Nações, potencias que combatiam o Eixo buscaram criar Organização internacional com a finalidade de manutenção da paz e segurança no mundo. Em 1945, em Washington as NU efetivamente se constituíram (Carta da ONU), co sede em NY.
Propósitos e finalidades especificas das NU:
Indicados no preâmbulo e no art. 1 da Carta. Ex. evitar guerras, foco nos direitos humanos fundamentais, promoção da justica e do progresso social e econômico, política de boa vizinhança, manter paz e segurança internacionais, cooperação internacional, centro destinado a harmonizar a ação das nações por objetivos comuns. 
Conceitos básicos:
Membros: originários e admitidos (ou eleitos). Brasil é originário. Representados por delegados. 
Admissão: condicionada a ser o Estado amante da paz, aceitar obrigações impostas pela Carta, estar apto e disposto a cumpri-las. Se da por meio de decisão da AG mediante recomendação do CS. 
Suspensão e expulsão: regulados nos arts. 5 e 6 da Carta da ONU.
Segurança coletiva e supremacia da Carta da ONU: praticamente todo o sistema das NU foi estabelecido sobre o principio da segurança coletiva mundial, segundo o qual a paz mundial so pode ser alcançada respeitando-se parâmetros mínimos de convivência entre os Estados (ex. segurança e proteção dos direitos humanos). 
Órgãos das NU
Assembleia Geral:
Orgao principal e único composto por representantes de todos os Estados-membros. Competencia “totalmente genérica”, ou seja, sobre todas as matérias. Papel relevante no campo dos direitos humanos. Manifestacao por meio de resoluces, declarações ou recomendações, de efeito não vinculante (diferentes das decisões do CS, que tem forca cogente, cumprimento obrigatório). 
AG é o maior foro de discussão de que se tem noticia – tem competência para discutir e fazer recomendações sobre qualquer matéria que for objeto da Carta ou se relacionar com as atribuições e funcoes de qualquer dos órgãos nela previstos; as vezes, fica subordinada aos assuntos de competência especifica do CS, devendo ceder as suas decisões; tem importante papel na proteção dos direitos humanos; cada membro da AG tem direito a um voto, sendo que as decisões importantes (fundamentais para a propria Organizacao e para os Estados) seguem o principio majoritário, devendo ser tomadas pelo voto da maioria de 2;3 dos membros presentes e votantes. 
Conselho de Segurança: 
Principal atribuição é manter a paz e segurança internacionais. Considerado orgao primordial da ONU. Composto por 5 membros permanentes (China, França, Russia, Reino Unido e EUA) e 10 não permanentes (mandato de 2 anos). Único orgao com poder de tomar decisões mandatórias que devem ser acatadas pelos membros. Todas as suas decisões são obrigatórias. Assessorado por comissão de Estado- Maior (formação: Chefes de Estado – Maior dos 5 permanentes), nas questões militares. Cada membro do CS tem, dentro do orgao, um representante e, portanto, direito de um voto apenas. 
Art. 32 Carta da ONU – qualquer membro das NU que não for membro do CS, ou qualquer Estado que não for membro das NU, será convidado, desde que não seja parte em uma controvérsia submetida ao CS, a participar, sem voto, na discussão dessa controvérsia. 
Entre suas atribuições, podem ser destacas as relativas a aplicacao de sanções econômicas aos Estados ou contra medida capaz de evitar qualquer tipo de agressão atinente as recomendações a AG de admissão de novos membros, bem como as condições sob as quais os Estados poderão tornar-se parte do Estado da CIJ, a relativa a suspensão ou explusao de Estados-membros da Organizacao, etc. 
Votação no CS: 
Vem regulada pelo art. 27 da Carta. Cada membro do Conselho terá direito a um voto. Suas decisões,em questões processuais serão tomadas pelo voto afirmativo de novo membros, permanentes ou não. Em todas as questões que não sejam processuais (ou seja, em relacao as questões de fundo, substantivas) a votação será feita pelo voto afirmativo tambem de novo membros, mas incluídos os votos afirmativos de todos os membros permanentes ( trata-se da regra da “unanimidade das grandes potencias”). Isso significa que, havendo discordâncias com a decisão, pode o membro exercer o seu poder de veto e desautorizar sozinho o processo decisório sobre a questão de fundo, pelo motivo que entender plausível. Tal veto é inicial e impeditivo de uma futura ação eventualmente proposta pela Organizacao. 
Conceito de veto: 
Em outras palavras, pode-se dizer que o veto é “um voto negativo no interior de um processo decisório que tem como efeito inibir e impedir a adoção de uma decisao”. Aparece ele quando a decisao dos cinco membros permanentes das NU não é uníssona (não se exige unanimidade dos não permanentes) sobre uma determinada questão substancial ou de fundo. Significa na pratica, que nenhuma decisão do Conselho pode ser tomada contra a vontade dos EUA, França, Reino Unido, Russia e China juntos.
Utilização do veto:
Mas frisa-se que o veto deve ser utilizado apenas quando o membro permanente não concordar integralmente com a decisão a ser tomada. Caso não discorde integralmente da decisão dos demais, deve tal membro se abster. Se bem que a letra do art. 27 da Carta é clara no sentido de ser considerado veto o voto não afirmativo (ou seja, não positivo) de uma das potencias com assento permanente, o certo é que a pratica do CS tem abrandado tal regra para entender que a abstenção não equivale a veto (ou seja, somente o voto negativo equivale a veto nessa sistemática). Trata-se segundo alguns autores, de um costume contra legem levado a cabo pelo CS. 
A distinção entre questões processuais e outras tem levantado dificuldades praticas e teóricas. Em caso de duvida, o proprio CS delibera acerca da qualificação da questão, mas a qualificação da questão não é considerada questão processual e nela intervem a possibilidade de veto. Surge o chamado sistema do duplo voto: um membro permanente opõe-se a que uma questão seja considerada meramente processual (1 veto): e, quando o CS entra a discutir a questão opõe-se que seja tomada qualquer, ou uma determinada, resolução (2 veto). 
Criticas ao veto:
A maior critica ao sistema de veto do CS esta ligada a flagrante desigualdade de direitos que tem os demais Estados – membros da ONU, que ficam a merce daquilo que for decidido porsomente 5 Estados, numa situação de conflito internacional, ou que envolva questões importantes para a sociedade internacional como um todo. Por outro lado, objeta-se que as funções do CS com seus membros em pe de igualdade, apeasar de mais justas, seriam mais lentas e menos eficazes. 
Corte Internacional de Justica: 
Principal orgao judicial das NU, com sede em Haia (Holanda). Composto por 15 juízes eleitos pela AG em ato conjunto com o CS, para mandato de 9 anos. 
A CIJ tem competência contenciosa e consultiva, estando somente os Estados habilitados a serem partes em questões perante ela. Todos os membros das NU são partes do ECIJ. Isto não impede que um Estado que não seja membro das NU se torne parte no Estatuto da Corte, o que ira depender das condições que serão determinadas pela AG, mediante recomendação do CS. Cada Estado- membro das NU se compromete a aceitar as decisões proferidas pela CIJ em qualquer caso em que esse Estado for parte. Se uma das partes num caso deixar de cumprir as obrigações que lhe incumbem em virtude de sentença proferida pela Corte, a outra terá direito de recorrer ao CS que poderá, se julgar necessario, fazer recomendações ou decidir sobre medidas a serem tomadas para o cumprimento da sentença. 
Competencias contenciosa e consultiva da CIJ
Contenciosa (regulada pelos arts. 34 a 64 do Estatuto)
Consultiva (regulada pelos arts. 65 a 68 do Estatuto e pelo art. 96 da Carta)
Nos temos do $1 do Estatuto, apenas os Estados sujeitos de direito internacional publico por excelência, podem ser parte em contenciosos perante a CIJ. Esta competências tem sido a mesma desde a instalação da CPIJ. Conforme o disposto no art. 36 a competência contenciosa da Corte abrange todas as questões que os Estados lhe submetam, bem como todos os assuntos especialmente previstos na Carta ou em tratados e convenções internacionais em vigor. 
Assim outros sujeitos de direito internacional publico, principalmente as organizações internacionais, não podem ser parte em nenhum assunto contencioso perante a CIJ. Em matéria contenciosa, as organizações internacionais apenas podem prestas informações as corte, nos termos de seu regulamanento. Sempre que no julgamento de uma questão for discutida a interpretação do instrumento constitutivo e uma organização intergorvenamental ou de uma convenção internacional adotada em virtude do mesmo, o Escrivão da Corte Dara conhecimento disso a organização internacional interessada e encaminhar-lhe-á copias de todo o expediente escrito.

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