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O Estado de Direito fichamento 2ª unidade cptge

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O Estado de Direito
Considerações gerais
“[...] o Estado de Direito emerge como uma construção própria à segunda metade do século XIX, nascendo na Alemanha – como Rechtstaat – e, posteriormente, sendo incorporado à doutrina francesa, em ambos como um debate apropriado pelos juristas e vinculado a uma percepção de hierarquia das regras jurídicas, com o objetivo de enquadrar e limitar o poder do Estado pelo Direito.”(p.91)
“[...] três visões próprias para esse fenômeno:
Visão Formal, pela qual se vincula a ação do Estado ao Direito, ou seja, a atuação estatal é jurídica, exercitando-se através de regras jurídicas;
Visão Hierárquica, na qual a estruturação escalonada da ordem jurídica impõe ao Estado sua sujeição ao Direito;
Visão Material, que implica a imposição de atributos intrínsecos ao Direito, ou seja, aqui, a ordem jurídica estatal produz-se tendo certa substancialidade como própria. Há uma qualificação do Estado pelo Direito e deste por seu conteúdo. ”(p.91)
“O Estado de Direito surge desde logo com o Estado que, nas suas relações com os indivíduos, submete-se a um regime de direito, quando, então, a atividade estatal apenas pode desenvolver-se utilizando um instrumental regulado e autorizado pela ordem jurídica, assim como, os indivíduos – cidadãos – têm a seu dispor mecanismos jurídicos aptos a salvaguardar-lhes de uma ação abusiva do Estado.”(p. 92)
“A ideia de Estado de Direito carrega em si a prescrição da supremacia da lei sobre a autoridade pública. [...] está embasada na autolimitação do Estado pelo Direito, pois é o Estado a única fonte deste, atribuindo-lhe força coercitiva, e é o Direito criação daquele.” (p. 92)
“[...] o Estado de Direito diferenciar-se-á tanto do Estado Polícia – no qual o Direito é apenas um instrumento sob plena disponibilidade do Estado – quanto do Estado Legal, em que, mesmo sendo a lei limite e condição da atividade administrativa, não há o privilegiamento hierárquico da ordem jurídica, cristalizando-se uma supremacia parlamentar, sequer uma vinculação de conteúdos que lhe são inerentes.”(p.92)
“Embora a intenção de montagem de uma teoria jurídica do Estado de Direito isenta de vinculações, devemos ter presente alguns aspectos encontrados na elaboração histórica do mesmo.” (p.92)
A apresentação do Estado de Direito
“Para além da legalidade estatal, o Estado de Direito representa e referenda um algo mais que irá se explicitar em seu conteúdo. Ou seja: não é apenas a forma jurídica que caracteriza o Estado mas, e sobretudo, a ela agregam-se conteúdos.”(p.93)
“Assim, o Estado de Direito não se apresenta apenas sob uma forma jurídica calcada na hierarquia das leis, ou seja, ele não está limitado apenas a uma concepção formal de ordem jurídica, mas, também, a um conjunto de direitos fundamentais próprios de uma determinada tradição.” (p.93)
“[...] o Estado de Direito não é mais considerado somente como um dispositivo técnico de limitação de poder, resultante do enquadramento do processo de produção de normas jurídicas; é também uma concepção que funda liberdades públicas, democracia, constituindo-se como o fundamento subjacente da ordem jurídica.” (p.94)
“Assim, o Estado de Direito irá se apresentar ora como liberal em sentido estrito, ora como social e, por fim, como democrático. Cada um deles molda o Direito com seu conteúdo, como veremos a seguir, sem que, no entanto, haja uma ruptura radical nestas transformações.” (p.94)
O Estado Liberal de Direito
“[...] pode-se definir o Estado Liberal de Direito como sendo ‘um Estado cuja função principal é estabelecer e manter o Direito cujos limites de ação estão rigorosamente definidos por este, bem entendido que Direito não se identifica com qualquer lei ou conjunto de leis com indiferença sobre seu conteúdo [...] O Estado de Direito significa, assim, uma limitação do poder do Estado pelo Direito, porém não a possibilidade de legitimar qualquer critério concedendo-lhe forma de lei (...)’.” (p.94/95)
“[...] características deste tipo de Estado de Direito:
Separação entre Estado e Sociedade Civil mediada pelo Direito, este visto como ideal de justiça;
 Garantia das liberdades individuais; os direitos do homem aparecendo como mediadores das relações entre os indivíduos e o Estado;
A democracia surge vinculada ao ideário de soberania da nação produzido pela Revolução Francesa, implicando a aceitação da origem consensual do Estado, o que aponta para a ideia de representação, posteriormente matizada por mecanismos de democracia semidireta – referendum e plebiscito -, bem como, pela imposição de um controle hierárquico da produção legislativa através do controle de constitucionalidade;
O Estado tem um papel reduzido, apresentando-se como Estado Mínimo, assegurando, assim, a liberdade da atuação dos indivíduos. ”(p. 95)

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