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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA VET0203 – ANATOMIA VETERINÁRIA II Profa Msc. Fernanda de Souza Caxias do Sul, 2015. 2 1 ESPLANCNOLOGIA GERAL (ORGANOLOGIA) 1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Organologia é o estudo dos órgãos, definidos como instrumentos de função. Os órgãos são unidades suprateciduais, agrupados em sistemas pela sua origem comum, estrutura semelhante, situação particular, pelas conexões especiais, relações, funções normais, contribuindo para o desempenho de papeis fisiológicos sistêmicos mais complexos. A raiz splanchnon, deriva do grego e significa órgão interno (entranhas), intestino, viscus, víscera. Víscera é o plural do latim, viscus que significa órgão interno, ou vescor, eu me nutro. Logos – estudo. 1.2 CAVIDADES CORPORAIS São constituídas dos compartimentos torácico, abdominal e pélvico. O diafragma separa a cavidade torácica das cavidades abdominal e pélvica (abdominopélvica). Estas cavidades são revestidas de membrana serosa, conhecida como pleura na cavidade torácica e peritônio na cavidade abdominal. A membrana serosa é uma membrana contínua fina que reveste as cavidades corporais e cobre os órgãos cavitários. Possui a capacidade de secretar um líquido sero-aquoso e de reabsorvê-lo, juntamente com outros elementos. Ela reveste os órgãos e a parede interna das cavidades do tronco. Em estado normal é transparente, úmida, lisa e brilhante. Serve principalmente para dar passagem às artérias, veias, nervos e vasos linfáticos específicos do órgão, servindo também de sustentação dos linfonodos. A parede das cavidades revestidas pelas serosas permite a divisão em três seções: serosa parietal, serosa intermediária (de conexão) e serosa visceral. Entende- se por serosa parietal a lâmina que adere internamente à parede corpórea. Serosa intermediária é àquela túnica serosa que une a porção parietal com a visceral ou duas serosas viscerais. Mesentério em sentido amplo é o tipo de peritônio de conexão entre o trato intestinal e reprodutivo e a parede abdominal. Para designação especial do mesentério, é usado o prefixo meso e o nome grego para o qual se dirige esse mesentério (mesórquio, mesogastro, mesojejuno, mesovário). Em casos isolados os mesentérios são também designados como ligamento ou como prega. *Prega: serosa conectante entre dois órgãos viscerais (ex. prega ileocecal). *Ligamento: serosa de conexão entre a serosa parietal e a serosa visceral ou entre serosas viscerais de dois órgãos. *Omento: dupla camada de peritônio de conexão entre o estômago e órgãos abdominais ou parede abdominal. A serosa segue ventralmente como revestimento seroso das vísceras abdominais, constituindo a serosa visceral. Considerações clínicas: 3 - Omento: como é uma superfície serosa possui tendência a aderir a órgãos abdominais inflamados, controlando assim a disseminação da infecção. O cirurgião usa desta artimanha suturando porções do omento ao redor da incisão intestinal ajudando a prevenir a perda de conteúdo do intestino suturado. Para expor os intestinos do lado direito da cavidade peritoneal a porção superficial do omento deve ser primeiro incidida. Isto abre a cavidade omental e expõe a porção profunda. Incidindo a porção profunda expõe-se a massa intestinal. 1.3 CAVIDADE TORÁCICA É o espaço no qual estão contidos os órgãos torácicos, a pleura, as cavidades pleurais, o pericárdio e a cavidade pericárdica. A abertura torácica cranial (entrada torácica) é a entrada na cavidade torácica e é formada pelo primeiro par de costelas, as vértebras e as esternébras conectadas. O diafragma fecha a abertura torácica caudal. A cavidade pleural localiza-se na cavidade torácica e se divide em sacos pleural direito e esquerdo. Entre os sacos pleurais fica o mediastino onde o coração encontra- se envolvido pela sua própria cavidade pericárdica dividida em pericárdio fibroso e pericárdio seroso com as lâminas parietal e visceral (epicárdio), o esôfago, a traquéia e os grandes vasos. A pleura parietal divide-se em pleura costal, diafragmática e mediastinal. A pleura visceral é também conhecida como pleura pulmonar. *Mediastino: significa o intervalo entre os dois compartimentos torácicos direito e esquerdo. Estende-se desde a parede ventral até a parede dorsal. O mediastino não ocupa em sua maior parte uma posição média, isto é devido ao fato do coração estar mais à esquerda, sendo o pulmão e a cavidade direita maiores. Com exceção dos pulmões, da veia cava caudal e do nervo frênico direito, todas as demais estruturas torácicas encontram-se no mediastino. O mediastino divide-se em 3 partes: a) Cavidade mediastínica cranial: localizada cranialmente ao coração, onde encontramos o timo. b) Cavidade mediastínica média: onde se localiza o coração e demais órgãos. c) Cavidade mediastínica caudal: caudal ao coração, esôfago e aorta. *Diafragma: é um músculo em forma de cúpula que separa as cavidades torácica e abdominal, inervado pelo nervo frênico. É o principal músculo envolvido na respiração. Seu movimento cranial ou caudal decresce ou aumenta o volume do tórax durante a expiração ou inspiração, respectivamente. O diafragma se projeta como uma cúpula para dentro do tórax. A porção caudal do tórax é preenchida com vísceras abdominais. É formado dorsalmente por uma porção lombar que consiste de dois pilares direito e esquerdo, lateralmente pela porção costal e ventralmente pela porção esternal. O centro tendinoso é uma região aponeurótica em forma de V no centro do diafragma. O diafragma tem três aberturas entre o tórax e o abdome: 4 a) Hiato aórtico: é a abertura na porção dorsal do diafragma para a passagem da aorta abdominal (também para veia ázigos e ducto torácico). b) Hiato esofágico: localizado ventral ao hiato aórtico. Entram neste espaço o esôfago, os troncos vagais dorsal e ventral e os vasos esofágicos. c) Forame da veia cava: abertura no centro do diafragma para a veia cava caudal. 1.4 CAVIDADE ABDOMINAL É o espaço dentro do tronco entre o diafragma e a cavidade pélvica. 1.5 CAVIDADE PERITONEAL É um espaço potencial entre o peritônio parietal e visceral localizado na cavidade abdominal e parte da cavidade pélvica. Neste espaço não há órgãos, somente uma pequena quantidade de líquido lubrificante. No macho: o peritônio é um saco fechado que se estende para o escroto, onde reveste os testículos. A cavidade vaginal do funículo espermático é um divertículo da cavidade peritoneal. Na fêmea: o peritônio não constitui um saco fechado, pois apresenta um orifício ao nível da extremidade proximal da tuba uterina que conecta a cavidade peritoneal com o exterior através da luz tubárica, uterina, vaginal e vulvar. Abertura abdominal da tuba uterina: é uma abertura para fora da cavidade abdominal (peritoneal) na fêmea. 1.6 CANAL INGUINAL É uma abertura através da parede abdominal por onde passam vasos sanguíneos, nervos e o cordão espermático. É o canal entre os anéis inguinal superficial e profundo. *Anel inguinal profundo: é a abertura interna do canal inguinal, limitada cranialmente pela borda caudal do m. oblíquo interno, caudolateralmente pelo ligamento inguinal e medialmente pelo borda lateral do m. reto abdominal. *Anel inguinal superficial: abertura externa do canal limitado pela m. oblíquo abdominal externo. 1.7 FUNDOS DE SACO DA CAVIDADE PERITONEAL Reflexão caudal do peritônio entre os órgãos e a cavidadepélvica. Bolsa retogenital – reflexão da cavidade peritoneal entre o reto e os órgãos reprodutivos. 5 Fossa pararretal – é uma parte da bolsa retogenital entre o reto e a parede abdominal dorsal Bolsa vesicogenital - reflexão da cavidade peritoneal entre a vesícula urinária e a genitália interna. Bolsa vesicopúbica - reflexão da cavidade peritoneal entre a parede ventral da cavidade pélvica e a vesícula urinária. 1.8 RETROPERITONEAL É o termo usado para estrutura localizada entre o peritônio e a parede cavitária sem conexão peritoneal ou também aplicado para porção dos órgãos pélvicos não envolvidos pelo peritônio. Exemplo de órgão retroperitoniais: rim e porção cranial do ureter, próstata, vagina, etc... 1.9 CAVIDADE PÉLVICA É o espaço limitado pelos ossos pélvico, sacro e as duas primeiras vértebras caudais. Contém o reto, o canal anal e as porções pélvicas das vísceras reprodutivas e urinárias. A porção peritoneal da cavidade pélvica é cranial e limitada pelas bolsas do peritônio abdominal. A porção retroperitoneal é caudal e limitada pelo peritônio abdominal. 1.10 ARQUITETURA FUNCIONAL DAS VÍSCERAS Vísceras são estruturas ou órgãos que apresentam cavidade ou não e são revestidas por camadas especiais (externa, média e interna). Um grupo especial de órgãos é aquele constituído pelos sacos serosos, formados por membranas que forram parcial ou totalmente a cavidade torácica, abdominopélvica e escrotal, e que também revestem parcial ou totalmente os órgãos nelas contidos. Podem-se distinguir órgãos ocos (tubulares, cilíndricos ou cavitários) por apresentarem grandes cavidades e órgãos sólidos ou parenquimatosos. - Camada externa: Pode ser denominada túnica serosa, adventícia, túnica fibrosa ou cápsula ou ainda túnica albugínea conforme o órgão em questão. Túnica serosa é o peritônio visceral, a pleura visceral ou o pericárdio visceral. É uma lamina destas serosas que cobre a víscera e se continua com a porção parietal da membrana de nome semelhante, peritônio para o intestino, pleura para os pulmões e pericárdio para o coração. Quando uma víscera não está relacionada com sacos serosos, estará envolvida por tecido conjuntivo, como por exemplo, a parte cervical do esôfago (túnica adventícia) e os rins (cápsula fibrosa). - Túnica fibrosa: muitos órgãos são circundados por túnicas fibrosas, no caso das glândulas, esta normalmente é denominada cápsula. Outras túnicas de caráter semelhante são conhecidas como albugínea ou túnica adventícia, a primeira constituindo essencialmente de tecido fibroso denso e branco e a última com muitas fibras elásticas de textura mais frouxa. 6 - Camada média: é a túnica muscular, formada por fibras musculares lisas, estriadas ou cardíacas. É a responsável pelo movimento da parede dos órgãos e sua ação é de compressão ou propulsão. A musculatura circular pode bloquear a entrada ou a saída de conteúdo da cavidade de um órgão. As musculaturas lisa e estriada podem ser encontradas juntas em ambas as extremidades do trato digestório, no esôfago e no canal anal. A musculatura lisa tende a ser contínua, formando camadas extensas, enquanto a estriada tem a tendência de estar disposta como músculos individuais. Os piloros normalmente denominados esfíncteres são mecanismos de abrir e fechar orifícios ou canais, com diferenciações especiais da musculatura longitudinal e musculatura circular ou oblíqua, responsável pela abertura e fechamento do lúmen de um órgão. Atuam em perfeito equilíbrio funcional, de modo que, quando um componente se contrai, seu oponente se relaxa e vice-versa. - Camada interna: é a túnica mucosa, que forra os órgãos e compreende a lâmina própria da mucosa, lâmina muscular da mucosa e a tela submucosa. A túnica mucosa foi assim denominada porque pode produzir muco que fornece uma camada viscosa para a superfície relacionada com o lume do órgão. O epitélio da mucosa pode ser de secreção ou absorção, no sistema digestório atua em ambas funções. A lâmina própria constitui a estrutura ou esqueleto da mucosa, com papel de suporte. A lâmina muscular é composta de três camadas de fibras musculares lisas. 2. ANATOMIA COMPARADA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório é responsável pela troca de gases entre o sangue e a atmosfera e dentro de limites melhora a qualidade do ar inspirado e regula seu fluxo. O sistema respiratório começa nas narinas, por onde o ar entra nas cavidades nasais e se continua pela faringe, laringe, traquéia e pulmões. A troca de gases ocorre nos alvéolos pulmonares onde o sangue dos capilares alveolares faz contato com o ar através de uma parede alveolar extremamente fina (hematose). Na passagem pelas narinas até os alvéolos o ar é usualmente purificado, umedecido e aquecido sendo seu volume regulado pelas narinas e laringe. O diafragma e os outros músculos respiratórios governam o volume respiratório pelo aumento ou diminuição da cavidade respiratória. Os condutos respiratórios são compostos de um epitélio pseudoestratificado ciliado e produtor de muco. O movimento como ondas dos cílios transportam finas partículas de poeira que ficaram presas pelo epitélio úmido, seja através das narinas e assim para fora do organismo ou através da faringe, onde a passagem respiratória cruza com a do sistema digestório e as partículas são eliminadas através da deglutição. Glândulas seromucosas nas paredes dos condutos respiratórios servem para adicionar umidade ao ar. O ar inspirado é aquecido pelos extensivos plexos vasculares da mucosa respiratória da cavidade nasal. A quantidade de sangue que flui através destes plexos pode ser regulada e este aquecimento adicionado ao fluxo de ar, facilitando a evaporação de secreções glandulares e saturando o ar com água (que é importante no olfato). O fluxo de ar respiratório que usualmente passa através do nariz, pode passar diretamente através da boca com exceção do equíno. Os cães freqüentemente respiram através da boca, pois isto provoca a evaporação de fluídos, resfriando assim seus corpos. 7 A região olfatória está localizada na porção caudal da cavidade nasal, onde o órgão de fonação está contido na laringe. A região olfatória registra a presença de substâncias nocivas no ar e ativa um reflexo que fecha a passagem de ar pela laringe. O som é produzido na laringe principalmente pelo ar expirado. 2.1 NARIZ O nariz humano se projeta distintamente da face; nos mamíferos domésticos é incorporado à face formando grandes áreas dorsal e lateral, rostral aos olhos. O ápice do nariz dos carnívoros e suínos, no entanto, sobressai alguma extensão da face. As narinas no ápice levam para dentro da cavidade nasal, a qual está conectada diretamente ou indiretamente a muitos seios paranasais. *Septo nasal: forma a separação entre as narinas e divide a cavidade nasal em metades direita e esquerda. A porção caudal do septo, óssea, é formada pela placa perpendicular do etmóide. Rostralmente o septo consiste de cartilagem que começa progressivamente mais flexível em direção ao ápice. O osso vômer sustenta a cartilagem nasal. *Parede do nariz: consiste da pele externamente, uma camada média de suporte de osso ou (rostralmente) de cartilagem, e uma membrana mucosa que cobre a cavidade nasal. O suporte ósseo da parede é formado pelos ossos: nasal, maxilar, incisivo, frontal, lacrimal, zigomático e placa perpendicular do osso palatino. As bordas livres dos ossos nasal e incisivo providenciam inserção para as cartilagens nasais que suportam as narinas. Associados com os ossos e cartilagens da camada de suporte estão os músculos nasais que regulam a abertura das narinas. Os músculos do nariz e lábios superiores atuam juntos paradilatar as narinas. Estes são particularmente usados na respiração trabalhosa ou quando o animal está farejando. São bem desenvolvidos no equíno (músculo canino) e podem transformar normalmente as narinas semilunares em circulares. São pobremente desenvolvidos nos suínos e carnívoros. *Assoalho da cavidade nasal: é o teto da cavidade oral. Esta consiste de porções do osso incisivo, do processo palatino do maxilar e placa horizontal do osso palatino e está coberta dorsalmente por mucosa nasal e ventralmente por mucosa oral. O osso vômer está inserido na superfície dorsal destes ossos e suporta o septo nasal. 2.1.1 ÁPICE DO NARIZ O segmento apical do nariz e as cartilagens nasais presentes diferem consideravelmente entre os mamíferos domésticos. *Cartilagens nasais: a porção rostral do septo nasal se alarga para diante das margens dorsal e ventral para formar as cartilagens nasais lateral dorsal e ventral. A cartilagem dorsal do equíno não se projeta muito dorsalmente, e a estreita cartilagem ventral cobre somente a sutura palatina ou pode estar ausente. Uma grande diferença na formação das cartilagens nasais é a presença da cartilagem alar no equíno, que 8 está ausente nas outras espécies. Esta está inserida pela interposição de uma junção com a borda rostral do septo nasal (algumas vezes). Suportam as narinas dorsalmente, ventralmente e medialmente e consistem de uma lâmina dorsalmente e um corno ventralmente. No equíno não há suporte lateral para as narinas (nas outras espécies é feita pelas cartilagens laterais acessórias). As cartilagens mediais acessórias situam- se no interior da prega alar e origina com esta a ampla base da concha nasal ventral e da cartilagem nasal ventral nas outras espécies. No equíno esta cartilagem é grande e em forma de S. COMPARADA: Carnívoros, ruminantes e suínos: A cartilagem nasal lateral dorsal e a ventral suportam as paredes laterais do ápice e vão juntas laterais as narinas. O suporte lateral e ventral é feito pelas cartilagens laterais acessórias que nos ruminantes estão inseridas nas cartilagens nasais laterais dorsais, nos carnívoros nas cartilagens nasais laterais ventrais e nos suínos no osso rostral. A cartilagem acessória medial é pequena nestas espécies. O suporte medial para estas espécies é feito pelo septo nasal, no suíno, adicionalmente é feito pelo osso rostral que é uma união do septo e dos ossos incisivos. 2.1.2 APARÊNCIA DAS NARINAS Os equínos apresentam ao redor das narinas uma pele normal e coberta com pêlos curtos entremeados com pêlos tácteis. As narinas estão colocadas obliquamente sobre o focinho do animal. São limitadas lateralmente pelas asas laterais e mediais. Estas asas se encontram dorsalmente formando a comissura dorsal e ventralmente a comissura ventral. A asa lateral apresenta-se de forma côncava medialmente. A asa medial é convexa dorsalmente e côncava medialmente. A convexidade dorsal dá-se devido à presença da cartilagem alar. A área que envolve as narinas, nas outras espécies (com exceção do equíno) é modificada e recebe o nome conforme a espécie. Esta área se mantém úmida nos suínos e ruminantes por glândulas que secretam através de poros nas pequenas áreas poligonais. Estas glândulas estão ausentes nos carnívoros. Nestas espécies as glândulas do septo nasal e as nasais laterais e lacrimais possuem a mesma função. O ápice nasal no bovino é chamado de plano nasolabial, pois envolve também o lábio superior e apresenta pêlos tácteis longos ao longo das bordas laterais. É coberto por um epitélio córneo diferenciado, contendo numerosas glândulas serosas. Nos pequenos ruminantes e carnívoros é denominado de plano nasal. Os gatos apresentam, pequenas elevações como se fossem pedras de calçamento, onde nas outras espécies é dividida em pequenos sulcos dentro de pequenas áreas poligonais. Apresentam medianamente um sulco que se prolonga com o lábio superior (filtro). O suíno apresenta o plano rostral que forma parte do rostro ou focinho sendo unido ventralmente com o lábio superior. Apresenta pêlos curtos e ralos e se apóia no osso rostral. O relevo superficial do ápice nasal é de configuração individual, podendo ser utilizado na identificação do animal, semelhante à impressão digital dos humanos. 9 Filtro: é um sulco vertical existente entre o nariz e o lábio superior. Nos carnívoros e pequenos ruminantes é profundo e se estende pelas narinas. Nos suínos, bovinos e equínos é superficial ou ausente. 2.2 CAVIDADE NASAL A cavidade nasal se comunica rostralmente com o exterior através das narinas e caudoventralmente com a nasofaringe através das coanas, que são duas aberturas separadas pelo vômer. Apresenta forma mais ou menos cilíndrica e alongada. O palato duro separa a cavidade oral da nasal. A porção rostral estreita da cavidade nasal (vestíbulo nasal) é usualmente revestida por membrana mucosa que é coberta por um epitélio escamoso estratificado, mas no equíno a pele com pêlos comuns se estendem dentro desta por uma curta distância. A porção média é a maior porção e contém as conchas ou cornetos nasais. A porção caudal é pequena e contém as numerosas conchas etmoidais. Nesta porção a mucosa é especializada em olfação (região olfatória) e contém terminações do nervo olfatório e glândulas. A maior parte da porção média e septo da cavidade nasal (região respiratória) é coberta de mucosa de epitélio pseudoestratificado ciliado e contém principalmente glândulas serosas. A submucosa da região respiratória possui numerosos plexos vasculares consistindo de veias, que devido a suas paredes musculares são capazes de dilatação e constrição. Esta extensa vascularização aquece o ar causando a evaporação das secreções glandulares e com isso adicionando umidade ao ar inalado. Quando ingurgitadas estes plexos dilatam como tecidos eréteis e impedem o fluxo de ar. *Conchas nasais: - Concha nasal dorsal: é a concha mais longa dos animais domésticos. Estende-se da placa cribiforme do vestíbulo nasal e está inserida na crista etmoidal do osso nasal. - Concha nasal ventral: origina-se da crista conchal do maxilar e é independente da concha etmoidal. - Concha nasal média: nos carnívoros é longa e apresenta muitas lamelas secundárias internamente. As conchas nasais dorsais e ventrais se projetam da parede lateral e dividem a cavidade nasal em meatos: *Meato nasal dorsal: é uma estreita passagem entre o teto da cavidade nasal e a concha nasal dorsal e dirige-se para dentro da porção caudal. *Meato nasal médio: fica entre as conchas nasais dorsais e ventrais, levando também para porção caudal. Nos carnívoros e ruminantes este meato está dividido caudalmente pela concha nasal média em canais dorsal e ventral. As principais aberturas para os seios paranasais são encontradas neste meato. 10 *Meato nasal ventral: é o mais largo, situa-se entre a concha nasal ventral e o assoalho da cavidade nasal e projeta-se para dentro da nasofaringe. A maior parte do ar respiratório passa através deste meato. *Meato nasal comum: é o estreito espaço entre o septo médio e as conchas, estendendo-se do teto da cavidade nasal para o assoalho continuando-se lateralmente com os outros meatos. *Meatos etmoidais: espaço de ar entre as conchas etmoidais. Na porção rostral da cavidade nasal a mucosa da parede lateral forma um número de pregas que se estendem das conchas nasais até as narinas, e são: = Prega reta: é a mais dorsal e é contínua com a concha dorsal. É dupla no equíno, mas se une rostralmente. = Prega alar: ventral a prega reta e é contínua com a concha nasal ventral e contém a cartilagem medial acessória de suporte. No equíno, a lâmina da cartilagem alar e a cartilagemmedial acessória suportam a prega alar, que termina na porção dorsal da narina. Esta forma uma quase saliência que divide as narinas em compartimentos dorsal e ventral, o dorsal se dirige para dentro de uma bolsa cega cutânea denominada de divertículo nasal ou falsa narina; e o ventral para cavidade nasal, sendo a narina verdadeira. = Prega basal: é a mais ventral. No equíno origina-se da concha ventral, mas nas outras espécies é independente da concha e une-se rostralmente com a prega alar. * Ductos incisivos: são um par de ductos no assoalho da cavidade nasal que é dirigido rostroventralmente e conecta a cavidade nasal com a oral. Esta abertura está escondida no meato ventral ao nível do dente canino. A abertura oral deste ducto está na papila incisiva caudal aos incisivos superiores. No equíno estes ductos não se abrem dentro da cavidade oral, terminando cegamente embaixo do epitélio oral. * Órgão vomeronasal: Consiste de um par de ductos que se localizam no palato duro ao longo de sua junção com o septo nasal. A cobertura epitelial lembra a da cavidade nasal e contém tanto elementos das regiões olfatória como respiratória. Abrem-se rostralmente nos ductos incisivos e se estendem caudalmente até o segundo ao quarto dente molar onde terminam cegamente. Este, portanto, comunica as cavidades nasal e oral e, através destas, com o exterior. No equíno, como os ductos incisivos terminam cegamente na cavidade oral, o órgão vomeronasal se comunica apenas com a cavidade nasal. Este ducto é sustentado ventral, medial e lateralmente por uma cartilagem fina em forma de calha (cartilagem vomeronasal). Este órgão parece ter função no comportamento sexual, e mais especificamente, na reação de torcer o lábio (reação de Flehmen), observada com maior freqüência em machos ao cheirarem a urina ou a secreção vaginal de fêmeas em cio. Ainda é assunto de especulação. Parece estar relacionado com a associação do cheiro ao gosto dos alimentos. 2.3 SEIOS PARANASAIS São espaços preenchidos com ar e cobertos de mucosa respiratória extremamente fina e pouco irrigada, que estão em comunicação com a cavidade nasal. Os seios retêm suas conexões com a cavidade do nariz, mas como suas aberturas são 11 estreitas, há uma troca de ar relativamente lenta. A localização e o estreitamento das aberturas tornam estas propensas a obstruções devido à inflamação ou congestão da mucosa. Estão presentes os seios: maxilar, frontal, palatino (ausente nos carnívoros e suínos), esfenoidal e lacrimal (nos suínos e ruminantes). Apresenta funções obscuras. Atua como proteção térmica e mecânica das cavidades da órbita, do nariz e do crânio; reduz o peso da cabeça e aumenta a ressonância da voz. 2.4 FARINGE É uma cavidade músculo-membranosa comum aos sistemas digestório e respiratório. Apresenta forma de funil e conecta a cavidade oral com o esôfago e a cavidade nasal com a laringe. *Relações: - Dorsal: base do crânio e com os músculos reto ventral da cabeça e longo da cabeça. - Lateral: com o músculo pterigoideo medial, tubas auditivas (bolsas guturais no equíno), glândula mandibular, artéria carótida comum, tronco linguofacial e nervos hipoglosso e glossofaríngeo. - Ventral: com a laringe - Oral: com a cavidade bucal. O assoalho da faringe se estende da raiz da língua sobre os arredores da entrada da laringe aproximadamente ao nível da cartilagem cricóide. A borda livre do palato mole e o par de arcos palatofaríngeos envolvem o óstio intrafaríngico que está localizado sobre a entrada da laringe. A porção rostral da cavidade da faringe está dividida pelo palato mole dentro de canais dorsal e ventral, a nasofaringe e orofaringe, respectivamente. Quando a boca está fechada e a língua está em contato com o palato duro o único espaço que resta é a orofaringe. A estreita porção caudal da cavidade faríngica é conhecida como laringofaringe. *Comunicações: A cavidade da faringe tem as seguintes aberturas: 1. Um par de coanas (ou narinas posteriores) rostrodorsalmente que conecta a nasofaringe com a cavidade nasal. 2. Um par de aberturas faríngicas para as tubas auditivas dorsolateralmente que conectam a nasofaringe com as tubas auditivas e estas com a orelha média. São em forma de fenda. Nos equínos a porção ventral da tuba auditiva é dilatada, formando as bolsas guturais. Estes últimos são sacos mucosos situados entre a base do crânio e o atlas, e a nasofaringe. 3. O ádito da faringe que é como uma fenda que vai da cavidade bucal para dentro da faringe. Está limitado lateralmente pelos arcos palatoglossais, dorsalmente pelo palato mole e ventralmente pela raiz da língua. 4. Um óstio esofágico na extremidade caudal da laringofaringe. 5. O ádito da laringe caudoventralmente. Esta abertura está delineada pelas cartilagens laríngicas rostrais que se projetam para cima do assoalho da laringofaringe. Quando o animal deglute o ádito é fechado pela cartilagem epiglote. 12 Tanto o ar respiratório como o alimento é direcionado através da faringe. O ar passa da cavidade nasal para laringe que é de rostrodorsal para caudoventral durante a inspiração e em direção oposta na expiração. O alimento passa da cavidade bucal para o esôfago durante a deglutição e, nos ruminantes, também em direção reversa durante a regurgitação e cruza a via respiratória na cavidade faríngica, especificamente na laringofaringe. A função da faringe e estruturas relacionadas é de direcionar o ar ou alimento. 2.4.1 Nasofaringe É a porção da faringe que corresponde ao conduto respiratório. Situa-se dorsal ao palato mole e se estende das coanas para a abertura intrafaríngica. O teto da nasofaringe é côncavo (fórnix faríngeo) tanto de frente para trás como de lado a lado. As tonsilas faríngicas estão localizadas no teto da nasofaringe. As aberturas faríngicas para as tubas auditivas são em forma de fenda e estão nas paredes laterais da nasofaringe. Recesso faríngeo é uma depressão situada caudalmente aos óstios das tubas auditivas, é semelhante a um fundo de saco. O ar inspirado após deixar a cavidade nasal passa através das coanas para dentro da nasofaringe. Dorsalmente é separado da porção caudal da cavidade nasal por uma divisão horizontal formada pelos ossos palatinos, etmóide e pelo vômer, e mais caudalmente está relacionada com a base do crânio. 2.4.2 Orofaringe É a porção correspondente ao sistema digestório, embora o ar passe por este local quando o animal tosse ou respira através da boca. A espécie eqüina é uma exceção, pois a respiração bucal é impossibilitada devido à presença de um palato mole muito longo e preso contra a base da cartilagem epiglote em forma de cunha. 2.4.3 Laringofaringe É comum tanto ao sistema digestório como respiratório. É a continuação caudal da orofaringe e se estende da base da epiglote até o nível da cartilagem cricóide. Esta contém a porção rostral da laringe que se projeta rostrodorsalmente do assoalho. De cada lado da base da epiglote estão os recessos piriformes que são a continuação do assoalho da orofaringe ao redor da entrada da laringe. Com o palato mole fechado sobre a língua na posição normal de respiração a porção rostral da laringe que se projeta através da abertura intrafaríngica e a laringofaringe é grandemente fechada. Líquidos (leite no recém-nascido, saliva) podem, no entanto, passar da boca para o esôfago através dos recessos piriformes sem ocorrer movimentos de deglutição. Obs. clínica: O recesso piriforme serve como referência para realização da faringostomia que é a abertura cirúrgica da faringe para colocação de um tubo estomacal. COMPARADA: 13 Suínos: a faringe apresenta uma depressão profunda próxima ao óstio esofágico denominadode divertículo faríngeo. Canino: a faringe é longa, indo até a 2º vértebra cervical. 2.5 LARINGE É um tubo músculo-cartilaginoso curto que conecta a laringofaringe com a traquéia e contém o órgão da fonação. Sua abertura rostral pode ser fechada para proteção da traquéia e pulmões, especialmente durante a deglutição. A laringe dos mamíferos domésticos situa-se ao nível da base do crânio, ventral a laringofaringe e começo do esôfago, dentro do espaço intermandibular nos equínos e ruminantes, e mais caudal nas outras espécies. Consiste de muitas cartilagens cobertas no seu interior por membrana mucosa. As cartilagens estão conectadas umas as outras, no osso hióide e na traquéia pelos ligamentos e músculos, ossificando-se parcialmente com a idade. O esqueleto da laringe é composto pelas seguintes cartilagens: cartilagem cricóide caudalmente, cartilagem tireóide ventral e lateralmente, cartilagens aritenóides dorsalmente e cartilagem epiglote rostralmente. A epiglote se ajusta como uma tampa sobre a entrada da laringe e fecha esta durante a deglutição. As cartilagens corniculada e cuneiforme do homem são processos das cartilagens aritenóide e epiglote nos mamíferos domésticos. As cartilagens cricóide, tireóide e o corpo da aritenóide consistem de cartilagem hialina, e a cartilagem epiglote e os processos cuneiformes, vocais e corniculados da cartilagem aritenóide consistem de cartilagem elástica. 2.5.1 Cartilagem tireóide É a maior das cartilagens, tem a forma de um V e forma a maior parte da parede lateral da laringe. Situa-se cranial a cricóide e ventral a epiglote e aritenóides. É formada por um corpo e duas lâminas. Consiste das lâminas direita e esquerda, as quais estão unidas ventralmente e englobam parcialmente as cartilagens cricóide e aritenóides por baixo e dos lados. Dorsalmente as lâminas se expandem formando os cornos rostral e caudal. O corno caudal se articula com a cartilagem cricóide e o corno rostral, que está ausente no suíno, se articula com o tiroióide. O corpo é a porção mais ventral da cartilagem e forma a proeminência laríngea. Esta proeminência discreta encontrada na superfície ventral da cartilagem dos cães, ruminantes e suínos velhos é colocada em posição mais caudal que a proeminência laríngea do homem (pomo de Adão). Uma excepcional e profunda incisura tireóidea caudal é encontrada no equíno, sendo a via de acesso para o interior da laringe em cirurgias. Esta incisura é também profunda no gato, mas pouco profunda no canino e ruminante e ausente no suíno. Esta incisura é completada pela membrana cricotireoidéia, através da qual pode-se, por exemplo, penetrar na laringe em uma laringoscopia. 2.5.2 Cartilagem cricóide 14 Articula-se com a porção caudal da cartilagem tireóide e está parcialmente coberta pelas lâminas da tireóide. Tem aparência de anel e consiste de uma lâmina ampla dorsalmente e um arco estreito lateral e ventralmente. A superfície dorsal desta lâmina é marcada por uma crista média que serve para inserção de músculos. No bordo cranial da lâmina existem superfícies de articulação para as cartilagens aritenóides e na junção da lâmina com o arco está a superfície de articulação para o corno caudal da cartilagem tireóide. O arco cricóide é estreito ventralmente e suas superfícies laterais são levemente côncavas. Caudalmente articula-se com o primeiro anel traqueal através do ligamento cricotraqueal. 2.5.3 Cartilagens aritenóides São duas e apresentam forma de pirâmide de 3 lados com seu ápice apontando rostrodorsalmente e com a base na face da cartilagem cricóide. Apresenta superfície articular colocada dorsomedialmente para a articulação com a cricóide. Pode apresentar os seguintes processos: Processo vocal: projeção ventral da cartilagem dentro da cavidade da laringe. É o local de fixação dorsal do ligamento vocal. Processo muscular: processo lateral da cartilagem dentro da cavidade da laringe. É o local de inserção principalmente do músculo cricoaritenoideo dorsal, cuja ação é a abertura da glote. Processo corniculado: processo rostral semelhante a um corno que forma a porção dorsal do adito da laringe. Ausente no felino. No suíno apresenta uma extensão semilunar. 2.5.4 Cartilagem epiglote É a mais rostral das cartilagens da laringe e fecha a entrada desta durante a deglutição. É formada por um ápice e uma base. Sua base está próxima da cartilagem tireóide e se continua por um processo curto (pecíolo) com o qual se conecta com a cartilagem tireóide ou ligamento tiroióideo. O ápice da epiglote é direcionado rostralmente. É pontiagudo no cão, pequeno ruminante e equíno, e arredondada nos suínos e bovinos. O ápice é a porção livre e tem forma de uma folha. No equíno o elástico processo cuneiforme se projeta dorsalmente de cada lado da base da epiglote. 2.5.5 Cavidade da laringe Está dividida em 3 porções: o vestíbulo rostralmente, a cavidade infraglótica ou compartimento caudal caudalmente e entre estes a estreita abertura glótica. A cavidade da laringe pode ser comparada com uma ampulheta. Seu funil superior é o vestíbulo, o funil posterior o compartimento caudal e a estreita abertura entre estes é a rima da glote. # Vestíbulo da laringe: é comprimido lateralmente e se estende da ampla entrada laríngea (ádito da laringe) para a glote. O ádito da laringe é o orifício de entrada da laringe que se limita dorsalmente pelas aritenóides e ventralmente pela epiglote. A 15 curta distância rostral a glote, a prega vestibular englobando a abertura, projeta-se dentro do lúmen do vestíbulo. A prega vestibular contém o ligamento vestibular ou falsa corda vocal, os processos cuneiformes e o músculo ventricular. Entre a glote e as pregas vestibulares no equíno, suíno e canino o vestíbulo comunica-se com os ventrículos laríngeos laterais e no equíno e suíno com os ventrículos laríngeos médios. Estes são evaginações laterais da mucosa que se situam contra a superfície medial da cartilagem tireóide. #Glote: contém uma porção estreita que é a rima da glote. A glote consiste de duas pregas vocais e da cartilagem aritenóide com seus processos vocais e revestimento de mucosa com função de fonação. A prega vocal se projeta na parede da cavidade mais medialmente que a prega vestibular. A porção ventral ou intermembranosa da rima da glote é circundada pelas pregas vocais onde a porção dorsal ou intercartilaginosa fica entre as cartilagens aritenóides. A prega vocal contém o ligamento vocal e o músculo vocal, sendo que estes participam na manifestação dos diferentes sons. #Compartimento caudal: estende-se da rima da glote para o começo da traquéia. Está contida inteiramente dentro da cartilagem cricóide e é contínua com o lúmen da traquéia. Quando os ventrículos laríngeos laterais estão presentes como no suíno, canino e equíno, as pregas vocais se projetam mais livremente dentro do lúmen laríngeo. No equíno a paralisia do nervo laríngeo caudal esquerdo e desta forma também dos músculos inervados por este, causa um afrouxamento da prega vocal esquerda. O ar inspiratório é preso pela prega frouxa produzindo um som característico de ronco. Esta condição é conhecida como hemiplegia da laringe e pode levar a extrema angústia respiratória. COMPARADA: - Felinos e ruminantes: falta os ventrículos laterais, havendo nestes somente uma depressão rasa. Devido à ausência destes, as pregas vocais não são cobertas com mucosa lateralmente não sendo assim verdadeiras pregas vocais, mas sim cristas. Os ruminantes não possuem pregas vestibulares. - Suíno e equíno: na base da epiglote têm uma evaginação ventral da mucosa que é o ventrículo lateral médio que não existe nas outras espécies. →Ronronar do gato: No ronronar,ocorrem contrações do músculo vocal e de outros músculos da laringe, entre 20 a 30 vezes por segundo, bem como uma rápida contração do diafragma. Eles provocam, tanto na inspiração como na expiração a vibração das cordas vocais. 2.5.6 TRAQUÉIA É um tubo cartilaginoso não colapsável que continua a via respiratória da cartilagem cricóide da laringe para a raiz do pulmão, onde esta se bifurca para formar os brônquios principais direito e esquerdo. Divide-se numa porção cervical e outra torácica. 16 * Posição: - Porção cervical: Situa-se ventralmente e a direita do esôfago. No pescoço está relacionada dorsalmente com o esôfago e músculos longo do pescoço e da cabeça, os quais cobrem a superfície ventral da coluna vertebral. Ventralmente e lateralmente está rodeada pelos músculos cervicais que passam do esterno a cabeça. O esternoioideo, o mais ventral destes está fusionado na linha média e tem que ser separado para expor a traquéia (traqueotomias). Dorsolateralmente é acompanhada pela artéria carótida comum, tronco vagossimpático, veia jugular interna em algumas espécies, nervo laríngeo recorrente e o tronco linfático caudal. No terço caudal do pescoço, o esôfago e os vasos e nervos que acompanhavam a traquéia à esquerda descem para a superfície lateral esquerda de forma que esta passa através da entrada do tórax em contato com os músculos vertebrais ventrais. - Porção torácica: Na cavidade torácica, a traquéia continua caudalmente no mediastino, dorsal a veia cava cranial. O esôfago retorna do plano médio e assume sua posição dorsal a traquéia. A traquéia então cruza o arco aórtico no lado direito dorsal a base do coração e no nível do quarto ao sexto espaço intercostal divide-se em 2 brônquios principais. A curta distância cranial a esta bifurcação a traquéia do suíno e dos ruminantes emitem o brônquio traqueal para o lobo cranial do pulmão direito. * Estrutura: consiste de uma série de anéis cartilaginosos incompletos do tipo hialino que previnem o colapso do tubo e estão cobertos por uma adventícia e revestidos internamente por mucosa. As cartilagens traqueais estão unidas pelos ligamentos anulares que são fundidos ao pericôndrio e consiste principalmente de tecido fibroso, mas também de tecido elástico. Na superfície dorsal, o tecido conjuntivo é frouxo, contém tecido linfóide e preenche espaço entre as extremidades livres das cartilagens. Entre o tecido conjuntivo e a membrana mucosa está o músculo traqueal, um músculo liso com fibras orientadas transversalmente, principalmente. Nos carnívoros, situa-se externo as cartilagens. 2.5.7 ÁRVORE BRÔNQUICA A bifurcação da traquéia dá origem aos brônquios principais que são grossos e curtos, os quais se dividem dentro de brônquios lobares na entrada dos pulmões. Os brônquios lobares passam dentro de uma porção do pulmão e cada um deles entra e ventila um lobo. O brônquio traqueal presente nos suínos e ruminantes é considerado também um brônquio lobar. O número e distribuição dos brônquios lobares não é igual em todas as espécies domésticas e diferem especialmente entre os pulmões direito e esquerdo. Os brônquios lobares emitem um grande número de brônquios segmentares, sendo que cada um destes ventila um segmento broncopulmonar, que é uma região funcional. O segmento broncopulmonar é em forma de cone, sendo um tecido pulmonar independente dentro de um lobo. A base do segmento situa-se contra a pleura e seu ápice aponta para o hilo do pulmão. A existência de segmentos broncopulmonares pode ser demonstrada pela insuflação de um brônquio segmentar individual. Os ramos dos brônquios segmentares dão origem aos bronquíolos. Os bronquíolos são tubos muito pequenos, menores que 1 mm de diâmetro. Em contraste com os brônquios, os bronquíolos não contêm glândulas e suas paredes não possuem 17 suporte cartilaginoso. São os últimos ramos da árvore brônquica relacionados unicamente com a condução do ar. As subdivisões terminais dos bronquíolos dão origem usualmente a dois bronquíolos respiratórios os quais contém alguns alvéolos. Os bronquíolos respiratórios se dividem uma ou duas vezes e são seguidos pelos ductos alveolares, que estão completamente envolvidos pelos alvéolos. Os ductos alveolares terminam no saco alveolar. A troca de gases toma lugar nas paredes do alvéolo. O somatório dos alvéolos constitui a superfície respiratória do pulmão. 2.5.8 PULMÕES Os pulmões estão localizados nos sacos pleurais os quais vão juntos medialmente para formar o mediastino. As paredes dos sacos pleurais aderem lateralmente as costelas como pleura parietal costal, caudalmente ao diafragma como pleura parietal diafragmática e medialmente aos órgãos no mediastino ou para outro saco pleural como pleura mediastinal. A pleura que reveste o coração é a pleura mediastinal pericárdica. A veia cava caudal e sua prega passa entre o coração e o diafragma no lado direito formando um recesso que comunica livremente com a cavidade pleural direita e contém o lobo acessório do pulmão direito. Os pulmões são revestidos pela pleura pulmonar que é continua com o hilo e ligamento pulmonar com a pleura mediastinal. Eles preenchem seus respectivos sacos pleurais completamente, deixando somente um espaço capilar que no animal saudável contém uma pequena quantidade de fluído seroso. Este fluído facilita o movimento de fricção dos pulmões durante a respiração. Em caninos, equínos e ovinos o mediastino pode apresentar perfurações ou fenestrações que não acontecem em bovinos, suínos e animais jovens de algumas espécies. Em teoria, a presença destas perfurações pode levar a ocorrência de pneumotórax (entrada de ar) bilateral quando um saco pleural é atingido. Cada pulmão tem a forma de um semicone com um ápice que é direcionado cranialmente e situa-se na entrada torácica, e uma base oblíqua que está caudoventral ao diafragma. As superfícies dos pulmões correspondem às paredes dos sacos pleurais. A cor dos pulmões depende da quantidade de sangue contido neles. Se um animal é sangrado completamente, estes são rosas, mas se o sangue se mantém no pulmão após a morte, sua cor é vermelho-escuro. Os pulmões humanos são freqüentemente cinzas, azul acinzentado ou mesmo preto devido ao acúmulo de poeira e partículas de carbono. Isto também é verdadeiro em animais mantidos em cidades grandes. Devido a considerável quantidade de ar contido nos pulmões este flutua na água. Pulmões de recém-nascidos submergem. Pulmões doentes podem submergir devido à presença de exsudato recolocado no lugar do ar no alvéolo. O tamanho do pulmão depende da quantidade de ar que este contém e é consideravelmente maior após a inspiração do que após a expiração. Pulmões colapsados são menores que os funcionais após a expiração e resultam da introdução do ar dentro dos sacos pleurais no animal vivo (pneumotórax) ou após a morte quando a cavidade pleural é aberta. O pulmão direito é sempre maior que o esquerdo numa proporção de 4:3. 18 - Face parietal: situada contra as costelas, deixando suas impressões quando o órgão é fixado in situ. Forma mais ou menos lisa e convexa. - Face medial: situada contra os corpos das vértebras torácicas e o mediastino e apresenta impressões dos órgãos localizados nesse local. Apresenta os seguintes acidentes: 1. Hilo do pulmão: onde o brônquio principal, vasos bronquiais e pulmonares e nervos passam do mediastino para o pulmão. Nesta região estão os linfonodos bronquiais. O agregado dessas estruturas é conhecido como raiz do pulmão. 2. Impressão cardíaca: local onde está alojado o coração e o pericárdio. É mais profunda no pulmão esquerdo, pois o coração está localizado mais para este lado. A maioria das outras impressões é dorsal a esta. 3.Área de aderência: é o ponto onde os dois pulmões estão em contato direto, não há pleura nesta área. 4. Impressão esofágica: coloca-se acima da área de aderência, local de contato com o esôfago, forma um sulco. Mais profunda no pulmão esquerdo. 5. Impressão aórtica: forma um sulco denominado de vascular. 6. Sulco para veia cava caudal: no pulmão direito. - Face diafragmática: onde está à base do pulmão, é côncava e situada no diafragma. - Bordas: #Dorsal: é a união da superfície medial com a parietal, é arredondada. Relaciona-se com as vértebras torácicas. #Ventral: é o encontro das duas faces ventralmente, sendo mais afilada. Nessa borda encontramos a chanfradura cardíaca, que permite ao coração e pericárdio fazerem contato com a parede torácica lateral. Coloca-se ventralmente no pulmão, próximo ao ápice. #Basal: local onde as superfícies parietal e diafragmática se encontram. Acha-se apoiada no diafragma. - Suprimento sanguíneo e inervação: a irrigação é feita pela artéria brônquica, ramo da artéria bronco-esofágica da aorta; a drenagem é pela veia brônquica. A inervação é proveniente do plexo cardíaco. - Lobos pulmonares: A ramificação da árvore brônquica forma a base para a configuração dos lobos pulmonares. Assim, a cada brônquio pertence um lobo correspondente: por exemplo, brônquio cranial – lobo cranial, brônquio acessório – brônquio acessório, etc. De acordo com essa forma de classificação cada pulmão tem um lobo cranial ventilado pelo brônquio cranial e um lobo caudal ventilado pelo brônquio caudal. O pulmão direito tem ainda um lobo médio ventilado pelo brônquio médio e um lobo acessório ventilado pelo brônquio acessório. Em algumas espécies o lobo cranial é dividido dentro de porções cranial e caudal, no equíno, diferentemente, o pulmão direito não 19 apresenta o lobo médio. No suíno e nos ruminantes, encontra-se a formação de um brônquio traqueal direito, que emerge diretamente da traquéia como brônquio lobar independente. A atual lobulação dos pulmões nos mamíferos domésticos é dada abaixo. COMPARADA: →Equínos Pulmão esquerdo: Lobo cranial (apical) Lobo caudal (diafragmático) Pulmão direito: Lobo cranial Lobo caudal Lobo acessório (intermediário) * Não apresenta lobo médio (cardíaco) →Carnívoros, suínos e ruminantes Pulmão esquerdo: Lobo cranial subdividido em porções cranial e caudal Lobo caudal Pulmão direito: Lobo cranial * Subdividido em porções cranial e caudal nos ruminantes Lobo médio Lobo caudal Lobo acessório Dicas: O pulmão direito é sempre mais completo – 4 lobos, com exceção do equíno que não possui o médio. O lobo cranial só é dividido nos ruminantes. O pulmão esquerdo sempre apresenta 2 lobos (cranial e caudal). O lobo cranial está dividido em todas as espécies menos no equíno. O equíno tem o pulmão mais compacto enquanto o ruminante tem o mais dividido. Brônquio traqueal – presente nos ruminantes e suínos, é um brônquio lobar e ventila o lobo cranial do pulmão direito. 2.6 TIMO 20 É um órgão cinza amarelado pálido localizado amplamente no espaço mediastínico pré-cordial ventralmente à traqueia e aos grandes vasos, entre os dois pulmões, podendo estender-se em direção cervical. Tem importância máxima nos jovens, sendo que depois regride gradativamente até praticamente desapareceu. Seus córtex produz linfócitos T que participam da imunidade pré-natal. É irrigado por ramos da artéria carótida comum e da torácica interna. A drenagem é pelas veias jugulares e torácicas internas. A inervação provém do tronco vagossimpático. 3. ANATOMIA COMPARADA DO SISTEMA URINÁRIO Os órgãos do sistema urinário consistem dos rins que excretam a urina, líquido que deve ser expulso diária e periodicamente; e das vias uriníferas: ureteres, vesícula urinária e uretra, os quais transportam esta para o exterior. 3.1 RINS São glândulas excretórias pares que eliminam continuamente os produtos residuais do sangue. Regulam o equilíbrio hidro-eletrolítico do organismo, mantendo assim as pressões osmóticas sangüínea e tecidual normais. São capazes também de remover substâncias estranhas do sangue, sendo importante órgão de eliminação. Os rins, portanto, possuem um controle considerável e influência regulátoria sobre o sangue, sendo que o mesmo, com certa variação flui continuamente em grande quantidade através dos rins. - Coloração: varia de marrom-avermelhado para vermelho escuro, dependendo da quantidade de sangue no seu interior. - Situação: na área lombar do plano médio direito e esquerdo. Geralmente estão acomodados com sua superfície dorsal nas pirâmides do diafragma e fáscia ilíaca que cobre a musculatura psoas e estão seguros neste local por tecido conjuntivo e gordura. O rim direito é alguma coisa mais cranial que o esquerdo, visto melhor no cão e no equíno e em menor grau nos felinos e suínos. São retroperitoniais em posição e cobertos com peritônio na superfície ventral com face para cavidade abdominal. O rim direito situa-se junto as três últimas costelas e o esquerdo entre a décima oitava costela e a terceira apófise transversa das vértebras lombares. - Forma: apresentam basicamente a forma de um grão de feijão, sendo exceção o rim direito do equíno que é em forma de coração. Os rins apresentam 2 superfícies (dorsal e ventral), 2 bordas (lateral e medial) e 2 extremidades ou pólos (cranial e caudal). A borda lateral é convexa e a medial côncava. 21 - Borda medial: apresenta o hilo renal que é o local onde penetra a artéria renal e saem a veia, o ureter e linfáticos renais. O bordo medial do rim direito está relacionado com a veia cava caudal e o do rim esquerdo com a aorta. As artérias e veias renais chegam destes grandes vasos em frente aos rins e passam para estes em um curto trajeto. O hilo se dirige para dentro de um recesso que se situa no centro do rim que é o seio renal e contém a pelve renal. - Pelve renal: é a extremidade dilatada do ureter que se localiza dentro do seio renal. Esta coleta a urina e como um funil leva esta para dentro do ureter. No equíno, 2 recessos terminais tubulares entram na relativa pequena pelve renal dos pólos. - Cápsula renal: é uma membrana de tecido conjuntivo frouxo que envolve os rins. Devido a sua inserção frouxa é facilmente removível. - Organização macroscópica do parênquima renal: Pode ser mais bem visualizada com uma secção através dos pólos e do hilo renal. O parênquima é dividido dentro de uma camada mais externa, pálida que é a córtex e uma camada mais interna e escura que é a medula. No córtex é que estão localizados os glomérulos ou corpúsculos renais. A córtex é marrom-avermelhada e têm aparência granular. Em seu estado fresco contêm grande número de pontos vermelhos visíveis claramente, os corpúsculos renais. A porção externa da medula (zona intermédia) é vermelho-escuro, quase púrpura, sendo uma modificação brusca do córtex. A porção mais interna (zona basal) é brilhosa, vermelha acinzentada e demonstra distintas estriações radiais. Os rins mais primitivos eram compostos de muitas unidades separadas. Cada unidade ou lóbulo consistia de um córtex como capa envolvendo uma base e lados de uma medula em forma de pirâmide. O ápice da pirâmide, a papila renal, está inserida numa peça terminal em forma de cálice de um ramo do ureter que é o cálice renal. Desta forma o rim primitivo lembra um cacho de uvacom o ureter representando o talo. Este tipo de rim é denominado de composto ou lobulado. Nos mamíferos domésticos, as camadas cortical e medular dos lóbulos estão fundidas em vários graus, resultando em um rim uniforme e compacto. É possível, no entanto, reconhecer a lobulação quando o parênquima do rim seccionado é examinado, particularmente se seguirmos o curso dos vasos interlobulares. A fusão completa do tecido cortical e medular dos lóbulos vizinhos resulta num rim com uma superfície lisa. Fusão cortical incompleta resulta num rim que é superficialmente dividido por fissuras de várias profundidades, como no bovino. - Pirâmide renal: prolongação da medula entre os vasos até a periferia onde forma a base desta. A base é formada pelos túbulos renais e está coberta pelo córtex. O ápice esta na pelve renal e forma a papila renal. A união dos ápices das pirâmides renal vai formar a crista renal. - Papila renal: é o ápice da pirâmide renal que se dirige para o centro do rim. 22 - Crista renal: é uma crista côncava que se projeta para o interior da pelve renal na porção central interna da medula. Apresenta numerosos orifícios pequenos onde se abrem os tubos papilares renais no interior da pelve renal e por esse motivo esta superfície é denominada de área crivosa. A crista é constituída de papilas renais fusionadas. A pelve coleta a urina que vem de todos os forames papilares e como um funil leva esta para dentro do ureter. - Suprimento sangüíneo: Cada rim é suprido por uma artéria renal que é um ramo da aorta abdominal. A artéria renal se divide em várias artérias interlobares que acompanham as divisões, antigas ou existentes, entre as pirâmides renais na junção corticomedular. Estes vasos são salientes em cortes macroscópicos dos rins. Dão origem a ramos conhecidos como artérias arqueadas, que se curvam sobre as bases das pirâmides. Essas por sua vez dão origem a numerosas artérias interlobulares que irrigam unidades ou lóbulos em que o córtex é dividido pelos raios medulares. Cada artéria interlobular dá origem a muitos ramos que irrigam glomérulos individuais (arteríolas aferentes). Cada arteríola aferente entra no corpúsculo renal no polo vascular e se divide num agrupamento de alças capilares que é o glomérulo. As pequenas arteríolas eferentes deixam o corpúsculo também no polo vascular e imediatamente entram na rede capilar ao redor dos túbulos urinários adjacentes. A drenagem é feita pela veia renal que desemboca na veia cava caudal. Os vasos linfáticos drenam para os linfonodos renais e a inervação provém do plexo renal. Os equínos apresentam um rim do tipo unipiramidal ou unilobular, porque durante o seu desenvolvimento houve a fusão de vários lobos. Uma única papila de base larga forma a crista renal que está intimamente associada à região expandida do ureter que é a pelve renal. COMPARADA: →Bovinos: Apresentam um rim mais primitivo que é superficialmente dividido por fissuras de várias profundidades, decorrente de uma fusão incompleta do córtex renal. Rim com aparência lobulada. Apresentam pirâmides individuais nas quais suas papilas renais se projetam para dentro de um cálice renal menor localizado na extremidade de um ramo do ureter cranial ou caudal, ou cálice maior. A pelve renal está ausente devido à falta de fusão dos lóbulos. - Cálice menor renal: são pedúnculos curtos em forma de taça que circundam a papila renal. # No bovino não existe pelve renal de modo que os cálices maiores se esvaziam diretamente no ureter. - Situação: Devido à presença do rúmen o rim esquerdo dos ruminantes é penduloso e quase inteiramente envolvido por peritônio. O rúmen puxa este em direção caudal e sobre o plano médio, ficando o rim esquerdo caudal ao rim direito em contato com o cólon espiral. →Suínos: 23 Apresenta fusão parcial dos lóbulos renais, sua superfície externa é lisa, mas mantém papilas individuais que eliminam urina dentro de cálices menores. Daí a urina desemboca nos cálices maiores, na pelve renal e desta no ureter. Alguns autores não consideram a presença de cálices maiores. - Forma: De um feijão achatado. São planos e com superfície lisa. * Os rins dos bovinos e dos suínos são multipiramidais ou multilobulares. Apresentam papilas individuais que se projetam em um cálice menor e estes se continuam com o ureter. Uma ou mais pirâmides se juntam para formar uma papila que é a porção apical e arredondada da pirâmide que faz saliência em um cálice menor. →Ovinos e carnívoros: Como os equínos apresentam um rim do tipo unipiramidal - apresentam uma única papila que forma a crista renal, onde a urina é eliminada dentro da pelve renal e daí para o ureter. Os equínos, pequenos ruminantes e caninos apresentam um único lobo que se formou pela fusão de vários lobos durante o desenvolvimento. O felino sempre teve um lobo. - Forma: de um grão de feijão. A pelve renal dos caninos é muito similar a dos pequenos ruminantes, ambas consistindo de uma cavidade comum a qual recebe a crista renal. Inseridos ao lado da cavidade da pelve renal estão um número de recessos dentro dos quais se projetam colunas de tecido renal denominada de pseudopapila que quase divide cada recesso. As artérias e veias interlobares ascendem através do córtex em fendas estreitas entre recessos vizinhos. O rim do felino é diferenciado macroscopicamente pela presença de veias capsulares. Dependendo da espécie e das condições dos animais, os rins são embebidos numa massa de gordura peri-renal de espessura variável. Usualmente esta não envolve o rim ventralmente, mas no animal obeso pode envolvê-lo completamente. Esta ajuda a proteger o rim e a mante-lo na posição. É bem desenvolvida nos suínos e ruminantes, em menor quantidade nos carnívoros, e mínima nos equínos. TABELA - Organização macroscópica do parênquima renal dos mamíferos domésticos. Diferenças entre as espécies. ORGANIZAÇÃO MACROSCÓPICA BOVINOS SUÍNOS EQUÍNO CARNÍVOROS E PEQUENOS RUMINANTES TIPO DE RIM MULTIPIRAMIDAL MULTIPIRAMIDAL UNIPIRAMIDAL UNIPIRAMIDAL URETER SIM SIM SIM SIM PELVE RENAL NÃO SIM SIM SIM CÁLICES MAIORES SIM SIM NÃO NÃO CÁLICES MENORES SIM SIM NÃO NÃO 24 PAPILA RENAL SIM SIM NÃO NÃO CRISTA RENAL NÃO NÃO SIM SIM 3.2 URETERES É um tubo estreito que conduz a urina em um fluxo contínuo da pelve renal para vesícula urinária. Surgem no hilo do rim e curvando-se caudalmente em direção a entrada pélvica e assumem um curso levemente convexo (medial) e retroperitoneal. Penetram na parede dorsal da vesícula urinária em um ângulo agudo perto do colo no chamado trígono da vesícula urinária. A extremidade proximal do ureter divide-se em pelve renal nos equínos, carnívoros e suínos ou em cálices maiores nos ruminantes. 3.3 VESÍCULA URINÁRIA É um órgão capaz de grande distensão e quando necessário é capaz de estocar grande quantidade de urina. Quando vazia ou contraída recua especialmente no equíno dentro da cavidade pélvica em vários graus. Na fêmea está relacionada dorsalmente ao útero e ligamento largo. No macho, devido à curta prega genital está em contato com o reto e desta forma é mais facilmente palpada retalmente. - Formato: quando vazia tem formato piriforme e localiza-se na cavidade pélvica. Quando cheia apresenta forma ovóide e localiza-se na cavidade abdominal. - Capacidade: de 3 a 4 litros. A vesícula urinária apresenta uma extremidade cranial cega que é o ápice vesical, onde se encontra uma pequena projeção, especialmente nos animais jovens,que é resquício da porção caudal do úraco. O úraco é um tubo que conecta a vesícula urinária primitiva com o saco alantóide do feto e este está incluído no cordão umbilical. Quando o cordão umbilical se rompe no nascimento este se degenera ao longo de seu curso intra-abdominal. Além do ápice vesical apresenta um colo que é a porção estreita que leva para dentro da uretra e um corpo que é a porção média. - Estrutura: A parede da vesícula urinária consiste de uma cobertura de peritônio, uma capa muscular e uma membrana mucosa. O peritônio cobre somente as superfícies expostas. As porções da vesícula urinária não revestidas são cobertas com tecido conjuntivo que é a adventícia Os ureteres entram na vesícula urinária na superfície dorsal e passam através da parede em ângulo agudo. Após penetrar a camada muscular, se continuam por uma curta distância na submucosa produzindo duas cristas no interior denominadas de colunas uretéricas, antes de terminar em seus respectivos orifícios uretéricos que se apresentam como fendas. Duas pregas convergentes (pregas uretéricas) se continuam caudalmente além dos orifícios e após se encontrarem no plano médio se continuam como crista uretral que se projeta para dentro da uretra e termina no 25 macho como colículo seminal. O comprimento do trajeto intramural protege contra o refluxo de urina para o ureter, quando a pressão se encontra elevada dentro da vesícula urinária. Não impede o posterior enchimento da vesícula urinária, uma vez que a resistência é superada por contrações peristálticas. - Trígono da vesícula urinária: é uma modificação da túnica mucosa dorsalmente na proximidade do colo, sobre uma área triangular. Os ângulos correspondem aos orifícios uretéricos e ao orifício uretral interno (vértice do trígono). - Ligamentos: Existem dois ligamentos laterais e um ligamento médio. Durante a vida intra- uterina estão relacionados funcionalmente as estruturas embrionárias. Após o nascimento servem para suportar a vesícula urinária. 1. Ligamento lateral da vesícula urinária: São puxados para fora pré-natalmente como pregas vasculares pelas grandes artérias umbilicais que passam da entrada pélvica para o umbigo da cada lado do plano médio. No recém-nascido somente a porção caudal das artérias se mantém e suas pregas suportes tornam-se ligamentos laterais da vesícula urinária quando esta se torna funcional. Estes ligamentos chegam da parede pélvica lateral e se estendem medialmente para os lados da vesícula urinária. 2. Ligamento redondo: São as bordas craniais livres dos ligamentos laterais e são formados pelas artérias umbilicais de parede grossa. 3. Ligamento médio da vesícula urinária: na vida pré-natal é a prega que sustenta o úraco e se estende ao longo da parede abdominal ventral da pelve para o umbigo. A maioria deste se degenera com o úraco após o nascimento, e somente uma pequena prega mediana entre o assoalho pélvico e a superfície ventral da vesícula urinária se mantém. Nos carnívoros esta não se degenera muito e vai no adulto para o umbigo como uma estreita prega falciforme. - Suprimento sanguíneo e inervação: a irrigação é feita pelas artérias pudenda interna, obturatória e umbilical. A drenagem é pela veia pudenda interna. Os vasos linfáticos vão para os linfonodos ilíacos internos e lombares e a inervação é feita por ramos do plexo pélvico. 3.4 URETRA É um tubo muscular na qual a urina é removida da vesícula urinária, diferindo marcadamente entre os dois sexos. Ambas uretras do macho e da fêmea estão associadas anatomicamente com os órgãos genitais, mas no macho onde esta associação é muito mais pronunciada há também estrita relação funcional. A urina entra no orifício uretral interno e sai no orifício uretral externo. Este último na fêmea localiza-se no assoalho do trato genital na junção da vagina e vestíbulo e no macho localiza-se na extremidade do pênis. Na vaca e na porca abre-se junto com o divertículo suburetral. A uretra do macho conduz tanto o sêmen como a urina e, portanto é parte integral dos sistemas genital e urinário. Apresenta uma porção pélvica que se estende no assoalho da cavidade pélvica, apresentando aberturas das glândulas genitais acessórias. A porção esponjosa localiza-se no interior do pênis, é extrapélvica e está coberta pelo corpo esponjoso do pênis. 26 A porção pré-prostática da uretra do macho que é homóloga a uretra feminina é curta e se estende do óstio uretral interno ao colo da vesícula urinária para o colículo seminal. No colículo os ductos genital e urinário do macho se unem. Do colículo para o orifício uretral externo, na extremidade do pênis, a uretra do macho conduz tanto os produtos de secreção das glândulas genitais acessórias, como espermatozóides e urina, e assim é parte integral dos sistemas genital e urinário. - Relações da uretra: Do macho: relaciona-se com o reto e com as glândulas genitais acessórias. Da fêmea: relaciona-se dorsalmente com a vagina e ventralmente com a sínfise pélvica. Considerações clínicas: Locais potenciais de formação e obstrução das vias urinárias por cálculos: na fêmea na vesícula urinária e no macho na uretra. 4. GLÂNDULAS ENDOCRINAS As glândulas endócrinas produzem hormônios, os quais são liberados diretamente no sistema circulatório, influenciando a distância diferentes órgãos. 4.1 HIPÓFISE É parte constituinte do encéfalo, estudada no capítulo de neurologia. Constituída embriologicamente de duas porções: a neuro-hipófise e a adeno-hipófise. A hipófise está apoiada na fossa hipofisária da sela túrcica do osso esfenóide. No seu infundíbulo, a dura-mater forma o diafragma da sela túrcica. O infundíbulo hipofisário é envolto por um seio cavernoso. A neuro-hipófise situa-se caudalmente a adeno-hipófise e é uma evaginação neural do hipotálamo, constituída pelo infundíbulo e pela porção neural distal. A adeno-hipófise origina-se embriologicamente do epitélio do teto da faringe e transforma-se no lobo rostral da hipófise, constituindo-se na maior parte rostralmente à neuro-hipófise, continuando no infundíbulo como porção infundibular da adeno- hipófise. Tendo em vista a estreita relação entre o hipotálamo e a hipófise, fala-se de uma sistema hipotalâmico-hipofisário. 4.2 EPÍFISE OU GLÂNDULA PINEAL Pertence ao diencéfalo, apresentando-se como um órgão impar e alongado, o epitálamo. O nome de corpo pineal decorre de sua forma, que é semelhante a uma pinha. As células de secreção interna da epífise produzem melatonina e serotonina. A sua atividade de secreção diminui sob luminosidade contínua, aumentando conseqüentemente a atividade gonadal (fotoperiodismo). Atua na dependência da 27 intensidade de luminosidade na retina, influenciando o núcleo supraquiasmático o “relógio biológico” que dirige não somente o ritmo anual, por exemplo, na atividade reprodutiva dos animais silvestres, mos também no controle de eventos metabólicos durante o transcurso diário, o denominado “ciclo circadiano”. 4.3 GLÂNDULA TIREÓIDE O hormônio da glândula tireóide controla o metabolismo basal do corpo, atua na termorregulação, no controle do crescimento, na troca de carboidratos e na regulação dos valores de cálcio no sangue. A capacidade de síntese da tireóide é controlada pelo hormônio tireotropina (TSH) da adeno-hipófise. Produz os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). Para síntese destes hormônios, é obrigatória a ingestão na alimentação de quantidades mínimas de iodo. A carência deste mineral pode levar a hipertrofia da glândula (bócio). - Localização: junto aos primeiros anéis traqueais, um pouco mais profundamente na região cervical. É composta nos animaisdomésticos, com exceção do suíno de um lobo direito e um lobo esquerdo, unidos no seu pólo caudal por um istmo conjuntivo, que envolve ventralmente a traquéia. No suíno, a tireóide é uniforme, posicionando-se ventralmente a traquéia. 4.4 GLÂNDULA PARATIREÓIDE Secretam o paratormônio que regula o cálcio e a troca de fósforo nos ossos e controla a homeostase destes minerais no sangue. Este hormônio é de importância crucial para a excitabilidade neuromuscular. A falta deste leva a tetania podendo causar a morte. - Localização: varia conforme a espécie podendo constituir-se de glândula paratireóide interna e externa em relação a glândula tireóide. Os suínos não apresentam a interna. 4.5 ADRENAIS (SUPRA-RENAIS) São glândulas pares que se desenvolvem de cada lado do plano mediano, próximo a extremidade cranial do rim, sem qualquer relação funcional com os mesmos. Cada glândula contém duas camadas direrenciadas quanto à origem e a função: - a externa, com córtex claro e colunas radiadas – córtex - a interna, com medula escura. A forma da glândula é irregular. No cão a direita tem a forma do número 1 e a esquerda de um 8. Secretam mineralocorticoides – aldosterona que atua no metabolismo mineral e na regulação hídrica, e o glicocorticoide, que controla o metabolismo de carboidratos. Os hormônios andrógenos das adrenais tomam parte ainda na formação das características masculinas. A medula das glândulas adrenais produz os hormônios adrenalina e noradrenalina. A adrenalina estimula o sistema simpático. Em situações de estresse, ela é produzida em maior quantidade. A noradrenalina seve principalmente para a regulação da pressão sanguínea. 28 4.6 ILHOTAS PANCREÁTICAS São células endócrinas que se acumulam no pâncreas. Seu número no homem é de 0,5 a 1,5 milhões; nos carnívoros é estimado em mais de mil. Possivelmente elas surjam em maior número no lobo esquerdo do que no direito. Nestas ilhotas são formados os hormônios insulina e glucagon, que regulam a glicemia; e o fator de crescimento, a somotostatina. 4.7 GÔNADAS COMO GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Nas células do folículo que envolve as tecas externa e interna, são formados estrogênios sob o controle do sistema hipotalâmico-hipofisário. Após a ovulação, o mesmo sistema orienta as células luteínicas do corpo amarelo para a síntese de progesterona. Processos periódicos no sistema genital feminino, controlados por estes hormônios, causam o ciclo sexual. Os hormônios sexuais masculinos, os andrógenos, são formados pelas células intersticiais de Leydig, que se situam no tecido conjuntivo frouxo, junto aos túbulos seminíferos, agrupadas ao redor dos vasos sanguíneos. Os hormônios androgênicos influenciam a maturação dos espermatozóides, o desenvolvimento dos órgãos genitais e o aparecimento das características sexuais secundárias. 5. ANATOMIA COMPARADA DO SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório está dividido em um sistema condutor formado pela cavidade bucal, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso; e em órgãos acessórios como a língua, os dentes, as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. Todo o sistema tem como função primordial à nutrição do organismo animal. Outras funções são a preensão do alimento, mastigação, insalivação, deglutição, digestão, absorção e expulsão da porção não absorvida dos alimentos. O sistema digestório tem início na abertura da boca e termina no ânus. Embriologicamente apresenta-se como um tubo, sendo por este motivo denominado de canal digestório. Em diversos locais recebe as diferentes glândulas salivares, o fígado, o pâncreas e suas secreções. O sistema digestório das aves difere dos mamíferos por apresentar uma cavidade bucal e faringe em um único compartimento, esôfago com uma dilatação denominada de inglúvio, estômago, intestino delgado e intestino grosso, terminando em uma cavidade comum ao aparelho urogenital e ao sistema digestório denominada de cloaca. 5.1 CAVIDADE ORAL (BUCAL) Estende-se dos lábios até a entrada da faringe. É limitada rostralmente pelos lábios e lateralmente pelas bochechas. Seu limite dorsal, ou teto é o palato duro, ventralmente há a língua e abaixo desta, no ápice e margens laterais, há um espaço em forma de meia lua que é o assoalho da cavidade bucal. Caudalmente comunica- se com a orofaringe que é o espaço delimitado entre a raiz da língua, o palato mole e 29 a base da epiglote É o espaço que resta quando a boca está fechada e preenchida pelas estruturas nela contidas. Quando a cavidade oral está fechada, o vestíbulo oral está conectado com a cavidade bucal através do diástema (espaço interdentário) entre os incisivos e os pré-molares, assim como atrás do último dente molar. - Subdivisão: quando a boca está fechada, a cavidade oral é dividida pelos dentes e processos alveolares da mandíbula e do maxilar em vestíbulo e cavidade oral propriamente dita. O vestíbulo por sua vez pode ser dividido em labial que é o espaço compreendido entre os dentes incisivos e os lábios e em bucal que é o espaço entre as bochechas e a superfície dos dentes. A membrana mucosa da cavidade oral é usualmente rosa, mas pode ser pigmentada (preta) em alguns locais. É bem suprida de vasos sangüíneos e sua mucosa contém glândulas mucosas e serosas conhecidas como glândulas labiais, bucais e linguais, dependendo da sua localização. Existem grandes glândulas salivares que liberam suas secreções dentro da cavidade oral através de seus ductos especiais. 5.2 LÁBIOS Servem como órgãos de sucção, apreensão e toque. São duas pregas musculomembranosas que circundam a abertura da boca (rima oris). O lábio superior e o inferior se unem lateralmente formando os ângulos ou comissuras labiais. Esta comissura labial nos suínos e caninos é bastante ampla chegando até os dentes molares. Os lábios dos animais domésticos participam na sucção e preensão da comida, podendo ainda atuar como órgãos tácteis. Diferem, no entanto, em forma e mobilidade com a espécie. Os lábios dos equínos, ovinos, caprinos e carnívoros são igualmente móveis enquanto os dos bovinos e suínos não possuem muita liberdade de movimento. No equíno, movimentam-se para apanhar o alimento e transportá-lo para a cavidade bucal, sendo também dotado de grande sensibilidade. O lábio inferior é menor que o superior nos carnívoros e suínos. Os lábios estão fixos ao osso incisivo e porção incisiva da mandíbula. Apresentam duas superfícies: - Superfície externa: Nos equínos, pequenos ruminantes e carnívoros, a pele que reveste os lábios possui a mesma aparência, apresentando pêlos tácteis longos e pêlos ordinários finos (comuns). Os suínos e bovinos, diferentemente, apresentam no local uma região desprovida de pêlos conhecida como plano rostral e plano nasolabial, respectivamente, a qual incorpora a porção central do lábio superior. Nos bovinos esta área apresenta-se geralmente úmida e fria. O lábio superior dos carnívoros e dos pequenos ruminantes é dividido por uma fissura média distinta denominada de filtro (philtrum) que é superficial ou ausente nas outras espécies. O lábio inferior apresenta o mento que é uma protuberância formada por tecido muscular e adiposo (a protuberância óssea mental que forma a base do queixo no homem não está presente nos animais). - Superfície interna: está coberta pela mucosa labial que se encontra em uma linha bem definida na borda do lábio. As glândulas labiais encontradas na submucosa ou na camada muscular são especialmente bem desenvolvidas perto das comissuras 30 labiais. São mais numerosas no equíno, decrescendo em número nos bovinos, caprinos, ovinos, suínos, caninos e felinos. 5.3 BOCHECHAS São as paredes
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