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Matemática Discreta - AULA05 - Prof. Rafael Matos Bibliografia utilizada: ROSEN, K. H. Matemática Discreta e suas aplicações. Tema: Quantificadores, predicados e validade. Apenas uma visão geral. Demonstração: procura por contra-exemplo, exaustão, direta. Demonstração: por contraposição, por absurdo. Exercícios de fixação. Notas: Demonstração A demonstração de um teorema é demonstrar que a implicação é uma tautologia. Não se trata de demonstrar que a conclusão é verdadeira, mas somente que a conclusão é verdadeira caso todas as suas componentes sejam verdadeiras. Em geral toda demonstração deve começar com as hipóteses, seguidas das tautologias e regras de inferência necessárias, até chegar à conclusão. Um teorema é uma proposição que é garantida por uma prova. Um axioma é uma proposição que se assume como verdadeira e que não precisa de prova. Uma conjectura é uma proposição que ainda não foi provada e nem refutada. Exemplo: Definição de par e ímpar: – n é par ⇔ ∃ (e existe) um inteiro k tal que ;kn = 2 – n é ímpar ⇔ ∃ (e existe)um inteiro k tal que ;kn = 2 + 1 Exemplos: (a) 0 é par? Sim, pois ;0 = 2 * 0 (b) −301 é ímpar? Sim: ;01 − 51)− 3 = 2 * ( 1 + 1 (c) Se a e b são inteiros, é par? Sim, mas por que? ;a b6 + 2 a b 3a b)6 + 2 = 2 * ( + 2 (d) Se a e b são inteiros, então é ímpar. Por que? 0a b1 + 8 + 1 ;0a b 5a b)1 + 8 + 1 = 2 * ( + 4 + 1 Técnicas de prova comuns A existência de um número sem fim de casos que verifique certas condições não constitui prova. Pode existir até um único caso que desfaça a prova proposta. Prova direta: conclusão é estabelecida através da combinação lógica dos axiomas, definições e teoremas já existentes. Toda demonstração direta deve começar com as premissas, seguidas das tautologias e regras de inferência necessárias, até chegar à conclusão; cada passo deve estar acompanhado de sua respectiva justificativa. Exemplo: Demonstrar que, se e , então .xx2 + 2 = 3 ax = 2 − 1 a2 = 1 Considere então: xp : x2 + 2 = 3 ar : x = 2 − 1 q : a2 = 1 O que deve-se demonstrar é que é proposição verdadeira ( V ).p )( ⋀ r → q Com efeito: 1. xp : x2 + 2 = 3 - premissa. 2. ar : x = 2 − 1 - premissa. 3. e r (2a )p : (2a )− 1 2 + 2 − 1 = 3 - substituição. 4. e rp : 4a2 = 4 - tautologia. 5. q : a2 = 1 6. Portanto, acabamos de mostrar que .p )( ⋀ r → q Assim, a demonstração direta consiste em demonstrar ou deduzir uma conclusão partir das premissas preexistentes, aplicando as equivalências tautológicas e as regras de inferência. Demonstração direta por contra-exemplo: As demonstrações deste tipo utilizam a equivalência lógica: "Não é verdade que, para todo elemento x que cumpra a propriedade , existe algum (x)p elemento x que não cumpre a propriedade ".(x)p Isto é, para demonstrar que não é verdade que se cumpra para todo x, é necessário, e (x)p suficiente, mostrar que existe pelo menos um x tal que não se cumpra .(x)p Exemplo: Demonstrar que, para todo natural n, tem-se .n + 1 = 5 Demonstração: Assumindo que o argumento é falso, deve-se achar um número natural n tal que não cumpra .n + 1 = 5 Se, por exemplo, considerar , logo , ou seja, realmente existe um número n = 6 6 + 1 = 5 natural n tal que não seja verdade.n + 1 = 5 Portanto, não é verdade que, para todo natural n, seja verdade que .n + 1 = 5 Exemplo: Para um inteiro positivo n, prove ou encontre um contra-exemplo para a conjectura "para todo inteiro positivo , ".n !n ≤ n2 Através da tabela de contra-exemplo com os valores: n !n n2 1 1 1 2 2 4 3 6 9 4 24 16 Prova por indução: um caso base é provado e uma regra de indução é usada para provar uma série de outros casos (normalmente infinita). Exemplo: Prove por indução matemática que , ... 2n )1 + 3 + 5 + . + ( − 1 = n2 n ≥ 1 Resposta: (a) Passo base: Para , . Portanto, o passo base é verdadeiro.n = 1 1 = 12 (b) Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para , para então deve ser n = k k ≥ 1 verdadeira para .n = k + 1 – Hipótese indutiva: , ;.. 2k )1 + 3 + 5 + . + ( − 1 = k2 k ≥ 1 – Deve-se mostrar que: , ;.. 2k ) 2k )1 + 3 + 5 + . + ( − 1 + ( + 1 = (k )+ 1 2 k ≥ 1 Sabe-se então que: ;.. 2k ) 2k ) 2k )1 + 3 + 5 + . + ( − 1 + ( + 1 = k2 + ( + 1 = (k )+ 1 2 Prova por contradição: é mostrado que se algum enunciado fosse verdadeiro, ocorreria uma contradição lógica, e portanto o enunciado deve ser falso. Demonstração de contradição por absurdo: na demonstração por absurdo, assume-se o oposto do que se quer provar e, ao chegar a uma contradição, a prova é finalizada. Exemplo: Demonstrar por absurdo a proposição: “Se um número somado a ele mesmo é igual a ele mesmo, então esse número é 0”. Representando x por um número qualquer: A hipótese é e a conclusão é .x + x = x x = 0 Para demonstrar por absurdo, supomos que e .x + x = x =x / 0 Então, e . Se dividir ambos os lados da equação. por , obtém-se x2 = x =x / 0 x2 = x x , uma contradição. Portanto, é somente válido se .2 = 1 x + x = x x = 0 Prova por exaustão: a conclusão é estabelecida dividindo o problema em um número finito de casos e provando cada um separadamente. Quando temos uma conjectura sobre uma coleção finita, ela pode ser provada verificando se ela é válida para cada elemento da coleção. Uma demonstração por exaustão significa que foram testados todos os casos possíveis. Exemplo: Provar a conjectura: "Se um inteiro entre 1 e 20 é divisível por 6, então também é divisível por 3." Como existe um número finito de casos, a conjectura pode ser provada mostrando que é verdadeira para todos os inteiros de 1 a 20, por exemplo, usando uma tabela. Prova pela negativa: a conclusão é uma refutação que prova ser falso o problema especificado (ou seja, é uma negação matemática). Prova por impossibilidade: a conclusão, neste caso, não significa responder se o problema do caso é verdadeiro ou falso e sim determinar se o problema pode ser resolvido ou se ele jamais terá uma resposta geral que o solucione. Prova por construção: consiste em construir um exemplo concreto com determinada propriedade para mostrar que existe algo com tal propriedade.
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