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Aula 9 (Mercado de Café com Intervenção Estatal I)

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Formação Econômica Brasileira
Prof.: Marcelo Colomer
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Mercado Cafeeiro com Intevenção Esporádicas
Primeira operação: 1906/1908
Segunda Operação: 1917/20
Terceira operação: 1921/24
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Primeira Operação de Valorização do Café
Convênio de Taubaté (1906): Documento firmado entre os Estados de SP, RJ e MG.
Valorização do Café; 
Garantia um preço mínimo em moeda estrangeira,
Desestimulo às exportações de alguns tipos de café,
Melhora da propaganda no exterior,
Estabilização da Taxa Cambial
Financiamento do programa a partir de emissões lastreadas em empréstimos externos,
Criação da caixa de conversão
Cobrança de uma sobretaxa sobre as exportações para pagamento do empréstimo.
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Caixa de Conversão
Tentativa de conciliar os interesses regionais com os interesses nacionais de estabilização da moeda,
Evitar que uma valorização do câmbio decorrente do sucesso do programa afetasse os lucros do café,
 A separação dos projetos da Caixa de Conversão e do Projeto de Valorização do Café.
O projeto de valorização é aprovado sem a caixa de conversão.
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Início do Convênio
A indefinição do RJ e MG fez SP arcar com o programa de defesa sozinho até 1907,
O financiamento se deu com base em empréstimos externos obtidos pelo estado de SP,
A dificuldade de SP em dar continuidade ao programa e as demandas de outros estados pela compra de cafés de menor qulalidade forçou a entrada do governo federal em 1907.
2/3 partes dos estoques foram financiadas por recursos dos próprios comerciantes norte-americanos de café.
O ponto fraco do programa era seu financiamento de curto prazo. 
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Início do Convênio
Governo federal autoriza um empréstimo de 15 milhões para o governo de SP,
A redução das safras faz o preço do café subir no mercado internacional,
Até 1918 a redução das safras fez o preço do café subir. Os estoques foram sendo vendidos e 1914 o empréstimo de 1908 foi saldado. Em 1918, havia muito pouco café estocado nas mãos do governo de SP. 
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Segunda Operação 1917-20
A caixa de conversão + bom desempenho das exportações de café + entrada de capitais em função do aumento do endividamento do Estado -> elevação do processo inflacionário;
1ª Guerra -> a partir de 1917/18 a guerra afeta as exportações de café;
A boa safra de 1917 e a queda das exportações exigiu uma nova intervenção do governo de SP com base em empréstimos do governo federal e do governo francês. 
Em 1918 a caixa de conversão suspende suas operações -> desvalorização cambial + aumento dos preços internacionais -> defende a renda dos cafeicultores. 
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Segunda Operação 1917-20
Geadas de 1918 e fim do conflito na Europa -> Redução da oferta de café e crescimento dos preços.
SP consegue vender todo seu estoque de café até 1920 com lucros elevados.
Como a compra dos estoques se deu via emissão de moeda pode-se dizer que a sociedade brasileira financiou a política de valorização através de um imposto inflacionário. 
O lucro do programa não foi usado para resgatar parte das emissões. 
Apesar do sucesso dos dois programas de valorização, abandonou-se as restrições à expansão do plantio.
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Terceira Operação 1921-24
Super-Safra de 1920/21
Crise mundial afeta a demanda;
-> A oferta mundial supera a demanda. 
Redução da liquidez internacional -> afeta as linhas de crédito;
A queda nas exportações revertem os saldos positivos da Balança Comercial;
Apesar da desvalorização cambial; a queda dos preços internacionais, a inflação interna crescente e os incentivos norte-americanos à exportação fizeram aumentar a demanda por importações. 
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Terceira Operação 1921-24
1921 -> tem início a formação de estoque pelo governo Federal;
A Carteira de Redesconto forneceu o dinheiro necessário para a compra do café com base em empréstimos externos;
Quebras das Safras de 1921/22 e 1922/23 + recuperação da economia mundial -> a operação de compra fosse saldada com êxito.
A partir de 1924, com base no sucesso dos programas anteriores, o governo passou a adotar uma política de defesa permanente com a construção de armazéns no interior a a regulação da entrada de café nos portos; 
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Defesa Permanente 
O sucesso dos programas de valorização anteriores deveu-se a fatores conjunturais muito específicos que limitaram a expansão da oferta;
A intervenção permanente do governo sinalizava para os importadores que estes não teriam mais o controle dos estoque brasileiros -> estímulo ao crescimento da produção em outras regiões do mundo;
A intervenção permanente também estimula o setor a expandir a área plantada -> criação do Instituto de Defesa Permanente da Produção Nacional 
Em 1924, o governo Federal passa para o estado de São Paulo a responsabilidade da defesa permanente -> Criação do Instituto Paulista de Defesa Permanente do Café 
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O sucesso do esquema de valorização fortaleceu politicamente as classes de produtores de café; 
Essa política vai perdurar até 1930;
Contudo, a valorização artificial do café estimula novas inversões no setor -> os problemas são empurrados para frente;
Período de 1925 a 1929 -> crescimento de 100% da produção de café -> embora as exportações se mantivessem constante;
Reduzida elasticidade renda da demanda por café;
Incapacidade de utilização dos Estoque;
Política de Defesa do Café
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Efeitos Macroeconômicos 
Política de formação de estoques -> empréstimos externos -> aumento da renda do setor exportador -> aumento da renda -> pressão sobre os preços internos -> inflação -> estimulam as importações.
1927-1929-> forte entrada de capital externo -> apreciação cambial -> adoção do padrão ouro (conversibilidade) em 1926 (criação da caixa de conversão).
Crise de 29 -> as reservas metálicas são tragadas pela saída de capitais externos; 
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Crise de 29
A produção de café continuou a crescer até 1933 em função das plantações de 1927/28;
Redução drástica do crédito externo para compra dos estoque;
Falência do sistema de conversibilidade e queda nos preços internacionais do café -> Desvalorização da moeda;
Política de queima dos estoques financiada pela expansão do crédito interno;
Oferta excessiva: impediu a recuperação dos preços do café a partir de 1934; 
A política de defesa do café durante a crise de 29 representou um mecanismo involuntário de defesa da renda e do emprego;

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