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23 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Unidade III 3 OS NÍVEIS DE FALA E A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL A língua é um código que permite uma diversidade de usos, e nós, falantes, adotamos o mais adequado às exigências situacionais da comunicação, a que chamamos de variações lingüísticas. Essas variações são decorrentes de vários fatores, entre os quais: • Fatores regionais (variações regionais = regionalismos): o português falado no Sul do país difere do falado no Norte. O regionalismo está circunscrito a regiões geográficas, isto é, é típico de cada região. Ex.: A la pucha, tchê! O índio está mais por fora do que cusco em procissão – o negócio hoje é a tal de comunicação, seu guasca! • Fatores culturais (ou sociológicos): o grau de escolarização e a formação cultural do indivíduo são também fatores que determinam usos diferentes da língua. Uma pessoa culta, estudada, como dizem, utiliza a língua de maneira diferente da pessoa inculta ou com baixo grau de escolarização. Esses fatores também estão ligados à idade, sexo e profissão. Ex.: As variações observadas na utiliza- ção da língua, individual ou social, são denominadas de variações lingüísticas. 5 10 15 20 a) O senhô vai armoçá gorinha memo? Eu ponhei a chave bem dibaxo do tapetinho. Despois nóis vorta; b) Vós poderíeis dizer-me que estou equivocado. Entretanto, saberíeis dizer exatamente em que aspecto? 24 Unidade III • Fatores contextuais (variações situacionais): dependendo do ambiente, assunto, ouvinte, relação entre os falantes, entre outros, o falante altera o registro de sua fala de acordo com a situação em que se encontra. Ex.: Cara, eu conheço ele desdos tempos do colégio! A gente vai almuçá sempre junto. Você já tinha visto ele? Na fala das pessoas, encontramos o reflexo desses fatores e isso gera os diferentes níveis de fala (ou de linguagem), que podem ser classificados em: • Nível formal (culto): em que são obedecidas as regras prescritas pela gramática normativa. É próprio de discursos acadêmicos e trabalhos científicos. Também o encontramos na língua escrita, em textos literários e didáticos, cartas, documentos oficiais, entre outros; • Nível informal (coloquial ou popular): oposto ao formal, não segue estritamente a norma gramatical, apresentando gírias e formas contraídas. É a linguagem familiar ou espontânea, usada no dia-a-dia em bilhetes, cartas, diários íntimos, nas conversas com amigos, entre outros, e é o que a maioria das pessoas utiliza no cotidiano. Alguns autores ainda fazem uma outra divisão, criando o nível: �• Técnico ou profissional: trata-se do jargão, ou seja, da linguagem específica de alguns grupos profissionais, como: economistas, advogados, analistas de sistemas, médicos, entre outros. �• da Norma vulgar: fala de quem tem instrução rudimentar. É bom observar que um nível não é melhor que o outro, ou seja, o “formal” não significa melhor que o “informal”. O importante é utilizar o nível adequado ao momento da comunicação. O ideal é que todo falante domine todos os níveis de linguagem, para empregá-los de acordo com as exigências do contexto. Veja que a mesma mensagem pode ser transmitida, usando-se diferentes 5 10 15 20 25 30 Os níveis de fala são gerados por influências geográficas, sociológicas ou contextuais. Na comunicação empresarial, deve- se cuidar da qualidade: os textos devem ser claros, corretos gramati- calmente, objetivos, concisos, entre outros. Prioriza-se a norma culta ou o nível formal. 25 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL níveis de linguagem: • “Que odor desagradável!”; • “Que mau cheiro!”; • “Que fedor!”; • “Que catinga!”. “O nível das comunicações empresarias deve ser o da norma culta, pois é o único nível que dá total segurança de entendimento com clareza quando, evidentemente, bem redigido ou falado. É o nível das comunicações oficiais, dos textos jurídicos, dos estudos em geral.” (NADÓLSKIS, 2003, p.78) 3.1 A comunicação escrita no cotidiano da empresa: tipos e modelos de redação Todo profissional que trabalha, necessita, em algum momento, utilizar-se da comunicação escrita, cujos principais objetivos são, segundo PIMENTA: • obter e fornecer informação; • promover uma ação específica; • promover, manter ou encerrar relacionamentos comerciais; Antes de escrever (PIMENTA, p. 152): �• pense: a) em seus objetivos: persuadir alguém a comprar produtos ou serviços? Sondar preços ou condições de pagamento? Desculpar-se por atrasos ou defeitos? Responder a alguma questão de um cliente?; b) no destinatário (público) de sua mensagem. A função e as características do destinatário determinam a escolha do veículo. • consulte as correspondências anteriores, os relatórios financeiros e/ou documentação relacionada com o assunto da 5 10 15 20 25 26 Unidade III comunicação; para recuperar o que já foi discutido e realizado; assim, evitam-se repetições e otimiza-se o processo; • analise, conjuntamente, seus objetivos, o destinatário e o tipo de veículo mais adequado. 3.2 Veículos da redação administrativa (PIMENTA, p. 153) Dentro da empresa, para cada necessidade, objetivo ou situação, há um veículo de comunicação adequado. As redações administrativas mais comuns são: Carta: correspondência utilizada para: informar aprovação em concurso; tratar de assuntos gerais com variadas instituições; solicitar ou agradecer colaboração; justificar atos ou atitudes; homenagear, censurar, advertir, entre outros. Componentes: cabeçalho, data, destinatário, assunto, vocativo, contexto, fecho, nome, cargo e assinatura (do emitente) e anexo (opcional). Circular: correspondência, produzida em várias vias, tratando de interesse amplo e dirigida a multidestinatários. Cada via deve ser assinada ou autenticada, para ter um caráter original. Seu conteúdo, em geral, é composto por orientações e recomendações. Componentes: cabeçalho, data, vocativo, contexto, fecho, nome, cargo e assinatura (do emitente). Memorando: correspondência interna para comunicações breves e menos solenes: avisos, consultas, entre outros. Componentes: cabeçalho, número de ordem, data, vocativo, assunto, contexto, fecho, nome, cargo e assinatura (do emitente). Relatório: Documento que contém informações, fatos, estatísticas ou recomendações coletadas por uma pessoa Na empresa, dependendo do obje- tivo, haverá uma correspondência ade- quada à situação. 5 10 15 20 25 27 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ou grupo, com o objetivo de melhorar processos ou serviços. Descreve fatos, registra observações, pesquisas, investigações, fatos ou historia a execução de serviços ou experiências. Há uma variação bastante útil que é o relatório de reunião. Os relatórios são escritos por várias razões e de várias formas. No entanto, é necessário, sempre, cuidar da organização, precisão, clareza, veracidade e boa apresentação das informações. Em geral, utilizam-se gráficos, tabelas, diagramas e estatísticas. Componentes: título, relator(es), introdução, referências, quem requisitou, objetivos, entre outros, período, procedimento para coleta de dados, corpo do relatório, informações propriamente ditas, conclusões, deliberações (quando for um relatório de reunião) e recomendações (se cabíveis). Tipos de relatório: O relatório pode ser: individual ou coletivo; simples ou complexo; parcial ou completo; periódico ou eventual; técnico, científico, administrativo, de estágio, visita, cursos realizados, apreciação sobre um tema, entre outros. Seja qual for o tipo de relatório, ele deverá ser redigido em linguagem simples, correta, objetiva, concisa, denotativa e sem construções rebuscadas, pois, o mais importante, é que ele seja claro e objetivo, sem rodeios, porém contendo todas asinformações importantes para a análise por parte do leitor. Requerimento: documento que serve para fazer solicitações a uma autoridade. Também chamado de petição. Componentes: vocativo, contexto, fecho, data e assinatura. Procuração: documento pelo qual uma pessoa confere poderes legais a outra, para tratar de negócios, ou agir em seu nome. Ofício: comunicação oficial expedida por autoridades da administração ou dirigida a particulares. Componentes: número do expediente e sigla do órgão ou departamento que o expede, local e data, vocativo, contexto, fecho, assinatura, nome e cargo do emitente. Nas empresas, os veículos de co- municação mais utilizados são: • Carta; • Circular; • Memorando; • Relatório; • Ata. 5 10 15 20 25 30 28 Unidade III Notificação: documento por meio do qual se informa o destinatário, pessoa física ou jurídica, sobre procedimentos a serem tomados pelo interessado, ou medidas que serão tomadas pelo remetente. Componentes: cabeçalho, a expressão “Notificação”, contexto, data, assinatura, nome e cargo do emitente. Ata: documento de registro do desenvolvimento de uma reunião, assembléia ou sessão. Deve ser escrita com clareza, resumidamente. Os numerais (datas, entre outros) devem ser grafados por extenso. Boletim: texto produzido para informação interna ou externa. Em geral, é composto de resultados de pesquisa ou resumo de algum evento importante. Manual: texto didático, para ser utilizado por várias pessoas, que apresenta informações e orientações em linguagem técnica. Jornal, revista: Devem seguir o mesmo formato, linguagem e qualidade técnica dos jornais e revistas em circulação, tratando de assuntos de interesse interno e externo à empresa. Os componentes dos três últimos tipos de veículos não são fixos, pois dependem também dos objetivos de seus realizadores e do público destinatário. E–mail ou correio eletrônico: é um recurso que possibilita a troca de mensagens e arquivos digitais de forma rápida e versátil por meio da Internet. Um dos meios que tem substituído algumas formas tradicionais de comunicação, intensamente usado nas empresas. Para a comunicação interna, o ve- ículo que tem sido mais utilizado, são os e-mails. 5 10 15 20 25 29 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 3.3 Vantagens e desvantagens da comunicação verbal e não-verbal nas empresas Alguns psicólogos têm feito estudos e constatado que importa mais o que fazemos ou o que deixamos de fazer, enquanto falamos, do que o conteúdo de nossa mensagem. A leitura do não-verbal complementa a compreensão da comunicação verbal, muitas vezes. Com isso, vemos que o sucesso da nossa comunicação não depende só da habilidade com que usamos as palavras. Tudo que envolve o processo da comunicação é importante: o que falar ou escrever e como o fazemos. O ser humano faz uso de muitos signos universais da comunicação. A palavra é fundamental, mas apenas um desses signos. Existem outras importantes formas, como os gestos, os movimentos com a cabeça, a expressão dos olhos e da face, a postura, a aparência e outros símbolos. A comunicação não- verbal, muitas vezes, tem a solução do que queremos realmente falar, seja oralmente, seja verbalmente. Tanto a comunicação verbal quanto a não-verbal têm a sua importância; basta saber usá-las adequadamente. Vejamos os meios de comunicação utilizados pelas empresas e observaremos que o casamento entre a comunicação verbal e a não-verbal é que possibilitará o sucesso da comunicação empresarial. Meios de comunicação: a) Verbal / Oral: • Telefone; • Reuniões, palestras, debates, seminários, conferências, convenções e cursos; • Encontros; • Bate-papos; • Reuniões sociais; • Conversas com clientes, superiores e subordinados; O sucesso da comunicação não de- pende apenas do conteúdo e da habili- dade como usamos as palavras. 5 10 15 20 25 30 Existem diversos meios de comuni- cação: • Verbal / Oral; • Verbal / Escrito; • Não-verbal. 30 Unidade III • Entrevista para emprego. b) Verbal / Escrito: • E-mails; • Memorandos (de / para); • Bilhetes, lembretes; • Avisos internos; • Declaração de missão, visão e valores; • Manual interno; • Portarias (Governo); • Cartas / ofícios / memo; • Avisos e placas; • Jornal interno. c) Não-verbal: • Gestual, comportamental, olhar, expressões faciais, riso e sorriso, aparência, postura, distância, pontualidade, velocidade da fala, dicção, entonação de voz e ênfase; • Avisos sonoros, campainhas; • Cartão de ponto; • Comunicação visual; • Telefone muito baixo ou muito alto; • Uniformes, vestuário; • Toque; • Orientação e proximidade; • Paralinguagem. Referência NADÓLSKIS, Hêndricas. Comunicação Redacional Atualizada. São Paulo: Saraiva, 2003. Muitas vezes, será a comunicação não-verbal que terá a solução do que queremos realmente falar. 5 10 15 20 31 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 3.4 Anexos 3.4.1 Modelo de Memorando Sintético: 3.4.2 Modelo de CI: 32 Unidade III 3.4.3 Modelo de Requerimento: 33 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 3.4.4 Modelo de Carta: 34 Unidade III 3.4.5 Modelo de Ata: Aos oito dias do mês de maio de dois mil e quatro, às oito horas, na sala de reuniões da Escola Estadual de Primeiro Grau _____ __, situada na Avenida _______, sem número, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, realizou-se uma reunião de professores sob a presidência da Professora _______, Diretora do Colégio, para tratar de assuntos relativos ao Sistema de Avaliação. Estiveram presentes os Professores_______e _______ do Departamento de ensino da Faculdade de _______ da Universidade _______, além de professores e técnicos da Escola. Aberta a sessão, usou de palavra a Diretora da Escola, apresentando os palestrantes e o tema que seria tratado. Expostos e debatidos aspectos fundamentais do assunto abordado, concluiu-se pela realização de nova reunião, a efetivar-se no dia vinte e sete do mês em curso, quando serão planejados e elaborados instrumentos de avaliação a serem utilizados até o final do semestre. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, e eu, _______, lavrei a presente Ata, que, após lida e aprovada, será por mim assinada, pelas autoridades e pelos demais presentes. Porto Alegre, oito de maio de dois mil e quatro. (Assinaturas). 3.4.6 Modelo de Circular: PREFEITURA MUNICIPAL DE __________________________ CIRCULAR Nº 001/05 Informo aos diversos setores da Secretaria Municipal de Finanças que todo e qualquer tipo de pagamento de taxas e tributos municipais, assim como outros recolhimentos, deve ser realizado exclusivamente junto ao Caixa da Tesouraria. Esclareço, outrossim, que permanece inalterado o sistema de recolhimento à rede bancária. Prefeitura Municipal de _____, ____ de _____ de _____. FULANO DE TAL, PREFEITO. 5 10 15 20 25
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