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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMCA E BIOLOGIA MOLECULAR BQI 103- BIOQUÍMICA I Carboidratos Lanna Clicia Carrijo Introdução • Carboidratos, açúcares, sacarídeos ou glicídeos; • Biomoléculas mais abundantes na natureza; CONCEITO Aldeídos ou cetonas poliidroxilados, ou substâncias que liberam esses compostos por hidrólise; No geral, possuem a relação: C:H:O de 1:2:1 = (CH2O)n; Ex.: Glicose = C6H12O6 ou (CH2O)6 Introdução FUNÇÕES Energética; Armazenamento (amido, glicogênio); Estrutural e proteção (celulose, pectina, quitina, peptídeoglicano); Reconhecimento celular (glicolipídeos ou glicoproteínas); Outras: difusão de nutrientes e lubrificação de articulações, anticoagulante (heparina). Classificação TRÊS CLASSES PRINCIPAIS (segundo o tamanho) Monossacarídeos - poliidroxialdeído ou cetona Oligossacarídeos - cadeias curtas de unidades de monossacarídeos Polissacarídeos - centenas ou milhares de unidades de monossacarídeos Monossacarídeos • Uma só unidade de poliidroxialdeído ou -cetona; • Unidades de construção de sacarídeos mais complexos - polissacarídeos. Classificação: a)De acordo com a natureza química: - aldoses: carbonila na extremidade da cadeia (ex.: gliceraldeído); - cetoses: carbonila no interior da cadeia (ex.: diidroxicetona). b)De acordo com o número de átomos de carbono: 3C – Trioses (aldotriose ou cetotriose); 4C – Tetrose (aldotetrose ou cetotetrose); 5C – Pentose (aldo ou cetopentose); 6C – Hexose (aldo ou cetoexose); 7C – Heptose (aldo ou cetoheptose). M O N O S S A C A R Í D E O S Família das D-Aldoses Família das D-Cetoses Monossacarídeos: incolores, sólidos cristalinos, solúveis em água e insolúveis em solventes não-polares. Maioria tem sabor doce. Todos ocorrem em formas isoméricas opticamente ativas (átomo de C assimétrico ou quiral), exceto diidroxiacetona. M O N O S S A C A R Í D E O S Estereoisômeros Compostos com mesma composição e mesma ordem de conecção de átomos, mas com arranjos moleculares diferentes Carbono quiral ou centro quiral (C*) Quatro ligantes diferentes (carbono assimétrico) 2n estereoisômeros (n=nº centro quirais ou nº C*) Enantiômeros: esteroisômeros, são imagens especulares Carboidratos M O N O S S A C A R Í D E O S • Esteroisômero D e L: refere-se a configuração do carbono assimétrico mais distante da carbonila; •Relação com configuração do D e L-Gliceraldeído A maioria dos organismos vivos= forma D D-Glicose e seus Epímeros M O N O S S A C A R Í D E O S Epímeros: dois açúcares que diferem na configuração ao redor de um único átomo de carbono Formação de Hemicetais Monossacarídeos com 5 ou mais C formam hemicetais ou hemiacetais Um aldeído ou uma cetona podem reagir com um álcool na proporção de 1:1 formando um hemiacetal ou hemicetal: novo centro quiral. M O N O S S A C A R Í D E O S Ciclização dos monossacarídeos Ciclização da D-Glicose M O N O S S A C A R Í D E O S Anômeros – o carbono do grupo aldeído se torna um novo centro quiral (carbono anomérico) α:OHplano oposto ao CH2OH β: OH mesmo plano do CH2OH Ciclização da D-Frutose D-frutose (forma de cadeia aberta) α-D-frutofuranose β-D-frutofuranose (formas cíclica da frutose) M O N O S S A C A R Í D E O S Anômeros – o carbono do grupo cetona se torna um novo centro quiral (carbono anomérico) Formas piranosídicas (Glicose) e furanosídicas (Frutose) M O N O S S A C A R Í D E O S Mutarrotação da Glicose M O N O S S A C A R Í D E O S Equilíbrio: +52,5° 63,6% β-D-Glicose +18,5° 36,4% α-D-Glicose +112° Forma linear menos de 1% Derivados dos monossacarídeos M O N O S S A C A R Í D E O S ABREVIAÇÕES DOS MONOSSARÍDEOS Oxidação do carbono Anomérico da D-Glicose M O N O S S A C A R Í D E O S Oxidação dos monossacarídeos Poder rotatório dos açúcares: Utilizado para identificação e dosagem das substâncias Formação de um dissacarídeo Oligossacarídeos São formados pela ligação glicosídica entre 2 até 10 monossacarídeos. Ligação O-glicosídica: reação entre C anomérico de um monossacarídeo e grupo hidroxila de outro monossacarídeo • Hidrólise da ligação glicosídica: ácido diluído a quente • Capacidade redutora dos oligossacarídeos Dissacarídeos naturais Polissacarídeos São formados pela união de vários monossacarídeos através da ligação glicosídica. Amido É o polissacarídeo de reserva de energia em vegetais. Ocorrem intracelularmente como grandes agregados ou grânulos. Formado por dois tipos de polímeros de glicose: •Ramificações a cada 24-30 resíduos •Amilopectina- até 106 resíduos Glicogênio • Polissacarídeo de reserva nos animais; • Ocorre principalmente no fígado e músculos esqueléticos; • Formado por mais de 500 α-D-glicopiranoses; • Ligações α (1→4) nas cadeias e α (1→6)nasramificações; • Estrutura com ramificações a cada 8 ou 14 resíduos; •Mais compacto que amido. Grânulos de Glicogênio Grânulos de Amido Amido e glicogênio VANTAGENS COMO FORMA DE ARMAZENAMENTO • Serem solúveis (OH livres fazem ligação de H com água) • Ocuparem um espaço menor • Redução da pressão osmótica celular Glicogênio e amido ingeridos na dieta são hidrolisados pelas α-amilases, enzimas presentes na saliva e secreções intestinais que hidrolisam ligações glicosídicas α-1,4 entre as unidades de glicose. Celulose •Polissacarídeo mais abundante na natureza; • fibrosa, resistente e insolúvel em H2O; • Função estrutural nos vegetais (parede celular); •Polímero linear não ramificado, de até 15.000 resíduos de D-glicose ligados β(1→4); •Cadeia distendida (conformação em fibras); •Estruturas rígidas das cadeias tem rotação relativa •Cadeias paralelas lineares fazem ligação de H insolúvel Hidrólise da celulose por fungos que produzem celulases. Os únicos vertebrados capazes de usar celulose como nutriente são os ruminantes que apresentam bactérias no rumem que secretam celulases, a qual hidrolisa as ligações β(1→4); Quitina •Polissacarídeo estrutural dos invertebrados; •É o principal componente do exoesqueleto de invertebrados e da parede celular de alguns fungos e muitas algas • Polímero linear formado por unidades de N-acetilglicosamina unidas por ligações β (1→4);• Cadeia distendida como a celulose. Conformação das ligações glicosídicas Fatores estéricos e ligações de hidrogênio influenciam a estrutura tridimensional do polissacarídeo Subunidades com estruturas mais ou menos rígidas (lig. covalentes) formam estruturas macromoleculares tridimensionais, estabilizadas por interações fracas Conformação mais estável do amido e glicogênio a) Cadeia polissacarídica curvada. b) Estrutura em hélice da amilose, amilopectina e glicogênio. Conformação mais estável da celulose Cada resíduo faz ângulo de 180° com seu vizinho: cadeia estendida Todos –OH fazem ligação de hidrogênio com cadeias vizinhas Estabilização por lig. de H intra e intercadeias produz estrutura supramolecular estável e de alta força de tensão Paredes celulares de algas e bactérias contêm heteropolissacarídeos estruturais - peptidoglicanos Unidades de N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico ligados (1-4) Os polímeros lineares são ligados por pequenos peptídeos A lisozima da lágrima dos olhos degrada as ligações (1-4) 1) Monte a estrutura do trissacarídeo O-α-D- galactopiranosil (1-6) β-D-manopiranosil (1-1) α-D- galactopiranosídio. 2) Quais são os monossacarídeos constituintes, os tipos de ligações glicosídicas presentes e as funções biológicas dos polissacarídeos amido e celulose.
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