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Declínio do GATT e estabelecimento do OMC 
Em 1947 deu início o acordo de maior alcance nas relações comerciais internacionais, o GATT – “General Agreement on Tariffs and Trade” (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) e serviu de base em 1994 para o estabelecimento da OMC no ano seguinte. Participando do GATT desde o início, em 1947, o Brasil, como país do chamado terceiro mundo, beneficiou-se com eliminações de barreiras protecionistas dos países industrializados para o maior equilíbrio das relações comerciais com países ainda não desenvolvidos. 
Porém, ainda com ânimo protecionista, a sociedade internacional conflitava com os interesses de liberação do comércio internacional proposta pelo GATT. Vale lembrar que o GATT, em 1947, teve uma difícil tarefa de organizar a relação comercial entre países sofridos com o pós-guerra. 
Antes mesmo da segunda guerra mundial, o mundo já vinha sofrendo uma diminuição da produção industrial desde o final da primeira guerra mundial o que veio a acarretar a crise de demanda de 1929, quando a Europa, já refeita da primeira guerra, demandou menos produtos importados dos Estados Unidos, provocando uma superprodução e a conseqüente quebra da bolsa de Nova York em 1929 desencadeando a crise de 1930. Nesse cenário econômico, houve ruptura nos pagamentos internacionais e o protecionismo passou a ser a ordem do momento. 
Daí a difícil tarefa de organizar, após a segunda Guerra Mundial, sob a influência Norte Americana, as relações econômicas internacionais para fomentar dias melhores à sofrida sociedade internacional. Para tanto, foram criados o FMI – Fundo Monetário Internacional e o BIRD – Banco Mundial para desenvolver os aspectos financeiros e monetários mundialmente. Para desenvolver os aspectos comerciais, foi discutida a criação da OIC – Organização das Nações Unidas, que funcionaria como uma agência especializada das Nações Unidas. 
Com relação ao GATT propriamente dito, em 1946 foi assinada a Carta de Havana por vinte e três países com o objetivo de impulsionar a liberação comercial e combater o protecionismo que se instalara nas relações comerciais internacionais desde a década e trinta. Nascia, assim, o GATT que viria a entrar em vigor a partir de primeiro de janeiro de 1948 como um acordo provisório para regular as relações comerciais internacionais. 
Até 1995 houve inúmeras modificações e adaptações no Acordo provisório propostas pelos países signatários para a elevação da produção e do emprego para o aumento do fluxo de mercadorias buscado pela liberalização da economia mundial. 
O GATT, como um acordo provisório de tarifas, não tinha personalidade jurídica para mover sanções contra países que não estivessem alinhados com o acordo e deixou de fora as barreiras não tarifárias, esses e outros motivos provocaram uma série de exceções à cláusula da nação mais favorecida que era a principal cláusula do GATT para proteger o comércio internacional do protecionismo, porém, o protecionismo velado era evidente nas exceções que, de certa forma, foram responsáveis quebra da credibilidade do Acordo. 
Podemos verificar essa manifestação no tratamento diferenciado dado a países que constituíam uniões aduaneiras e zonas de livre comércio permitidas pelo Acordo. 
O não comprometimento das partes se manifestava expressamente com a introdução, no Acordo, da Parte IV reconhecendo que “ as partes contratantes desenvolvidas não esperam reciprocidade pelos compromissos, por elas tomadas nas negociações 
comerciais, de reduzir ou eliminar os direitos aduaneiros e outros obstáculos ao comércio das partes contratantes pouco desenvolvidas”, com isso, os países em desenvolvimento estavam desobrigados de participar nas negociações. 
Além disso, com a entrada de países com economia centralizada no Estado do Leste Europeu (Hungria, Polônia e Romênia), foi possibilitada salvaguardas discriminatórias com restrições quantitativas sobre as exportações dos novos membros, desrespeitando acintosamente a Cláusula da Nação Mais Favorecida, promovendo protecionismo com a permissão de barreiras não tarifárias como o contingenciamento. 
A cláusula de salvaguarda permitia exceções devido a circunstâncias imprevistas que provocasse prejuízo grave à economia daquele país. A simples declaração de “prejuízo grave” não determinava exatamente a magnitude desse prejuízo, nem a determinação da correção desse prejuízo, cabendo a cada país estabelecer o ideal regime de exceção a ser adotado naquela situação. 
Tornando-se frequente a adoção de medidas protecionistas unilaterais de salvaguarda e, cada vez mais distante a Cláusula da Nação Mais Favorecida, não tardou para o GATT tornar-se anacrônico e ineficaz. 
Não acompanhando o dinamismo crescente do comércio internacional e com resoluções morosas para assuntos controversos, o GATT entrou em declínio e deu lugar à OMC – Organização Mundial do Comércio, organismo internacional de natureza supranacional com personalidade jurídica própria e sede em Genebra – Suíça.

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