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Direito Penal P1

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Direito Penal 
Prova P1 Meus resumo de livros e online
Direito Positivo
É o conjunto de regras que devem ser obedecidos e cumpridos pela sociedade, prevê as consequências e sanções aos que violarem seus preceitos.
Direito Penal
É o conjunto de normas jurídicas pelas quais o Estado proíbe determinadas condutas, sob ameaça de sanção penal, estabelecendo ainda os princípios gerais e os pressupostos para a aplicação das penas e das medidas de segurança.
Ilícito Jurídico
É o fato que contraria a norma de Direito, ofendendo ou pondo em perigo um bem alheio ou a própria existência da sociedade, podendo ter consequências meramente civis ou possibilitar a aplicação de sanções penais.
Ilícitos penais: crimes e contravenções.
Objetivo do Direito Penal
Proteção da sociedade;
Defesa dos bens jurídicos fundamentais ( vida, integridade física e mental, honra, liberdade, patrimônio, costumes, paz pública etc.).
Características do Direito Penal
“Dever ser”: regras de conduta que devem ser observadas por todos no respeito aos mais relevantes interesses sociais.
Ciências normativa: seu objeto é o estudo da lei, da norma.
O Direito Penal Positivo é valorativo, finalista e sancionador.
Valorativo: tutela os valores mais elevados da sociedade, valorando os fatos de acordo com a sua gravidade.
Finalista: visa à proteção de bens e interesses jurídicos tutelados.
Sancionador: poder intimidativo maior, como a pena.
Penal Objetivo e Subjetivo
Direito Penal Objetivo: a Lei - conjunto de normas que regulam a ação estatal, definindo os crimes e cominando as respectivas sanções.
Direito Penal Subjetivo: a atividade do Estado - É o direito que somente o Estado têm, sendo o único e exclusivo titular do “direito de punir”- jus puniendi.
Fontes do Direito Penal	
Fontes: significa origem, princípio, causa.
Fontes Materiais: se referem a gênese, a substância, a matéria de que é feito o Direito Penal, como é produzido, elaborado. A única fonte material é o Estado.
Fontes Formais: se referem ao modo pelo qual se exterioriza o direito, pelo qual se dá ele a conhecer, é a forma como o Direito Penal se manifesta, dividem-se em:
Fontes imediatas/ diretas: a própria lei, norma escrita. (princípio da reserva legal)
Fontes mediatas/ indiretas: costumes, princípios gerais do Direito, jurisprudência, doutrinas
Fontes Mediatas
Costumes: é uma regra de conduta praticada de modo geral, constante e uniforme, com a consciência de sua obrigatoriedade. ex: honra, dignidade, inexperiência, confiança, mulher honesta, ato obsceno...
Não podem criar ou distinguir crime um exemplo é o jogo do bicho, apesar de várias pessoas jogarem não cria lei para regulamentarizar. Os costumes só são usados a efeito de interpretação. 
Contra legem (vetado, contrário a lei)/prater legem (além da lei)/ secundum legem (método interpretativo, segundo a lei).
Princípios Gerais do Direito: são premissas éticas extraídas da legislação, do ordenamento jurídico. ex: furar a orelha da filha, lesão corporal. 
Doutrina: livros/ autor.
Jurisprudência: entendimento de outras sentenças de tribunais, súmula vinculante (STF).
Analogia: é uma forma de auto integração da lei. Na lacuna desta, aplica-se ao fato não regulado expressamente pela norma jurídica um dispositivo que disciplina hipótese semelhante. 
Só poderá ser usada se for para favorecer o réu (principio da equidade) – analogia ”bonam partem”, ex: a exclusão de pena nos casos de aborto, quando vítima de estupro, a punição por simples crime culposo, no excesso por culpa no estado de necessidade e exercício de direito ou cumprimento do dever legal.
Lei Penal – Características:
Lei Penal compõe-se de duas partes: o comando principal e a sanção.
Ex: Matar alguém (comando), pena de reclusão, de seis a vinte anos (sanção). A lei no Sentido estrita (incriminadora).
São características da lei penal: imperativa, geral, impessoal e exclusiva. Regulando apenas fatos futuros.
Imperativa: porque a violação do comando acarreta em pena.
Geral: por estar destinado a todos.
Impessoal: por não se referir a pessoas determinadas.
Exclusiva: porque somente ela pode definir crimes e cominar sanções e a só poderá ser aplicada a fatos futuros.
Classificações das Leis Penais
Leis Gerais: são as que vigem em todo o território.
Leis Especiais: as que vigem apenas em determinados segmentos dele, ex: desperdício de água no Nordeste.
Leis Ordinárias: são as que vigem em qualquer circunstância.
Leis Excepcionais: são destinadas a viger em situações de emergência, como na hipótese de estado de sítio, de guerra, de calamidade pública etc.
Leis penais incriminadoras: lei penal em sentido estrito, é a que define os tipos penais e comina as respectivas sanções.
Leis penais não-incriminadoras:
explicativas: esclarecem o conteúdo de outras ou fornecem princípios gerais para a aplicação das penas, “reincidência”, de “casa”, de “funcionário público” para efeitos penais. 
Permissivas: são as que não consideram como ilícitos ou isentam de pena o autor de fato que, em tese, são típicos como exemplo, estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito, imunidades nos crimes contra a honra, inimputabilidade etc. 
Norma Penal em Branco
São normas que seus comandos são indeterminados ou genéricos, que devem ser preenchidos ou completados. Sendo as de conteúdo incompleto, vago, exigindo complementação por outra norma jurídica para que possam ser aplicadas ao caso concreto.
Norma penal em branco em sentido estrito é apenas aquela cujo complemento está contido em outra regra jurídica procedente de uma instância legislativa diversa, seja de categoria superior seja inferior àquela, ex: lei que referem ao tráfico de drogas que são complementadas por decreto.
Normas penais em branco em sentindo amplo são aquelas que há dispositivos legais que têm seu complemento na própria lei. Não sendo necessário de pedir ou de autoconceder-se autorização para legislar, podendo complementar a qualquer tempo a lei penal.
Distinção entre Norma penal em branco em que a complementação mediante uma regra jurídica e os tipos abertos, em que essa complementação é realizada pela jurisprudência e pela doutrina, por não conterem a determinação dos elementos do dever jurídico cuja violação significa realização do tipo, tal como ocorre nos crimes culposos e nos crimes omissivos impróprios.
Interpretação da Lei Penal
Interpretar é a atividade relativa de buscar o alcance e o significado da lei penal.
Interpretar a Lei Penal quanto ao:
Sujeito: que realiza a interpretação, podendo ser ela autêntica, jurisprudencial (ou judicial) e doutrinária.
 Autêntica: é a que procede da mesma origem que a lei e tem força obrigatória. Quando vem inserida na própria legislação, é chamada contextual.
 Jurisprudencial: orientação que os juízes e tribunais vêm dando à norma, sem, entretanto, ter força vinculativa, como as súmulas do STF e do STJ e as decisões de uniformização de jurisprudência dos tribunais.
 Doutrinária: quando constituída da communis opinio doctorum, ou seja, do entendimento dado aos dispositivos legais pelos escritores ou comentadores do Direito. Também não tem, evidentemente, força obrigatória.
b) Meio
 gramatical;
 lógica;
 teleológica.
Resultado
Declarativa: ocorre quando o texto examinado não é ampliado nem restringido, encontrando-se apenas o significado oculto do termo ou expressão utilizada pela lei, ex: “várias pessoas”, logo mais de uma.
Restritiva: quando se reduz o alcance da lei para que se possa encontrar sua vontade exata, ex: “venda em hasta pública”.
Extensiva: quando é necessário ampliar o sentido de alcance da lei, ex: “coisa alheia” como sendo coisa comum. 
Princípios do Direito Penal
Princípios são as bases, a raiz o primeiro momento da existência, ou de uma ação ou processo.
Princípio da Legalidade
Princípio da Anterioridade
Principio da Reserva Legal
Princípio da Taxatividade
Princípio
da Ofensividade
Princípio da Intervenção Mínima
Princípio da Insignificância
Princípio da Intranscedência ou Personalidade
Princípio da Pessoalidade ou Individualização da Pena
Princípio da Proporcionalidade
Princípio da Irretroatividade
Princípio da Humanidade
Princípio da Culpabilidade
Princípio da Legalidade
Art. 1º do Código Penal: “ Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
Nullum crimen, nulla poena sine lege
Pelo princípio da legalidade alguém só pode ser punido se, anteriormente ao fato por ele praticado, existir uma lei que o considere crime.
É vedado o uso de analogia para punir alguém por uma fato não previsto em lei a não ser que favoreça o réu “bonam partem”.
Princípio da Anterioridade
Art. 1º do Código Penal: “ Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
Somente poderá ser aplicada ao criminoso pena que esteja prevista anteriormente na lei como aplicável ao autor do crime praticado. 
Nullum crimen sine praevia lege e nulla poena sine praevia lege.
Princípio da Reserva Legal
Nenhum fato pode ser considerado crime se não existir uma lei (legalidade) que o enquadre no adjetivo Criminal. E nenhuma pena pode ser aplicada se não houver sanção pré-existente e correspondente ao fato (anterioridade).
Princípio da Taxatividade
“Nullum crimen sine lege scripta et stricta”
Diz respeito à técnica de elaboração da lei penal, que deve ser suficientemente clara e precisa na formulação do conteúdo do tipo legal e no estabelecimento da sanção para que exista real segurança jurídica.
Princípio da Ofensividade
Não há delito sem que haja lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico penalmente tutelado. 
ex: automutilação e suicídio não são crimes por não prejudicar terceiros.
Princípio da Intervenção Mínima
O Direito Penal só poderá intervir nos casos de ataque muito graves aos bens jurídicos mais importantes, deixando os demais à aplicação das sanções extrapenais.
Direito Penal só será aplicado em ultima ratio.
Princípio da Insignificância
Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal, não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, ex: roubar balas das Americanas.
Princípio da Intranscedência ou Personalidade
A reponsabilidade penal é pessoal e intrasferível. 
Não podendo responsabilizar outros no lugar de quem cometeu o delito.
Princípio da Pessoalidade ou Individualização da Pena 
A pena deverá ser conforme a cominação legal e determinar a forma de sua execução.
Princípio da Proporcionalidade
Num aspecto defensivo, exige-se uma proporção entre o desvalor da ação praticada pelo agente e a sanção a ser a ele infligida, e, num aspecto prevencionista, um equilíbrio entre a prevenção geral e a prevenção especial para o comportamento do agente que vai ser submetido à sanção penal.
Princípio da Irretroatividade
Art. 2º do Código Penal: “ Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
 Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”.
Princípio da Humanidade	
Na execução das sanções penais deve existir uma responsabilidade social com relação ao sentenciado, em uma livre disposição de ajuda e assistência sociais direcionadas à recuperação do condenado.
Princípio da Culpabilidade
Além da existência de dolo ou culpa na conduta do agente, afastada a responsabilidade objetiva, é indispensável que a pena seja imposta ao agente por sua própria ação e não por eventual defeito de caráter adquirido culpavelmente pela sua vida pregressa.
Nullum poena sine culpa: Não a pena sem culpabilidade e a pena não pode ultrapassar a medida da culpabilidade, proporcional a culpa.
Lei Penal no Tempo
Princípio tempus regit actum, a lei rege, em geral, aos fatos praticados durante sua vigência, princípio da anterioridade (art. 5, XXXIX: “não há crime sem lei anterior que o defina”. Só poderá retroagir excepcionalmente se for para beneficiar o agente (art. 5º, XL: “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”).
Abolitio Criminis
Art. 2º do CP: “ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória transitada em julgado”.
Revoga um tipo penal que descrevia um fato como crime, e com isso ela produz um efeito retroativo, extinguindo os fatos anteriores por não ser mais considerado crime, em diante os fatos serão atípicos. 
Novatio Legis in Mellius
Atividade (período de vigência até a revogação), ou seja o tempo em que uma lei possui validade.
Retroatividade: ocorre quando uma Lei muita severa, revogada por uma lei mais benéfica (Novatio Legis in Mellius” ao agente, retroagirá a sentença a favor do agente.
Ultratividade: ocorre quando uma lei mais severa que a anterior passa a vigorar (Novatio Legis in Pejus) mesmo que a lei tenha ocorrido antes do fato ser julgado, valerá a lei que mais benéfica ao réu.
Normas Temporárias e Excepcionais
Não retroagirá nem para favorecer ao agente (réu), continua a aplicação ao fato, ultrativamente.
Continua a sua aplicação mesmo depois de sua revogação
Normas Temporárias: Data certa para sua revogação. 
Normas Excepcionais: Período excepcionais (ex: período de dengue).
Lei Penal no Espaço
 Espaço Físico Geográfico + Espaço Jurídico ( por ficção, por equiparação ou por extensão).
a) Princípio da territorialidade Aplica-se a lei penal do local do crime. Não importa a nacionalidade do agente ou da vítima.
 Territorialidade (art. 5º: “aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”).
Território Físico Brasileiro
Território do Brasil: Espaço Físico.
Limites compreendidos pelas fronteiras nacionais;
O mar territorial (faixa litorânea);
Todo espaço aéreo subjacente ao nosso território físico e ao mar territorial nacional.
Território Jurídico Brasileiro
Aeronaves e embarcações de natureza públicas (bandeira brasileira) ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem são extensões do território brasileiro;
Privado (bandeira brasileira) que se achem, respectivamente no espaço aéreo ou em alto-mar;
Privado (outras bandeiras) no território físico brasileiro será jurisdição brasileira, caso ocorra algum crime/infração.
Aplicar-se a lei brasileira aos crimes cometidos dentro do território nacional e suas extensões territoriais (art. 5º do CP).
Exceção: Aplica-se a lei brasileira sem prejuízo dos tratados, convenção e regra de Direito Internacional, aos crimes cometidos dentro do território nacional.
Territorialidade
O princípio da territorialidade prega que a lei brasileira será aplicada aos crimes ocorridos no Brasil. Entretanto, surge um problema: como identificar o local em que o delito ocorreu? 
Trata-se do LUGAR DO CRIME. 
1ª) Teoria da atividade: o lugar do crime aquele em que ocorreu a conduta; 
2ª) Teoria do resultado: considera-se o lugar do crime aquele em que ocorreu o resultado (evento); 
3ª) Teoria da ubiquidade ou mista: considera-se lugar do crime aquele em que ocorreu a conduta e aquele onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Esta é a teoria adotada pelo Brasil, segundo art. 6º do CP: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Intraterritorialidade
Obs: : Intraterritorialidade é quando a lei estrangeira é aplicada a crimes ocorridos no Brasil. Quem aplica a pena é o juiz estrangeiro (em nenhuma hipótese o juiz criminal brasileiro pode aplicar a legislação penal estrangeira), pois quem aplica a pena é próprio país estrangeiro. Em relação à territorialidade das Embaixadas, mesmo havendo
divergência entre alguns doutrinadores, prevalece que não fazem parte do território do país que representa (não é extensão do território que representa). Não é extensão do território estrangeiro. São apenas invioláveis. Ex: Embaixada portuguesa no Brasil é território brasileiro, mas é inviolável.
Extraterritorialidade
 Este dispositivo descreve situações em que a lei brasileira se aplica a fatos que não foram praticados dentro do território nacional, mas que ainda assim o Brasil se reserva o direito de julgá-los.
Extraterritorialidade
Aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente. Não importa o local do crime e a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico. 
Aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente apenas quando atingir uma vítima de mesma nacionalidade ou um bem jurídico de seu próprio Estado. Não importa o local do crime. (Damásio, Capez) Autor e vítima ou autor e bem jurídico tem a mesma nacionalidade.
Aplica-se a lei da nacionalidade da vítima. Não importa a nacionalidade do agente ou local do crime. (César Roberto Bitencourt, LFG)
Extraterritorialidade Incondicionada
O inciso I refere-se aos casos de extraterritorialidade incondicionada, uma vez que é obrigatória a aplicação da lei brasileira ao crime cometido fora do território brasileiro. 
A) Contra a vida ou a liberdade do presidente da república. 
B) Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do distrito federal, de estado, de território, de município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público; 
C) Contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
D) De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Nesta última hipótese adotou-se o princípio da justiça ou competência universal. 
Em todas essas hipóteses o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
Extraterritorialidade Condicionada
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA 
O inciso II, do art. 7º, prevê três hipóteses de aplicação da lei brasileira a autores de crimes cometidos no estrangeiro. São os casos de extraterritorialidade condicionada, pois dependem dessas condições: 
a) Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir. Utilizou-se o princípio da justiça ou competência universal; 
b) Crimes praticados por brasileiro. Tendo o país o dever de obrigar o seu nacional a cumprir as leis, permite-se a aplicação da lei brasileira ao crime por ele cometido no estrangeiro. Trata-se do dispositivo da aplicação do princípio da nacionalidade ou personalidade ativa; 
c) Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. Inclui-se no CP o princípio da representação. 
A aplicação da lei brasileira, nessas três hipóteses, fica subordinada a todas as condições estabelecidas pelo § 2º do art. 
Trata-se de uma hipótese de extraterritorialidade condicionada.
São os delitos que além de ultrapassarem comumente as fronteiras, afetam duramente a comunidade internacional.
Entende-se que tendo o país o dever de obrigar seu nacional a cumprir as leis, permite-se a aplicação da lei brasileira ao crime por ele cometido no estrangeiro. Trata o dispositivo da aplicação do principio da nacionalidade ou da personalidade ativa.
Mas para tanto, determina-se a necessidade:
a) da entrada do agente  no território nacional; não importa que a presença seja breve ou longa, a negocio ou a passeio, voluntária ou não, legal ou clandestina;
b) de ser o fato punível ainda no país em que foi praticado;
c) de estar o fato incluído entre aqueles que a lei brasileira autoriza a extradição;
d) de não ter sido o agente absolvido no estrangeiro  ou não ter aí cumprido a pena. Pode-se aplicar a lei brasileira somente quando o agente não for julgado no estrangeiro, ou, se condenado, não se executou a pena imposta;
e)  de não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Imunidades
São prerrogativas estabelecidas em lei, para determinada função, que serve para garantir o exercício das atribuições dessa função.
 Prerrogativas: estão previstas em lei, são inerentes a função e não a favor da pessoa, sendo contrário aos privilégios.
Imunidades Diplomáticas
Atinge qualquer delito praticado pelos agentes diplomáticos, aos componentes de suas famílias, e aos funcionários da organização internacional, quando em serviço. Encampa, também, os chefes de governo estrangeiro que visitem o país, bem como a sua comitiva. Não alcança os empregados particulares dos agentes diplomáticos e os cônsules, embora possa haver tratado que estabeleça a imunidade.
Esses últimos possuem apenas imunidade de jurisdição administrativa e judiciária, quando da realização de atos pertinentes ao exercício de suas funções consulares. Se o delito ocorrer dentro das sedes diplomáticas, o autor será devidamente processado pela lei brasileira se não possuir imunidade. Estes locais não são mais considerados extensão do país estrangeiro, embora possuem inviolabilidade em face do respeito devidos ao Estado.
Imunidades Parlamentares
É formada por um conjunto de garantias dadas aos parlamentares (membros do Poder Legislativo) para que possam exercer as suas funções sem violações ou abusos por parte do Poder Executivo e Judiciário.
Com as prerrogativas da imunidade parlamentar, esses políticos têm a liberdade e independência do exercício de suas atividades sem correrem o risco de serem processados judicialmente.
 Deputados e Senadores, durante o mandato, não podem ser presos, com exceção de flagrante cometendo crime inafiançável. Neste caso, a decisão de prisão do congressista fica a cargo da Câmara dos Deputados ou Senado Federal, dependendo da Casa que o político pertença.
Imunidade do Presidente da República
Imunidade formal relativa à prisão: O presidente só poderá ser preso após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Ele não poderá sofrer prisões cautelares enquanto estiver nessa função. § 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
Imunidade material relativa: Durante o curso do mandato, o presidente só poderá ser punido por atos praticados no exercício de sua função. Por atos estranhos ele não poderá ser responsabilizado no curso do mandato. Nesse caso, a prescrição ficará suspensa e, findo o exercício do cargo, poderá ser proposta ação penal. § 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
Mesmo durante a vigência do mandato, um crime praticado na vida privada pode gerar alguma consequência (não na esfera criminal, mas sim na esfera político-administrativa, pois o Senado pode considerar que houve uma infração político-administrativa e pode aplicar a pena de impeachment).
Essa imunidade material só se aplica à responsabilidade criminal do presidente da república (Inquérito 672). Não se aplica às responsabilidades civil, fiscal ou politico-administrativa.
Essas imunidades se aplicam a governadores e prefeitos?
Não, nem se houver previsão expressa na Constituição Estadual ou lei orgânica municipal.
As imunidades são excepcionais; elas restringem o princípio republicano (que tem como corolário natural o dever de responsabilização de autoridades públicas que cometam ilícitos).
Quanto à prerrogativa de foro, o presidente é julgado no STF por crimes comuns e no Senado por crimes de responsabilidade.
Em relação a ações cíveis propostas em face de atos praticados pelo presidente da república, quais devem ser ajuizadas no STF? 
Mandado de segurança, mandado de injunção, habeas corpus e habeas data, contra atos omissivos ou comissivos.
Não há competência do Supremo para ações civis públicas e ações populares propostas em face de atos do presidente.
Em relação à ação
de improbidade também não há foro por prerrogativa de função (a lei 10628 foi declarada inconstitucional).
É possível concomitância entre ação de improbidade e ação por crime de responsabilidade?
Há um precedente do Supremo de que só cabe a ação por crime de responsabilidade quanto aos agentes políticos.
Em relação à ex-detentores de cargo público, não se aplica o foro por prerrogativa de função. Findo o mandato, o processo desce à justiça ordinária.
Imunidade aos parlamentares é o foro privilegiado. Neste mecanismo, o congressista só poderá ser investigado e preso após decisão tomada diretamente pelo Supremo Tribunal Federal.
 A imunidade parlamentar não é um direito da figura do indivíduo, mas sim do cargo ocupado e, por esta razão, trata-se de uma prerrogativa impossível de ser renunciada pelo parlamentar.
As imunidades parlamentares são divididas em duas categorias: Imunidades Materiais e Imunidades Formais.
Imunidade Material Absoluta: quando o parlamentar executa a sua liberdade de expressão dentro do Congresso Nacional.
Imunidade Material Relativa: quando o parlamentar executa a sua liberdade de opinar, falar e votar fora do Congresso Nacional. Neste caso, será necessário averiguar se a manifestação do parlamentar está de acordo com o exercício de sua função.
Imunidade Parlamentar Formal
As imunidades formais estão relacionadas com o foro privilegiado e os processos de prisão do parlamentar.
De acordo com esta prerrogativa, o parlamentar não deverá ser preso, exceto quando for pego em flagrante por cometer um crime inafiançável.
Neste caso, o processo de investigação e julgamento deverá ser feito pelo Supremo Tribunal Federal.
Apenas os Deputados e Senadores têm o direito a imunidade formal, os vereadores não gozam desta prerrogativa, possuindo apenas a imunidade material.
Bons Estudos e Boa Prova
Kamilla pessoa.
\desculpem qualquer erro, 2 da manha, cansada.

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