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Aula 01 – Conceitos Básicos da Administração Estratégica Administração Estratégica A Administração Estratégica é um conjunto sistemático de decisões envolvendo empreendimentos que afetam toda a empresa. Seu estudo é um desafio para os gestores, tendo em vista a necessidade de adaptar a organização ao ambiente onde ela está inserida. Atualmente, é fundamental a qualquer empresa que almeje o sucesso em seus negócios o planejamento baseado em uma estratégia. As perguntas que os gestores ou empreendedores devem fazer é “onde estou” e “onde quero chegar”. A obtenção dessas respostas determinará como a empresa irá se comportar, principalmente quanto aos produtos/serviços que colocará no mercado; sua lucratividade; seu tamanho; seu grau de inovação e seu relacionamento com os stakeholders. Administração Estratégica é a maneira pela qual as organizações dinamizam os planos desenvolvidos na etapa de Planejamento Estratégico. É através deste tipo de gerenciamento que as instituições executam suas estratégias e geram - se necessário - revisões e realinhamentos na intenção de atingir os objetivos esperados. Objetivos da aula: Descrever o histórico e os conceitos da Administração Estratégica; Definir a natureza da Administração Estratégica O Estudo da Administração Estratégica A Administração Estratégica pode ser entendida como um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente. Conheça agora o que alguns teóricos falam sobre o estudo da Administração Estratégica: “O estudo da Administração Estratégica teve sua forma definida pela primeira vez após a Fundação Ford e a Carnegie Corporation patrocinarem, nos anos 1950, uma pesquisa no currículo das escolas de negócios. Um resumo dessa pesquisa, chamada de Relatório Gordon-Howell, recomendou que o ensino de negócios tivesse uma natureza mais ampla e incluísse um curso de capacitação em uma área chamada Política de Negócios (GORDON e HOWELL, 1959) ”. A proposta desse curso enfatizava que, em vez de apresentar aos estudantes problemas de negócios para análise em áreas específicas, tais como Marketing ou Finanças, enfatizaria o desenvolvimento de conhecimentos na identificação, análise e solução de problemas do mundo real, em amplas e importantes áreas de negócios. Essa nova proposta daria aos estudantes a oportunidade de exercitar qualidades de julgamento e tomada de decisões. O Relatório Gordon-Howell teve ampla aceitação, e por volta dos anos 1970, o curso fazia parte do currículo de diversas escolas de negócios. A proposta foi evoluindo, e o enfoque inicial do curso foi ampliado, incluindo a consideração da organização global e seu ambiente. Por exemplo: a responsabilidade social e ética e o impacto potencial de fatores políticos, legislativos e econômicos sobre o êxito numa organização tornaram-se assuntos de interesse ”. A evolução da Administração Estratégica Verifica-se, ao longo da História, uma evolução contínua do processo de Administração Estratégica, principalmente na era atual, decorrente de um ritmo acelerado das transformações ocorridas na sociedade e na velocidade com que as informações têm se desenvolvido. Belmiro (2008) destaca que, até chegar ao conceito atual de Administração Estratégica, foram formulados e aplicados, em especial em empresas multinacionais americanas, diversos processos: Planejamento financeiro Proceedings of the Conference on Case Studies in Operation Research Segundo Glover, W.S. e Ackoff, R.L., em Proceedings of the Conference on Case Studies in Operation Research, Case Institute of Technology, Cleveland, 1956, o planejamento financeiro é materializado pelo orçamento anual. Planejamento de longo prazo Preencher a lacuna existente entre o ponto (A) da projeção de referência e o ponto (B) da projeção desejável no futuro: este é um meio-termo entre os enfoques de Pesquisa Operacional e heurístico ao Planejamento. Clique nos dias em destaque e conheça algumas características desse processo: É voltado para processos, e não para metas. Usa tanto julgamentos qualitativos quanto quantitativos. Mantém feedback contínuo entre análise e formulação de problemas. Testa diversos objetivos simultaneamente. Divide os problemas estratégicos entre internos e externos. Apresenta uma série de soluções, uma das quais é escolhida de acordo com um procedimento baseado em pesos. Procedimento é metódico, sem ser rigorosamente matemático. O planejamento estratégico foi definido por Ackoff (1979) da seguinte forma: "Quanto mais demorado for o efeito de um plano e quanto mais difícil for alterá-lo, mais estratégico ele será. Portanto, Planejamento Estratégico lida com decisões de efeitos duradouros que sejam difíceis de modificar”. Comparando o planejamento estratégico com o planejamento tático podemos dizer que: Planejamento Estratégico Longo Prazo Planejamento Tático Curto Prazo Como, porém, longo prazo e curto prazo são termos relativos, tático e estratégico também são. Por exemplo: o plano de produção da próxima semana é mais tático e menos estratégico do que o planejamento de uma nova fábrica ou de um novo sistema de produção. Estratégia Competitiva A Estratégia Competitiva visa obter uma forte posição competitiva, baseando-se na análise de barreiras à entrada de novos concorrentes, intensidade da rivalidade entre concorrente, papel desempenhado pelos produtos e serviços substitutos e, por último, poder de barganha de fornecedores e consumidores. “Muitas vezes, a formulação das ações para atingir uma forte posição competitiva passa pela avaliação dos seguintes itens: reposicionamento do produto ou serviço no mercado, segmentação do mercado com o mesmo produto ou serviço, entrada em novos segmentos por meio de diferenciação de produto ou de serviço e assim por diante” (PORTER, 1980). Vantagem Competitiva A vantagem competitiva é o valor que se cria para o consumidor e que ultrapassa o custo de produção, tornando-se uma produtora singular sob a ótica do usuário. Advém do fato de a empresa operar com baixo custo ou com diferenciação. As opções entre a amplitude do mercado e a vantagem competitiva almejada ensejam a implantação de uma das três estratégias competitivas genéricas: estratégia de custo, de foco e de diferenciação. A estratégia de custo baseia-se simplesmente em volume e em escala de produção, enquanto as demais, em qualidade e em lançamento de novos produtos (TACHIZAWA, 2000). Porter (1980) considera que as estratégias (de vantagem competitiva) podem ser denominadas: posicionamento estratégico, redirecionador de custo e cadeia de valor. Tanto uma definição como em outra, a distinção entre as estratégias de vantagem competitiva é que a empresa reduz custos ou se diferencia pelo lançamento de produtos. Estratégias de Crescimento As Estratégias de Crescimento têm por objetivo definir o posicionamento futuro da organização em termos de produto ou unidade estratégica de negócios. Sua abrangência é a seguinte: Expansão Decisão de ampliar a capacidade de produção. Diversificação Decisão de lançar novos produtos ou serviços destinados a novos mercados com base tecnológica atualmente não encontrada na empresa. Integração Vertical Decisão de agregar fases ao processo produtivo, aumentando o número de produtos ou serviços para uso da própria empresa, anteriormente providos por terceiros; tem encontrado como forte oposição, nos últimos anos, a terceirização em larga escala. Globalização Processo de expansão mundial dos mercados e das empresas, resultante de um novo modelo competitivo. Desinvestimento/desmobilização Não se trata de uma decisão estratégica de crescimento, mas de um reposicionamento de negócios da empresa, onde algumas áreas são descartadas, em geral com o objetivo de incentivar outras partes da empresa. Diversificação Lateral Decisão de lançamento de produtos ou serviços, tendo como base a tecnologia ora existente na empresa, contando com aprimoramento e fortalecendo mercadosora servidos pela empresa. Parcerias e alianças estratégicas Após definir a estratégia de crescimento, coloca-se para a empresa outra questão, que é como ela será implementada, ou seja, isoladamente ou através de parcerias. Gestão Estratégica da Qualidade A Gestão Estratégica pela qualidade iniciou-se formalmente na década de 1980, através da observação de grandes corporações (GM, Exxon, Texaco, etc.), onde não era controlar a qualidade (mesmo que estaticamente) no piso de fábrica. Alguns prejuízos consideráveis com associações de consumidores, capitaneadas por Ralf Nader (quanto a produtos fora da conformidade), enormes perdas por meio do navio Exxon Valdez, poluindo a costa oeste dos USA com milhões de barris de petróleo, e mesmo a inadequada operação de oferta de preço por ação que retirou a Penzoil da disputa pela compra da Get Oil (gerando multa de bilhões de dólares para a Texaco) determinaram a capacidade, inclusive dos relacionamentos, nada tinha a ver com o controle da qualidade de processos de produção. Isto fez com que houvesse a migração da qualidade dos níveis de supervisão para os da alta administração, iniciando desta forma a Gestão Estratégica da Qualidade, que perdura até os dias de hoje. Do Planejamento Estratégico à Administração Estratégica Para fazer o Planejamento Estratégico funcionar na prática, a implementação precisa tornar-se eficaz. Esta deve ser parte integrante de um processo denominado Administração Estratégica, envolvendo a concepção de políticas funcionais nas áreas de administração de RH, Finanças, Qualidade, Sistemas de Informação etc. Administração Estratégica Competitiva A Administração Estratégica Competitiva é a marca registrada dos anos 90, quando surge o novo paradigma, apresentando as seguintes características: Visão estratégica; Alinhamento com a missão da empresa Adaptação à tendência de globalização Domínio da tecnologia de informação Compreensão das mudanças como fator de oportunidade Neste contexto, conhecer e acompanhar a dinâmica das transformações é uma necessidade que se impõe, para que se obtenha e se sustente uma margem de vantagem contínua sobre o concorrente”. (LOBATO, 2000). Conceito de Administração Estratégica Não existe uma definição padrão para Administração Estratégica, porém verificam-se pontos em comum nas definições apresentadas por diversos autores: Ansoff (1993) “Mobilização de todos os recursos de uma organização, no âmbito interno e externo, visando atingir objetivos de longo prazo”. Daft (1998) “É um conjunto de decisões e ações usadas para formular e implantar estratégias que irão fornecer um ajuste competitivamente superior entre a organização e o seu ambiente para atingir as metas organizacionais”. Certo e Peter (2003) “Um processo contínuo e interativo, que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente”. Mintzberg (2005) “O processo de conceber, implementar e avaliar continuamente uma estratégia que assegure o êxito atual da organização e construa as competências essenciais para o seu sucesso no futuro”. Conclusão Com base em tudo o que vimos até aqui, conclui-se que a Administração Estratégica passa por uma série de etapas: Análise do ambiente Estabelecimento da diretriz da organização Formulação e implantação da estratégia organizacional Exercício de controle estratégico A Administração Estratégica é importante para as empresas, pois auxilia o gestor a dedicar tempo para criar, adaptar e reformular o posicionamento das organizações em relação a: assumir o controle sobre o seu destino; enxergar as oportunidades; transformar ameaças em oportunidades; definir novos rumos para a organização; mobilizar recursos para objetivos comuns; e implementar mudanças. Vantagem competitiva é o valor que se cria para o consumidor e que ultrapassa o custo de produção, tornando a empresa uma produtora singular sob a ótica do usuário, que advém do fato de esta operar com baixo custo ou com diferenciação.
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