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TRABALHO BENS

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1. INTRODUÇÃO
Será apresentado neste trabalho acadêmico, de uma forma breve e sucinta, quanto à classificação dos bens tal qual assentada no novo Código Civil. Este trabalho apresenta uma visão geral sobre os bens e coisas, objetos do direito, pretendendo provar que bens são imprescindíveis para o Ordenamento Jurídico, haja vista que são os verdadeiros objetos das relações jurídicas, e por este motivo, são tratados exaustivamente no Código Civil, cujo legislador preocupou-se em classificá-los. Abrangeremos bens e valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito.
Para juristas como, Sílvio Rodrigues, Silvio de Salvo Venosa, Cristiano Chaves de Farias, a classificação dos bens representa uma necessária operação lógica de facilitação da compreensão da instituição jurídica, permitindo agrupamento de espécies de um gênero e separação de tudo aquilo que nada tenha em comum com este último.
Com a disposição classificatória do Código Civil, o legislador buscou exatamente facilitar o entendimento das várias espécies de bens, e, por conseguinte, as conseqüências sob o ponto de vista jurídico que cada uma poderia ter.
Os bens podem ser classificados em: corpóreos e incorpóreos, móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, consumíveis e não consumíveis, divisíveis e indivisíveis, singulares e coletivos, reciprocamente considerados, públicos e particulares, que estão fora de comércio e o bens de família. Nosso trabalho tratará de algumas das espécies ora classificadas.
São bens jurídicos os de natureza patrimonial, isto é, tudo aquilo que se possa incorporar ao nosso patrimônio é um bem: uma casa, um carro, uma roupa ou um livro. Além disso, há uma classe de bens jurídicos não-patrimoniais. Não são economicamente estimáveis, como também insuscetíveis de valoração pecuniária: a vida e a honra são exemplos fáceis de compreender.
2. CONCEITO
O vocábulo “bem” deriva do latim “bonum”, que significa bem-estar, satisfação.
Juridicamente, se usa bem para tratar tudo aquilo que possa ser objeto de uma relação jurídica. Entendemos assim, que bem é tudo aquilo que tenha valor econômico ou não.
 Para Silvio de Salvo Venosa, bens compreende em tudo o que pode proporcionar utilidade aos homens. Não deve o termo ser confundido com coisas, embora a doutrina longe esteja de ser uníssona. Bem, em nossa concepção, é tudo que corresponde a nossos desejos, nosso afeto em uma visão não jurídica. No campo jurídico, bem deve ser considerado aquilo que tem valor, abstraindo-se daí a noção pecuniária do termo. Para o direito, bem é uma utilidade econômica ou não econômica.
3. BENS E COISAS E SUAS DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS
Como já foi dito anteriormente, a ideia de “bens” e “coisas” não é pacífica entre os doutrinadores. As divergências são tantas, que para alguns o sentido do vocábulo se inverte completamente.
Venosa deixa claro sua opinião quando reafirma sua posição, dizendo que o termo bem é uma espécie de coisa, embora por vezes seja utilizado indiferentemente. Coisas são os bens apropriáveis pelo homem.
Ao lado de Venosa, há Maria Helena Diniz, outra doutrinadora que entende bens como uma espécie de coisa. Para Maria, coisas não tem valor econômico, logo não pode ser considerado um bem. Dito isso, ela defende que bens são coisas úteis e raras, e que assim são suscetíveis de apropriação e contêm valor econômico.
 
Gustavo Tepedino por outro lado afirma que é preciso buscar ‘’um mínimo denominador comum na teoria dos bens’’, e diz mais, ‘’ainda, sem extrapolar o entendimento convergente, que os bens da vida (Lebensguuter), tornam-se ponto de referencia objetivo de determinado interesse humano, em relação ao qual corresponde uma situação atribuída ao titular para assegura-los’’. Concluindo, Tepedino diz: A coisa, tomada em sentido comum ou empírico, é, consequentemente, porção da realidade anterior à qualificação jurídica, por isso mesmo considerada noção pré-jurídica e neutra, constituindo o elemento material do conceito jurídico de bem, este definido, em tema como coisa em senso jurídico, no âmbito dos objetos matérias suscetíveis de uma medida de valor.
Quando citamos anteriormente “para alguns o sentido do vocábulo se inverte completamente” estávamos falando de Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias. Para esses dois, coisa é espécie e se apresenta como todo objeto material susceptível de valor, enquanto bem é gênero e assume uma feição mais ampla, e finaliza dizendo que ‘’existem determinados bens jurídicos que não assumem a feição de coisa, como o direito autoral, a imagem etc. Ou seja, invertendo completamente a ideia de Venosa e Maria Helena, reafirmando as divergências.
 Concluímos então, que há divergências quanto ao significado jurídico dos vocábulos bens e coisas. Pois a definição não é unânime entre os doutrinadores, podendo até em algumas vezes se inverter completamente.
4. DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS. Art. 79 ao 91
4.1 – DOS BENS CORPÓREOS E INCORPÓREOS.
I - Bens Corpóreos – são aqueles que nossos sentidos podem perceber; aqueles que os sentidos podem perceber. Ex.: automóvel, animal, livro etc.
II - Bens Incorpóreos – são entendidos como abstração do Direito; que não têm existência material, mas existência jurídica. As relações jurídicas podem ter como objeto tanto os bens materiais quanto os imateriais.
4.2 – DOS BENS IMÓVEIS E MÓVEIS.
Ainda considerados em si mesmos e tendo em vista o fato de serem ou não suscetíveis de se mover ou serem movidos, os bens sofrem a distinção de móveis e imóveis.
I - Bens Imóveis – são aqueles bens que não podem ser transportados sem perda ou deterioração de sua substancia.
Os bens imóveis são adquiridos tão só pela transcrição de titulo,no Registro de Imóveis, ou pela acessão, pelo usucapião e pelo direito hereditário.
Do ponto de vista natural, o único imóvel é o terreno – uma porção de terra do globo terrestre. O legislador, porém, partindo do pressuposto da transferibilidade para distinguir os bens moveis dos imóveis, idealiza o conceito da imobilidade para outros bens que materialmente seria moveis. 
O CC admite quatro diferentes categorias:
a) Imóveis por natureza;
 Art. 79 – “São bens imóveis o solo e tudo quanto nele se incorporar natural ou artificialmente.”. 
Nos componentes do solo, algumas partes são solidas, outras liqueidas, umas formam a superficie, outras o subsolo, Se alguma das partes é separada pela forca humana, passa a constituir-se em unidae distinta. Ex.: A água, enquanto pertencente a um imóvel, será imóvel, destacada pelo homem, torna-se móvel.
b) Imóveis por acessão física;
O atual Código Civil as construções que agregam ao solo participam de sua naruteza jurídica, porém, se tratar de construções ligeiras e provisórias, apenas acostadas no solo, a sua superficie,como barracas,barracões e construções provisórias, não devem ser consideradas imóveis.
c) Imóvel por acessão intelectual;
O atual Código Civil apenas o proprietário, ou seu representante, pode imobilizar esses objetos. Não pode fazê-lo o mero locatário ou detentor, cuja a relação e provisória.
Os bens por acessão intelectual distinguiam-se dos bens das classses anteriores, porque, ao contrario da acessão física, não havia justaposição material da coisa móvel ou imóvel.
d) Imovel por acessão física;
Os objetos são definitivamente incorporados ao imovel,seguindo seu destino.
II - Bens Móveis – São três as categorias de bens moveis: por natureza, por antecipação e por determinação da lei.
Móveis por natureza; 
Art. 82 – “São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio (semoventes – os animais), ou de remoção por força alheia (móveis propriamente ditos), sem alteração da substância ou da destinação econômico-social”.
Móveis por antecipação;
São bens que, incorporados ao solo, destinam-se à separação e serão convertidos em moveis, como é o caso de arvores que se converterão em lenha, ou venda de uma casa para demolição.Atribui-se-lhes, data sua peculiaridade, a condição de coisas moveis. Aqualidade mobiliaria de seu objeto retroage à data do contrato, em face do seu caráter.
Moveis por determinação legal;
Art. 83 – “Considera moveis por determinação legal:”
I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
4.3 – DOS BENS FUNGÍVEIS E CONSUMÍVEIS.
4.3.1 – Bens Fungíveis e Infungíveis.
Segundo Silvio Venosa (4), em consonância com a doutrina e a legislação, a fungibilidade ou infungibilidade é conceito próprio das coisas móveis. Os imóveis, mormente aqueles que o são por sua natureza, são sempre infungíveis.
Art. 85 – "São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade".
I - Bens Fungíveis - são aqueles que podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade, tais como cereais, peças de máquinas, gado, etc.
Fungíveis são as coisas avaliadas e consideradas no comércio, em sua massa quantitativa.
Art. 86 – "São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação".
II - Bens Infungíveis - são aqueles corpos certos, que não admitem substituição por outros do mesmo gênero, quantidade e qualidade, como um quadro de Portinari, uma escultura ou qualquer outra obra de arte. São as coisas consideradas em sua massa individual.
A vontade das partes não pode tornar fungíveis coisas infungíveis, por faltar praticidade material, mas a infungibilidade pode resultar de acordo de vontades ou das condições especiais, da coisa, à qual, sendo fungível por natureza, se poderá atribuir o caráter de infungível. Assim, uma garrafa de vinho pode ser emprestada apenas para uma exposição: por vontade da parte, o que é fungível torna-se infungível, no empréstimo "ad pompan vel ostentationem" (para pompa ou ostentação).
A fungibilidade é qualidade da própria coisa. Haverá situações em que apenas o caso concreto poderá classificar o objeto. Desse modo, uma garrafa de vinho raro, de determinado vindima, da qual restam pouquíssimos exemplares, será infungível, enquanto o vinho, de maneira geral, é fungível.
A fungibilidade ou infungibilidade é conceito próprio das coisas móveis. Os imóveis, mormente aqueles que o são por sua natureza, são sempre infungíveis, embora existam autores com opiniões contrárias.
É no Direito das obrigações que a diferença avulta de importância: o mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis, ao contrário do comodato, que é o empréstimo de coisas infungíveis.
O dinheiro é bem fungível por excelência, o mais constante objeto das obrigações de dar coisa incerta. Poderá tornar-se infungível se, se tratar de moeda retirada de circulação e, portanto, objeto de coleção.
Para Silvio Rodrigues (3), "as coisas fungíveis, são encaradas através de seu gênero e especificadas por meio da quantidade e qualidade". Como são homogêneas e equivalentes, a substituição de umas por outras é irrelevantes. Assim,por exemplo, o dinheiro. Ao credor é indiferente receber o pagamento em uma ou em outra espécie de moeda, pois elas se equivalem.
No dizer de Cristiano Chaves de Farias (5), "fungíveis são os bens susceptíveis de substituição por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade, determinados por numero, peso ou medida." Ex:. Dinheiro.
Por natureza são aqueles bens infungíveis que o são em sua própria essência, com um terreno, uma casa, um animal reprodutor, etc.
Por convenção são aqueles bens que por sua natureza são fungíveis, mas foram considerados infungíveis pelas partes interessadas. O exemplo prático mais corriqueiro são as fitas de videocassete, objeto de locação por parte de empresas locadoras. Deve-se restituir aquela mesma fita que se alugou e não outra qualquer. O mesmo não se dá quando se toma um saco de arroz emprestado, pode-se restituir qualquer outro arroz, desde que da mesma qualidade e na mesma quantidade, a não ser que também se tenha convencionado ser aquele arroz infungível quando se deverá restituir aquele mesmíssimo arroz. Logicamente, este não passa de um exemplo teórico, pois ninguém toma arroz emprestado, convencionando-o infungível.
4.3.2 – Bens Consumíveis e Inconsumíveis.
Consumíveis são bens móveis cujo uso importa destruição de sua substância, em outras palavras, desaparecem com o consumo, deixam de existir. É o caso dos alimentos, cosméticos, etc. Mas não é o caso de roupas e sapatos, por não deixarem de existir com o uso..
Segundo Venosa, não podemos confundir a noção de coisas consumíveis com a de coisas fungíveis: em regra, coisa fungível é sempre consumível, mas pode acontecer que coisa infungível seja consumível como, por exemplo, o vinho raro. O vinho é essencialmente consumível, mas pode ser infungível. Do mesmo modo, coisa fungível pode não ser consumível, como, um automóvel de série de uma fábrica ou os livros de uma livraria destinados à venda.
Deve-se entender como bens consumíveis todos aqueles que podem desaparecer por um só ato de utilização. Inconsumíveis são aqueles que permitem uso continuado, sem acarretar sua destruição total ou parcial.
4.4 – DOS BENS DIVISÍVEIS.
4.4.1 – Bens Divisíveis.
Art. 87 – "Bens divisíveis são os que podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam".
Cada segmento repartido mantém as mesmas qualidade do todo.O bem indivisível não admite fracionamento.
3.4.2 – Bens Indivisíveis.
Art.88 – "os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes".
Resumindo, há que se ter indivisibilidade por natureza, por determinação legal e por vontade das partes.
a) Por natureza; 
Se não puderem ser partidos sem alterações na sua substância ou no seu valor. Exemplo: um automóvel, um animal.
b) Por vontade das partes ou convenção;
Uma coisa divisível poderá transformar-se em indivisível se assim o acordarem as partes, mas a qualquer tempo poderá voltar a ser divisível. O exemplo da saca de café utilizado supra pode ser evocado, bastando para tal, mudar o enfoque de inconsumível por convenção, para indivisível por convenção.
c) Por determinação legal; 
Se a lei estabelecer sua indivisibilidade. É o que ocorre, por exemplo, com o Art.1.386 do Código Civil, que estabelece que as servidões prediais são indivisíveis em relação ao prédio serviente.
4.5 – DOS BENS SINGULARES E COLETIVOS.
4.5.1 – Bens Singulares.
Art. 89 – "Singular são os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais".
São considerados em sua individualidade, como um livro ou um apartamento.
As coisas singulares podem ser simples e compostas.Singulares simples são as coisas constituídas de um todo formado naturalmente ou em consequência de um ato humano, sem que as respectivas partes integrantes conservem sua condição jurídica anterior. Singulares compostas são as coisas que se juntam, unindo diferentes objetos, corporeamente, em um só todo, sem que desapareça a condição particular de cada um.
Art. 90 – "Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária".
Parágrafo único. "Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias".
4.5.2 – Bens Coletivos.
Segundo Clóvis (1908:186), “coisas coletivas (universitas rerum) são as que, sendo compostas de varias coisas singulares, se consideram um conjunto, formando um todo”. Dentro dessa conceituação, encontram-se as universalidades de fato (universitates facti), que são complexos de coisas e direitos. Essa matéria e controvertida entre os estudiosos. 
Tentando sintetizar matéria de difícil assimilação, podemos afirmar que a universalidade é os conjuntos de varias coisas singulares reunidas para determinado objeto, formando um todo econômico, com funções próprias, dentrodesses princípios, o Código novo houve por bem definir a universalidade de fato como “a pluralidade de bens singulares que penitentes à mesma pessoa, tenham destinado unitária” (art.90), acrescentado no parágrafo único que “os bens que formam a universalidade, prevista neste artigo, podem ser objeto de relações jurídicas próprias”. “constitui universalidade de direito de uma pessoa o complexo de relações jurídicas dotadas de valor econômico” (art.91).Nesse sentido, o patrimônio, a herança etc.,como enfatizamos, constituem universalidade de direito.
5 – DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS.
5.1 - BENS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS.
I - Bens Principais – são os que têm existência própria, abstrata ou concreta, mas distinta de qualquer outra. Independe de um outro para existir.
II - Bens Acessórios – são aqueles cuja existência supõe a do principal. Sua existência depende de outro e complementa, de alguma maneira, o bem principal, embora em regime de subordinação e com objetivo de complementar a finalidade econômica do bem principal.
Os bens serão acessórios ou principais, uns considerados em relação aos outros, portanto, o conceito é relativo, por exemplo, uma casa é acessória em relação ao solo que é principal em relação a ela, mas será principal em relação a suas portas que serão acessórios dela.
Espécies de bens acessórios:
A) Imobiliários – são assim chamados por serem acessórios do solo sendo:
os produtos orgânicos ou inorgânicos da superfície; 
os minerais contidos no subsolo; 
as benfeitorias de aderência permanente, feitas acima ou abaixo da superfície. 
B) Mobiliários – são aqueles que não constituem partes integrantes se destinando ao uso, ao serviço ou ao adorno de outro, como a portinhola de um cofre, a capa de um livro, o pavio de uma vela, os faróis de um carro etc.
5.2 - FRUTOS PRODUTOS E RENDIMENTOS
Frutos são as utilidades que a coisa periodicamente produz, que, embora geradas pelo bem principal, é normal que venham a se erigir em coisa autônoma, com existência em si mesma. Os frutos se classificam em naturais, industriais e civis.
a) - Naturais – são os bens provenientes da força orgânica que se renovam periodicamente, como os frutos de uma árvore e as crias de um animal.
b) - Industriais – são aqueles decorrentes da intervenção do homem sobre a natureza, como a produção de uma fábrica.
c) - Civis – são as rendas provenientes do capital, da utilização de uma coisa frutífera pelo homem, como juros, aluguéis e dividendos.
Podem também ser classificado em função da vinculação com a coisa principal, sendo:
a ) - Pendentes – enquanto unidos à coisa que os produziu.
b ) - Percebidos ou colhidos – aqueles que já foram separados ou destacados.
c) - Percebidos – aqueles que deviam ser, mas não foram colhidos. Podemos ainda classificá-los sob a ótica do estado: estantes – os que já foram colhidos, mas que se acham armazenados ou guardados; consumidos – são os que não existem mais, porque pereceram ou lhes foi dado o destino natural.
Produtos, são bens que se extraem da coisa, diminuindo sua substância pois não se produzem periodicamente, como os frutos. É o caso do ouro extraído de mina, do petróleo, da pedra de pedreira, etc.
Rendimentos são os frutos civis, que, com já vimos, são os rendimentos tirados da utilização de coisa frutífera. O Código Civil de 1916 foi redundante, no Art. 60, que estatuía que entram na classe das coisas acessórias os rendimentos.
5.3 - BENFEITORIAS
Segundo conceito de Silvio Venosa , benfeitorias são "obras ou despesas feitas na coisa, para o fim de conservá-la, melhora-la ou embeleza-la. São obras, portanto, decorrentes da ação humana". O fundamento para essas exceções se encontra no maior valor do trabalho em relação ao da coisa principal, resultam da atuação do homem e divide-se em: necessárias – são as que visam conservar a coisa ou evitar sua deterioração, se caso não fossem realizadas, a coisa pereceria ou se deterioraria.
Art.96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso bem.
§ 3º São necessárias as que tem por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Úteis são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa. São obras que não são necessárias para a conservação da coisa, mas contribuem para aumentar-lhe o valor e o uso.
Voluptuárias são as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual da coisa, ainda que a tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
Necessárias são as que visam conservar a coisa ou evitar sua deterioração, se caso não fossem realizadas, a coisa pereceria ou se deterioraria.
Essa classificação não tem caráter absoluto, pois uma mesma benfeitoria pode se enquadrar em uma ou outra espécie, dependendo das circunstâncias. Uma piscina, por exemplo, pode ser considerada uma benfeitoria voluptuária em uma casa ou condomínio, mas útil ou necessária em uma escola de natação.
Não se consideram benfeitorias, as acessões imobiliárias, sejam físicas ou intelectuais; dessa forma não se amoldam ao conceito as plantações e edificações. Tampouco se reputam benfeitorias, a pintura em relação à tela, a escultura em relação à matéria-prima, nem os escritos ou outros trabalhos gráficos em relação ao material sobre o qual sejam feitos.
Venosa nos atenta para as conseqüências da classificação do art.96. Segundo ele o possuidor de boa-fé tem direito a indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis, podendo levantar as voluptuárias, se não lhe forem pagas e permitir a coisa, sem que haja prejuízo. Poderá ainda, o possuidor de boa-fé, pelas benfeitorias úteis e necessárias, exercer o direito de retenção. Já o possuidor de má-fé não terá tal direito de retenção, devendo apenas ser ressarcido pelo valor das benfeitorias necessárias.
O Código Civil trata também das pertenças que, para ele, são os bens que não constituem partes de outros bens, mas que se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao embelezamento destes, a regra instituída pelo Art. 94 do CC é de que se os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, se o contrário não resultar da lei, da vontade das partes ou das circunstâncias do caso.
Isso resolve problemas como, por exemplo, o do toca-fitas de um carro , não dependendo dele sua existência, não é, portanto, um bem acessório, mas uma pertença. Sendo assim, quando se realizar a venda de um carro com toca-fitas, e nada se convencionar em sentido contrário, a regra é que o toca-fitas não segue o bem principal.
6 – DOS BENS PÚBLICOS.
Os bens considerados em relação ao titular do domínio, ou seja, divididos levando-se em consideração seus respectivos proprietários, podem ser:
6.1 – BENS PÚBLICOS
Art. 98 – "São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas do direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for à pessoa a que pertenceram".
Esse artigo não exaure a matéria, pois existem bens que a ninguém pertence.
Segundo o Direito Positivo Brasileiro, são bens públicos as coisas corpóreas e incorpóreas que pertencem ao Estado. Dividem-se em três categorias, segundo o fim a que se destinam.
Art.99 – "São bens públicos:
I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades".
Parágrafo único. "Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado".6.1.1 - Bens de uso comum ao povo.
São aqueles cujo uso é franqueado aos particulares (ao povo), salvo restrições especiais previstas em lei. São exemplos, os mares, rios públicos, estradas, etc...
Art. 99, I do CC/2002.
A utilização desses bens, via de regra, independe de retribuição, mas, pode ser exigido pagamento para seu uso. Um exemplo dessa exigência, é o pedágio cobrado em pontes públicas.
Art. 103 – "O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem".
6.1.2 - Bens de uso especial.
São aqueles que se destinam à utilização por algum serviço ou ente da Administração Pública. Art.99, II do CC/2002.
Conforme a pessoa jurídica de Direito Público a que pertencerem os bens públicos, eles serão de :
- uso especial da União (Palácio do Planalto);
- uso especial do Estado (prédio da Assembléia Legislativa);
- uso especial do Município (Paço Municipal).
6.1.3 - Bens dominicais.
São também chamados dominiais e constituem patrimônio da pessoa jurídica de Direito público. Aqui o poder público é o titular do bem.
Como exemplos, temos, as estradas de ferro, empresas de navegação e aviação de domínio público, terrenos da marinha e seus acrescidos. Art.99, III do CC/2002.
Não importando a categoria a que pertençam, os bens públicos são inalienáveis e imprescritíveis, porém a lei pode autorizar a alienação dos bens públicos. Art 100 e Art. 101 do CC/2002.
Art. 100 – "Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar".
Art.101 – "Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei".
Art.102 – "Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião".
7. BEM DE FAMÍLIA
7.1 CONCEITO E ORIGEM
O bem de família nada mais é do que um prédio rural ou urbano,
solenemente instituído pelos cônjuges ou entidade familiar, para servir de domicílio familiar, vedando-se a mudança desta destinação e gozando esse prédio de uma relativa impenhorabilidade e de uma relativa inalienabilidade.
No seu atual contorno científico, o bem de família nasceu na República do Texas, em 1839, logo depois que o Texas tornou-se independente do México, mas antes de se incorporar aos EUA, o que só ocorreu em 1845.
7.2 GENERALIDADES
O nosso ordenamento jurídico não admite a responsabilização pessoal do devedor por suas dívidas, apenas vinculando o seu patrimônio – princípio da responsabilidade patrimonial, consagrado no art. 591 do código de Processo Civil. Assim, embora o devedor assuma suas obrigações pessoalmente, responde por elas, apenas, com o seu patrimônio, presente e futuro. 
Tal regra, no entanto, comporta exceções, havendo bens que são excluídos do cumprimento das obrigações. Nesse sentido, os arts. 648 e 649 do CPC estabelecem a impenhorabilidade absoluta e relativa, deixando os bens ali elencados à salva de penhora.
 Além dos bens contemplados na legislação processual, também está livre de penhora o bem de família, disciplinado nos arts. 1.711 a 1722 a Lei Civil, bem como na Lei nº 8.009/90.
Em 1839 nos Estados Unidos, descortinou-se o instituto do bem de família. Através do Homestead Exemption Act, foi conferida proteção especial ao domicílio das famílias, salvaguardando-o das crises econômicas e incentivando a fixação do homem as inóspitas terras texanas, com vistas a torná-las produtivas.
Identicamente, em diferentes sistemas legislativos passou a imperar a idéia de que o bem que alberga a família, o lar familiar, constitui patrimônio que merece estar a salvo de penhoras por dividas. A importância da proteção do bem que serve de abrigo, de Lar à pessoa humana é incontroversa.
7.3 O BEM DE FAMÍLIA NO DIREITO BRASLEIRO: DUALIDADE DE REGIMES
O ordenamento jurídico brasileiro admite duas modalidades de bem de família: a) o bem de família convencional, disciplinado pelo código civil nos arts. 1.711 a 1.722; b) o bem de família legal ou obrigatório, tratado na Lei nº 8.009/90.
O Código Civil vigente mantém a dualidade de regimes, não tendo disciplinado o bem de família legal, que permanece submetido à norma específica.
7.4 O BEM DE FAMÍLIA NO NOVO CÓDIGO CIVIL
Quem abre o novo Código, na Parte Geral, no Capítulo dos Bens, toma um susto porque não encontrará o bem de família.
Houve até quem pensasse que, pela sua quase inutilidade, ele teria sido revogado pelo novo Código. Mas, não. Ele apenas migrou para o Livro do Direito de Família, e mais especificamente, para o Capítulo dos Direitos Patrimoniais da Família. Aliás, diga-se de passagem, uma longa caminhada: do artigo 70 para o 1711. Passou da Parte Geral para o penúltimo Livro da Parte Especial.
Mas isso é apenas uma modificação topográfica sem maiores significações. Por quê?
Porque, desde 1916, se critica a inserção do bem de família na Parte Geral. Uns diziam que devia estar na Parte do Direito das Coisas, e outros, que devia estar no Livro de Direito de Família. E acabou prevalecendo, no novo Código, a corrente que defende a tese de que é um instituto umbilicalmente ligado aos interesses da família e, portanto, deve estar lá aninhado no Livro do Direito de Família.
8. BENS FORA DE COMERCIO
Fora do comércio são aqueles bens que, por sua natureza, por determinação legal ou pela vontade humana, são insuscetíveis de figurar como objeto de uma relação negocial, ou seja, não podem ser negociados. Já os bens que integram o comércio são todos aqueles que não sofrem quaisquer restrições quanto à possibilidade de figurar como o centro de um negócio jurídico.
De modo genérico, todos os bens podem ser apropriados e alienados, a título oneroso ou gratuito. Há, entrementes, exceções à regra geral, constituindo o que se convencionou denominar bens fora de comercio ou inalienáveis, significando os bens que não podem ser transferidos de um patrimônio para outro e insusceptíveis de apropriação.
O Código Civil não dedicou capitulo aos bens que estão fora do comercio, nada obstando que se invoque o entendimento doutrinário, na solução interpretativa.
Contemplam-se diferentes categorias de bens fora do comercio, podendo ser alinhada da seguinte forma:
Fora do comercio pela sua própria natureza, englobando os bens de uso inexaurível (água corrente, ar atmosférico e luz solar).
Legalmente fora do comercio, com referencia aqueles bens que, apesar de susceptíveis de apropriação pela sua natureza, tem sua comercialização vedada por lei para atender a interesses econômico-sociais, à defesa social ou mesmo à proteção de determinadas pessoas.
Fora do comércio pela vontade humana, aqui encartados os bens que se tornam inalienáveis quando o titular, ao transmiti-lo a outrem, por ato inter vivos ou causa mortis, impõe uma clausula de inalienabilidade, temporária ou vitalícia, deixando-os a salvo de futuro ato de disposição pelo beneficiário. 
9. CONCLUSÃO
Uma simples conclusão não corresponderia à grandeza de coisas que aprendemos e, de certa forma, é pouco para salientarmos a importância de tal pesquisa para nossa formação acadêmica.
 Enfim, podemos, sem dúvida alguma, dizer que o instituto dos “bens” é um dos grandes do nosso direito; compreende todo patrimônio, seja ele de crédito, débito, direito ou obrigações. De uma forma bem sucinta, à luz de varias doutrinas, explicamos alguns conceitos e os explicamos da melhor maneira possível e com “clareza solar”.
REFERÊNCIAS
VENOSA, S.S. Direito Civil – Parte Geral, 3ª ed. São Paulo: Atlas S.A, 2003, p. 314 ~344.
CODIGO CIVIL. Vade Mecum Jurídico 2013.
MONTEIRO, WASHINGTON DE BARROS – Curso Direito Civil 1, Parte Geral, 33ª edição, Editora Saraiva, 2003 – São Paulo.
TEPEDINO, GUSTAVO - Código Civil Interpretado conforme Constituição Federal, 3ª Edição Revisada, Editora Renovar. 2007 – Rio de Janeiro.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Parte Geral. 10ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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