Buscar

Aula 0 - Conceitos fundamentais para o curso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Data da aula: ____/____/______ 
 
MACROECONOMIA II 
AULA 0 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA O CURSO 
 
 Método Macroeconômico 
 deve ser adequado ao objeto de estudo: 
 economia capitalista ou de mercado, na qual a organização é descentralizada 
e os agentes econômicos dispõem de ampla liberdade de decisão (porém 
assimétrica); 
 objeto extremamente complexo: 
 grande número de agentes econômicos (empresas, consumidores, 
trabalhadores, etc.); 
 grande número de decisões a tomar: 
 quanto produzir; 
 que preço cobrar; 
 quantos trabalhadores contratar, e a que salário; 
 aceitar ou não o emprego e o salário oferecidos; 
 no que aplicar o dinheiro, e quanto; 
 ampliar a capacidade de produção ou não; etc. 
 
 Que metodologia adotar para lidar com tão complexo objeto? 
 Solução clássica da ciência ocidental: método analítico, ou seja, dividir um 
grande problema em um certo número de problemas menores, estudando cada 
um deles separadamente. 
 Criar “modelos” especializados para resolver cada um desses problemas. 
 Cuidado! Um modelo desenvolvido para lidar com certo tipo de problema 
pode não ser adequado para lidar com outro. 
 
 MODELO = SIMPLIFICAÇÃO DE UMA REALIDADE COMPLEXA 
(“caricaturas da realidade”) 
 dilema: realismo x complexidade. 
 bom modelo = bom mapa  adequado às finalidades. 
 bons modelos: muita capacidade explicativa a partir de poucas variáveis e 
equações. 
 Keynes  bom economista: sensibilidade para escolher o modelo mais adequado 
a cada situação (com maior poder explicativo); modelos diferentes aplicam-se a 
realidades diferentes. 
 modelo pode ser matemático ou não: 
 recentemente (pós-2a G.M.): matematização da economia. 
 
 
 
 
 
 
 MODELO MACROECONÔMICO FORMAL (MATEMÁTICO) 
= 
identidades macroeconômicas (condições de equilíbrio) 
+ 
hipóteses comportamentais 
 
 EQUAÇÕES: 
 
 Variáveis EXÓGENAS ou independentes (determinadas fora do modelo) 
 
 Variáveis ENDÓGENAS ou dependentes (determinadas pelo modelo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 nº de equações independentes precisa ser = nº de variáveis endógenas 
 se no. equações > no. var. endógenas  modelo sobredeterminado 
 se no. var. endógenas > no. equações  modelo indeterminado 
 
 variáveis endógenas em um modelo podem ser exógenas em outro; 
 
 questão importante: causalidade 
 x = f(y) não diz quem causa quem; tanto y pode causar x quanto vice-versa. 
 
 O TEMPO é o fator que serve para separar os modelos macroeconômicos conforme a 
finalidade a que se destinam. 
 Há duas noções de tempo, e, portanto, dois critérios de separação dos modelos 
econômicos: 
 
VARIÁVEIS EXÓGENAS 
(PARÂMETROS) 
MODELO 
VARIÁVEIS ENDÓGENAS 
(RESULTADOS) 
ESTRUTURA DE UM MODELO 
 
Noções de 
tempo 
MICROECONÔMICO 
(ou MARSHALLIANO) 
Critério: capacidade produtiva 
MACROECONÔMICO 
Critério: flexibilidade x rigidez de 
preços e salários 
 
 
 
 
 
Tradicional 
(tempo lógico) 
Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo 
Capacidade 
produtiva dada; 
portanto: 
Tecnologia; 
Estoque de 
capital; Tamanho 
da população 
(força de 
trabalho) dados 
 
Capacidade 
produtiva 
variável; 
portanto: 
Tecnologia, 
estoque de 
capital e 
tamanho da 
população 
variáveis 
Preços e/ou 
salários rígidos; 
por 
conseqüência, 
desequilíbrios 
persistem. 
 
Obs: “rígido” 
diferente de 
constante; 
Preços e salários 
perfeitamente 
flexíveis 
eliminam os 
desequilíbrios; 
 
 
 
 
 
 
 
Blanchard 
(critério misto; 
tempo lógico, 
mas com 
estimativa 
cronológica 
também) 
 
“Curto prazo” “Médio Prazo” “Longo prazo” 
Curto prazo 
marshalliano + curto 
prazo macroeconômico 
Curto prazo 
marshalliano + longo 
prazo 
macroeconômico 
Longo prazo 
marshalliano + longo 
prazo 
macroeconômico 
Capacidade produtiva 
dada + preços e/ou 
salários rígidos; 
Capacidade 
produtiva dada + 
preços e salários 
flexíveis; 
Capacidade produtiva 
variável + preços e 
salários flexíveis; 
Explica o que acontece 
na economia durante 
alguns poucos anos 
Explica o que 
acontece na 
economia em 
aproximadamente 10 
anos 
Explica o que 
acontece na economia 
em meio século ou 
mais 
 
 Obs: “dado” é diferente de “constante”; 
 Constante quer dizer: imutável; 
 Dado quer dizer: trata-se de uma variável exógena ou independente (não 
explicada pelo modelo), que posso considerar constante ou posso fazer 
suposições de que ela variou exogenamente para ver o que resultado gerado 
sobre a economia. 
 Outra metodologia empregada pela Macroeconomia para lidar com a complexidade 
da análise da economia capitalista é o uso de exercícios de estática comparativa, com 
o uso da cláusula coeteris paribus. 
 Vimos que uma economia capitalista consiste em uma grande teia de relações 
econômicas envolvendo um número enorme de agentes. Em um determinado 
momento do tempo, muitas coisas podem estar acontecendo na economia de um 
país: mudanças nas preferências dos consumidores, na tecnologia, na política 
econômica, nas decisões de produção, de preços, de investimento das empresas, 
etc.. 
 É virtualmente impossível interpretar o funcionamento dessa rede olhando o 
conjunto todo de uma só vez; o método tradicional da teoria econômica consiste 
em realizar exercícios de estática comparativa que estudam isoladamente o 
impacto de cada variável exógena sobre o todo, supondo que tudo que não é 
afetado pela mudança da variável em questão permaneça constante. 
 Como funcionam os exercícios de estática comparativa? Supõe-se que: 
 Inicialmente a economia esteja em um certo equilíbrio; 
 Seleciona-se uma e apenas uma das variáveis exógenas e aplica-se sobre ela 
uma variação; 
 SUPONDO QUE TODAS AS DEMAIS VARIÁVEIS EXÓGENAS SEJAM 
MANTIDAS CONSTANTES (cláusula coeteris paribus, que em latim 
significa “tudo o mais constante”), estuda-se o impacto da mudança da 
variável exógena selecionada sobre as variáveis endógenas do modelo em 
questão; 
 Este método permite aprender como cada uma das variáveis exógenas afeta o 
sistema econômico em separado; quando, porém, deseja-se analisar o movimento de 
uma economia nacional como um todo (por exemplo, para fazer análise de 
conjuntura), é necessário observar todas as mudanças na realidade ao mesmo tempo; 
contudo, já se terá aprendido então como cada variável afeta a economia, e a análise 
fica menos complicada. 
 
 Trajetória do PIB real da economia de um país ao longo do tempo: 
 
 
 
 
 
 
Tempo 
Desvios da tendência (explicados pelos 
modelos agregativos de curto prazo) 
Q 
Componente de tendência 
(explicado pela teoria do 
crescimento- longo prazo) 
 Nas três primeiras unidades deste curso, estaremos nos concentrando nos 
MODELOS MACRO AGREGATIVOS DE CURTO PRAZO: 
 
a) objetivo  políticas de estabilização da produção, emprego e preços (e não afetar a 
tendência de crescimento); 
b) hipóteses e simplificações: 
1. a moeda é fiduciária, ou seja, não tem “lastro” em metais preciosos ou similares; 
assume a forma de papel-moeda livremente emitida pelo governo, na quantidade 
que este considerar adequada; 
2. economia produz apenas um bem “agregado”, representativo (o próprio PIB); 
3. único mercado de trabalho; mão-de-obra homogênea  mesmo salário por hora 
de trabalho; 
4. estoque de capital homogêneo  fábricas iguais (mesmo tamanho, mesma 
tecnologia) produzem o mesmo produto  única taxa de lucro para todas 
fábricas; 
5. apenas um mercado de títulos;taxa de juros igual p/ todos credores (ignora 
diferença de riscos entre credores); 
6. CP marshalliano: 
 estoque de capital dado (único fator de produção variável = trabalho); 
 capacidade de produção dada; 
 número e tamanho das empresas dada; 
 o tamanho da população é dado; 
 tecnologia (= qualidade dos fatores) dada e homogênea. 
7. Alguns modelos usarão a hipótese de preços e/ou salários rígidos (curto prazo 
macroeconômico); outros usarão a de preços e salários flexíveis (longo prazo 
macroeconômico). 
 
 Em resumo, estudaremos inicialmente a economia como se ela não tivesse tendência 
de crescimento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desvios em torno de uma tendência de 
crescimento nula 
Q 
 
 CONCEITOS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS: 
 
PRODUTO EFETIVO E PRODUTO POTENCIAL 
 
 O PIB real – a quantidade efetivamente produzida de mercadorias e serviços – 
consiste no chamado produto efetivo. 
 
 Já o produto (produção ou PIB) potencial (natural) é o nível de produção que 
ocorreria caso uma economia utilizasse todo o potencial produtivo (fatores de 
produção capital e trabalho) disponível. 
 Tradicionalmente, admite-se que caso isto ocorresse: 
 Não haveria capacidade ociosa não planejada: o equipamento de capital das 
empresas seria utilizado em um ritmo ótimo; 
 Não haveria desemprego involuntário: todos os trabalhadores dispostos a 
trabalhar ao salário corrente encontrariam emprego; 
 Portanto, uma economia cujo produto efetivo fosse exatamente igual ao 
potencial estaria em uma situação ótima. 
 O conceito é compatível com a existência de desemprego voluntário e 
friccional, bem como capacidade ociosa planejada nas empresas. 
 Mais recentemente, porém, um grupo significativo de economistas da escola 
novo-keynesiana tem defendido a idéia de que o conceito de produto potencial 
pode ser compatível com a existência também de desemprego involuntário. 
Voltaremos ao tema mais adiante nesse curso. 
 
 No curto prazo marshalliano, como o estoque de capital e o tamanho da força de 
trabalho são dados, o produto potencial também é dado. Apenas quando chegarmos 
em teorias que tratem do longo prazo marshalliano é que os determinantes do 
produto potencial e suas variações serão explicados. 
 
 O hiato do produto é um conceito que visa justamente medir qual é a distância entre 
o produto efetivo e o produto potencial, ou seja, quanto o nível de produção da 
economia encontra-se distante do ótimo. 
 A palavra “hiato” significa lacuna, intervalo, falha. 
 Seja Qp o produto potencial em num certo momento, e Q a produção (PIB) real 
(efetiva). O hiato do produto (h), em termos percentuais, pode ser calculado como: 
 
h (%) = 
100
Qp
QQp





  
 
 Quanto maior h, maior a distância entre o PIB efetivo e o PIB potencial, e vice-
versa. Assim: 
 Se h = 0, Q = Qp, e os fatores de produção capital e trabalho são 
adequadamente utilizados (não há desemprego involuntário nem capacidade 
ociosa não planejada); a inflação permanece constante; 
 Se h > 0, Qp > Q, e a economia encontra-se com seus fatores de produção 
ociosos (há desemprego involuntário e capacidade ociosa não planejada); a 
inflação tende a cair; 
 Se h < 0, Q > Qp, e a economia encontra-se superaquecida, ou seja, os 
fatores de produção estão sendo utilizados além do nível ótimo; a 
capacidade ociosa encontra-se abaixo da planejada ou até mesmo esgotada; 
há dificuldade em se conseguir trabalhadores dispostos a trabalhar ao salário 
vigente (recorre-se, por exemplo, a horas extras, mais caras que as horas 
normais de trabalho); a inflação tende a subir. 
FUNÇÕES MATEMÁTICAS E GRÁFICOS - REVISÃO 
 
Funções com uma variável endógena 
Y = f (X) 
1) Lineares (retas): Tipo Y = aX + b, 
a e b parâmetros  
dX
dY
= a ; 
4 casos (1
o
 quadrante): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
dy/dx = a < 0, b 
> 0 
dy/dx = a > 0, b 
><= 0 
dy/dx = a = 0 x = constante, 
a  
b 
b 
X = k > 0 
Y = b > 0 
X X X X 
Y Y Y Y 
b 
Variações em x: Variações em b com a constante 
↓x = k 
↑x = k 
↓b 
↓b 
↑b 
↑b 
↑b 
X X 
Y Y Y Y 
X X 
↓b 
 
 
 
 
 
 
2) Hipérboles equiláteras: tipo Y =
X
k ; k = parâmetro (só k>0 e 1
o
 quadrante) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
↓a 
↓a 
↑a 
↑a 
Y Y Y 
X X X 
Variações em a com b constante 
↑a 
↓a 
↑k 
Y 
X 
↓k 
A HISTÓRIA DA MACROECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dentro da linha 
vermelha: escolas 
ortodoxas 
Pós-keynesianos 
Davidson - Hicks II - 
Minsky - J.Robinson 
Síntese Neoclássica 
– Keynesiana 
Hicks I – Samuelson - Tobin 
 
Pós-guerra 
até final 
anos 60 
Grande 
Depressão 
Mercantilismo 
Ec. Política 
Clássica Inglesa 
Smith 
X Final séc. 
XVIII 
Malthus X Início séc. 
XIX 
2
a
. 
metade 
Marx Marginalismo 
Jevons – Menger - 
Fim séc. 
XIX 
Economia Neoclássica 
Marshall – Fisher - 
Keynes Kalecki 
Monetarismo 
M. Friedman 
Anos 70 
início dos 80 
Novo-clássicos 
Lucas – Sargent 
Final dos 
anos 80 - ? 
Novo-keynesianos 
Stiglitz – Romer - 
Mankiw

Outros materiais