Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Princípios e Fenômenos Térmicos e Ondulatórios Calor e temperatura Para entender a natureza do calor, vamos estudar processos que só envolvem calor, ou seja, que não envolvem trabalho. Discutiremos agora algumas verificações experimentais. Elas nos serão familiares. A B contato térmico Antes, uma definição: quando dois sistemas A e B estão separados por uma parede diatérmica, dizemos que A e B estão em contato térmico A B A B calor de A para B calor de B para A equilíbrio térmico Três coisas podem ocorrer: contato térmico A B A B C equilíbrio térmico equilíbrio térmico ? O equilíbrio térmico é transitivo? A B B A C equilíbrio térmico equilíbrio térmico equilíbrio térmico O equilíbrio térmico é transitivo? Sim. CA B B A C CA B B A C equilíbrio químico equilíbrio químico corrente elétrica de A para C A transitividade do equilíbrio térmico não decorre da lógica! Não vale, por exemplo para o equilíbrio químico! CA B B A C equilíbrio térmicocalor de A para B ? Sentido do fluxo de calor CA B B A C equilíbrio térmicocalor de A para B calor de A para C Sentido do fluxo de calor CA B B A C equilíbrio térmicocalor de B para A calor de C para A Sentido do fluxo de calor A B A B A temperatura é um número que nos ajuda a ordenar os estados dos sistemas de acordo com o sentido do fluxo de calor: equilíbrio térmico TA = TB calor de A para B TA > TB calor de B para A TA < TB Dizemos que A é mais quente que B. Dizemos que A é mais frio que B. A B A B Sobre a situação ao lado, temos: “O calor flui de A para B” “A é mais quente que B” “A temperatura de A é maior que a de B” Afirmações bem formuladas: “A tem mais calor que B” “O calor que era de A vai para B” “A temperatura de A é mais quente que a de B” Afirmações mal formuladas: Afirmação mal formulada, porém usada: “A troca calor com B” CUIDADO!!! A temperatura só nos dá indicação do sentido do fluxo de calor quando o processo NÃO envolve trabalho! Se o processo envolve calor e trabalho, a temperatura não nos orienta sobre o sentido do fluxo de calor!!! Lembre-se que na geladeira o calor flui do sistema mais frio (interior da geladeira) para o mais quente (ar externo). Mas, nesta aula, só vamos considerar processos envolvendo trocas de calor, sem trabalho. Estamos num contexto onde tudo é intuitivo! A B É conveniente quantificar a temperatura calor de A para B TA > TB LA LB LA > LB Substância termométrica: mercúrio Propriedade termométrica: comprimento A B TA > TB LA > LB 24 4 Substância termométrica: mercúrio Propriedade termométrica: comprimento LA LB calor de A para B É conveniente quantificar a temperatura A B A B Escolha da escala tC = L� L0 L100 � L0 ⇥ 100 L0 : comprimento no ponto de fusa˜o do gelo L100 : comprimento no ponto de ebulic¸a˜o da a´gua centígrada Obs.: Há outras formas de se definir escalas de temperatura. Por ora, vamos trabalhar com a escala centígrada definida aqui. L0: comprimento da coluna no ponto de fusão do gelo a 1 atm L100: comprimento no ponto de ebulição da água a 1 atm TC = L� L0 L100 � L0 ⇥ 100 CALORIMETRIA De volta à pergunta: como utilizar esse líquido aí do lado para produzir movimento? Já vimos que comprimir e expandir um fluido altera seu conteúdo energético. Outro tipo de processo usado envolve trocas de calor. Mecanismos de troca de calor condução radiação convecção Na prática, temos vários sistemas trocando calor. Estamos interessados em estudar, por exemplo, a temperatura do conjunto quando o equilíbrio termodinâmico for atingido. parede adiabática A B C Estado inicial Estado final aquecimento real T = 10 T = 20 Vamos estudar trocas de calor naquela perspectiva da termodinâmica: considerando trocas de calor quase-estáticas. Estado inicial Estado final aquecimento real Estado inicial aquecimento quase-estático T = 10 T = 20 Vamos estudar trocas de calor naquela perspectiva da termodinâmica: considerando trocas de calor quase-estáticas. Um modo de conseguir um sistema com um gradiente de temperatura ao longo de sua extensão é por suas extremidades em contato com reservatórios térmicos a diferentes temperaturas. Estado inicial Estado final aquecimento real Estado inicial aquecimento quase-estático T = 10 T = 20 Vamos estudar trocas de calor naquela perspectiva da termodinâmica: considerando trocas de calor quase-estáticas. Um modo de conseguir um sistema com um gradiente de temperatura ao longo de sua extensão é por suas extremidades em contato com reservatórios térmicos a diferentes temperaturas. Estado inicial Estado final aquecimento real aquecimento quase-estático T = 10 T = 20 Vamos estudar trocas de calor naquela perspectiva da termodinâmica: considerando trocas de calor quase-estáticas. Um modo de conseguir um sistema com um gradiente de temperatura ao longo de sua extensão é por suas extremidades em contato com reservatórios térmicos a diferentes temperaturas. Estado inicial aquecimento real aquecimento quase-estático T = 10 T = 20 Vamos estudar trocas de calor naquela perspectiva da termodinâmica: considerando trocas de calor quase-estáticas. Estado final Um modo de conseguir um sistema com um gradiente de temperatura ao longo de sua extensão é por suas extremidades em contato com reservatórios térmicos a diferentes temperaturas. Estado inicial aquecimento real aquecimento quase-estático T = 10 T = 20 Vamos estudar trocas de calor naquela perspectiva da termodinâmica: considerando trocas de calor quase-estáticas. Estado final Um modo de conseguir um sistema com um gradiente de temperatura ao longo de sua extensão é por suas extremidades em contato com reservatórios térmicos a diferentes temperaturas. Estado inicial aquecimento real aquecimento quase-estático T = 10 T = 20 Vamos estudar trocas de calor naquela perspectiva da termodinâmica: considerando trocas de calor quase-estáticas. Estado final Um modo de conseguir um sistema com um gradiente de temperatura ao longo de sua extensão é por suas extremidades em contato com reservatórios térmicos a diferentes temperaturas. Estado inicial aquecimento real aquecimento quase-estático T = 10 T = 20 Vamos estudar trocas de calor naquela perspectiva da termodinâmica: considerando trocas de calor quase-estáticas. Estado final Estado final Considere um sistema inicialmente em um estado com temperatura T. Em quanto aumenta a temperatura do sistema se ele receber uma pequena quantidade de calor dQ? T T+dT dQ T T+dT dQA resposta depende do sistema. Alguns sistemas precisam de grandes quantidades de energia para variar a sua temperatura. Considere um sistema inicialmente em um estado com temperatura T. Em quanto aumenta a temperatura do sistema se ele receber uma pequena quantidade de calor dQ? Capacidades térmicas dQ = C(T ) dT T T + dT dQ Em palavras, a capacidade térmica é o calor que temos que fornecer a um sistema para elevar a sua temperatura em 1 grau. Quanto maior a massa de um sistema, maior é a sua capacidade térmica. capacidade térmica enorme! (reservatório térmico) Oceanos Capacidades térmicas Comparando capacidades térmicas Evidentemente, é mais difícil variar a temperatura de 10 kgde aço do que de 1 gota de água, devido à enorme diferença de massa. É mais difícil variar a temperatura da água ou do cobre? Para eliminarmos o efeito da massa, devemos comparar massas iguais de diferentes substâncias. O mais natural, é trabalhar com 1 kg, o que nos leva ao conceito de calor específico. Calor específico Unidades: J/(kg oC) ou cal/(g oC) Se um sistema é composto de m kg de uma substância, define-se o calor específico da substância por meio de: c(T ) = C(T ) m Unidades: J/(kg oC) ou cal/(g oC) Se um sistema é composto de m kg de uma substância, define-se o calor específico da substância por meio de: CUIDADO!! Em geral, o calor específico de uma substância depende da sua temperatura. Calor específico c(T ) = C(T ) m Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Calor específico: dependência com a temperatura Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. T = 10 Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 12 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Calor específico: dependência com a temperatura Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 12 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Calor específico: dependência com a temperatura Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 14 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Calor específico: dependência com a temperatura Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 14 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Calor específico: dependência com a temperatura Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 16 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Calor específico: dependência com a temperatura Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 16 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Calor específico: dependência com a temperatura Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 18 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Calor específico: dependência com a temperatura Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 18 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Calor específico: dependência com a temperatura Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 20 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Calor específico: dependência com a temperatura Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 20 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Calor específico: dependência com a temperatura o tamanho das setas indica, por exemplo, que foi dado mais calor para variar a temperatura de 10o para 12o do que de 18o para 20o. Em um aquecimento de 10o para 20o temos que levar em conta essa variação com a temperatura: T = 20 Analisando o gráfico de c(T) para a água, vemos que é mais difícil elevar a temperatura da água de 10o para 11o do que de 19o para 20o. Em um processo quase-estático geral: Q ⇡ C(10)⇥�T + C(12)⇥�T + C(14)⇥�T + C(16)⇥�T + C(18)⇥�T Q = Z Tf Ti C(T ) dT Calor específico: dependência com a temperatura o tamanho das setas indica, por exemplo, que foi dado mais calor para variar a temperatura de 10o para 12o do que de 18o para 20o. aproximação constante Q = Z Tf Ti C(T ) dT ⇡ C(Tf � Ti) = mc (Tf � Ti) Calor específico: dependência com a temperatura Na calorimetria, estudamos trocas de calor entre sistemas inicialmente a diferentes temperaturas. Faremos a contabilidade das trocas de energia envolvidas para relacionar a temperatura de equilíbrio com as temperaturas iniciais e as capacidades térmicas de cada sistema envolvido. Para garantir que nenhuma energia se perdeu, o sistema como um todo deve estar isolado. Os processos envolvem apenas calor, sem trabalho O problema típico da calorimetria A conservação da energia se expressa da seguinte forma: Qentra = Qsai Alguns sistemas liberam energia, outros absorvem. Contabilizamos todo o calor liberado: Qsai Contabilizamos todo o calor absorvido: Qentra Essa equação vai relacionar as capacidades térmicas dos sitemas, suas temperaturas iniciais e a temperatura final, de equilíbrio. Diferentes sistemas a diferentes temperaturas trocam calor até atingirem o equilíbrio térmico O problema típico da calorimetria 1) Mede-se a temperatura inicial do objeto (Tio) 2) Mede-se a temperatura inicial da água no calorímetro (Tia) 3) Mergulha-se o objeto na água e mede-se a temperatura de equilíbrio (Tf) Qsai = mc(Tio � Tf ) Qentra = maca(Tf � Tia) +mccc(Tf � Tia) Vamos admitir que Tio > Tia. Contabilidade de energia: Qentra = Qsai Qsai = mc (Tio � Tf ) Qentra = maca (Tia � Tf ) +mccc (Tia � Tf ) Calor e temperatura nas mudanças de fase Pode ocorrer de fornecermos grandes quantidades de calor a um sistema e sua temperatura permanecer constante, mesmo que ele não seja um reservatório térmico! Calor sensível e calor latente Numa mudança de fase lenta, a temperatura do sistema se mantém constante até que toda a mudança tenha se processado. Unidade de L: J/kg Calor sensível e calor latente Qf = mLf Qv = mLv Lf = calor latente de fusa˜o Lv = calor latente de vaporizac¸a˜o Unidade de L: J/kg Note que, no sentido inverso, os valores dos calores envolvidos são os mesmos. Por exemplo, o calor liberado pela água líquida a 0o para se solidificar é mLf. Calor sensível e calor latente Qf = mLf Qv = mLv Lf = calor latente de fusa˜o Lv = calor latente de vaporizac¸a˜o
Compartilhar