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Princípios e Fenômenos Térmicos e Ondulatórios Fundamentos e a 1a Lei da Termodinâmica Para você, futuro engenheiro: Como utilizar esse líquido aí do lado para produzir movimento? Sistema Vizinhança Na análise termodinâmica, tem que estar claro quem são: Fronteira Sistema termodinâmico: é o sistema de partículas em estudo. Pode ser um fluido, uma amostra magnética, uma estrela, etc. No caso, é uma mistura de ar + combustível no interior de um pistão. No caso, é o pistão e o ambiente à sua volta. Vizinhança: é o sistema de partículas no entorno do sistema e com o qual ele interage. A superfície que separa o sistema da vizinhança é denominada fronteira. A escolha do que vem a ser o sistema e a correspondente vizinhança é matéria de conveniência. Sistema: tudo dentro da região indicada Sistema: compressor 1) Não se pode notar qualquer movimento ou qualquer mudança macroscópica no sistema ou na sua vizinhança. A termodinâmica se aplica a sistemas com as seguintes propriedades: 2) O estado do sistema pode ser caracterizado por um número pequeno de grandezas macroscópicas em comparação com o número de graus de liberdade microscópicos. Essas grandezas são chamadas de grandezas termodinâmicas Ocorre uma tal situação neste exemplo? 1) Não se pode notar qualquer movimento ou qualquer mudança macroscópica no sistema ou na sua vizinhança. Situação 1: não havia equilíbrio termodinâmico equilíbrio termodinâmico Situação 1: não havia equilíbrio termodinâmico Situação 2: já estava em equilíbrio termodinâmico equilíbrio termodinâmico Situação 2: já estava em equilíbrio termodinâmico Se mantivermos um sistema macroscópico sob condições externas constantes no tempo, observaremos para a grande maioria dos sistemas, que eles atingem uma situação na qual não podemos notar qualquer movimento ou qualquer mudança macroscópica. Observa-se experimentalmente que: Lição: espere um tempo para que o sistema atinja o equilíbrio Visão microscópica Visão macroscópica 2) O estado do sistema pode ser caracterizado por um número pequeno de grandezas macroscópicas em comparação com o número de graus de liberdade microscópicos. Essas grandezas são chamadas de grandezas termodinâmicas Visão macroscópica Volume Pressão caracterização macroscópica completa do estado de um fluido em equilíbrio 2) O estado do sistema pode ser caracterizado por um número pequeno de grandezas macroscópicas em comparação com o número de graus de liberdade microscópicos. Essas grandezas são chamadas de grandezas termodinâmicas PROCESSOS TERMODINÂMICOS Em sistemas reais, como dentro de um cilindro de um carro, não é de se esperar que haja tempo para se estabelecer o equilíbrio termodinâmico. Podemos analisar o caso em que o sistema funcionaria de modo muito mais lento, sempre permitindo atingir-se o equilíbrio termodinâmico. Uma máquina tão lenta não teria interesse prático. No entanto, as conclusões termodinâmicas de uma tal máquina lenta serão muito importantes para estabelecermos limites para as máquinas reais e para compreendê-las melhor. Máquinas lentas O que faremos daqui para frente é simular o que ocorre de forma rápida nas máquinas reais por meio de processos lentos que permitam um estudo pela termodinâmica. Máquinas lentas As trocas energéticas nas máquina se dão basicamente por 2 tipos de processo: Expansões ou compressões da substância de trabalho Aquecimento ou resfriamento da substância de trabalho Começaremos estudando as expansões e compressões. Processos termodinâmicos Por que comprimir e expandir fluidos? movimento expansão Para trocar energia com ele. Podemos, por exemplo, aproveitar o movimento do pistão numa expansão para fazer girar um eixo. Processos termodinâmicos Por que comprimir e expandir fluidos? Na compressão, o sistema ganha energia (Wexterno > 0) Na expansão, o sistema libera energia (Wexterno < 0) ~Fext · ~dx > 0 Para trocar energia com ele. Observe que: movimento expansão Isopor Êmbolo Fluido Compressão e expansão de fluidos dentro de um pistão P VVi Pi Pressão: Pi Volume: Vi O sistema estava inicialmente em um estado com volume Vi e pressão Pi. P V O sistema estava inicialmente em um estado com volume Vi e pressão Pi. Uma compressão rápida será realizada colocando-se uma grande massa sobre o êmbolo. P V turbulências que caracterizam o não equilíbrio termodinâmico O sistema sai do equilíbrio termodinâmico... P V turbulências que caracterizam o não equilíbrio termodinâmico O sistema sai do equilíbrio termodinâmico... P V turbulências que caracterizam o não equilíbrio termodinâmico aguarda-se um tempo... P V turbulências que caracterizam o não equilíbrio termodinâmico aguarda-se um tempo...... P Vf Pf fim das turbulências: pressão e volume bem definidos até que o sistema estabiliza sua pressão e volume num novo estado. Volume: Vf Pressão: Pf P Vf Pf na compressão rápida, o o sistema não passou por nenhum estado de equilíbrio entre o inicial e o final Volume: Vf Pressão: Pf Como seria uma compressão (ou expansão) lenta? Pequenas bolinhas serão acrescentadas, uma de cada vez. Pressão: Pi Volume: Vi P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P V P VVi Pi Vf Pf O gás saiu do estado inicial (Pi, Vi) e terminou no estado (Pf,Vf) passando por vários estados de equilíbrio. Volume: Vf Pressão: Pf P VVi Pi Vf Pf Este é um exemplo de processo quase-estático O gás saiu do estado inicial (Pi, Vi) e terminou no estado (Pf,Vf) passando por vários estados de equilíbrio. Qual foi o trabalho realizado pelo pistão sobre o gás nesta compressão de (Pi, Vi) para (Pf,Vf)? Saberemos responder essa pergunta se soubermos calcular o trabalho (> 0) realizado pelo pistão sobre o gás ao se colocar 1 bolinha. P V Volume: V Pressão: P P V Volume: V + dV Pressão: P + dP VV + dV dV < 0 P P + dP dP > 0 P V Volume: V + dV Pressão: P + dP VV + dV dV < 0 P P + dP dP > 0 dW = ~F ·�!dx = (P A) dx = �P dV pistão pistão P V Volume: V + dV Pressão: P + dP VV + dV dV < 0 P P + dP dP > 0 a´rea = dW dW = ~F ·�!dx = (P A) dx = �P dV pistão pistão pistão P VVV + dV dV < 0 P P + dP dP > 0 a´rea = dW E no processo todo? P VVi Pi Vf Pf dW = ~F ·�!dx = (P A) dx = �P dV pistão pistão pistão P VVV + dV dV < 0 P P + dP dP > 0 a´rea = dW E no processo todo? P VVi Pi Vf Pf W i!f = � Z Vf Vi P (V ) dV dW = ~F ·�!dx = (P A) dx = �P dV pistão pistão pistão pistão P VVV + dV dV < 0 P P + dP dP > 0 a´rea = dW E no processo todo? P VVi Pi Vf Pf W i!f = � Z Vf Vi P (V ) dV dW = ~F ·�!dx = (P A) dx = �P dV pistão pistão pistão pistão P VVV + dV dV < 0 P P + dP dP > 0 dW = ~F ·�!dx = (P A) dx = �P dV a´rea = dW E no processo todo? P VVi Pi Vf Pf W i!f = � Z Vf Vi P (V ) dV Esta expressão é compatível com nossa análise inicial: na compressão, o trabalho do pistão sobre o gás é positivo. dV <0, então dWpistão > 0 dV > 0, então dWpistão < 0 pistão Observe que é possível medir o trabalho realizado sobre um fluido, mesmo quando o processo não é quase-estático: W = Poteˆncia ⇥�t Nesse caso, o trabalho é calculado em termos de quantidades externas! Por outro lado, a expressão W i!f = � Z Vf Vi P (V ) dV só vale para o trabalho realizado na forma de compressões e expansões quase-estáticas. Tal expressão permite o cálculo do trabalho a partir de informações internas ao sistema (pressão e volume). É esse tipo de cálculo que irá nos permitir calcular o rendimento de máquinas térmicas em termos das propriedades da substância de trabalho e do ciclo de funcionamento. pistão ATENÇÃO: há 2 trabalhos envolvidos Num trabalho quase-estático, seja de compressão ou de expansão, o gás empurra a vizinhança e a vizinhança empurra o gás no sentido oposto (ação e reação): ~Fgas = �~Fviz Evidentemente, o trabalho de será o negativo do trabalho de .~Fgas ~Fviz aqui, a vizinhança do gás é o pistão Seja numa compressão ou numa expansão quase-estática, há 2 trabalhos: o trabalho feito pelo gás sobre o pistão o trabalho feito pelo pistão sobre o gás Um é o negativo do outro. Num processo quase- estático, o gás está sempre sendo equilibrado pelo pistão O pistão sempre empurra o gás no sentido de comprimi-lo. O gás sempre empurra o pistão no sentido de se expandir. Numa expansão, Wgás > 0 e, portanto, Wpistão < 0 Numa compressão, Wpistão > 0 e, portanto, Wgás < 0 Tanto na compressão do gás quanto na sua expansão: Portanto: Se Wgás > 0 (e portanto Wpistão < 0) sabemos que é uma expansão. E se aparecer algo como: Convenção do sinal do trabalho Se Wgás < 0 (e portanto Wpistão > 0) sabemos que é uma compressão. W = -150 J sem menção ao gás ou ao pistão? Se não estiver claro pelo contexto, vamos admitir que se trata do tabalho do pistão sobre o gás No caso, W = -150 J significa Wpistão sobre o gás = -150 J (expansão) Essa é a chamada “convenção do trabalho sobre”. A terminologia usada nos livros sugere um único trabalho: Numa expansão, o trabalho é realizado pelo gás. Numa compressão, o trabalho é realizado sobre o gás. O mais correto, seria: Numa expansão, um trabalho positivo é realizado pelo gás sobre o pistão Numa compressão, um trabalho positivo é realizado pelo pistão sobre o gás ATENÇÃO: a terminologia é ruim (e portanto, um trabalho negativo é realizado pelo pistão) (e portanto, um trabalho negativo é realizado pelo gás) Medindo a energia transferida na forma de trabalho Na descida, o bloco perdeu uma energia mgh. O bloco parte do repouso e desce lentamente uma altura h até parar. Para onde foi essa energia? Transferindo energia na forma de trabalho Essa energia fez girar as pás e se transferiu para o fluido. isopor O fluido terminou com mais energia. Sua variação de energia interna é, por definição, o trabalho realizado pelas pás. �Ei,fint =W i!f O que acontece quando as paredes não são como o isopor? com isopor Paredes como o isopor são denominadas adiabáticas.isopor Transferindo energia na forma de trabalho Teríamos: Se o recipiente não fosse como o isopor, parte do trabalho realizado pelas pás se perderia para a vizinhança. �Ei,fint < W i!f W i!f ��Ei,fint = Qi!fsai É desse modo que definimos (ou seja, medimos) o calor em um processo: Essa é a 1a Lei da Termodinâmica Transferindo energia na forma de trabalho vidro A 1a Lei expressa a possibilidade de se medir a energia interna de um sistema em equilíbrio termodinâmico. Trabalho e Calor 1a Lei da Termodinâmica �Ei,fint =W i!f sobre +Q i!f entra Energia interna é energia, porque é equivalente ao trabalho mecânico. Para se medir energia interna, necessita-se de paredes como o isopor. Por definição, a diferença de energia interna entre dois estados é o trabalho adiabático necessário para levar o sistema do estado inicial ao final. Quando não usamos paredes como o isopor, a variação de energia interna e o trabalho no processo não serão mais iguais. A diferença é o calor que entra ou sai pelas paredes no processo. As dúvidas acabam quando lembramos que: O trabalho de expansão tende a diminuir a energia interna O trabalho de compressão tende a aumentar a energia interna �Ei,fint = Q i!f entra+ �Ei,fint = Q i!f entra+ (quantidade < 0) (quantidade > 0) ATENÇÃO: Sobre o sinal do trabalho Sistemas isolados sistemaEm qualquer análise termodinâmica, temos que deixar claro quem é o sistema em estudo. sistema sistema vizinhança Sistemas isolados Em qualquer análise termodinâmica, temos que deixar claro quem é o sistema em estudo. Todo sistema tem a sua vizinhança, que é um outro sistema com o qual o sistema original troca energia na forma de trabalho e/ou calor naquele problema. Universo Em qualquer análise termodinâmica, temos que deixar claro quem é o sistema em estudo. sistema Todo sistema tem a sua vizinhança, que é um outro sistema com o qual o sistema original troca energia na forma de trabalho e/ou calor naquele problema. sistema vizinhança Sistema orginal e vizinhança constituem um grande sistema, denominado universo. Por construção, este sistema está isolado. Sistemas isolados Subsistema A Subsistema B isolado parede rígida e adiabática A conservação da energia em sistemas isolados Se os subsistemas estão em equilíbrio e possuem energia interna dada por EA e EB, a energia do sistema como um todo é EA + EB. Subsistema A Subsistema B isolado parede móvel e diatérmica A conservação da energia em sistemas isolados Se os subsistemas estão em equilíbrio e possuem energia interna dada por EA e EB, a energia do sistema como um todo é EA + EB. Em seguida, liberamos a parede permitindo a realização de trabalho e trocas de calor. Subsistema A Subsistema B isolado A conservação da energia em sistemas isolados Pela 1a Lei da Termodinâmica, se um sistema está isolado, a variação da energia interna em qualquer processo é zero (conservação da energia). Se os subsistemas estão em equilíbrio e possuem energia interna dada por EA e EB, a energia do sistema como um todo é EA + EB. Em seguida, liberamos a parede permitindo a realização de trabalho e trocas de calor. parede móvel e diatérmica Num sistema isolado, não há trocas de calor ou realização de trabalho com a vizinhança. Em um processo, a energia é apenas redistribuída entre os subsistemas, mas a energia interna total é constante! Neste exemplo, ela vale 150 J. A conservação da energia em sistemas isolados parede móvel e diatérmica isolado Lições da 1a Lei: 1) Existem paredes que mantêm a energia sob controle (paredes adiabáticas, como o isopor). Elas são usadas para, a partir do trabalho, definir (medir) diferenças de energia interna entre estados do sistema. Usando isopor, mede-se a energia interna para cada estado de um sistema e controem-se as tabelas encontradas nos livros: Lições da 1a Lei: 2) Em processos realizados com paredes diatérmicas, como o vidro, é possível medir a quantidade de energia que entra ou sai pelas paredes. Essa energia é, por definição, o calor envolvido no processo. O calor não depende apenas dos estados inicial e final do processo. Depende dos detalhes do processo. Lições da 1a Lei: Observação: é errado dizer “o sistema tem 100 J de calor” Calor e trabalho não são propriedades do sistema em um dado estado. Calor e trabalho são propriedades de cada processo pelo qual o sistema passa e que leva de um estado a outro. 100 J de calor100 J de trabalho
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