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Cap 2 - 1 Capítulo 2 – Propriedades Empíricas dos Gases CASTELLAN, Gilbert. Fundamentos de Físico-Química. Editora LTC 1986. 1ª ed. 12ª reimpressão. 527p. 2.1 Lei de Boyle e Lei de Charles Gases: - Descrição quantitativa, mais simples que para sólidos e líquidos; - Relação entre Estado do Sistema: Descrição de suas propriedades. Equação de Estado do Sistema: - Relação matemática entre os valores das 4 propriedades (n, T, V,p); - Bastam 3 propriedades conhecidas para determinar a quarta propriedade através da EQUAÇÃO DE ESTADO. Robert Boyle: - Primeiras medidas quantitativas; - 1662 (Atkins, 1661); Massa (n), Volume (V) Temperatura (T), pressão (p) Cap 2 - 2 - V = p c (À temperatura e massa constante, o volume é inversamente proporcional à pressão). Charles: A constante (c) é função da temperatura (T). Gay-Lussac: - Medidas de volume (V) com massa (m) fixa e pressão (p) fixas; - O volume (V) varia linearmente com a temperatura (T). Coeficiente Linear: a = V0 (à 0oC) Coeficiente Angular: b = pt V ∂ ∂ p. V = c V = a + b. t (2.1) (2.2) t = temp. ( 0°C ) a e b constante p.V = c Cap 2 - 3 Experiência de Charles: Com massa fixa e pressão constante, o aumento relativo de (V) por grau de aumento de temperatura era igual para todos os gases que ele fez medidas. - A pressão fixa, o aumento de volume por grau é - O aumento relativo em volume por grau, a 0 ºC é coef. de expansão térmica a 0°C. A equação 2.3 se torna: A equação 2.5 é conveniente, pois expressa: - V em função de 2 constantes = 00eVα - Vo é para volume a 0o C; - αo é igual para todos os gases e independe da pressão. Tende a um valor limite para p = 0. t t VVV p ⋅ ∂ ∂ += 0 += tVV 0 00 1 α α (2.5) (2.3) pt V ∂ ∂ 0 0 1 α= ∂ ∂ pt V V 0 0 1 α= ∂ ∂ pt V V (2.4) 00Vt V p α= ∂ ∂ Cap 2 - 4 - Transformação de coordenadas; - Nova escala de temperatura; - Escala gasosa; - Escala do gás ideal. Importante! - αo e 1/αo é igual para todos os gases; - αo depende da escala de ºt. Escala – t 1/αo T Fahrenheit 459,7o Rankine Celsius 273,15o Kelvin Da equação 2.6: T = 273,15 + t Como: += tVV 0 00 1 αα e tT += 0 1 α 2.2 Massa Molecular de Um Gás, Princípio de Avogadro e a Lei dos Gases Ideais - Duas equações com 4 variáveis: Boyle: p.V = c (m e T constantes) Charles: TVV 00α= (m e p constantes) (2.6) (2.7) (2.8) TVV 00α= Cap 2 - 5 - Se 00 CV = logo p CV 00 = Substituindo p CV 00 = na equação TVV 00α= resulta: - Se T e p forem mantidos constantes e duplicarmos massa, o volume duplicará; - Significado: Co ≈ massa do gás Co = B. W B = ? (expressa em termos de uma massa característica para cada gás) Se M é a massa do gás em um recipiente a To, po, Vo: 00. 1 αα ⋅ =→⋅ = M RBR B M ; Substituindo na equação 2.10: (2.9) (2.10) 1ª relação geral entre V, p,T e massa B = diferente para cada gás (2.11) Constante dos Gases Perfeitos ou Constante Universal dos Gases T p CV 00α= B é constante W é a massa p TWBV ...0α= 0 0 0 0 ... Tp MBV α= = 0 00 0 . . 1 T Vp B M α R T Vp = 0 00 Cap 2 - 6 Se nM W = nRTpV = - - - Significado da Massa Característica M - - - Princípio de Avogadro: “Volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas condições de T e p, contém o mesmo número de moléculas, isto é, eles contém a mesma quantidade de substância”. Atenção! Equação 2.13 é uma GENERALIZAÇÃO! - Podemos comparar volumes iguais, Vo, nas mesmas To e po e obter as MASSAS CARACTERÍSTICAS dos diferentes gases. AVOGADRO: Massas características devem conter o mesmo número de moléculas. - Se for escolhido po, To e Vo para que o número seja igual à NA = 6,022. 1023 .·. a quantidade da substância na massa característica é um mol e M é a MASSA MOLAR. M = NA. m (2.12) (2.13) (2.14) ⇒= 0 0 .. ... α α Mp TWRV p RT M WV = Cap 2 - 7 onde: M é a massa molar NA é o número de Avogadro m é a massa de uma molécula = 0 00 . T Vp = ( )( ) K molmxPa 15,273 /1041383,22325.101 33− R = 8,31441 J K-1 mol-1 Tipos de Unidades para R: Tipo Valor Unidades Mecânica 0,082054 L atm/K mol Mecânica 82,054 mL atm/K mol CGS 8,314 . 107 erg/K mol Elétrica 8,314 J/K mol Térmica 1,9872 cal/K mol 2.3 A equação de Estado – Propriedades Extensivas e Intensivas p. V = n. R. T relação entre 4 variáveis Energia Temp -1 R Cap 2 - 8 - Descreve o estado de qualquer gás; - Portanto, é uma EQUAÇÃO DE ESTADO! Propriedades n e V = Extensivas p e T = Intensivas Propriedades Extensivas: Somatória (Σ) em todo sistema; Propriedades Intensivas: Iguais em qualquer parte do sistema e independem da massa do sistema, em equilíbrio. Observação: A razão entre 2 propriedades extensivas resulta sempre numa propriedade intensiva! 2.4 Propriedades do Gás Ideal Variáveis Significativas = Intensivas (2.15) (2.16) 3 variáveis2 variáveis independentes 1 variável dependente p RTV n V == RTVp = RTVp = Cap 2 - 9 V RTp = (2.17) T(K) T p RV . = (2.18) Fig. 2.5 = Isóbaras do Gás Ideal Fig. 2.6 = Isométricas do Gás Ideal T V Rp . = (2.19) Cap 2 - 10 Situações Bizarras Pela equação 2.17 e Fig. 2.4 = p RTV 1.= Para p = impossívelV →=→∞ 0 líquidoVliquefaçãop ==↑= Pela Fig. 2.5 - p RTV = para T = 0 0=V T↓ gás liquefação solidificação .·. RTVp = Lei do gás Ideal 2.5 Determinação das Massas Moleculares dos Gases e Substâncias Voláteis - Preencher um bulbo com volume conhecido da substância a ser determinada à pressão (p) e temperatura (T); massa (W). →= RTM WpV p RT p RT V WM ⋅=⋅ = ρ onde, ρ é a densidade (kg/cm3) impossível (2.20) Cap 2 - 11 Se todas as quantidades do 2º termo da equação 2.20 são conhecidas, A massa M é calculada! - Com o auxílio da análise química pode-se determinar a FÓRMULA MOLECULAR. Para Gás Ideal: pRT M p ρρ ⇒= = independente da pressão Para Gás Real: p ρ = dependente da pressão Baixas pressões p ρ é uma função linear - Quando p 0: É usado para determinar com precisão o valor de M. A extrapolação fornece o valor p ρ à pressão nula. 0 p ρ Atenção!: FORMAÇÃO DE DÍMEROS (2.21) Fig. 2.7 p ρ Para NH3 à 25º C RT p M 0 = ρ x p Cap 2 - 12 2.6 Misturas - Variáveis de Composição - Mistura: Estado do sistema depende de T, p e V e da composição. Exprimir composição: Se n1, n2, n3... É uma variável EXTENSIVA... PROBLEMA! É sempre preferível usar propriedades INTENSIVAS! Concentração Molar = V nc ii =~ - SI = 3 ~ m molci = - Mais comum: 3 ~ dm mol L molci == - Para Gases: V = ƒ(T) = Problema! - Para Sólidos e Líquidos: O volume (V) varia pouco com a temperatura (T). Razões Molares 1n nr ii = (2.22) (Concentração Molar ou Molaridade) (2.23) Cap 2 - 13 V RTnp 11 = Variante = Molalidade = Soluções Líquidas onde, m independe de T e p bom para qualquer tipo de mistura! - - - Fração Molar xi - - - onde, xi independe de T, p, V. 2.7 Equação do Estado de Uma Mistura Gasosa – Lei de Dalton V RTnp t= nt = n1 + n2 + n3 Comparando: (2.24) (2.25) (2.26) (2.29) (2.28) (2.30) t i i x xx = V RTnp 22 = V RTnp 33 =; ; ( ) V RTn V RTnnnppp t=++=++ 321321 pppp =++ 321 111. M r Mn nm iii == Cap 2 - 14 Lei de Dalton: “A pressão total é a soma das pressões parciais”. - - - Pressão Parcial e Frações Molares - - - V RTnp 11 = )( p÷ 2.8 O Conceito de Pressão Parcial - A equação 2.29 é puramente matemática? Sim ou não? Pergunta: Esse Conceito matemático de pressão tem algum significado físico ou NÃO? Como comprovar? (2.31) (2.33) (b) Divisão Removida (a) Divisão no lugar Fig. 2.8 Vp RTn p p .1 1 = V RTnp t=; mas V V RTn RTn p p t 11 = → tn n p p 11 = 1 1 x n n t =; 1 1 x p p = pxp ii = Cap 2 - 15 2.9 A Lei da Distribuição Barométrica - Para sistemas gasosos a influência do campo gravitacional é pouco perceptível comparado com líquido, isto é, a pressão é diferente em diferentes posições verticais do recipiente. Para Sistema Líquido (a) Divisão no lugar (b) Divisão Removida Fig. 2.9 Cap 2 - 16 Coluna de Fluído: - Secção transversal da área (A); - Temperatura (T); - Campo Gravitacional (g); - A coordenada vertical z é medida de baixo para cima. No chão, z = 0; - A pressão a qualquer altura z é determinada pela massa total do fluido, acima desta altura; - A força de cima para baixo sobre a massa é m. g esta força dividida pela área é a PRESSÃO na altura z. A Fp = → A pressão na altura z + dz será p +dp onde m’ é a massa do fluido acima da altura z + dz. Mas m’+ dm = m ou m’= m – dm onde dm é a massa do fluido no intervalo entre z e z + dz; PORTANTO: A gmp .= A gmdpp ' =+ ( ) A gdm A mg A gdmmdpp −=−=+ (2.33) Cap 2 - 17 Comparando com a equação 2.33 Se ρ é a densidade do fluido V m =ρ e dzAV .= A dmgdp −= Adzdm .ρ= (2.34) Erro! Indicador não definido. A equação 2.34 relaciona a variação de pressão com a densidade do fluido ρ, aceleração da gravidade(g) e o incremento na altura (dz). Sinal negativo ??? dzgdp ..ρ−= Vetores ↑z g↓ Para líquidos: ρ e g são constantes ∫ −= p p gdp 0 .ρ ∫ z dz 0 (2.35) A dmgdp .−= A dzAgdp / / −= ...ρ Vm .ρ=∴ dzgdp ..ρ−= zgpp ..0 ρ−=− Cap 2 - 18 Pressão Hidrostática de um Líquido Para gás? Para Gás Ideal:RT Mp V m . = ⇒ RT Mp. =ρ Como: dzgdp ..ρ−= RT Mgdz p dp −= → Integrando (2.37) Para z = 0 , p = po ln po = C )( pf=ρ V m =ρ M mRTpV = ⇒ c RT Mgzp +−=ln ⇒ gdz RT Mpdp .−= RT Mgdz p dp −= (2.36) 0lnln pRT Mgzp +−= RT Mgz p p −= 0 ln (2.38) Cap 2 - 19 RT Mp=ρ Ou (2.39) - - - Densidade = Proporcional à Pressão - - - ou M RTp ρ= e M RTp 00 ρ= Substituindo na equação 2.39: RTMgze M RT M RT / 0 . − = ρρ (2.40) RTMgzepp /0 . −= RTMgze /0. −=ρρ RTMgzecc /0 .~~ −=ou z/km z/km Cap 2 - 20 Diminuição Relativa na Pressão: RT Mgdz p dp =− Lei de Distribuição de Boltzmann: kTpEeNN /.~~ 0 −= Para mistura de Gases: RTgzM ii iepp /0 −= 2.9.1 A distribuição de Partículas numa Solução Coloidal - dn é o número total de moles da substância no volume entre z1 e z2: - Para obter-se o numero total de moles, integra-se a equação 2.43: - Volume entre z1 e z2 = V(z1, z2) = ∫ 2 1 z z Adz - Concentração Média >< c~ na camada z1 z2 (2.41) (4.90) (2.42) (2.43) dzAcdVcdn ..~~ == ( ) ∫ ∫== 2 1 2 1 .~, 21 z z z z dzAcdnzzn (2.44) ∫ ∫ =>=< 2 1 2 1 . .~ ),( ),(~ 21 21 z z z z dzA dzAc zzV zznc (2.45) Cap 2 - 21 - Se a coluna for uniforme implica que a área (A) é constante: Da equação 2.40: - Podemos relacionar a concentração em qualquer parte do recipiente com o número total de moles. - A distribuição de moléculas de um polímero é determinada pela massa molar do polímero; a diferença na concentração entre o topo e a base da solução pode ser usada para medir a massa molar do polímero. Exemplo 2.4 - Coluna de AR Terra = g - T = 20 ºC = 293 K - Qual a fração de N2 presente na atmosfera situada abaixo de 20 km. - Número de mols de N2 abaixo da altura z n(0 , z) n(0, z) = - Número de mols total n(0,∞) (2.46) 12 2 1 .~ ~ zz dzc c z z − ∫ >=< �̃� = 𝑐0� . 𝑒−𝑀𝑔𝑧 𝑅𝑇⁄ c = f(z) ( )RTMgz z RTMgz z e Mg RTcAdzecAAdzc /0 0 / 0 0 1~.~~ −− −=∫=∫ Cap 2 - 22 - Fração abaixo de z = ( ) Mg RTcA e Mg RTcA n zn RTMgz 0 / 0 ~ 1~ ),0( ),0( −− = ∞ ),0( ),0( ∞n zn = RTMgze /1 −− - Para N2: M = 0,028 kg/mol z=2,0. 104 m T = 293 K ( ) 25,2 293/314,8. 102807,9028,0 2 4 = × ××× = KKmolJsmol mmkg RT Mgz Fração = ( ) %9090,01 ),0( ,0 25,2 ==−= ∞ −e n zn Mg RTcAdn∫ = ∞ 0 0 ~n(0, ∞) = ⇒ RT Mgz
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