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Aula 2 1 SISTEMATICA VEGETAL - IB 605 AULA 2 ASSUNTO: Sistemas de Classificação A classificação é na verdade um método utilizado para enfrentar e organizar o mundo exterior. Um dos objetivos da Sistemática, é elaborar um sistema geral de referência. Os Sistemas elaborados estão incluídos num dos três tipos: ► ARTIFICIAIS ► NATURAIS ► FILOGENÉTICOS 1. SISTEMAS ARTIFICIAIS (400 a.C. até meados do século XVIII) a) Baseados em um ou poucos caracteres. b) Classificam as plantas de acordo com conveniências práticas. a) Teofrasto (371 – 287 aC.) Tratava o conhecimento de forma especulativa e abstrata UMA SÓ CARACTERÍSTICA: TIPO DE CAULE Aula 2 2 SISTEMA DE LINEU 1. FANERÓGAMAS. As núpcias se celebram à vista de todo mundo. Flores visíveis. 2. MONÓCLINA: Maridos e mulheres na mesma cama. Flores hermafroditas. 3. DEFFINITAS (Sem afinidades): Os maridos não são aparentados. Estames livres. 4. INDIFFERENTISMUS: Os maridos não observam subordinação. Estames iguais MONANDRIA: Um marido DIANDRIA: dois maridos TRIANDRIA : Três maridos TETRANDRIA: Quatro maridos ICOSANDRA: Vinte maridos POLYANDRIA: De 15 a 1000 maridos 1. CRYPTOGAMAS . Núpcias clandestinas: As núpcias se fazem furtivamente. 2. SISTEMAS NATURAIS Sec. XIX – XX Baseados em muitos caracteres. Classificando as plantas como se acreditavam ocorrer na natureza. As plantas foram agrupadas por existir correlação entre caracteres comuns. Sistema de JUSSIEU I. ACOTYLEDONEAE: Classe 1ª com 6 famílias (Fungi, Algae, Hepaticae, Musci, Filices e Najades). II. MONOCOTYLEDONEAE: Classes 2ª a 4ª com famílias de 7 a 22. III. DICOTYLEDONEAE 1. Um só tronco saindo da raiz e numerosos ramos................................................(árvores) 2. Vários troncos partindo da raiz e numerosos ramos.............................................(arbustos) 3. Numerosos ramos partindo da raiz...........................................(subarbustos) 4. Algo se elevando da raiz, portando Aula 2 3 A. MONOCLINAE a) APETALAE: Classes 5ª a 7ª com famílias de 23 a 33. b) MONOPETALAE: Classes 8ª a 11ª com famílias de 34 a 58. c) POLYPETLAE: Classes 12ª a 14ª com famílias de 59 a 95. B. DICLINAE: Classe 5ª com famílias de 96 a 100. A teoria da Evolução das espécies foi proposta independentemente por Charles Darwin & Alfred Russel Wallace. 3. SISTEMAS FILOGENÉTICOS Sec. XX – até os dias de hoje ■ Baseados na FILOGENIA (História evolutiva de um taxon = espécie, gênero, família). Filo = Linhagem (ancestral / descendente) A aceitação da Teoria da Evolução biológica implica na aceitação de que as espécies não são imutáveis e se originariam de um ancestral comum. A Evolução biológica consiste na modificação da composição genética ao longo do tempo. 1) ADOLF ENGLER 2) Taktajan & Cronquist 2) Cronquist & Taktajan Seu Sistema teve uma grande aceitação, porque englobava todas as plantas do mundo desde algas até Angiospermas, tinha ilustrações e chaves. Aula 2 4 3) O Sistema APG (Angyosperm Phylogeny Group) (Grupo para a Filogenia das Angiospermas) Proposta de sistema feita por um grupo de cientistas baseados nos Estados Unidos, utilizando técnicas moleculares: ■ Seqüências de nucleotídeos em ácidos nucléicos. ■ Seqüências de aminoácidos em proteínas. Aula 2 5 Aula 2 6 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE BIOLOGIA / DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA SISTEMATICA VEGETAL - IB 605 AULA 2 / Cont. Assunto: NOMENCLATURA BOTÂNICA Os nomes vulgares dão geralmente uma idéia do uso da planta, mas são imprecisos: 1 Diferem em diferentes idiomas, sendo um problema em regiões que falem idiomas diferentes, e. g. no Canadá (2 idiomas), na Holanda (3 idiomas), na Louisiana (2 idiomas) e no Quênia (40 idiomas). 2 A mesma espécie pode ter dois nomes comuns diferentes. Asclepias curassavica - “OFICIAL-DE-SALA”, “ALGODÃOZINHO-DO-CAMPO”, “CEGA-OLHO”, “FALSA-ERVA-DE-RATO”, “MANÉ-MOLE”, “PAININHA”,. Wedelia paludosa : “MARGARIDÃO”, “MAL-ME-QUER”,”VEDELIA”. 3 O mesmo nome comum pode ser aplicado a plantas diferentes e não relacionadas. “URTIGA”: Cnidoscolus urens (Euphorbiaceae), Urera bacifera (Urticaceae). 4 Nomes comuns não têm qualquer regra na sua aplicação. 5 Se uma planta não é muito utilizada ou conhecida, geralmente não têm um nome comum, se uma planta assim é ameaçada de extinção não se poderia comunicar nada sobre ela. O uso de nomes científicos é recomendável porque servem para indicar relações genéticas. Tem significado biológico. * Têm alcance internacional. * São comuns a todas as línguas. * São isentos de ambigüidade. A Nomenclatura Botânica é composta freqüentemente de: PRINCÍPIOS (Imutáveis) REGRAS (Podem ser mudadas em Congressos) RECOMENDAÇÕES (Não obrigatórias) Aula 2 7 PRINCÍPIOS PRINCÍPIO 1. A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura zoológica ou bacteriológica. Os princípios dos códigos são semelhantes, diferindo em detalhes. Botânica Zoologia Diagnose em latin Diagnose em qualquer língua Não admite tautonomia Admite tautonomia Ex.: Ratus ratus - “RATO” Não escreve-se a data em seguida do nome do autor. Escreve-se a data em seguida ao nome do autor. Ex: Atta capiguara Gonçalves, 1944. “SAÚVA” PRINCÍPIO 2. A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada por meio de tipos nomenclaturais. Tipo nomenclatural (typus) é o material botânico utilizado pelo autor na descrição original. Representa o elemento constituinte de um taxon ao qual o nome está ligado permanentemente. Página do Species Plantarum e o Holótipo do fumo. Nicotiana tabacum Species Plantarum (1: 1753) 180. Aula 2 8 PRINCÍPIO 3. A nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada na prioridade da publicação. É o primeiro nome a ser publicado, mas de forma correta. ex.: Omphalobium ovatifolium mart, em 1817 O. glabratum A DC, em 1878. O nome publicado depois passa a ser um sinônimo. PRINCÍPIO 4: Cada grupo taxonômico tem uma delimitação particular, não podendo comportar mais de um nome correto, a saber o mais antigo e em conformidade com as normas, salvo exceções especificadas. NOMINA CONSERVANDA ( Nomes Conservados): NOMES CONSERVADOS NOMES SEGUNDO O CÓDIGO PALMAE ARECACEAE GRAMINEAE POACEAE COMPOSITAE ASTERACEAE LEGUMINOSAE FABACEAE GUTTIFERAE CLUSIACEAE UMBELIFERAE APIACEAE CRUCIFERAE BRASSICACEAE LABIATAE LAMIACEAE PRINCÍPIO 5. Os nomes científicos dos grupos taxonômicos são considerados latinos qualquer que seja a sua etimologia. PRINCÍPIO 6. As regras de nomenclatura têm efeito retroativo, salvo indicação contrária. regras São expressas em artigos e têm por objetivo ordenar a nomenclatura do passado e orientar a do futuro. Os nomes contrários às regras devem ser rejeitados. Ex: Artigo 23.3: O nome de uma espécie é a combinação de dois nomes (binômio), sendo o primeiro o nome do gênero e o segundo o epíteto específico. Todo nome deve vir acompanhado pelo autor d a mesma e deve aparecer destacado no texto. recomendações Tratam de assuntos subsidiários, tendo por finalidade dar maior uniformidade e clareza à nomenclatura. os nomes contrários às recomendações não podem ser rejeitados, mas não constituem exemplos a seguir. Aula 2 9 Ex.: Na formação de nomes genéricos, os autores deveriam satisfazer as seguintes sugestões: (a) Evitar nomes não facilmente adaptáveis à língua latina. (b) Não criar nomes pela combinação de línguas diferentes.(c) Não dedicar gêneros à pessoas estranhas à Botânica ou às Ciências Naturais. publicação de nomes de espécies * Escolha do tipo nomenclatural. Uma ou mais exsicatas. * Diagnose em latim. É uma língua morta (estabilizada), era a língua falada na época das grandes publicações botânicas. * Publicar em material impresso, com circulação no meio científico. 2) Quando uma espécie muda de gênero, o nome do autor do primeiro nome dado fica entre parênteses, seguido do um nome de autor que fez a mudança. Ex.:Acacia selloii Sprengel mudou para Calliandra por Macbride ficando então o novo nome: Calliandra selloii (Sprengel) Macbride. 3) Quando a designação de uma espécie é seguida pelo nome de dois autores intercalando- se a preposição ex, significa que o primeiro autor não publicou corretamente a espécie, o que foi feito posteriormente pelo segundo autor. Ex.: Copaifera cearensis Huber ex Ducke Poinsetia pulcherrima Wild. ex Klotzsch Nomenclatura Botânica Infra-específica VARIEDADE: uma população de plantas, dentro de um mesma espécie, mas com aparência marcadamente diferente daquela CULTIVAR: do ingles cultivated variety (variedade cultivada). É um tipo de planta selecionada pelo homem, com base nas suas características agrícolas ou ornamentais e que corresponde a um determinado fenótipo e genótipo. Pode-se usar: Lactuca sativa “Lisa regina 500” Aula 2 10 Lactuca sativa cv. Lisa regina 500 HÍBRIDO: É o resultado do cruzamento de duas espécies diferentes Musa acuminta Collae Musa balbisiana Colla. Musa X paradisiaca L. PRINCÍPIOS Botânica Zoologia regras recomendações publicação de nomes de espécies
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