Buscar

GARDNER , Howard - Teoria das Inteligências Múltiplas

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
Howard Gardner
 Teoria das Inteligências Múltiplas
 
*
*
Biografia
Em 1938 seus pais fugiram da perseguição aos judeus na Alemanha nazista, com seu irmão mais velho, falecido após seu nascimento. Howard Gardner  nasceu em Scranton, Pennsylvania, em 11 de julho de 1943.
Aos 13 anos de idade ele tornou-se um excelente e promissor pianista.
Howard Gardner entra na Universidade de Harvard em 1961 com a intenção de se formar em história, mas sob a influência de Erik Erikson ele se interessa em relações sociais, uma combinação de psicologia, sociologia e antropologia, com particular interesse em psicologia clínica. Ele novamente troca seu campo de interesse após conhecer o psicólogo cognitivo Jerome Bruner e os escritos de Jean Piaget.
*
Depois de terminar seu doutorado em Harvard em 1971, com uma dissertação em sensibilidade de estilo em crianças, continuou a trabalhar nesta universidade, estabelecendo com Nelson Goodman um grupo de pesquisa em educação pela arte conhecido como Project Zero.
Este projeto se concentra no estudo sistemático do pensamento artístico e da criatividade em arte assim como em disciplinas da área humana e científica em nível individual e institucional. Ele também trabalha com o neurologista Norman Geschwind.
Gardner é um psicólogo cognitivo e educacional ligado à Universidade de Harvard e conhecido em especial pela sua teoria das inteligências múltiplas.
*
Teoria das Inteligências Múltiplas
Em 1900 o psicólogo francês Alfred Binet foi solicitado para que desenvolvesse uma medida de predição do sucesso escolar de crianças das primeiras séries. Desta forma surgiu o primeiro teste de inteligência. Tal teste tinha por finalidade geral diferenciar crianças retardadas e crianças normais nos mais diferentes graus. Após a I Guerra Mundial, os EUA, onde o teste de Q.I. (Quociente Intelectual) foi utilizado para medir a inteligência dos soldados, tornou-se muito popular sua aplicação.
Porém durante todo o século XX, vários psicólogos e cientistas de outras áreas do conhecimento fizeram fortes críticas aos testes de Q.I. que segundo esta visão tradicional: "a inteligência é (...) a capacidade de responder a itens em testes de inteligência“
Howard Gardner, também contestava, GARDNER (1995, p.14) entende por inteligência "a capacidade para resolver problemas ou elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários". 
*
A novidade que a teoria de Gardner traz, é considerar a inteligência como possuindo várias facetas. Tais facetas, que na verdade são talentos, capacidades e habilidades mentais.
Os testes de QI medem apenas as capacidades lógica e linguística, capacidades que normalmente são as únicas exigidas e avaliadas pelas escolas e, sem dúvida, as capacidades mais valorizadas em nossa sociedade. Gardner pretende considerar também as outras capacidades, as outras "inteligências" menos lembradas, para analisá-las em sua teoria.
Para selecionar quais as inteligências que seriam trabalhadas em sua teoria foram utilizadas diversas fontes: as informações disponíveis sobre o desenvolvimento normal e o desenvolvimento do indivíduo talentoso; estudos sobre populações prodígios, crianças autistas, crianças com dificuldade de aprendizagem; dados sobre a evolução da cognição; considerações culturais comparadas sobre a cognição; estudos psicométricos; estudos de treinamento psicológico e principalmente análise da perda das capacidades cognitivas nas condições de lesão cerebral.
*
 Foram consideradas inteligências genuínas apenas as inteligências candidatas que satisfaziam todos ou, pelo menos, a maioria dos critérios acima. Além disso cada inteligência deveria ter uma operação nuclear ou um conjunto de operações identificáveis e deveria também ser capaz de ser codificada em um sistema de símbolos. (GARDNER, 1995, p. 21-22)
Deste modo, foram selecionadas sete inteligências em particular: lógica-matemática, linguística, musical, corporal-cinestésica, espacial, interpessoal e intrapessoal. 
*
Analisando as Inteligências 
 INTELIGÊNCIA LÓGICA-MATEMÁTICA
Como o próprio nome indica, a inteligência lógica-matemática é a capacidade lógica e matemática, assim como a capacidade de raciocínio científico ou indutivo, embora processos de pensamento dedutivo também estejam envolvidos. Esta inteligência envolve a capacidade de reconhecer padrões, de trabalhar com símbolos abstratos (como números e formas geométricas) assim como discernir relacionamentos ou então ver conexões entre peças separadas ou distintas. Relaciona-se, também, à capacidade de manejar habilmente longas cadeias de raciocínio, elaborar perguntas que ninguém fez, conceber problemas e levá-los a diante. Juntamente com a linguagem, é a principal base para os testes de QI. O desenvolvimento de tal inteligência foi o grande objeto de estudo de Jean Piaget.
Tal inteligência possui uma natureza não verbal, de modo que a solução de um problema pode ser construída antes de ser articulada
*
A região do córtex responsável pelo cálculo matemático em si e, provavelmente, pela inteligência lógica-matemática situa-se na região têmporo-paríeto-occipital do hemisfério esquerdo. (LURIA, 1981, p. 25)
Está presente nos cientistas, programadores de computadores, contadores, advogados, banqueiros e matemáticos.
*
 INTELIGÊNCIA LINGUÍSTICA
A inteligência linguística é manifestada no uso da linguagem (seja ela escrita, falada ou através de outro meio), no significado das palavras; pela capacidade de seguir regras gramaticais e usar a linguagem para convencer, estimular, transmitir informações ou simplesmente agradar. Ainda é responsável por todas as complexas possibilidades linguísticas, entre elas, a poesia, as metáforas, o raciocínio abstrato e o pensamento simbólico.
São duas as principais áreas corticais responsáveis pela linguagem. A área de Wernicke (lobo temporal do hemisfério esquerdo) é responsável pelo entendimento da linguagem e a organização das palavras. A área de Broca (giro pós-central do hemisfério esquerdo) cuida da articulação da fala, da produção da linguagem expressiva. Ainda contribuem para a linguagem a região têmporo-occipto-parietal responsável pela organização gramatical e o hemisfério direito para criar o ritmo, entonação e fluxo da fala. (SPRINGER; DEUTSCH, 1993. p. 184-186).
Nos poetas, teatrólogos, escritores, novelistas, oradores e comediantes podemos encontrar a inteligência linguística bem desenvolvida.
*
INTELIGÊNCIA MUSICAL
Esta inteligência baseia-se no reconhecimento de padrões tonais (incluindo sons do ambiente) e numa sensibilidade para ritmos e batidas. Inclui também capacidades para o manuseio avançado de instrumentos musicais.
Não podemos separar para a inteligência musical em determinadas áreas corticais como fizemos para a inteligência linguística. Mas sabemos que o hemisfério direito, principalmente o lobo temporal, é o encarregado da audição e da criação musical. Uma lesão maciça neste hemisfério pode levar a uma amusia: o lesionado não consegue perceber combinações rítmicas ou até mesmo entonações de voz. (LURIA, 1981, p. 112)
É destaque dos músicos, cantores, compositores e maestros.
*
 INTELIGÊNCIA CORPORAL-CINESTÉSICA
A inteligência corporal-cinestésica está relacionada com o movimento físico e com o conhecimento do corpo. É a habilidade de usar o corpo para expressar uma emoção (dança e linguagem corporal) ou praticar um esporte, por exemplo, vale lembrar de um curioso incidente que aconteceu em nosso país antes de Copa do Mundo de 1958. O Brasil possuía seu primeiro psicólogo esportivo, João Carvalhaes, que atendia a seleção brasileira de futebol. O psicólogo resolveu aplicar em todos os jogadores testes de QI. Garrincha, que estava no apogeu de sua carreira, após responder os testes ficou sabendo que seu quociente intelectual era irrisório, sendo classificado como débil
mental. Por este motivo quase foi impedido de participar da Copa. (MODERNELL, 1992, p. 56). Provavelmente apresentaria um ótimo desempenho nesta inteligência se esta fosse submetida a um teste psicométrico.
*
"O controle do movimento corporal está, evidentemente, localizado no córtex motor, com cada hemisfério dominante ou controlador dos movimentos corporais no lado contralateral." (GARDNER, 1995, p. 23) Porém é possível acrescentar outras áreas corticais também importantes para a realização do movimento que Gardner deixa de lado. Uma delas é o giro pós-central, onde está localizado o Homúnculo de Penfield sensitivo. É uma representação somatotópica: cada ponto sensitivo do corpo tem uma representação nesta parte do córtex. Por exemplo, a mão, que possui muitos receptores sensitivos, possui uma representação grande no córtex enquanto que o pé, com menos receptores, possui uma área menor. (MACHADO, 1981, p. 219)
Deste modo, esta área cortical tem como função sentir, perceber o corpo para que o movimento possa ser harmônico. Outra área importante é o córtex pré-motor, que integra os impulsos motores no tempo, permitindo a criação de movimentos habilidosos, suaves e finos. (LÚRIA, 1981, p. 154)
A inteligência corporal-cinestésica pode ser melhor observada em atores, atletas, mímicos, artistas circenses e dançarinos profissionais.
*
 INTELIGÊNCIA ESPACIAL
A inteligência espacial é a capacidade de formar modelos mentais (imagens) e operar com tais imagens. A imagem não é necessariamente visual, pode ser construída uma imagem tátil, por exemplo, que é o que geralmente faz uma pessoa cega ao tatear objetos. Esta inteligência lida com atividades como as artes visuais, a navegação, a criação de mapas e a arquitetura.
Enquanto o hemisfério esquerdo do cérebro tornou-se mais linguístico durante a evolução, o hemisfério direito especializou-se no processamento espacial. A principal área cortical que controla toda esta questão espacial é a região têmporo-paríeto-occipital. Uma lesão em tal área impede que o lesionado consiga interpretar os ponteiros de um relógio, encontrar sua posição em um mapa ou então orientar-se dentro de espaços fechados. Fica claro o quanto esta região têmporo-parietal-occipto é importante para uma inteligência espacial. (LURIA, 1981, p.24)
Engenheiros, escultores, cirurgiões plásticos, artistas gráficos e arquitetos dependem desta inteligência para atuarem com êxito.
*
 INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL
Esta inteligência opera, primeiramente, baseada no relacionamento interpessoal e na comunicação. Envolve a habilidade de trabalhar cooperativamente com outros num grupo e a habilidade de comunicação verbal e não verbal. Constrói a capacidade de perceber, por exemplo, alterações de humor, temperamento, motivações e intenções de outras pessoas. Em sua forma mais avançada a pessoa consegue ler, mesmo que os outros tentem esconder, os desejos e intenções, podendo ter empatia por suas sensações, medos e crenças.
"Todos os indícios na pesquisa do cérebro sugerem que os lobos frontais desempenham uma papel importante no conhecimento interpessoal. Um dano nessa área pode provocar profundas mudanças de personalidade, ao mesmo tempo em que não altera outras formas de resolução de problemas - a pessoa geralmente ‘não é a mesma' depois de um dano desses." (GARDNER, 1995, p.27)
A inteligência interpessoal é desenvolvida nos professores, terapeutas, políticos e líderes religiosos.
*
 INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL
Esta outra inteligência pessoal está relacionada aos estados interiores do ser, à auto reflexão, à metacognição (reflexão sobre o refletir) e à sensibilidade perante as realidades espirituais. Podemos dizer que é a capacidade de formar um conceito verídico sobre si mesmo pois envolve o conhecimento dos aspectos internos de cada um, como o conhecimento dos sentimentos, a intensidade das respostas emocionais, a auto reflexão e um senso de intuição avançado.
"Assim como na inteligência interpessoal, os lobos frontais desempenham um papel central na mudança de personalidade. Um dano na área inferior dos lobos frontais provavelmente produzirá irritabilidade ou euforia, ao passo que um dano nas regiões mais altas provavelmente produzirá indiferença, desatenção, lentidão e apatia - um tipo de personalidade depressiva". (GARDNER, 1995, p. 28)
Um bom desempenho da inteligência intrapessoal pode ser encontrada em filósofos, conselheiros espirituais, psicólogos e pesquisadores de padrões de cognição
*
 Considerações:
Estas são as sete inteligências "clássicas" apresentadas no livro "Estruturas da Mente" de Gardner. O autor, posteriormente passou a considerar também outras inteligências conforme podemos observar em diversos artigos na internet. Uma delas é a inteligência naturalística, que é a capacidade do ser humano relacionar-se com a natureza. Outra inteligência "recente" é a pictórica ou pictográfica. Trata-se da habilidade para desenhar. Existe ainda a "inteligência" existencial que, na verdade, é considerada como uma meia inteligência por preencher apenas quatro dos oito requisitos avaliados para assegurar a existência da inteligência. Ela é responsável pela necessidade do homem fazer perguntas sobre si mesmo, sua origem e seu fim.
Uma das características das IM é a independência em grau significativo entre essas múltiplas faculdades humanas. Para explicar esta independência Gardner apoia-se no fato de que, em caso de lesão cerebral, determinadas capacidades são perdidas enquanto outras permanecem intactas. Desta forma, segundo o autor, as inteligências não interferem umas nas outras. (GARDNER, 1995, p. 29-30)
*
Contudo as inteligências agem de forma integrada. Um alto nível de capacidade na inteligência corporal-cinestésica apenas, por exemplo, não asseguraria a ninguém um sucesso como jogador de futebol. Seria necessário também um bom desenvolvimento da inteligência espacial para realizar bons passes e chutes a gol e também inteligência interpessoal desenvolvida para um bom relacionamento com os companheiros, os adversário e a imprensa. Estas três inteligências agindo de forma integrada provavelmente possibilitariam uma maior chance de sucesso no esporte. Todavia não seria necessário, neste caso, um bom desempenho da inteligência lógica-matemática, por exemplo, como bem demonstrou Garrincha.
Como era de se esperar, as inteligências possuem um desenvolvimento natural. Este “inicia” no início da vida com a capacidade de padronizar. Isto equivaleria a diferenciar tons na inteligência musical ou apreciar arranjos tridimensionais na inteligência espacial. O passo seguinte é a manifestação das inteligências em sistemas simbólicos: a linguagem nas frases, a música nas canções, a corporal-cinestésica na dança e assim por diante. A medida em que o desenvolvimento avança e surge um ambiente formal de educação, as inteligências passam a ser representadas em sistemas notacionais. 
*
São exemplos a matemática, a notação musical, os mapas e plantas e assim por diante. Finalmente o desenvolvimento atinge seu auge na expressão inteligente nas atividades profissionais e de passatempo na adolescência e quando adulto. As inteligências pessoais parecem não seguir este curso, surgindo muito mais gradualmente. (GARDNER, 1995, p. 31-32)
*
 ALGUMAS CRÍTICA À TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E NEUROPSICOLOGIA
Uma das fontes para a escolha das inteligências propostas acima foi o estudo de como tais capacidades falham sob condições de lesão cerebral. Isto pressupõe que cada inteligência possui uma localização cerebral, mais especificamente cortical. Assim sendo, uma lesão que incapacitaria determinada inteligência, deixaria as demais intactas. Abaixo apresenta um resumo da representação cortical de todas as inteligências como vimos ao analisar cada inteligência em particular.
*
 Localização cortical das inteligências múltiplas propostas
por Gardner.
 Inteligência e Área cortical responsável
Lógico-matemática 
região têmporo-paríeto-occipital
Lingüística
área de Wernicke, área de Broca,
região têmporo-paríeto-occipital (hemisfério esquerdo)
Musical
Lobo temporal (hemisfério direito)
Corporal-cinestésica
Giro pós-central, córtex pré-motor
Espacial
região têmporo-paríeto-occipital
Interpessoal
lobos frontais
Intrapessoal
lobos frontais
*
Podemos perceber que diversas inteligências são regidas pela mesma área do córtex cerebral. A região têmporo-paríeto-occipital é responsável ao mesmo tempo pelas inteligências lógica-matemática, linguística e espacial. As inteligências pessoais também são comandadas por uma única área: os lobos frontais.
Isto invalida a independência das inteligências que Gardner propõe. Imaginemos uma lesão na região têmporo-paríeto-occipital. Ela acabaria por afetar três inteligências ao mesmo tempo e não apenas uma.
Além disso, neste caso, os desenvolvimentos das inteligências lógica-matemática, linguística e espacial não aconteceriam separadamente, mas seriam dependentes entre si. LURIA (1981, p. 24-25) desenvolve uma explicação destas áreas como sendo integradoras e essencialmente espaciais. Assim, tanto a matemática quanto a gramática seriam trabalhadas pelo cérebro de uma forma espacial. Uma deficiência espacial tornaria incapazes tarefas de relacionar "espacialmente" os números entre si e construir uma frase trabalhando as relações "espaciais" entre as palavras.
*
Não se trata das inteligências lógica-matemática e linguística serem englobadas pela inteligência espacial, mas da aceitação de uma dependência e de uma relação íntima entre determinadas inteligências.
O mesmo ocorre com as inteligências pessoais. É possível perceber que em várias características tais capacidades equivalem-se. Afinal, uma mesma área cerebral é responsável pelas duas. Todo psicoterapeuta conhece e chega mesmo a ser lugar comum o fato de que só podemos conhecer bem o outro se conhecermos bem a nós mesmos primeiro. Sendo assim uma inteligência interpessoal desenvolvida necessita de uma inteligência intrapessoal também bem trabalhada, o que sugere não existir uma independência entre as inteligências.
*
 REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática 1. ed. Porto Alegre :
Artes Médicas, 1995
LURIA , Aleksandr Romanovich. Fundamentos de Neuropsicologia. 1. ed. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1981.
MACHADO, Angelo. Neuroanatomia Funcional. 1. ed. São Paulo : Atheneu, 1981.
MODERNELL, Renato; GERALDES, Elen. O Enigma da Inteligência. Globo Ciência, Rio
de Janeiro, v.2, n. 15, p.56-63, out. 1992
SACKS, Oliver. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1. ed. São Paulo :
Companhia das Letras, 1997
SPRINGER, Sally P.; DEUTSCH, Georg. Cérebro Esquerdo, Cérebro Direito. 1. ed. São
Paulo : Summus, 1993

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais