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Augusto Seabra Gestão das Organizações 03 Sumário CAPÍTULO 4 – Gestão das Organizações .................................................................................... 05 4.1 AS DIMENSÕES DA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES ......................................................... 06 4.1.1 Sistema Racional .............................................................................................................. 06 4.1.2 Sistema Natural ................................................................................................................ 07 4.1.3 Sistema Aberto ................................................................................................................. 07 4.2 PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO ............................................................................................. 08 4.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................................. 08 4.4 ESTRATÉGIA ................................................................................................................................. 15 4.4.1 Diretrizes Estratégicas ..................................................................................................... 16 4.5 ANÁLISE DO AMBIENTE ............................................................................................................ 16 4.6 O INDIVÍDUO NA ORGANIZAÇÃO ....................................................................................... 17 4.7 AS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR ...................................................................................... 17 4.8 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................................... 18 4.8.1 Tipos de crimes ambientais ............................................................................................ 18 4.8.2 Legislação no Estado da Bahia ..................................................................................... 18 4.8.3 Licenciamento ambiental ................................................................................................ 19 4.9 VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS .................................... 20 4.9.1 Estudo de Impacto Ambiental – EAI ............................................................................. 20 4.9.2 Relatório de Impacto Ambiental – RIMA .................................................................... 21 4.9.3 Plano de Controle Ambiental – PCA ........................................................................... 21 4.9.4 Relatório de Controle Ambiental – RCA ...................................................................... 21 4.9.5 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD ........................................... 21 4.9.6 Estudo Ambiental Simplificado – EAS .......................................................................... 21 4.9.7 Relatório Ambiental Preliminar – RAP ......................................................................... 21 4.9.8 Estudo de Viabilidade Ambiental – EVA ..................................................................... 22 4.9.9 Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV ...................................................................... 22 05 Introdução Segundo Maximiniano (2007), “organização é um sistema de recursos que procura alcançar objetivos”; já segundo Aurélio (2008), é “associação ou instituição com objetivos definidos.” O conceito de organização é abordado de várias formas, conforme o Quadro 1, em função da referência que se utiliza para esse conceito. AUTORES CLÁSSICOS MANUAIS DIDÁTICOS •A existência de uma organização formal se dá “[...] quando (1) há pessoas aptas a se comunicarem entre si, (2) que estão desejando contribuir com sua ação e (3) para a realização de um propósito comum [...]”. (Barnard. 1971. p, 101). •“Unidades socialmente construídas para atingir fins específicos” (Etziom, 1989). •“As organizações são agregados de seres hu-manos em mútua integração. Representam na sociedade humana os maiores agregados [,..]. Contudo, a alta especificidade da estrutura e coordenação que se vê nas organizações [...] destaca a organização como unidade sociológica comparável em importância ao individuo biológico .” (March; Simon, 1967). •“A organização é uma unidade social, cordenada conscientemente, composta de uma ou mais pessoas e que funciona numa base relativamente continua para atingir objetivos.” (Robbms. 2010). •“A organização é uma unidade social, cordenada conscientemente, composta de uma ou mais pessoas e que funciona numa base relativamente continua para atingir objetivos.” (Robbms. 2010). •Organizações correspondem a: a) sistemas sociais que transformam entradas em saídas, b) dirigidas por metas, c) desenhadas como sistemas de atividades deliberadamente estruturados e coordenados; d) ligadas ao ambiente externo. (Daft, 2006). •Uma organização existe quando duas ou mais pessoas trabalham juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo especifico ou um conjunto de objetivos (Stoner, Freeman, 1995). Capítulo4Gestão das Organizações 06 Gestão das Organizações Laureate International Universities AUTORES CLÁSSICOS MANUAIS DIDÁTICOS •“Todos os sistemas sociais, inclusive as organizações, consistem em atividades padronizadas de uma quantidade de indivíduos. Além disso, essas atividades padronizadas são complementares ou interdependentes em relação a algum produto ou resultado comum, elas são repetidas, relativamente duradouras e ligadas em espaço e tempo.” (Katz; Khan, 1987). •“Disposição de relações entre componentes ou indivíduos que produz uma unidade complexa ou sistema dotado de qualidades desconhecidas em nivel dos componentes individuais [...] Assegura solidariedade e solidez a essas uniões e uma certa possibilidade de duração, apesar das perturbações aleatórias. A organização, pois, transforma, produz, reúne e mantém “ (Monn, 1981) •“Organizações são um conjunto de pessoas que compartilham crenças, valores e pressupostos que os encorajam a fazer inter- pretações mutuamente reforçadas dos seus próprios atos e dos atos dos outros.” (Smirci- ch; Stubbart, 1985) •Podemos definir organização como um conjunto de indivíduos cujos membros podem se modificar ao longo do tempo, formam um sistema coordenado dê atividades especializadas com a finalidade de alcançar objetivos específicos ao longo de um determinado período de tempo. (Hitt. Millef; Colella. 2013). •“[...] a organização é uma entidade social, conscientemente coordenada, gozando de fronteiras delimitadas que funcionam numa base relativamente continua, tendo em vista a realização de objectivos comuns.” (Bilhim. 2006). •“[...] a organização é um artefato que pode ser abordado como um conjunto articulado de pessoas, métodos e recursos materiais, projetado para um dado fim e balizado por um conjunto de imperativos determinantes (crenças, valores, culturas etc.).” (Meireles, 2003. p 46), Quadro 1: Definições de Organização Fonte: ZANELLI (et al., 2014). 4.1 AS DIMENSÕES DA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES Segundo ZANELLI (et al., 2014), as organizações podem ser agrupadas, em função de suas definições, em três grupos: Sistema Racional, Sistema Natural e Sistema Aberto. 4.1.1 Sistema Racional Nessa perspectiva, elas são coletividades formalizadas que buscam atingir objetivos específicos, de forma colaborativa, explícitos e bem definidos. Nesse caso, as organizações estão em dois grandes eixos: 07 • Coletivas com foco em objetivos específicos, coordenação de pessoas, clareza dos objetivos, alto grau de formalização cooperação entre participantes, estrutura formalizada e conjunto de regras. • Coletividadesem que os membros perseguem objetivos distintos, mas reconhecem a necessidade de perpetuar a organização. Nesse caso, há diferença nos objetivos, não há uma definição clara de regras e a estrutura é informal. 4.1.2 Sistema Natural No sistema natural, há coletividades formadas por consensos e conflitos que buscam a sobrevivência. 4.1.3 Sistema Aberto São sistemas sociais em um ambiente maior (Figura 1) que envolvem fluxo de atividades cooperativas de membros com interesses distintos. Figura 1: Organização como Sistema Aberto Fonte: ZANELLI (et al., 2014). NÃO DEIXE DE VER... Modelo dos Sistemas Fechados e Abertos (disponível no Youtube). Neste vídeo, Héctor Rafael Lisondo – Fundador e Diretor Geral do Instituto Lisondo fala sobre o modelo dos Sistemas Fechados e Abertos. 08 Gestão das Organizações Laureate International Universities 4.2 PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO De acordo com Maximiano (2007), “organizar é o processo de dispor qualquer coleção de recursos em uma estrutura, classificação ou ordem.” Ele também afirma que “é um atributo de qualquer conjunto estruturado ou ordenado segundo algum critério”. A Figura 2 apresenta os principais processos de organização. Logicamente, as etapas e decisões podem variar. Os processos de organização têm como meta analisar os trabalhos e objetivos a serem realizados, dividir o trabalho e as responsabilidades por sua realização, definir os níveis de autoridade e desenhar a estrutura organizacional. A divisão do trabalho é a forma pela qual a tarefa é dividida em partes, cada uma das partes é atribuída a um indivíduo ou grupo de indivíduos. Isso permite que as organizações realizem atividades complexas e atender diferentes clientes. Figura 2: Processo de Organização Fonte: MAXIMIANO (2007). Além da divisão do trabalho, existe a definição de responsabilidades, onde, após definidas as unidades de trabalho, são definidas as responsabilidades. Depois de dividido o trabalho, também é necessária a atribuição de autoridade de forma a possibilitar o direcionamento e comando das atividades. A definição de autoridade pressupõe a existência de hierarquia e amplitude de controle. Definidas as responsabilidades e autoridades, a organização deve buscar uma estrutura orgânica adequada ao seu negócio. 4.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL A estrutura organizacional representa a ligação entre os indivíduos e o trabalho da organização. A estrutura ajuda a diferenciar as diversas partes da organização e estabelece a ligação entre elas. A estrutura é feita em função de uma arquitetura organizacional. Segundo Araújo (apud ZANELLI et al., 2014, p.110): 09 A arquitetura de uma organização consiste em um modelo que pode ser usado para representa seu completo ciclo de vida [...]. Consiste numa arte, onde se busca a modelagem do espaço da organização a fim de satisfazer necessidades e aspirações humanas. Segundo ZANELLI (et al., 2014), a arquitetura organizacional se compõe de três partes: Hardware, pessoal e software. O hardware é composto pelo sistema de planejamento, controles, medição, subordinação e de recompensa. Já o pessoal compreende as habilidades cognitivas, interpessoais, e emocionais que os indivíduos necessitam reunir para execução das atividades com eficácia. O software se compõe de redes e práticas informais que ligam os indivíduos, os sistemas de valores, e a cultura organizacional. O Quadro 2 apresenta o processo para construção de uma estrutura organizacional. Questão-chave Mecanismo básico Conceito 1. Em que nível as tarefas devem ser subdivididas em trabalhos separados? Divisão ou diferenciação Especialização 2. Em que base ou critério os trabalhos serão agrupados? Departamentalização 3. A quem os trabalhadores devem se reportar? Coordenação ou integração Hierarquia 4. Que número de trabalhadores deve ficar sob a coordenação de um gestor? Esfera de controle 5. Onde está a autoridade para a tomada de decisão? Centralização 6. Em que nível devem haver regras e regulamentos orientando a conduta de empregados e gestores? Formalização Quadro 2: Processo de construção da estrutura organizacional Fonte: ZANELLI (.,2014). O mecanismo de divisão ou coordenação refere-se às etapas pelas quais o trabalho necessita ser dividido, seja pelo grau de segmentação das atividades e tarefas, definindo assim o papel dos membros da organização, seja pela forma que deve ocorrer sua coordenação de maneira que as ações possam se ordenadas e definidas a colaboração entre os indivíduos, setores ou departamentos da organização. A especialização é a analise que divide a organização em partes componentes, e seu grau pode ser medido pela diversidade de atividades incluídas nos cargos dos funcionários. Podemos ter por um lado uma superespecialização e por outro, a flexibilização para realização de tarefas múltiplas. 10 Gestão das Organizações Laureate International Universities Os agrupamentos dos trabalhos dão origem à departamentalização. Os critérios de departamentalização utilizados são: funcional, territorial ou geográfico, produto, cliente, áreas de conhecimento, projeto, processos e unidades de negócio. A forma mais simples é a funcional, como demonstra a figura 3. Nesse caso, temos a estrutura divida segundo o critério funcional, onde temos o administrador principal que comanda o conjunto de funções necessário ao funcionamento da organização. Esse conjunto de funções se torna um departamento, que pode ser subdividido utilizando-se o mesmo critério da divisão principal. Figura 3: Principais funções da organização Fonte: MAXIMIANO (2007). Com essa divisão, o trabalho é organizado conforme as operações principais de cada um dos departamentos, conforme a Figura 4. Figura 4: Critério Funcional de Organização Fonte: MAXIMIANO (2007). 11 Da mesma forma, a organização territorial pode se dividir, onde cada unidade de trabalho representará um território, conforme a Figura 5. Nesta forma, os gestores se tornam especialistas em sua região. Figura 5: Critério territorial de organização Fonte: MAXIMIANO (2007). Utilizando-se o modelo de produto, temos o mesmo tipo de especialização dos gestores, só que agora por produto, conforme Figura 6. Figura 6: Critério de organização por produtos Fonte: MAXIMIANO (2007). A aplicação de organização por clientes pode ser utilizada em qualquer nível da hierarquia, apresentando a especialização que temos na territorial ou por produto. A Figura 7 demonstra como pode ser a estrutura. 12 Gestão das Organizações Laureate International Universities Figura 7: Critério de organização por clientes Fonte: MAXIMIANO (2007). A organização por área de conhecimento se aplica muito a escolas, laboratórios e institutos de pesquisa, onde os departamentos são criados para realizar atividades especializadas de áreas de conhecimento. Figura 8: Critério de conhecimento Fonte: MAXIMIANO (2007). A organização por projetos se divide em funcionais, autônomos e estruturas matriciais. Os projetos funcionais são aqueles realizados dentro de uma única área funcional (Figura 9). 13 Figura 9: Projetos funcionais Fonte: MAXIMIANO (2007). Os projetos autônomos são caracterizados por uma equipe multidisciplinar temporária, em regime de dedicação exclusiva. Ele também é conhecido como organização projetizada (Figura 10). Figura 10: Organização projetizada Fonte: MAXIMIANO (2007). A estrutura matricial (Figura 11) utiliza equipes multidisciplinares temporárias, onde os indivíduos se dedicam a mais de um projeto ou atividade. 14 Gestão das Organizações Laureate International Universities Figura 11: Organização matricial Fonte: MAXIMIANO (2007). A organização por processostem como principal característica a orientação para os processos chaves, onde a equipe é multidisciplinar autogerida. O Quadro 12 apresenta um modelo dessa estrutura. Figura 12: Estrutura organizacional para administração de processo Fonte: MAXIMIANO (2007). As unidades de negócio (Figura 13) são aplicadas quando a organização atua em diversos territórios distantes e diferentes, bem como com linhas de produtos e serviços também diferentes entre as unidades. 15 Figura 13: Estrutura por unidades de negócio Fonte: MAXIMIANO (2007). A escolha da estrutura organizacional deve ser feita pelo gestor, buscando o modelo ideal para atingir o sucesso do negócio. Essa escolha pode contemplar a combinar partes de estruturas diferentes, e essas devem ter a flexibilidade para que possam ser ajustadas ou alteradas em função de novos cenários. NÃO DEIXE DE VER... Palestra “A arte de liderar” (disponível no Youtube). “A um chefe você obedece, um líder você segue, procura e admira”, diz Mário Sérgio Cortella. 4.4 ESTRATÉGIA Quando se fala em estratégia, falamos em declarações direcionais, claras e objetivas, que possibilitem guiar e coordenar ações gerenciais, em fazer escolhas e definir, principalmente, o que não se deseja fazer. Portanto, estratégia é a arte de conceber planos conjuntos, visando a atingir objetivos determinados. Na organização, esse processo é chamado de planejamento estratégico. Segundo Maximiano (2007), “estratégia empresarial é o curso de ação que uma empresa adota para assegurar seus objetivos de desempenho, como sua sobrevivência, o tamanho que pretende alcançar, os concorrentes que deseja enfrentar ou a posição que pretende ter no mercado.” Já o planejamento estratégico, é definido pelo autor como “o processo de estruturar e esclarecer os cursos de ações da empresa e os objetivos que deve se alcançar.” 16 Gestão das Organizações Laureate International Universities 4.4.1 Diretrizes Estratégicas A estratégia de uma organização é baseada em diretrizes estratégicas que são os valores culturais, negócio, visão e missão. Os valores culturais são atributos apresentados pelos dirigentes e responsáveis pela organização, que norteiam seus negócios. A filosofia da organização é definida em função das crenças e valores individuais de seus sócios e administradores. A definição de negócio de uma organização visa determinar o âmbito de atuação, ramo de atividade que a organização atua e produtos e serviços que fornece ao mercado. Já a visão é a explicitação do que se idealiza para a organização. A visão envolve os desejos de onde se quer chegar, compreendendo temas como valores, desejos, vontade, sonhos e ambição. A missão da empresa delimita a função (ou funções) que a empresa deve desempenhar as necessidades que deve atender, buscando justificar a sua razão de existência. A definição de missão deve expressar o senso de propósito, o ideal da empresa. Deve enfocar aqueles valores pelos quais, na opinião das pessoas, venha valer a pena trabalhar. 4.5 ANÁLISE DO AMBIENTE A análise das ameaças e oportunidades é base para o planejamento estratégico, segundo Maximiano (2007), “há diversas maneiras de dividir o ambiente em componentes para facilitar a sua análise”, conforme a Figura 14. Figura 14: Componentes da análise ambiental Fonte: MAXIMIANO (2007). Além da análise do ambiente externo, é necessária a análise do ambiente interno, nesse caso é pode-se utilizar SWOT. Com o resultado dessas análises, podem ser definidos os objetivos estratégicos, ou seja, qual estratégia a organização utilizará para aproveitar as oportunidades detectadas e desejadas e qual a estratégia para se defender das ameaças. 17 4.6 O INDIVÍDUO NA ORGANIZAÇÃO O trabalho é um fator de criação de riqueza, faz parte da vida do homem, os indivíduos tendem a buscar trabalhos que lhes satisfaça, ele é a ligação da relação do individuo com a organização. Segundo Lacomber e Heilborn (2006), o trabalho tem seis dimensões: • Dimensão fisiológica: o ser humano como máquina. Ele não é máquina nem infalível, nem trabalha de forma ininterrupta, mas é eficiente na coordenação e consegue relacionar a percepção à ação. • Dimensão psicológica: o trabalho como maldição e benção. A história categorizou as atividades em níveis, sendo os mais altos para a aprendizagem, politica, serviços intelectuais e os manuais para funções repetitivas e mecânicas ou de cumprimento de ordens. • Dimensão social: o trabalho como vinculo social e comunitário. O trabalho cria vínculos sócias em função da profissão exercida ou da definição de status que ele cria. • Dimensão econômica: o trabalho como meio de vida. O componente econômico tem relação com a divisão de atividades, deixando que os indivíduos sejam autossuficientes e passem a trocar os resultados do seu trabalho. • Dimensão do poder. O trabalho em grupo cria autoridade pessoal e a vontade de outros é subordinada a outro indivíduo. • Dimensão do poder econômico. A distribuição das compensações econômicas para os membros de uma organização requer uma autoridade central. Essa autoridade passa a ter o poder de decisão com relação a remuneração e definição de valores a serem aplicados. A relação do indivíduo na organização inicia em processos de seleção e recrutamento e seleção, passa pelos processos de treinamento, plano de cargos e avaliação. Esses são processos que se referem à área de recursos , que também verifica questões como pesquisa de clima, a fim de verificar as melhorias que podem ser estabelecidas para melhorarem as relações e reduzir os conflitos, além, é claro, da motivação de todos. A partir da definição de cargos, os indivíduos passam a estabelecer sua relação com a empresa de acordo com a função recebida, onde recebem as atividades e tarefas, responsabilidades e autoridade, e sua posição dentro da organização. Tão importante quanto aos processos e o conhecimento de cada indivíduo é o entendimento dos valores culturais, negócio, visão e missão da organização, a fim de que cada um saiba os caminhos pelos quais a organização deseja trilhar, e se eles são compatíveis com seu planejamento de carreira. 4.7 AS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR A administração como atividade é um processo que se compõe de quatro funções básicas: planejamento, organização, direção e controle. O administrador é o profissional apto para a realização dessas atividades, buscando objetivos e o modo como podem ser alcançados (planejar), determinando a divisão do trabalho, agrupando atividades, indicando pessoas para execução, distribuindo e alocando recursos e coordenando (organização). Também é função do administrador comandar e coordenar indivíduos, grupos e ações, motivar, liderar e resolver conflitos (dirigir), além de verificar se as 18 Gestão das Organizações Laureate International Universities atividades estão sendo realizadas dentro dos requisitos estabelecidos, a fim de alcançar os resultados esperados (controlar). Os processos de gestão são dinâmicos e interativos, e assim sendo, as quatro funções – planejar, dirigir, organizar e controlar – se relacionam de modo constante entre si. Nenhuma delas é realizada ou entendida de forma isolada, devido à administração ser a combinação cíclica e recorrente dessas funções. 4.8 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Com a aprovação da Lei de Crimes Ambientais, ou Lei da Natureza (Lei Nº 9.605 de 13 de fevereiro de 1998), a sociedade brasileira, os órgãos ambientais e o Ministério Público passaram a contar com um mecanismo para punição dos infratores do meio ambiente. Nessa legislação, são caracterizados os crimes ambientais. 4.8.1 Tipos de crimes ambientais De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, eles são classificados em seis tipos diferentes: • Crimes contra a fauna: agressões cometidas contra animais silvestres,nativos ou em rota migratória. • Crimes contra a flora: destruir ou danificar floresta de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la em desacordo com as normas de proteção. • Poluição e outros crimes ambientais: a poluição que provoque ou possa provocar danos a saúde humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora. • Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural: construção em áreas de preservação ou no seu entorno, sem autorização ou em desacordo com a autorização concedida. • Crimes contra a administração ambiental: afirmação falsa ou enganosa, sonegação ou omissão de informações e dados técnico-científicos em processos de licenciamento ou autorização ambiental. • Infrações administrativas: ações ou omissão que viole regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. 4.8.2 Legislação no Estado da Bahia Apesar da existência de uma legislação federal, cada unidade da federal elabora legislações locais a fim de atender requisitos próprios. No estado da Bahia, a legislação local é a lei nº 10.431 de 20 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a Política de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade do Estado da Bahia e dá outras providências. 19 4.8.3 Licenciamento ambiental De acordo com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM (2016), “o licenciamento ambiental é o procedimento, de acordo com a lei, pelo qual os órgãos ambientais competentes concedem a autorização e as devidas licenças para atividades poluidoras que utilizam os recursos ambientais e que, sob qualquer forma, possam causar degradação ao meio ambiente”. A legislação da Bahia busca proteger empreendimentos que têm potencial de degradação, submetendo esses empreendimentos, em qualquer de suas fases, a um licenciamento prévio. Ainda segundo a CBPM (2016): A localização, implantação, alteração e operação de empreendimentos, obras, atividades e serviços que se utilizam de recursos ambientais, considerados efetivos ou potencialmente degradadores, dependem de prévio licenciamento e autorização ambiental do IMA, ou nos municípios habilitados para a sua realização. Órgãos como o IBAMA, na esfera federal e o CEPRAM, no caso da licença de localização (podendo delegar ao IMA este licenciamento), também concedem licenças ambientais no Estado. De acordo com a CBPM (2016), as licenças ambientais existentes são: I - Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; II - Licença de Instalação (LI): concedida para a implantação do empreendimento ou atividade, de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionamentos; III - Licença Prévia de Operação (LPO): concedida, a título precário, válida por 180 (cento e oitenta) dias, para empreendimentos e atividades quando necessária a avaliação da eficiência das medidas adotadas pela atividade na fase inicial de operação; IV - Licença de Operação (LO): concedida para a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento das exigências constantes das licenças anteriores, com o estabelecimento das medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação; V - Licença de Alteração (LA): concedida para a ampliação ou modificação de empreendimento, atividade ou processo regularmente existente; VI - Licença Unificada (LU): concedida para empreendimentos definidos em regulamento, nos casos em que as características do empreendimento assim o indiquem, para as fases de localização, implantação e operação, como uma única licença; VII - Licença de Regularização (LR): concedida para regularização de atividades ou empreendimentos em instalação ou funcionamento, existentes até a data da regulamentação desta Lei, mediante a apresentação de estudos de viabilidade e comprovação da recuperação e/ou compensação ambiental de seu passivo, caso não haja risco à saúde da população e dos trabalhadores; 20 Gestão das Organizações Laureate International Universities VIII - Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC): concedida eletronicamente para atividades ou empreendimentos em que o licenciamento ambiental seja realizado por declaração de adesão e compromisso do empreendedor aos critérios e pré- condições estabelecidos pelo órgão licenciador, para empreendimentos ou atividades de baixo e médio potencial poluidor, nas seguintes situações: a) em que se conheçam previamente seus impactos ambientais, ou; b) em que se conheçam com detalhamento suficiente as características de uma dada região e seja possível estabelecer os requisitos de instalação e funcionamento de atividades ou empreendimentos, sem necessidade de novos estudos; c) as atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo LAC serão definidos por resolução do CEPRAM. 4.9 VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS Em função dos órgãos de meio ambientes locais e nacionais, dos riscos que o empreendimento pode trazer ao maio ambiente, bem como do impacto que a mudança no local do empreendimento possa trazer ao meio ambiente, são avaliados os estudos a fim de viabilizar o empreendimento. A necessidade de cada relatório ou estudo é determinada pela legislação e/ou critério do órgão ambiental licenciador. Os estudos que podem ser realizados são: • Estudo de Impacto Ambiental – EIA • Relatório de Impacto Ambiental – RIMA • Plano de Controle Ambiental – PCA • Relatório de Controle Ambiental – RCA • Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD • Estudo Ambiental Simplificado – EAS • Relatório Ambiental Preliminar – RAP • Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS • Estudo de Viabilidade Ambiental – EVA • Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV 4.9.1 Estudo de Impacto Ambiental – EAI O Estudo de Impacto Ambiental - EIA é um instrumento técnico-científico definido a partir de um Plano de Trabalho, capaz de definir, mensurar, monitorar, mitigar e corrigir as possíveis causas e efeitos de atividade ou empreendimento potencial ou efetivamente causador de significativa degradação ao meio ambiente. O EIA tem como objeto o diagnóstico das potencialidades naturais e socioeconômicas, os impactos do empreendimento, e as medidas destinadas à mitigação, compensação e controle desses impactos. 21 4.9.2 Relatório de Impacto Ambiental – RIMA O RIMA é o relatório que reflete todas as conclusões apresentadas no EIA. Deve ser elaborado de forma objetiva e possível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo a oferecer informações essenciais para que a população tenha conhecimento das vantagens e desvantagens do projeto e as consequências ambientais de sua implementação. 4.9.3 Plano de Controle Ambiental – PCA O Plano de Controle Ambiental – PCA é exigido para a concessão da Licença de Instalação de atividade de extração mineral de todas as classes. Alguns órgãos ambientais também exigem o PCA para o licenciamento de outros tipos de atividades produtivas potencialmente poluidoras. O PCA é o documento que contém os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados através do EIA/RIMA na fase de Licenciamento Prévio do empreendimento. 4.9.4 Relatório de Controle Ambiental – RCA O Relatório de Controle Ambiental é exigido na hipótese da dispensa do EIA/RIMA, para obtenção de Licença Prévia - LP de atividade de extração mineral da Classe II. 4.9.5 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD OPlano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD é o estudo voltado para a recomposição de áreas degradadas pelas atividades de mineração. Esse documento é elaborado de acordo com as diretrizes fixadas pela NBR 13030, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, e por outras normas pertinentes. 4.9.6 Estudo Ambiental Simplificado – EAS O Estudo Ambiental Simplificado - EAS é um estudo técnico que oferece elementos para a análise da viabilidade ambiental de empreendimentos ou atividades consideradas potencial ou efetivamente causadoras de degradação do meio ambiente. Esse estudo é similar ao Estudo de Impacto Ambiental – EIA, porém será exigido para atividade ou empreendimento de impacto ambiental muito pequeno e não significativo. O EAS deverá avaliar os impactos resultantes da implantação do empreendimento e a definição das medidas mitigadoras, de controle ambiental e compensatórias, necessárias à sua viabilização ambiental. 4.9.7 Relatório Ambiental Preliminar – RAP Em função da legislação local, o empreendedor deverá requerer a Licença Ambiental Prévia, instruída com o Relatório Ambiental Preliminar – RAP. 22 Gestão das Organizações Laureate International Universities O RAP tem como função instrumentalizar a decisão de exigência ou dispensa de EIA/RIMA, para obtenção de Licença Ambiental Prévia. 4.9.8 Estudo de Viabilidade Ambiental – EVA O Estudo de Viabilidade Ambiental - EVA possibilita informar sobre a existência de eventuais limitações que poderão inviabilizar um projeto e fornecer aconselhamento no tocante a redefinições e alternativas a considerar, de modo a evitar futuros problemas de aprovação/ licenciamento ambiental. 4.9.9 Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) é um instrumento de planejamento urbano instituído pela Lei Federal 10.257/2001, denominada Estatuto da Cidade, pela qual todos os municípios brasileiros obrigam-se a regulamentá-lo em lei específica, determinando quais empreendimentos são passíveis do estudo. O EIV destina-se a empreendimentos de impacto significativo no meio urbano, sem que haja delimitação da extensão territorial ou de área construída (a não ser que assim lei municipal o defina). O estudo busca, preponderantemente, avaliar a repercussão do empreendimento sobre a paisagem urbana; sobre as atividades humanas instaladas; sobre a movimentação de pessoas e mercadorias e sobre os recursos naturais da vizinhança. Em função do risco ou potencial de degradação, o empreendimento deve seguir um roteiro determinado pelo órgão local de meio ambiente, a fim de mitigar as possibilidades poluidoras e de degradação. NÃO DEIXE DE VER... A história das coisas (disponível no Youtube). Versão brasileira do vídeo “The Story of Stuff”, A história das coisas explica o funcionamento do capitalismo e como as Corporações manipulam governos e pessoas para consumirem cada vez mais. A história das coisas revela a ideologia por trás do consumismo e a causa das grandes dif- erenças sociais. A história das coisas mostra também o porquê da nossa sociedade produzir tanto lixo e de- struir o meio ambiente. 23 Síntese • Neste capítulo, vimos que o conceito de organização é abordado de várias formas. • Vimos também que as organizações podem ser agrupadas em função de suas definições: Sistema Racional, Sistema Natural e Sistema Aberto. • Foi importante entender que os processos de organização têm como meta analisar os trabalhos e objetivos a serem realizados, dividir o trabalho e as responsabilidades por sua realização, definir os níveis de autoridade e desenhar a estrutura organizacional. • Entendeu também que a estrutura organizacional representa a ligação entre os indivíduos e o trabalho da organização. • Viu que a estratégia é a arte de conceber planos conjuntos, visando a atingir objetivos determinados e que na organização, esse processo é chamado de planejamento estratégico. • Viu também que a estratégia de uma organização é baseada em diretrizes estratégicas que são os valores culturais, negócio, visão e missão. • Também vimos que a análise das ameaças e oportunidades é base para o planejamento estratégico. • Ainda neste capítulo vimos que o trabalho é um fator de criação de riqueza, faz parte da vida do homem, os indivíduos tendem a buscar trabalhos que lhes satisfaça, ele é a ligação da relação do individuo com a organização. • Conheceu as funções básicas da administração: planejamento, organização, direção e controle. • Também conheceu a Legislação Ambiental e os tipos de crimes ambientais. 24 Gestão das Organizações Laureate International Universities AURELIO B. H., Mini Dicionário Aurélio Língua Portuguesa. São Paulo: Ed. Positivo, 2014. CBPM - Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, acessado em: 20/01/2015, disponível em: www.cbpm.com.br/paginas/omeio_nacbpm.php . LACOMBE, F.J.M.; HEILBORN, G.L.J. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Sa- raiva, 2006. MAXIMINIANO, Antônio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. ZANELLI, J.C.; Borges-Andrade, J.E; Bastos A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. ReferênciasBibliográficas Gestão das Organizações 4.1 AS DIMENSÕES DA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES 4.1.1 Sistema Racional 4.1.2 Sistema Natural 4.1.3 Sistema Aberto 4.2 PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO 4.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 4.4 ESTRATÉGIA 4.4.1 Diretrizes Estratégicas 4.5 ANÁLISE DO AMBIENTE 4.6 O INDIVÍDUO NA ORGANIZAÇÃO 4.7 AS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR 4.8 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 4.8.1 Tipos de crimes ambientais 4.8.2 Legislação no Estado da Bahia 4.8.3 Licenciamento ambiental 4.9 VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS 4.9.1 Estudo de Impacto Ambiental – EAI 4.9.2 Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 4.9.3 Plano de Controle Ambiental – PCA 4.9.4 Relatório de Controle Ambiental – RCA 4.9.5 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD 4.9.6 Estudo Ambiental Simplificado – EAS 4.9.7 Relatório Ambiental Preliminar – RAP 4.9.8 Estudo de Viabilidade Ambiental – EVA 4.9.9 Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV
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