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RESUMO: PODER EXECUTIVO

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PODER EXECUTIVO 
A função típica do poder executivo, que é exercido no Brasil de forma 
unipessoal, é a administração da coisa pública, vez que a Constituição adota 
o sistema de governo presidencialista, atribuindo ao presidente às funções de 
chefe de estado (representação internacional) e chefe de governo (exerce 
atividades governamentais). 
Para ser presidente da república no Brasil são necessário obter alguns 
requisitos, são eles: 1) ser brasileiro nato; 2) ter domicílio eleitoral no Brasil; 3) 
pleno exercício dos direitos políticos; 4) filiação partidária, e; 5) ter idade 
mínima de 35 anos. 
O presidente conta com o auxílio dos ministros e do vice, que é eleito 
juntamente com o presidente, desde seja devidamente registrado e tem como 
funções substituir e suceder, uma vez que o vice é o sucessor natural do 
Presidente. 
ELEIÇÕES 
As eleições para chefe do executivo ocorrem de quatro em quatro anos, sendo 
seu mandato válido por tal período prorrogável por igual período apenas uma 
única vez. Será considerado eleito em primeiro turno o candidato que obtiver a 
maioria absoluta dos votos válidos, excluídos os brancos (o indivíduo abre mão 
de votar) e nulos (demonstração de insatisfação), previsto no artigo 77 da CR. 
Se nenhum candidato atingir a maioria absoluta dos votos ocorrerá o segundo 
turno entre os dois mais votados no primeiro turno. No âmbito municipal 
somente haverá segundo turno quando o município tiver mais de 
duzentos mil eleitores. 
MINISTROS DE ESTADO 
Ocupam o cargo conhecido por natureza ad nutum, ou seja, livre nomeação e 
exoneração. Apesar da indicação ser livre, a CR inclui alguns requisitos para a 
nomeação: 1) ser brasileiro – apenas os ministros de defesa obrigatoriamente 
deverão ser brasileiros natos; 2) maior de 21 anos. 
Além dos ministros de estado o presidente também será assessorado pelo 
conselho da defesa e pelo conselho da república, que são órgão consultivos 
com a finalidade de opinar, por exemplo, sobre a intervenção federal e sobre a 
decretação do estado de sítio e do estado de defesa/calamidade pública. O 
conselho da república geralmente manifestará sobre assuntos internos 
enquanto o conselho da defesa nacional sobre assuntos de guerra (art. 89 à 
91, CR). 
SUCESSÃO E SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL 
Nas hipóteses de impedimento (afastamento temporário) e vacância 
(afastamento definitivo) o presidente será sucedido ou substituído por aqueles 
que se encontram na linha sucessória presidencial: 
 
A substituição ocorrerá quando houver impedimento temporário, como em 
casos de licença, e a sucessão quando houver o afastamento definitivo do 
cargo, seja por renúncia, morte, condenação por crime de responsabilidade. 
Caso haja vacância dupla, haverá substituição pelo prazo de até 90 dias se a 
vacância se der nos dois primeiros anos do mandato e de até 30 dias se a 
vacância se der nos dois últimos anos. No primeiro caso o povo diretamente 
escolherá seu novo representante, na segunda hipótese o próprio congresso 
nacional irá eleger indiretamente o novo representante da nação. 
RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE 
Durante a vigência do seu mandato o presidente não poderá ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício da função, porém após o fim 
do mandato eletivo não há mais que se falar em imunidade. 
Havendo nexo de causalidade com o ato delituoso cometido pelo presidente 
com o exercício de sua função, poderá ser processado desde que haja 
autorização por meio de voto favorável de 2/3 dos membros da câmara dos 
deputados: juízo de admissibilidade (os parlamentares não precisam 
VICE 
PRESIDENTE 
DA CÂMARA 
PRESIDENTE 
DO SENADO 
PRESIDENTE 
DO STF 
apresentar fundamentação jurídica durante o voto, tratando-se de manifestação 
essencialmente política). 
Analisado o nexo de causalidade e tendo a câmara aprovado, será julgado pelo 
Senado Federal na hipótese de lhe ser imputado crime de responsabilidade ou 
pelo STF na hipótese de crime comum. 
CRIME DE RESPONSABILIDADE 
Infração política que atenta contra a CR (art. 85). Ex: crimes contra a lei 
orçamentária, contra a segurança interna do país, contra o exercício dos 
direitos políticos e dos direitos individuais e sociais. 
CRIME COMUM 
Todo e qualquer delito que não possua natureza de infração política e que seja 
imputado ao cidadão comum. 
Se houver julgamento por crime de responsabilidade o presidente do STF irá 
conduzir os trabalhos da casa para assegurar o contraditório e a ampla defesa, 
mas vale destacar que ele não julgará nessa hipótese apenas conduzirá o 
julgamento. 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
Na hipótese de haver condenação por crime de responsabilidade, o presidente 
da república perderá o cargo e ficará inabilitado para função pública por 8 anos 
(impeachment); somente ocorrerá a condenação com o voto favorável de 2/3 
dos membros do senado federal (art. 52, I, § único). 
O objetivo da constituição ao prever que o condenado fique inabilitado por 8 
anos é de desqualificar o condenado para o exercícios de outras funções 
públicas. Vale ressaltar que o fato não ocorreu no julgamento da então 
presidente Dilma, a qual apesar de perder o cargo não foi penalizada com a 
inabilitação (fracionamento). 
Quando o julgamento versar sobre crime comum, será imputado ao presidente 
a pena prevista no código penal, sendo que a perda do cargo é uma 
consequência da suspensão dos seus direitos políticos. 
OBS! Em caso de autorização da câmara para o processamento do presidente, 
o mesmo será afastado do cargo por um prazo máximo de 180 dias e decorrido 
tal prazo sem que o processo tenha finalizado o presidente retorna ao cargo 
sem prejuízo do regular andamento do processo. 
O presidente possui imunidade relativa, ou seja, não poderá ser preso antes de 
sentença penal condenatória sendo vedada a prisão provisória. 
CASO DILMA 
Em 2016 a então presidente Dilma foi a segunda representante do poder 
executivo nacional a ser processada, julgada e condenada por crime de 
responsabilidade durante a vigência da constituição de 1988. Os fatos que 
foram imputados a ela são os seguintes: 
1) Edição de créditos suplementares sem autorização do poder legislativo, 
configurando delito orçamentário, caracterizado pela imprensa como 
“pedaladas ou manobras fiscais”. A presidente autorizou por meio de 
decreto em desacordo com a lei orçamentária, o repasse de verbas para 
a realização de determinados serviços, maquiando o resultado das 
contas públicas (crédito suplementar); 
2) Concessão de renúncia fiscal à FIFA para organização e realização da 
copa do mundo de 2014; 
3) Suposta influência e interferência nas investigações da operação Lava 
Jato, buscando omitir informações da Petrobras que é uma empresa 
estatal. 
Após desentendimentos políticos o pedido para que a presidente fosse 
processada foi acolhido pela câmara dos deputados, tendo o senado a 
condenado por crime de responsabilidade impondo-lhe a perda do cargo sem, 
porém aplicar a sanção de inabilitação para exercícios de função pública 
argumentando que a constituição possibilita tal fracionamento, argumento esse 
que foi admitido pelo presidente do STF que apenas conduzia o julgamento. 
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Além de nomear e exonerar ministros, o presidente é responsável por aprovar 
determinadas espécies legislativas, criar e extinguir cargos públicos, editar 
decretos e regulamentos para assegurar o fiel cumprimento das leis, celebrar a 
paz e declarar a guerra, dentre outras atribuições previstas no art. 84 da CR. 
OBS! A maioria doutrinária entende que o presidente não tem condão para 
editar decretos autônomos, vezque seus fundamentos são retirados de uma lei 
existente.

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