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Resenha de O pêndulo de Foucault

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RESENHA DO LIVRO 
O PÊNDULO DE FOUCAULT 
UMBERTO ECO 
 
 
 
 
 
 
O livro tem dez capítulos, correspondentes ao Sefirot, as dez emanações de Ain Soph, 
a Árvore da vida da Cabala 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biografia do autor: 
 
Umberto Eco nasceu na cidade de Alexandria, no Piemonte, em 5 de janeiro de 1932, e morreu 
em Milão, em 19 de fevereiro de 2016. Foi filósofo, semiólogo, linguista e escritor de fama 
internacional, Lecionou Semiótica e foi diretor da Escola Superior de Ciências Humanas, na 
Universidade de Bolonha. Lecionou também em Yale, na Universidade Columbia, em Harvard, 
no Collège de France e na Universidade de Toronto. 
Seus primeiros trabalhos como filósofo, sob a orientação de Luigi Pareyson, foram sobre 
Estética Medieval, sobretudo textos de São Tomás de Aquino. Nos anos 50, começa a trabalhar 
na RAI, a televisão pública italiana, em programas culturais. Em 1960, dedica-se à Poética 
Contemporânea, lançando uma coletânea de ensaios intitulada ‘Obra aberta’ (1962), cujo 
conceito é o de que uma obra de arte amplia o universo semântico. 
Lança, logo depois, o livro ‘Apocalípticos e integrados’ (1964), em que mostra nova orientação 
nos estudos da cultura de massa, como histórias em quadrinhos, telenovelas e publicidade, 
criticando a postura de quem acredita que ela arruína os "valores artísticos”. 
Dedicou-se intensamente ao estudo da Semiótica, a ciência dos signos, termo que encontrou no 
‘Ensaio sobre o entendimento humano’ de John Locke, e escreveu livros importantes sobre esse 
tema, como ‘As formas do conteúdo’ (1971) e ‘Tratado geral de semiótica’ (1975). 
Sua dedicação à Semiótica, aliada ao seu interesse pela Estética, levam-no a desenvolver 
estudos sobre ‘Cooperação interpretativa de textos pelos leitores’. ‘Lector in fabula’ (1979) e 
‘Os limites da interpretação’ (1990), são obras que promovem essa cooperação interpretativa. 
No final dos anos 70, incluiu também a literatura popular, com o livro ‘O super-homem de 
massa’ (1978). Publicou, logo depois, o título mais conhecido, ‘O nome da rosa’ (1980), 
seguido por ‘O pêndulo de Foucault’ (1988). Suas últimas obras foram ‘O cemitério de Praga’ 
(2010) e ‘Número zero’ (2015). 
Além de famoso pela sua criação literária, também marcou presença por declarações polêmicas, 
publicadas tanto em entrevistas, assim como nos livros. Por exemplo: 
"Os livros não são feitos para que alguém acredite neles, mas para serem submetidos à 
investigação. Quando consideramos um livro, não devemos perguntar o que diz, mas o que 
significa" (O Nome da Rosa). 
Contexto: 
 
Umberto Eco disse, em entrevista ao repórter F. Adornato, do L’Espresso, em 9/10/1988: 
“Uma doença apoderou-se da cultura e da política da nossa época. Foi por isto que escrevi 'O 
Pêndulo de Foucault'; quis denunciá-la. É a doença da interpretação que influenciou tudo: a 
teologia, a política, a vida psicológica. O seu nome é “Síndrome da Suspeição”. O seu 
instrumento é a Dietrologia: atrás de um fato esconder-se-ia outro mais complexo, e ainda outro, 
e assim por diante, sem fim. A vida é interpretada como um eterno complô ou, antes, como uma 
cadeia de complôs… Nem mesmo Deus bastaria para explicar a origem do universo. Ele mesmo 
é envolvido na suspeição; seria Ele realmente o único Artífice? E por que nos criou?”. 
Mais à frente, na mesma entrevista: 
“Até os cientistas do positivismo do século passado, de noite se reuniam em sessões para fazer 
danças às mesas! E Descartes? O racionalista Descartes! Também ele foi à Alemanha nas 
pegadas da Rosa-Cruz. Nem São Tomás de Aquino foi capaz de excluir o poder dos bruxos. Eis 
uma síndrome eterna, transversal a todas as culturas; eis uma neurose milenar. De que depende? 
Do fato de que o primeiro e verdadeiro mistério é a vida. As pessoas vêm ao mundo; não sabem 
qual é a sua origem, não sabem onde acabarão depois da morte; vivem dentro de terrível 
incerteza. Costumam reagir de duas maneiras: ou dizem “esperemos o melhor” e sacodem os 
ombros, ou perguntam: “quem tem a culpa disto tudo? Quem é que está a me castigar?”. Se 
estas perguntas se tornam obsessivas, temos a Síndrome da Suspeição, o caruncho eterno que 
rói a nossa saúde mental”. 
Foi nesse contexto, em que Umberto Eco constata que crenças irracionais em ocultismo 
acometem desde luminares da ciência, na Idade Média e, ao longo dos séculos, pessoas comuns 
contemporaneamente, que ele desenvolveu a trama de seu romance ‘O pêndulo Foucault’. 
Por ter em mente esse objetivo, é que Umberto Eco, provavelmente, enriqueceu a trama com 
uma avalanche de fatos históricos, relatados com detalhada minúcia, chegando até ao exagero, 
cujas associações e imbricações tornam pesada e difícil a leitura de seu livro, como se fosse um 
manuscrito ocultista. 
 
 
Apresentação: 
 
‘O pêndulo de Foucault’ é uma verdadeira enciclopédia sobre cultos e seitas esotéricas, místicas 
e ocultistas, da Idade Média até o século XX, abrangendo desde Cavaleiros Templários, 
Hospitalários, Rosa-Cruzes e outras, com as diversas ramificações e imbricações entre si, 
passando por cultos africanos, como Umbanda e Candomblé, até a Cabala, crença religiosa 
judaica, que atribui valores numéricos e signos às letras do seu alfabeto. 
O autor decidiu atribuir tanta importância à crença cabalística, que dividiu o livro em dez 
capítulos, cada um com o nome de uma das dez séfiras, o sefirot, que formam os dez estágios 
da Árvore da Vida da Cabala. 
Em ‘O pêndulo de Foucault’, Umberto Eco brinca com a mistura de realidade com ficção, mas 
essa ficção contém ideias e conceitos, que surgem no decorrer da história, e levam o leitor à 
reflexão. 
Ele aborda questões contemporâneas, como o irracionalismo high-tech, o pânico do fim de 
milênio, os signos e coincidências da História, sempre demonstrando grande humor e erudição, 
aliando a tudo isso suspense, ocultismo, esoterismo e mistério. 
A trama histórica é detalhada, pesada, com texto enxuto e forte. O leitor precisa ser persistente, 
porque a leitura, na maior parte do tempo, é lenta, pelo minucioso relato histórico que o autor 
faz e pela erudição da obra. 
É um livro profundamente crítico, que procura desfazer opiniões, que muitos tomam como 
verdadeiras, sobre a crença irracional, sobre a necessidade de acreditar no oculto, em algo mais 
do que em coincidências e em obviedades. 
É um livro que ironiza teorias de conspiração, mesmo bem urdidas, e conceitos, hoje em dia 
generalizados, de que, desde épocas remotas, há seitas secretas, que procuram dominar o 
mundo. 
Umberto Eco testa nossa capacidade racional de enfrentar a necessidade que demonstramos de 
crer em algo grandioso e oculto, tanto que classificou este livro como "um romance das ideias, 
sobre a relação entre razão e irracionalismo". 
 
Desenvolvimento: 
 
O protagonista, Casaubon, narrador da história, é um estudante que está em Milão, 
desenvolvendo uma tese sobre a Ordem dos Cavaleiros Templários. Por isso, pesquisa 
documentos e manuscritos antigos, em bibliotecas, conventos e livrarias místicas, tentando 
obter informações sobre essa Ordem, que surgiu durante as Cruzadas. 
Principalmente, como uma Ordem que recebeu feudos e templos do Papa, que a tornaram tão 
rica e poderosa, a ponto de despertar inveja e receio até em reis, desenvolvendo uma 
organização tão grande e complexa, sendo considerada como precursora dos bancos modernos, 
teve súbito e completo desaparecimento. 
Casaubon vai, certa noite, a um bar que sempre frequentava, onde encontra Belbo, com quem 
faz amizade e menciona sua pesquisa. Belbo, então, o convida a visitar a editora Garamond, 
onde trabalha. Lá, conhece Diotallevi, um cabalista amigode Belbo e também funcionário da 
editora, e acabam ficando amigos. 
Certo dia, recebem a visita de um tal coronel Ardenti, que mostra um manuscrito de seu livro 
sobre os Templários, afirmando ter descoberto que eles existiriam até hoje e teriam um projeto 
que, além de vingar a morte dos seus líderes na Idade Média, conteria um plano secreto de 
domínio do mundo. 
Mostrou a cópia de um documento semicarcomido, que ele mesmo interpretou e que, 
aparentemente, revelava um plano de salvação de parte dos Templários, encarregados de 
transmitir o projeto através do tempo, de geração a geração. Após escaparem, dividiram-se em 
grupos que se espalharam por diversas regiões. Ardenti assim confidenciou com Casaubon e 
Belbo: 
“É forçoso pensar num plano. Num plano sublime. Suponhamos que os Templários tivessem 
um projeto de conquistar o mundo e conhecessem o segredo de uma imensa fonte de poder, um 
segredo cuja preservação valeria o sacrifício de todo o quartel do Templo em Paris, as comendas 
espalhadas por todo o reino e pela Espanha, Portugal, Inglaterra e Itália, os castelos da Terra 
Santa, os depósitos monetários, tudo… Filipe, o Belo, suspeitava disso pois, de outra forma, 
não se compreende por que tenha desencadeado a perseguição, atirando descrédito sobre a fina 
flor da cavalaria francesa”. 
 
Acreditava-se que os Templários haviam descoberto o Graal, um segredo sobre o controle de 
forças telúricas, que podem desencadear tremendos cataclismos sobre a Terra. Encontrando o 
ponto central dessas forças, o ‘umbigo do mundo’, poderiam controlá-las e direcionar para 
qualquer lugar os eventos cataclísmicos, assim dominando o mundo. 
Quando descobriram esse segredo, os Templários não tinham tecnologia suficiente para usá-lo. 
Elaboraram, então, o projeto de dividir o conhecimento desse segredo entre os grupos 
espalhados pelo mundo, de modo que cada um passasse a informação ao outro grupo, após certo 
espaço de tempo, e o último grupo, tendo o segredo e a tecnologia, colocaria o plano em 
execução. Os instrumentos necessários para localizar o esconderijo do Graal são um mapa 
especial e o pêndulo de Foucault. 
Segundo cálculos do coronel, os Templários deveriam ter encontrado o Graal e dominado o 
mundo em 1944, mas a Segunda Guerra deve ter interferido na comunicação entre os grupos e 
interrompido a sequência do plano. Assim, casualmente, por esse relato do coronel, os amigos 
foram apresentados ao Plano. 
Quando souberam que o coronel estava desaparecido, com indícios de que algo grave, talvez 
fatal, lhe ocorrera, decidiram continuar as pesquisas sobre o plano, pesquisando informações 
que solucionassem o mistério que o envolvia. 
Nessa época, Casaubon conhece Amparo, uma brasileira, por quem se enamora e viaja com ela 
para o Brasil, onde fica dois anos. Amparo o apresenta a cultos africanos, como candomblé e 
umbanda, nos quais ele participa com ela. Certo dia, conhece Agliè, homem inteligente e afável, 
cuja jovialidade contrasta com sua idade. Por ser rosa-cruz, dá a entender que a idade não o 
afeta, talvez seja, mesmo, imortal. O romance com Amparo termina, e Casaubon volta a Milão. 
Reencontra Belbo, cujo patrão, sr. Garamond, o contrata para pesquisar ilustrações para um 
livro sobre metais. Os três amigos, novamente juntos na editora, recebem do patrão a 
incumbência de publicar livros sobre ocultismo. Casaubon sugere ao patrão que contrate Agliè 
para auxiliá-los. 
Belbo, principalmente, mas também Diotallevi, imergem em manuscritos ocultistas, enviados 
à editora por inúmeros escritores esotéricos, apelidados de Diabólicos pelos três amigos, e que 
associam todo tipo de conexões ridículas, e até contraditórias, entre eventos históricos. 
Tendo à mão tanto material místico, junto com tantas teorias conspiratórias, os três amigos 
começam a brincar com essas informações e, retomando os dados do coronel Ardenti, passam 
a tentar completar os dados que revelariam o segredo do Graal. E então, elaboram ‘o Plano’. 
O Plano consiste simplesmente em montar um jogo, que já contaria com diversas peças 
verdadeiras, dadas por fatos históricos verídicos, e inúmeras peças desconhecidas, que deverão 
ser inventadas, deduzidas ou inferidas, para completar o quadro. 
Fazem uso também do Abulafia, computador pessoal de Belbo, que o usa principalmente para 
relatos e textos pessoais (que Casaubon leu, quando procurava localizar Belbo), e como tem um 
programa que faz arranjo randômicos de palavras, usam-no para criar conexões que encaixem 
logicamente no Plano. Entram palavras fortuitamente selecionadas, dos manuscritos do 
Diabólicos, e o Abulafia cria sugestões para um novo texto. 
Tiveram o cuidado de estabelecer várias regras que assegurassem um nexo histórico, evitando 
redundâncias que pudessem fazer o foco da busca derivar. Mas, com o passar do tempo e a 
gradativa formação do quadro, esse rigor foi enfraquecendo, chegando ao ponto de aceitarem o 
lema fascista de que "o fim justifica os meios". 
Os três amigos que, inicialmente, tinham o Plano como uma simples brincadeira, passam a ficar 
tão obcecados por ele, que têm suas vidas afetadas. Casaubon revela o Plano a Lia, sua atual 
mulher, que mostra suas inconsistências e pede que desista. 
Diotallevi descobre que está com câncer, e atribui seu infortúnio ao Plano. E Belbo, enciumado 
pela corte que Agliè faz à sua amada Lorenza, como revanche, mente a ele, dizendo ter 
encontrado o mapa da localização do Graal. 
Agliè é líder da “Sociedade Tres” e, crente que Belbo disse a verdade, exige dele o mapa. Como 
ele se recusa, arma uma trama que o incrimina como terrorista, e o coage a ir encontrá-lo em 
Paris. 
Belbo desaparece e Casaubon começa a procurá-lo. E assim, chega-se ao epílogo, que começa 
no primeiro capítulo, justamente na igreja de Saint Martin des Champs, onde está instalado o 
Museu de Artes e Ofícios de Paris, e em cuja cúpula do coro está pendurado o pêndulo de 
Foucault. 
 
Casaubon, seguindo informações deixadas por Belbo, vai à igreja de Saint Martin des Champs, 
onde aguarda o fechamento do museu, para se esconder num dos artefatos, aguardando a meia-
noite e de onde assiste a um verdadeiro Sabá, que culmina com a participação espetacular do 
pêndulo de Foucault. 
O líder da sociedade Tres, frustrado porque Belbo se nega a entregar o segredo, enforca-o no 
fio do pêndulo. Durante a confusão que se forma, Casaubon consegue fugir pelos esgotos da 
cidade e, tomado por suspeitas de perseguição, se refugia na casa de campo de Belbo. 
Relembrando todos os acontecimentos, percebe que gente muito perigosa se convenceu de que 
o Plano é verdadeiro, e é somente questão de tempo, até que seja apanhado. 
 
Conclusão: 
 
Umberto Eco vale-se de seu imenso conhecimento histórico, além do seu domínio semiológico 
da informação, para construir uma grande sátira contra o mundo moderno e sua ânsia de 
desvendar mistérios irracionais, sua crença no ocultismo, numerologia, magia, astrologia, 
cartomancia, etc. E associou a essa crítica, forte exortação sobre a busca insana pelo poder, que 
move homens e nações, atualmente. 
O Plano que Umberto Eco elabora, por intermédio dos três amigos, principalmente Belbo, 
personagens da trama, é um jogo, mais especificamente, um “quebra-cabeça”, cujo quadro teria 
diversas peças reais, dadas por fatos históricos verídicos, e inúmeras peças desconhecidas, que 
deveriam ser deduzidas, inventadas pelos amigos, para completar o quadro. 
Belbo usou inclusive seu microcomputador, o Abulafia, cujo programa randômico de 
combinação de palavras era usado para encontrar novas conexões entre elas. Tiveram o cuidado 
de estabelecer regras que assegurassem certa correção histórica dessas invenções, evitandoredundâncias que pudessem desviar o foco da busca pelo segredo. 
Mas, com o passar do tempo e o paulatino sucesso na formação do quadro, esse rigor foi se 
enfraquecendo, chegando ao ponto de aceitarem o lema fascista de que "o fim justifica os 
meios". 
E assim o Plano foi se desenvolvendo, o quadro desse grande puzzle sendo gradativamente 
completado com tão razoável credibilidade, que envolveu os três amigos, afetando até suas 
vidas. Os amigos ficaram surpresos, quando perceberam que mais pessoas acreditaram no 
Plano. 
 
Bibliografia: 
 
ECO, Umberto; IVO Barroso (tradutor). O Pendulo de Foucault. 6º ed. Rio de Janeiro, Editora 
Record, 1995.

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