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AULA 01
Noções em relação ao Direito: o direito enquanto função social.
Ítalo Márcio Gurgel de Castro
Noções fundamentais do Direito
unidade1
Segurança do
Trabalho
Curso Técnico Subsequente em
Disciplina: INTRODUÇÃO AO DIREITO
Você verá por aqui... 
 
 
Seja muito bem-vindo, caro aluno, ao estudo do direito. Neste curso de 
introdução, temos por objetivo apresentar as noções fundamentais acerca do 
direito. 
O conhecimento das noções básicas do direito vai lhe ajudar a 
compreender a função do direito como instrumento social, bem como, vai 
proporcionar a você, aluno do ensino a distância, melhores condições para 
entender as disciplinas seguintes que requeiram um conhecimento elementar 
da ciência do direito. 
Ademais, um conhecimento jurídico elementar vai auxiliar o técnico no 
exercício da sua atividade profissional, dotando-o do saber técnico-jurídico 
considerado adequado e necessário para que possa exercer as suas funções 
com uma maior segurança e em respeito aos dizeres legais. 
 Por fim, o conhecimento do conteúdo trabalhado vai ajudá-lo a 
compreender o funcionamento do poder judiciário e a resolução das lides, a 
fim de que, com base nesse saber, você tenha a devida cautela no exercício 
de suas atividades e possa prevenir a ocorrência destas. 
Vamos iniciar a nossa aula evidenciando que o direito encontra-se, hoje 
mais do que nunca, presente nas nossas vidas, de tal forma que se torna 
imprescindível conhecermos os seus fundamentos básicos. Nesse sentido, 
pretendemos apresentar os conceitos básicos acerca do direito como 
instrumento e objeto a serviço da sociedade para que se possa entender a 
importância do direito para a organização social, de modo a justificar o seu 
estudo. 
Esta aula introdutória irá facilitar a compreensão dos assuntos a serem 
trabalhados nas aulas seguintes. 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS 
 Conceituar o direito. 
 Compreender o direito como instrumento de controle e pacificação social. 
 Identificar outros meios de controle social. 
 A importância do direito à sociedade organizada; 
 Entender o direito como veículo de promoção da justiça. 
 
 
Noções fundamentais do direito 
 
 
Compreendendo o direito... 
Etimologicamente, segundo Nascimento (2000, p.7), a palavra “direito” 
tem origem latina, formada a partir da junção das palavras latinas dis (muito, 
intenso) com o termo rectum (reto, justo), significando, assim, “muito reto”, 
“muito justo”. 
Entre nós, o termo “direito” tem inúmeros significados na língua 
portuguesa. Segundo Aurélio (2000, p. 238), dentre esses significados, o 
direito pode ser visto como “o que é justo, conforme a lei”, “a faculdade 
legal de praticar ou não praticar um ato” e, ainda, de acordo com o autor, “o 
conjunto das normas jurídicas vigentes num país”. 
Por sua vez, o mestre Paulo Dourado de Gusmão (2003, p. 49) 
apresenta três sentidos para o termo “direito”: 
 
 
1º regra de conduta obrigatória (direito objetivo); 
2º sistema de conhecimentos jurídicos (ciência do 
direito); 
3º faculdade ou poderes que tem ou pode ter uma 
pessoa, ou seja, o que pode uma pessoa exigir de outra 
(direito subjetivo). 
Certamente, todas essas definições citadas vão ser úteis para este 
estudo, porém, no presente momento, chama-se atenção para o conceito que 
se refere ao direito como ordenamento jurídico, ou seja, o conjunto de 
normas vigentes num país. uma vez que vai se compreendendo esse instituto 
que nós vamos justificar a importância do estudo do direito. 
 
 
Direito e Sociedade 
 
 
A vida em grupo é essencial para o desenvolvimento e a perpetuação da 
vida humana, desde a procriação, que requer a união do homem com a mulher 
para gerar, até cuidar da prole, a qual tem um longo período de dependência 
em relação aos pais, se comparada com outras espécies animais. 
Logo, para fazer valer a procriação, necessário se fez que o homem se 
organizasse em pequenos grupos, propiciando, dessa forma, oportunidade de 
união entre os seus pares. Ademais, a organização da vida humana em grupos 
foi importante ainda nas mais primitivas organizações humanas, visando a 
uma maior proteção aos seus integrantes, fosse para proporcionar uma melhor 
qualidade de vida para os seus componentes, fosse para se proteger, por 
exemplo, dos predadores ou dos grupos rivais. 
Como consequência da vida em sociedade, surgiu a necessidade de uma 
organização. O direito, como instrumento a serviço da sociedade, apareceu, 
então, para favorecer essa necessidade de se estabelecerem regras para o 
convívio em sociedade. 
De acordo com Nader (2003, p. 23), a interação social se apresenta 
sob as formas de cooperação, competição e conflito e encontra no Direito 
a sua garantia. 
Forçoso, assim, reconhecer a pertinência do velho brocardo latino que 
diz: ubi societa ibi jus: onde há sociedade há direito. 
Nesse contexto, o direito surge como um conjunto de normas que visa a 
manter a ordem social que, diante da liberdade de escolha da conduta 
humana, faz-se necessário que seja acompanhada de sanções no intuito de 
conduzir essa faculdade de decidir, de acordo com a intimidade individual, 
para uma conduta que favoreça a manutenção da ordem social. 
É fato que nas sociedades primitivas essa organização social era 
bastante elementar, cabendo ao direito, como criação do homem, atender às 
necessidades sociais da época. 
No entanto, como consequência também dessa adaptação à realidade, 
você pode observar que o direito não é estático, ele é dinâmico e assim deve 
ser para que possa acompanhar a evolução da humanidade, buscando 
satisfazer os anseios sociais. 
 
Com efeito, o direito tem como finalidade regular os fatos. Logo, é 
pressuposto lógico da regulamentação, a necessidade/utilidade da 
normatização diante da relevância da ocorrência ou pelo menos probabilidade 
da ocorrência do fato na sociedade contemporânea. 
 
 
Para refletir 
 
 Imagine, por exemplo, a ausência de necessidade de se 
regulamentar, nas décadas passadas, o uso da internet ou da 
genética. Ora, se a internet é uma criação recente do homem, 
mas que nos últimos dez ou quinze anos vem se tornando uma 
ferramenta essencial para as pessoas, servindo de interface 
para compras, comunicação em geral e até para prática de 
crimes! 
 Logo, se de fato, essa regulamentação parecia um 
absurdo no passado, dada a inexistência da internet ou o seu 
uso restrito, para os dias atuais, no entanto, com a evolução 
tecnológica e a sua popularização, faz-se premente 
regulamentar as condutas praticadas via internet 
Nesse aspecto, ressalta-se, por exemplo, a recente regulamentação em 
área de engenharia genética, ganhando destaque nacional na mídia de todo o 
Brasil. Porém, se levantado o assunto há algumas décadas, seria motivo de 
total menosprezo e zombaria. 
No mesmo sentido, é importante destacar que assuntos de grande 
destaque nacional ainda carecem de regulamentação, como os casos de 
comércio eletrônico, que, embora já tenha uma grande participação no 
comércio atual, sendo líder de vendas em alguns segmentos, ainda carece de 
uma regulamentação própria, sendo utilizadas, quando cabíveis, as regras do 
Código de Defesa do Consumidor. 
 
Você deve perceber, com a reflexão sobre esses exemplos, que a 
sociedade encontra-se em constante modificação e o direito, como 
instrumento a serviço da sociedade, tem que se adaptar a essa mudança social 
para que não venha a se tornar arcaico ou ultrapassado, no sentido de não 
conseguir mais garantir os direitos e os anseios da sociedade em 
transformação. 
É por causa dessa frequente necessidade de modificação/adaptaçãoàs 
novas perspectivas sociais, que o direito se modifica tanto, de tal forma que 
sempre estão surgindo novas leis para regulamentar novas situações, bem 
como atualizar as normas então existentes. 
 
Da mesma forma, porém no caminho inverso, situações outras que eram 
tidas como criminosas pelo direito podem perder essa característica, como o 
que aconteceu recentemente com o crime de adultério (infidelidade 
conjugal): considerado crime até recentemente, foi revogado pela lei n. 
11.106/05, limitando-se hoje as sanções relativas a tal conduta serem 
resolvidas simplesmente no âmbito civil, deixando assim de ser tida como uma 
conduta de maior gravidade lesiva para a sociedade a ponto de ser taxada 
como uma prática criminosa. 
É bem verdade, no entanto, que essa transformação se dá de forma 
gradual, ao passo que a própria sociedade muda, e em consonância com a 
expectativa social, devendo-se evitar que essa modificação se processe por 
saltos para que não tenhamos longos lapsos temporais de insegurança jurídica. 
Nesse aspecto, assevera Gusmão (2003, p. 31): 
 
Não deve o direito, como fenômeno social que é, se afastar 
muito da opinião pública, sob pena de não ser 
espontaneamente observado, pois do contrário exigirá 
vigilância maior por parte do poder público, aumentando o 
serviço dos órgãos de fiscalização, da Polícia e do Judiciário. 
Se inobservar as tradições e os valores tradicionais, criará 
áreas de atrito que reduzirão a sua eficácia e validade. 
 
Dentro desse processo de transformação/atualização, as pessoas têm 
de ficar atentas a essas alterações, para que acompanhem as novas 
tendências da normatização, em especial quando se está em jogo o exercício 
de atividades profissionais. 
A justificativa disso é que o direito, via de regra, vem atender ao 
clamor da sociedade, logo, em um juízo de valor um pouco mais atento, o 
operador do direito pode perceber a tendência evolutiva do direito, de forma 
a se pautar de acordo com o que o direito, como meio de se chegar ao justo 
social, requer, resultando, assim, numa maior eficácia desse instrumento de 
controle social. 
 
 
Direito Natural e Direito Positivo 
 
 
Postas as questões fundamentais acerca da adaptação do direito como 
meio de controle social, faz-se necessário apresentar algumas 
particularidades do direito em relação à falta de utilidade da positivação de 
algumas de suas regras. 
 Isso se dá, porque algumas regras, para o direito, são imutáveis, uma 
vez que fazem parte da própria natureza do homem, não necessitando, 
portanto, serem escritas, uma vez que são óbvias. 
Esse direito é denominado de direito natural e difere do direito 
positivo, que é o direito escrito, este sim, necessitando ser redigido e 
adaptado à sociedade, uma vez que se refere a regras de condutas sociais que 
são mutáveis de acordo com a tansformação social. 
 
 
Clareando um pouco mais 
 
Embora tenhamos realçado a diferença do direito natural 
em relação ao positivo, você deve entender que eles não são 
divergentes entre si, ao contrário! Embora o direito positivo 
seja mutável e necessite ser escrito como meio de controle 
social para, inclusive, vir a ser conhecido e respeitado, ele 
deve convergir aos dizeres do direito natural. 
 
Ora, e diferente não poderia ser: se o direito natural 
dispensa a sua positivação por ser da própria essência do ser 
humano, como o direito positivo poderia se afastar da 
natureza humana? 
 
 
Isso se justifica uma vez que o direito natural não é uma criação do 
homem: ele corresponde às regras básicas da natureza no respeito à vida e 
aos princípios fundamentais da espécie que torna totalmente desnecessária a 
positivação da regra de que, por exemplo, a pessoa precisa se alimentar. 
 
Pois bem, a necessidade de alimento é regramento elementar da vida 
humana que sabe que, se não cumprir com esse mandamento, irá morrer de 
inanição. 
Logo, o direito escrito tem que respeitar o regramento do direito 
natural, então, ao estabelecer os seus preceitos, de acordo com o exemplo 
que citamos, ele tem que levar em consideração a premente necessidade do 
homem em se alimentar, embora, esse regramento não tenha a necessidade 
de ser escrito, já que é regra do direito natural! 
 
Esclarecedora é a lição de Paulo Nader (2003, p. 17), ao afirmar que: 
 
Por não ser criado pelo homem, o Direito Natural, que 
corresponde a uma ordem de justiça que a própria natureza 
ensina aos homens pelas vias da experiência e da razão, não 
pode ser admitido como um processo de adaptação social. O 
Direito Positivo, aquele que o Estado impõe à coletividade, é 
que deve estar adaptado aos princípios fundamentais do 
Direito Natural, cristalizados no respeito à vida, à liberdade e 
aos seus desdobramentos lógicos. 
 
Diante disso, podemos concluir que o Direito Natural, via de regra, não 
se submete a processo de adaptação social, uma vez que, fincado em 
princípios básicos inerentes às necessidades mais elementares do homem, não 
se sujeita, portanto, a modificações de acordo com a evolução social. 
Como já falamos no tópico anterior, situação inversa ocorre com o 
Direito Positivo, que vai acompanhando a evolução social, modificando-se 
para atender aos anseios da sociedade moderna. 
 
 
 
Atividade 01 
 
Com base na distinção e exemplos acima citados em relação ao Direito 
Natural e o Direito Positivo, pesquise e cite exemplos de situações tuteladas via 
Direito Natural e outras protegidas pelo Direito Positivo e reflita, em cada caso, a 
influência que cada exemplo pode sofrer com a mudança da sociedade. 
 
1) O que você entende por direito natural? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Cite exemplos de situações que não estão regulamentadas até então, 
mas que no seu entender, já necessitam ou vão precisar num futuro 
próximo serem regulamentadas. 
 
 
Direito como instrumento de 
controle social 
 
 
É nesse contexto que você pode perceber facilmente que o direito 
funciona como um importante instrumento de controle social: atuando de 
forma preventiva, quando regulamenta as diversas ações humanas de forma a 
estabelecer uma prática que melhor se amolde ao interesse social; atuando, 
outrossim, de forma repressiva aos que descumprirem os seus predicados, 
estabelecendo penalidades para quem infringir a lei. 
Você deve observar, no entanto, que o direito não age sozinho como 
instrumento de pacificação social. Outros instrumentos normativos conferem 
importante colaboração nesse cenário, tais como a Moral, a Religião e os bons 
costumes ou as regras de trato social. 
Porém, embora prestem importante colaboração como meio de 
controle social, esses outros instrumentos se limitam a apresentar modelos de 
conduta social, desprovidos de meios de coação. 
Segundo Nader (2003, p. 29), a coação1 – força a serviço do Direito – é 
um de seus elementos e inexistente nos setores da Moral, Regras de Trato 
Social e Religião, fazendo, assim, o direito apresentar uma maior efetividade 
como instrumento de controle social, uma vez que ele pode ir além da simples 
sugestão ou aconselhamento. 
Com efeito, o direito possui meios de coagir as pessoas a cumprirem 
com os seus regramentos, nesse sentido, cria penalidades para quem infringir 
a lei, forçando as pessoas a seguirem os seus mandamentos, utilizando-se, a 
depender da gravidade da situação, de penalidades mais severas, como as 
penas atribuídas aos que praticarem condutas tidas como criminosas; sanções 
menos severas para os que praticarem atos de menor gravidade (infrações de 
uma forma geral, como cortaro sinal, por exemplo, que é punida com multa) 
ou, simplesmente, sujeitar-se à reparação civil dos danos causados a outra 
 
1 Coação, segundo Aurélio (2000, p. 159), é o ato ou efeito de coagir. Portanto, é a ameaça de utilização da força a favor do 
bem comum ditado pela lei, que causa, consequentemente, um temor reverencial na coletividade, fazendo com que as pessoas 
procurem seguir os dizeres da lei. Podemos citar o exemplo da prática de crimes: quem praticar, por exemplo, o crime de roubo, 
sabe que pode se sujeitar a cumprir uma pena de prisão e multa. 
pessoa (atos ilícitos em geral – para ilustrar, podemos citar o exemplo de uma 
colisão entre automóveis em que tenha tido apenas danos materiais, os quais 
serão indenizados pelo motorista considerado culpado pelo acidente). 
No âmbito da coação, o direito destaca-se como meio de controle por 
apresentar meios até de substituir as pessoas para fazer cumprir os seus 
preceitos, como nos casos de execução forçada. 
Com efeito, o direito apresenta, à sua disposição, meios de substituir a 
vontade das pessoas em realizar determinadas condutas como, por exemplo, 
pagar uma dívida, uma vez que, diante da inércia do devedor em realizar o 
pagamento, o direito confere meios ao credor para acionar o judiciário, 
visando à expropriação de bens para satisfazer o crédito. 
Enquanto isso, a religião, embora cultive entre os seus seguidores a 
“prática do bem” e se destaque como meio de controle social, porque exerce 
influência entre os que a segue, carece de meios mais incisivos no sentido de 
coagir o homem, ao discordar das suas pregações, ao cumprimento dos seus 
dizeres. 
Da mesma forma, podemos observar, em relação à moral, que ao 
descumprir com os seus predicados, o homem pode vir a ser objeto de vários 
graus de censura por parte dos seus pares, no entanto, esse poder 
intimidativo vai se resumir a essa reação, pelo menos via de regra, estando 
ausente, outrossim, qualquer forma mais efetiva de cumprimento das suas 
regras. 
 
 
 
ATENÇÃO! 
 
 A moral não se confunde com o direito: enquanto o 
direito se liga diretamente ao que é lícito ou legal, a moral 
aproxima-se do que é honesto e diferencia-se do direito, em 
especial, nos casos em que nem sempre o lícito encontra-se 
próximo do que é honesto. 
Sobre a moral e direito, diz Gusmão (2003, p. 71): 
 
O dever moral não é exigível por ninguém, reduzindo-se a 
dever de consciência, ao „tu deves‟, enquanto o dever jurídico 
deve ser cumprido sob pena de sofrer o devedor os efeitos da 
sanção organizada, aplicável pelos órgãos especializados da 
sociedade. 
 
Por fim, resta acrescentar que do mesmo elemento (coação) carece as 
regras de trato social que, segundo Nader (2003, p. 44), a sanção que as 
regras de Trato Social oferece é difusa, incerta e consiste na reprovação, 
na censura, na crítica, rompimento de relações sociais e até expulsão do 
grupo. Sem apresentar, portanto, da mesma forma que os outros meios de 
pacificação social que não o direito, maior força para efetivar os seus 
preceitos. 
 
 
Diante disso, a coação apresenta-se como um importante 
elemento que faz com que o direito venha a se destacar frente aos 
outros meios de controle social. 
 
Atividade 02 
 
De acordo com as noções passadas até aqui, entende-se que já é possível que 
você verifique a importância do direito para a sociedade. Para reforçar essa 
constatação, faça uma reflexão, imaginando como seria o mundo sem o direito e 
converse com amigos e familiares sobre como seria o mundo sem esse importante 
meio de controle social. 
Pense desde as atividades mais básicas, como o trânsito, por exemplo, e 
desenvolva o raciocínio para relações mais complexas da sociedade. Imagine o 
exercício de atividades profissionais sem o direito, em especial, a prática da 
atividade profissional para a qual você está se preparando para exercer. 
 
 
DIREITO E JUSTIÇA 
 
O conceito de direito já foi trabalhado nos 
subtítulos iniciais, resta-nos, nesse momento tecermos 
alguns comentários acerca da justiça. 
 
Ôps, mas espere aí: 
Direito e justiça não são a mesma coisa? 
 
 
O direito e a justiça, embora numa acepção mais genérica possam ser 
tidos como sinônimos, não se confundem: justiça, segundo Sidou (2006, p. 
489), é a virtude de atribuir a cada um o que é seu. Podemos dizer, então, 
que a justiça é a busca pelo justo, é recorrer ao ideal. 
De fato, com a simples análise desses conceitos não dá para 
diferenciarmos o direito da justiça, porque o direito também busca o justo e 
também tem como objetivo atribuir a cada um o que é seu. 
No entanto, aí é que se encontra a diferença entre o direito e a justiça: 
enquanto a justiça é a situação ideal em si, é a virtude de atribuir a cada um 
o que é seu, o direito é o meio pelo qual o homem procura alcançar a justiça. 
O direito traça as regras entendidas como adequadas e suficientes para 
que se possa, nas mais diversas situações previstas no ordenamento, alcançar 
a justiça no caso concreto. 
 
Nesse contexto, diz Gusmão (2003, p. 73 - 74) que o direito é (ou deve 
ser) o veículo para a realização da justiça, que é (ou deve ser) a meta da 
ordem jurídica. 
 
Sendo o direito, portanto, o instrumento pelo qual o homem busca 
realizar a justiça, conclui o referido autor: 
 
A diferença, portanto, que existe entre direito e justiça é 
semelhante à que há entre ideal e realidade (fato). A justiça 
não é coercível, enquanto o direito é; a justiça é autônoma, 
pois não é imposta à nossa consciência, brotando nela como os 
demais valores, sendo, assim, valor moral, enquanto o direito 
é heterônomo, por termos a consciência de nos ser ele 
imposto pela sociedade (costumes) ou pelo poder público 
(legislação). A justiça é meta a ser atingida pelo direito e, 
desta forma, distingue-se deste como o “meio” da 
“finalidade”. É critério das leis, das condutas e das sentenças 
judiciais. Pg. 74 
 
Diante dessas considerações, podemos, como forma de embasar o nosso 
estudo, fechar o assunto concluindo que a justiça é o ideal, é o modelo, que 
há de ser seguido pelo direito como forma de tentar chegar até ela, sendo, 
dessa forma, a justiça o objeto do direito. 
Enquanto meio para se atingir um fim, o direito nem sempre consegue 
lograr o êxito que se esperava da justiça no caso concreto, motivo pelo qual 
ele deve estar sempre se aperfeiçoando, como forma de garantir ao homem 
meios cada vez mais eficazes para alcançar o ideal de justiça. 
 
Por sua vez, a justiça se apresenta como o ideal a ser alcançado em 
cada caso concreto. Serve, assim, como importante parâmetro para o direito, 
seja ao nortear a aprovação de lei, seja ao orientar a sua aplicação no caso 
concreto, colaborando para encontrar, dentro da margem variável 
disponibilizada pela lei, no sentido de auxiliar no encontro da medida e pena 
que se mostre necessária e suficiente a ser aplicada ao agente de acordo com 
a conduta praticada. 
 
 
Atividade 03 
 
Na sua cidade tem pessoas que estudam direito, sejam acadêmicos ou não, ou 
trabalham nas mais diversas áreas do direito. Escolha uma ou algumas dessas pessoas 
para questioná-la(s) sobre a eficácia do direito como instrumento de controle social, 
comparando-o com os outros meios de controle. Fazendo isso, você deve perceber a 
visão crítica de pessoa(s) que vivenciam o direito no dia-a-dia. 
 
 
Leitura Complementar 
 
SANTOS, Marcos André Couto. O direito como meio de pacificação social: em 
busca do equilíbrio das relações sociais. Disponível em: 
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4732>.Acesso em: 29 maio 
2008. 
 
O texto sugerido vai ajudar você a entender melhor a função do direito 
como instrumento de controle social, além de trazer uma visão crítica acerca 
da produção legislativa e da forma de solução de conflitos no Brasil. 
 
 
Resumo 
 
Nesta aula, estudamos o conceito do Direito como instrumento a serviço da 
sociedade, devendo-se destacar a importante função do direito como meio de 
controle social; verificamos que, para bem cumprir com o seu papel, o direito 
é dinâmico, acompanhando as tendências sociais, no intuito de refletir, com a 
maior autenticidade possível, os anseios da sociedade em mudança. Você 
pôde constatar, outrossim, que embora o direito não seja o único meio de 
controle social, uma vez que também são considerados outros instrumentos de 
controle, como a Moral, a Religião e as Regras de Trato Social, ele conta com 
um forte elemento de coação, inexistente nos outros meios, sobressaindo-se 
em relação aos demais por ser, diante disso, mais eficiente; por fim, você 
pôde verificar que o direito é um meio que visa a alcançar a justiça, que é, 
por sua vez, o dom de dar a cada um o que é seu, sendo importante 
parâmetro para se mensurar as penalidades e os bônus devidos por cada 
cidadão de acordo com o seu comportamento social. 
 
 
 
Autoavaliação 
 
Leia atentamente as questões a seguir relacionadas e responda-lhes com as 
suas palavras, sem prévia consulta ao material de aula disponibilizado. Respondidas 
as questões, releia o texto dos subtítulos que trabalharam o assunto questionado e 
compare o conteúdo da sua resposta com o que foi exposto, corrigindo ou 
reavaliando o seu ponto de vista em relação ao conteúdo da aula. 
 
1) Diante do conteúdo trabalhado nesta aula, responda, com suas palavras: 
a) O que você entende por direito? 
b) Quais são os meios de controle social utilizados na sociedade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Destaque a vantagem do direito como instrumento de controle social em 
relação aos outros meios de controle. 
 
 
 
 
 
 
3) Qual a relação, no seu entender, existente entre o direito e a justiça? 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio século XXI escolar: o 
minidicionário da língua portuguesa. 4. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2000. 
 
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 33. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2003. 
 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 23. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2003. 
 
NASCIMENTO, Walter Vieira do. Lições de história do direito. 12. ed. rev. e 
aum. Rio de Janeiro: Forense, 2000. 
 
SANTOS, Marcos André Couto. O direito como meio de pacificação social: em 
busca do equilíbrio das relações sociais. Disponível em: 
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4732>. Acesso em 29 maio 
2008. 
 
SIDOU, J. M. Othon. Dicionário jurídico: Academia Brasileira de Letras 
Jurídicas. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. 
 
	1.pdf
	1

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