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Considerações sobre a PEC 241

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PEC 241/55
NOVO REGIME FISCAL
COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?
No primeiro semestre de 2008, a economia brasileira estava relativamente arrumada.  As prudentes políticas fiscal e monetária adotadas no primeiro mandato do governo Lula pela dupla Palocci-Meirelles haviam gerado um nível de confiança e uma estabilidade econômica poucas vezes vivenciados no país pós-democratização. 
A RENDA DA POPULAÇÃO CRESCIA
POBREZA E A MISÉRIA HAVIAM CAÍDO 50% ENTRE 2003 E 2008
OS INVESTIMENTOS AUMENTARAM 25%
O REAL SE APRECIOU CONTINUAMENTE PERANTE O DÓLAR 
A INFLAÇÃO DE PREÇOS CONTROLADA
INVESTMENT GRADE PELA STANDARD & POOR'S
ENTÃO VEIO A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL, EM SETEMBRO DE 2008
COMEÇA A “FARRA DO CRÉDITO”
Para combater os efeitos da crise, o governo brasileiro dá uma guinada na política econômica e passa a utilizar os bancos estatais — principalmente o BNDES — como a principal ferramenta de expansão do crédito.
A expansão do crédito estatal aparenta funcionar no curto prazo. A economia cresce e a inflação de preços permanece sob controle. O Brasil chama a atenção do resto do mundo.
Dilma Rousseff toma posse em janeiro de 2011 e sua equipe econômica não apenas decide manter a de crédito dos bancos estatais, como ainda decide intensificá-la através da Nova Matriz Econômica.
NOVA MATRIZ ECONOMICA 
POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA
JUROS BAIXOS
CRÉDITO SUBSIDIADO PELOS BANCOS ESTATAIS
CÂMBIO DESVALORIZADO 
AUMENTO DAS TARIFAS DE IMPORTAÇÃO PARA ESTIMULAR A INDÚSTRIA NACIONAL
EM 2012, O GOVERNO DECLARA GUERRA AOS BANCOS PRIVADOS QUE NÃO BAIXAREM OS JUROS
 AUMENTO DAS TARIFAS DE IMPORTAÇÃO
EM 2012, O GOVERNO DECIDE REVOGAR OS CONTRATOS DE CONCESSÃO DAS EMPRESAS DE GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA COM O INTUITO DE FAZER NOVOS CONTRATOS E IMPOR TARIFAS MENORES
O Tesouro se endivida emitindo títulos que pagam o valor da SELIC e repassa esse dinheiro para o BNDES, o qual irá então emprestá-lo a grandes empresas a juros abaixo de 5%, e em prazos que chegam a 30 anos.  Tal política não apenas é inflacionária como ainda afeta substantivamente a situação das contas públicas.  A dívida bruta do governo começa a subir acentuadamente.
 Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal intensificam o uso do crédito direcionado, que consiste em empréstimos para pessoas físicas e jurídicas a juros muito abaixo da SELIC.  O intuito é estimular tanto o consumismo quanto os investimentos.  Essa medida, além de pressionar a inflação de preços, levou o endividamento das famílias a níveis recordes.
O NÚMERO DE MISERÁVEIS VOLTA A CRESCER
O longo prazo chegou e a expansão do crédito estatal levou o país a crise . O Brasil volta a chamar a atenção do resto do mundo, mas por motivos diferentes.
Standard & Poor's ameaça acabar com o grau de investimento do país
A TAXA DE CÂMBIO DISPARA 
EM SIMULTÂNEO À DISPARADA DO DÓLAR, OS REPASSES DO TESOURO ÀS DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA SÃO ABOLIDOS. 
AUMENTO NA TAXA DE JUROS
 No entanto, dado que a crise é majoritariamente decorrente da desvalorização cambial e do reajuste de preços administrados pelo governo, os aumentos da SELIC são inócuos nesse combate. Logo, cria-se uma situação de renda estagnada e preços em ascensão, o que gera uma queda da renda real da população.
Os seguidos aumentos dos juros, em vez de combaterem a carestia, afetam severamente os investimentos e o consumo.
Em decorrência de tudo isso, a taxa de inflação de preços passa a subir a um ritmo não vivenciado desde 2003.  O IPCA acumulado em 12 meses chega a 9,56% em julho de 2015.
TAXA DE DESEMPREGO BATE RECORD
INADIMPLÊNCIA BATE RECORDE
EMPRESÁRIOS SE DIZEM PESSIMISTAS E SEM INTENÇÃO DE INVESTIR. 
FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO
OBJETIVOS DA PEC
IMPEDIR QUE A DÍVIDA CONTINUE CRESCENDO.
REVERTER O MAIOR DÉFICIT ORÇAMENTÁRIO DO PAÍS NOS ÚLTIMOS 19 ANOS. 
FAZER A ECONOMIA SAIR DA MAIOR RECESSÃO DOS ÚLTIMOS 85 ANOS. 
ART. 103 – DESDOBRAMENTOS DO DESCUMPRIMENTO DO LIMITE INDIVIDUALIZADO DA DESPESA PRIMÁRIA FIXADA
 “Art. 103.  No caso de descumprimento do limite de que trata o caput do art. 102 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, aplicam-se, no exercício seguinte, ao Poder ou ao órgão que descumpriu o limite, vedações:
            I - à concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de servidores públicos, inclusive do previsto no inciso X do caput do art. 37 da Constituição, exceto os derivados de sentença judicial ou de determinação legal decorrente de atos anteriores à entrada em vigor da Emenda Constitucional que instituiu o Novo Regime Fiscal;
            II - à criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa;
            III - à alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
            IV - à admissão ou à contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa e aquelas decorrentes de vacâncias de cargos efetivos; e
            V - à realização de concurso público.
 
        
Por exemplo, suponha que o Poder Judiciário descumpra o limite da despesa primária que lhe foi reservada. Como consequência, sofrerá todas as sanções previstas no art. 103:
– proibição de dar qualquer aumento ou reajuste a seus servidores públicos;
– proibição de criar cargo, emprego ou função que implique em aumento de despesa;
– proibição de que seja alterada a estrutura da carreira de modo a implicar aumento de despesa;
– proibição de admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa e aquelas decorrentes de vacâncias de cargos efetivos; e
– proibição à realização de concurso público.
Tais sanções somente serão aplicadas caso o Poder ou órgão autônomo tenha descumprido o limite individualizado da despesa primária fixado para o exercício.
As sanções impostas ao Poder Executivo têm uma amplitude maior do que aquelas impostas aos outros Poderes e órgãos autônomos. Além de todas as sanções que já elencadas, quando o Poder Executivo descumprir o limite da despesa primária, ele também deverá observar o seguinte:
Parágrafo único. Adicionalmente ao dispositivo no caput, no caso de descumprimento do limite de que trata o caput do art. 102 desde Ato das Disposições Constitucionais Transitórias pelo Poder Executivo, no exercício seguinte:
– a despesa nominal com subsídios e subvenções econômicas não poderá superar aquela realizada no exercício anterior; e
– fica vedada a concessão ou a ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita.
ART. 104 – RECURSOS MÍNIMOS EM EDUCAÇÃO E SAÚDE
Art. 104. A partir do exercício financeiro de 2017, as aplicações mínimas de recursos a que se referem o inciso I do § 2º e o § 3º do art. 198 e o caput do art. 212, ambos da Constituição, corresponderão, em cada exercício financeiro, às aplicações mínimas referentes ao exercício anterior corrigidas na forma estabelecida pelo inciso II do § 3o e do § 5o do art. 102 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.” (NR)
SEÇÃO II - DA SAÚDE
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre.
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento).
SEÇÃO I – DA EDUCAÇÃO
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados e municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante
de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
A PEC 241 estabelece um piso para essas duas rubricas.  Até 2018, pelo menos 18% da receita líquida (receita total menos transferências para estados e municípios) do governo federal deve ser aplicada na educação.  É só a partir de 2019 que tais gastos passam a ser corrigidos pela inflação de preços do ano anterior.
Já para a saúde, há um aumento: no ano que vem, em 2017, o governo federal será obrigado a gastar pelo menos 15% da arrecadação líquida.  Antes da PEC, estava previsto 13,7%. Será só em 2018 que tais passarão a ser corrigidos pela inflação de preços do ano anterior.
Mas eis o ponto principal: os gastos com educação, saúde e assistência social poderão continuar aumentando aceleradamente, desde que os gastos em outras áreas sejam contidos ou reduzidos, de modo que o aumento total de todos os gastos do governo federal não supere a inflação de preços do ano anterior.
ART. 105 - EVITANDO A FORMAÇÃO DE PASSIVOS FISCAIS
Art. 105. As vedações introduzidas pelo Novo Regime Fiscal não constituirão obrigação de pagamento futuro pela União ou direitos de outrem sobre o erário.
Art. 2º Fica revogado o art. 2o da Emenda Constitucional no 86, de 17 de março de 2015
O art. 2º, da PEC 241/2016, revoga o art. 2º, da EC nº 86/2015, que estabelecia uma espécie de cronograma para os percentuais mínimos a serem aplicados em saúde. Tal regra da EC nº 86/2015 não fará mais sentido em razão do art. 104, ADCT. 
Art. 2º O disposto no inciso I do § 2º do art. 198 da Constituição Federal será cumprido progressivamente, garantidos, no mínimo:
I – 13,2% (treze inteiros e dois décimos por cento) da receita corrente líquida no primeiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional;
II – 13,7% (treze inteiros e sete décimos por cento) da receita corrente líquida no segundo exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional;
III – 14,1% (quatorze inteiros e um décimo por cento) da receita corrente líquida no terceiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional;
IV – 14,5% (quatorze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente líquida no quarto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional;
V – 15% (quinze por cento) da receita corrente líquida no quinto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional.
Art. 3º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

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