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NITROGÊNIO NÃO PROTÉICO

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NITROGÊNIO NÃO PROTÉICO
São compostos que possuem nitrogênio (de forma natural ou sintética), mas que não estão sob forma protéica, ou seja, não constituem cadeias peptídicas. AA livres ao considerados NNP, pois não estão formando cadeias de peptídeos.
Cerca de 20-30% do nitrogênio nas plantas está sob forma de NNP
Uréia, em mamíferos, são produtos resultantes da degradação de proteínas e AA. Inicialmente o produto da degradação é amônia, por ser extremamente tóxica, ela deve passar pelo fígado onde será convertida (detoxificada) em uréia (ciclo da uréia), que apresenta menor grau de toxicidade e será excretada pelos rins.
Uma parte da uréia fisiológica (da detoxificação da amônia) pode retornar ao rúmen por meio da reciclagem pela saliva, ou por meio da parede ruminal.
São utilizados como suplemento principalmente em ruminantes (exceto bezerros: pois por serem muito jovens, e não terem o rumem totalmente desenvolvido). 
A maioria dos MOS (microorganismos), não preferem utilizar proteínas e AA da dieta para fazer sua estrutura, eles produzem uréases e enzimas proteolíticas, degradando até o estágio amônia (forma preferida para utilização), juntamente com “esqueletos” de CHOs (resultantes da degradação de CHO) será utilizada para fornecer cetoácidos (ácidos orgânicos)
Cetoácidos (da degradação de CHO)+Aminas(da degradação de proteínas): Aminoácidos 
Parte da proteína verdadeira passa intacta pelo rumem e será digerida absorvida normalmente, semelhante ao processo em monogástricos.
Amônia em excesso (tato de origem verdadeira ou de um NNP), ela passa pela circulação e chega ao fígado, onde será sintetizada à forma de uréia para ser excretada, ou reciclada (pela saliva ou voltando pela parede ruminal). 
Quando há carência protéica, há intensificação da passagem de uréia para o rúmen impedindo que os MOS morram.
Animais hepatopatas: deficiência na detoxificação da amônia em uréia, por isso é recomendado uma ingestão menor de proteínas.
Fontes de NNP: Biureto (menos tóxico do que a uréia, porém os animais levam mais tempo para se acostumarem, é mais caro também), Fosfato monoamônio, Fosfato diamônio, Polifosfato de amônio, Uréia.
Uréias e biuretos: não possuem fósforo na sua composição.
Fórmula química da uréia: 
Equivalente protéico: já que os NNP não é proteína, é necessário que se faça uma equivalência de quantas gramas de proteína corresponde 100g de NNP. 
Já que o teor médio de N contido nas proteínas é de 16% e o teor médio de N contido na uréia é de 45%, é só dividir: 45/16 x100: 281,25. 
Exemplificando: Se a cada 100 gramas de proteína, temos 16% de N (tem potencial para produzir 16g de proteínas) e a cada 100 gramas de NNP tem 45% de N, seria necessário oferecer ao animal 2,81 vezes mais proteínas para que atinja a mesma quantidade de N na amostra de uréia. 
O equivalente protéico da uréia é de 281%, ou seja, 100g dela possui potencial para formar 281g de proteína. 
Do ponto de vista químico:
A uréia é um pó branco, cristalino, inodor, que contém cerca de 46,6% de N. quando pura, forma grumos facilmente pelo seu alto grau higroscópico.
Os teores de nitrogênio contido na uréia são variantes, de 42% - 45%, com equivalência protéica de 262% - 281% respectivamente.
Na uréia, contem apenas o N, não contém minerais nem vitaminas. Durante a substituição de uma proteína por esse composto NNP, deve-se atentar para a suplementação desses nutrientes, para que o animal não tenha deficiências nutricionais.
Mecanismos de utilização no rúmen:
A uréia é hidrolisada com liberação de amônia, que em presença de “esqueletos” de carbono fornecidos principalmente por carboidratos é utilizada pelos MOS na síntese de AA e posteriormente de suas próprias proteínas, esse processo permite aos ruminantes a obtenção de proteínas de alto valor biológico (proteína microbiana: são os MOS que caem e são empurrados e digeridos posteriormente no abomaso e delgado) a partir do NNP que mediante posterior hidrólise no abomaso e intestino delgado fornecerá AA ao hospedeiro.
A proteína microbiana são os corpos de MOS (suas proteínas estruturais corporais).
Principais métodos de administração:
Suplementos líquidos (mistura melaço – uréia); 
Para isso, é necessário que haja a adaptação da flora microbiana prévia. É recomendado que faça a diluição de 10%, ou seja: 9 de melaço para 1 parte de uréia.
A adaptação pode ser feita em 4 semanas:
Considerando-se 10kg de ração:
Misturada ao volumoso (silagem, fenos, palhadas, capim de corte de cana) pode ser dissolvida no melaço ou água.
Inclusão em misturas de concentrados (rações fareladas, peletizadas);
Mistura sal – uréia – minerais (sal mineral);
“blocos de suplementação”; 
Sal proteinado (sal protéico: mistura múltipla);
Misturas “pré – fermentadas” ou pré – hidrolizadas etc; 
Obs.: A substituição da proteína por NNP não pode ultrapassar 1/3.
Cuidados com o cocho: impedir que empoce, de forma que a uréia fique concentrada no fundo do cocho e cause intoxicação.
O controle do consumo de suplemento com sais (sal mineral) é regulado pelo teor de NaCl contido na mistura. A sua presença diminui a ingestão. 
A uréia por ser altamente higroscópica, endurece a mistura de sais minerais. 
É recomendado que fure o cocho e mantenha-o coberto, impedindo que empoce e cause intoxicação.
Vantagens da suplementação com NNP:
Baratear o custo de produção (visto que proteína é cara);
Usar fontes de NNP para manter o nível de proteína ruminal, impedindo a morte das bactérias (mantendo os níveis de PB adequada: 7%).
Por ter rápida hidrólise ruminal (aproximadamente 4h pós ingestão), quando administrado com CHO de rápida degradação (melaço, amido, celulose) haverá uma sincronia, onde a multiplicação bacteriana atingirá o seu pico máximo (pois terão muito precursores para formação de aminas [por meio da uréia-amônia] e cetoácidos [pelos CHO]). 
O amido (grãos e cereais) é o que melhor se adéqua à curva de hidrólise da uréia (a sacarose é muito precoce e a celulose muito tardia).
Além disso: os CHO geram ácidos graxos, o que diminui o pH ruminal, de forma a controlar, impedindo que a amônia cause alcalose e, consequentemente, intoxicação.
Prevenção de intoxicação pela uréia:
Não fornecer uréia a animais em jejum, fracos ou depauperados; 
Realizar adaptação prévia;
Misturar bem aos alimentos;
Parcelar o fornecimento da dose diária;
Fornecer ao animal alimentos ricos em CHO, milho, farelo de arroz, melaço, mandioca, sorgo, etc;
Não fornecer uréia misturada aos alimentos na forma de “sopa” (impedir que se acumule e cause intoxificação);
Evitar acúmulo de água nos cochos;
Não deixar sacos com mistura que contenham uréia ao fácil acesso dos animais.
A uréia não é palatável, mas as suas misturas para a suplementação, sim. Se os animais ingerirem demais, haverá intoxificação. 
Mineralizar adequadamente os animais com especial atenção ao fósforo e enxofre. 
Recomendado fazer a dilução de 9:1 de uréia e amônia sulfurada (que contém S), respectivamente.
Fósforo e enxofre são essenciais para a atividade microbiana e síntese dos AA. Deve haver suplementação, para não haver deficiências nutricionais.
Intoxicação pela uréia:
A ingestão de grandes quantidades de uréia pode ser tóxica e fatal 40 a 50g / 100kg para animais não acostumados;
O nível de amônia atinge o máximo de 30min- 1h após a ingestão de uréia e ocorre em formas de NH3(amônia) e NH+4 (amônia ionizada). 
A forma não ionizada (NH+4) não passa facilmente para a corrente sanguínea, já a forma não iônica (NH3) penetra na corrente circulatória com grande facilidade; 
Em ph 8,4 há uma relação de 1/10 em pH 6,4 é 1: 1000;
A uréase (produzida pelos MOS) tem a sua atividade máxima com o pH alcalino (próximo a 9,0): se o pH cai, há a diminuição da ação da uréase, ou seja: diminui a transformação de uréia em amônia. Por isso, é importante o sinergismo de CHO durante a curva de hidrólise da uréia.
Obs.: A amônia é alcalinizante: ela aumenta o pH ruminal.
A quantidade total de amônia na forma ionizadadepende da quantidade total de amônia e o pH parece ser o fator mais importante na determinação da quantidade de amônia absorvida (quanto menor o pH: maior absorção de NH3);
A amônia é levada ao fígado e convertida em uréia que vai aos rins, saliva e rúmen. 
Quando a quantidade excede a capacidade de detoxicação hepática ela se acumula e desencadeia o quadro de intoxicação (encefalopatia hepática).
Sintomas: 20 a 60 minutos após ingestão 
Apatia;
Ataxia ligeira/severa; 
Tremores musculares; 
Salivação espumosa (timpanismo primário e secundário); 
Ranger de dentes; 
Dores abdominais; 
Mucosas congestas (timpanismo secundário); 
Taquicardia e respiração forçada;
Tetania;
Convulsões;
Morte. 
Tratamento: 
Solução de ácido acético ou vinagre cerca de 4-5 litros (até 6 litros / animal). Pode ser repetido se necessário;
O ácido acético não é antídoto: ele irá baixar o pH ruminal, impedindo a absorção adicional de amônia. 
Soluções de cálcio e magnésio por via intravenosa para aliviar a tetania;
Esvaziamento do rúmen.
Animais já prostados e com convulsões dificilmente recuperam.

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