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Direito Administrativo I - Questões

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1. Conceitue Direito Administrativo considerando os seguintes critérios: 
1.1. Escola Legalista ou Exegética (empírica ou caótica): Com a revolução francesa, e império da burguesia, houve grande preocupação de se consolidar, codificar, o direito que andava espalhado pela natureza em papel (leia-se: positivação do direito natural em normas), com a finalidade, entre outras, de se garantir aos cidadãos maior segurança em suas liberdades e, sobretudo, propriedades.
  
Nessa época, o Direito Administrativo teve por objeto a interpretação das normas jurídicas administrativas e atos complementares (leia-se: direito positivo). Assim, estruturou-se a partir da interpretação de textos legais, proporcionada pelos Tribunais Administrativos.
  
Crítica: a palavra direito não pode (não deve) se resumir a um amontoado de leis. O direito não deve se resumir à interpretação de leis e de regulamentos administrativos. Muito mais que leis, o Direito Administrativo deve levar em consideração a carga valorativa dos princípios, sem falar da doutrina, da jurisprudência, e dos costumes.
1.2. Escola do Serviço Público: Para seus defensores, o Direito Administrativo regula a instituição, a organização, e o funcionamento dos serviços públicos, bem como a prestação aos administrados. A definição do que é serviço público encontrou terreno árido, especialmente na França do séc. XIX, tendo tal critério contado com fortes defensores, entre eles: Leon Duguit e Gaston Jèze. 
 
No entanto, tais autores diferiram quanto ao alcance do serviço público, como objeto do Direito Administrativo: Duguit (sentido amplo) e Jèze (sentido estrito). 
  
Para Duguit, serviços públicos incluem todas as atividades Estatais, de direito constitucional a atividade econômica (sentido amplo), deixando, portanto, de distinguir a atividade jurídica do Estado e a atividade material, a ser prestada aos cidadãos. 
  
Já Jèze considerou serviço público tão-somente a atividade material do Estado (leia-se: aquela de dentro para fora, com a finalidade de satisfação das necessidades coletivas) (sentido estrito), cercada de prerrogativas de direito público, excluindo, portanto, os serviços administrativos (internos) e os serviços industriais e comerciais (predominantemente privados).
1.3. Critério do Poder Executivo: Segundo seus defensores o Direito Administrativo é conjunto de princípios regentes da organização e das atividades do Poder Executivo, incluídas as entidades da Administração Indireta (autarquias e fundações, por exemplo). 
 
A crítica é bem simples. O Direito Administrativo não se resume à disciplina do Poder Executivo, afinal, todos os Poderes administram, embora atipicamente. E mais: no Poder Executivo, nem tudo é objeto do Direito Administrativo, como são as funções de governo, regidas que são pelo Direito Constitucional. 
1.4. Critérios das Relações Jurídicas: Para seus defensores, o Direito Administrativo é responsável pelo relacionamento da Administração Pública com os administrados.
  
O critério é válido, porém, não é imune de críticas. O que fazer com o Direito Tributário, Penal, Eleitoral, Processual, e outros, que mantêm relação com os administrados? Enfim, não é o Direito Administrativo o único, entre os ramos, a manter relação com os administrados.
1.5. Critério Teleológico: Também chamado de finalista, segundo o qual o Direito Administrativo é um conjunto harmônico de princípios que disciplinam a atividade do Estado para o alcance de seus fins.
 
O critério é válido, mas, assim como o das relações jurídicas, não é isento de críticas. O que são os fins do Estado? Não há uma resposta precisa, matemática, para o que sejam finalidades do Estado.
1.6. Critério Negativo ou Residual: As funções do Estado são em número de três: judicial, legislativa, e administrativa. Assim, o que não é judicial, não é legislativo, só pode ser (por sobra, residualmente) administrativo. Com outras palavras, o Direito Administrativo é ramo do direito público que disciplina todas as atividades estatais que não sejam judiciais ou legislativas.
 
Duas são as críticas. A primeira é que as definições servem para dizer o que as coisas são e não o que não são. A segunda é que dentro do Poder Executivo nem tudo é regulamentado pelo Direito Administrativo, exemplo disso é a atividade política, disciplinada pelo Direito Constitucional.
1.7. Critério da Distinção entre Atividade Jurídica e Social do Estado: Adotado por doutrinadores brasileiros como Mário Masagão e José Cretella Júnior; neste critério a conceituação do Direito Administrativo é feita a partir de duas acepções: a atividade exercida (atendimento de determinada finalidade pública) e os órgãos que regula (órgãos que desempenham a atividade administrativa).
1.8. Critério da Administração Pública: Perfilhado pela maior parte dos autores brasileiros, entende o Direito Administrativo como disciplinador da atividade desempenhada pela Administração Pública. Por todos, vale citar registro de Odete Medauar quando constata que, “se a disciplina jurídica da Administração pública centraliza-se no direito administrativo e se a Administração integra a organização estatal, evidente que o modo de ser e atuar do Estado e seus valores repercute na configuração dos conceitos e institutos desse ramo do direito”.
2. O Direito Administrativo faz parte de qual ramo do direito (público ou privado)? 
Faz parte do ramo do Direito Público por se tratar de relação desigual entre outros critérios
3. Diferencie regra de direito público e regra de ordem pública:
Direito público é aquele que se preocupa com a atuação do Estado na satisfação do interesse público. Regra de ordem pública não é sinônimo de direito público, sendo regras inafastáveis que não podem ser modificada ou afastada ou alterada pela vontade das partes. No entanto, uma regra de direito público é uma regra de ordem pública que não pode ser modificada pela vontade das partes. A ordem pública é mais ampla, pois existem regras de ordem pública no direito privado. Direito privado tem como base os interesses dos particulares (privados). Logo, direito administrativo é um ramo do direito público, pois este busca a satisfação do interesse público (a atuação do Estado). O direito administrativo é um ramo do direito público interno (relações dentro do território).
Obs: todo regra de direito público é norma de ordem pública, mas a recíproca não é verdadeira.
4. Relacione a tripartição de poderes e a teoria de Montesquieu: Montesquieu acreditava que um Estado que de fato pregasse tais divisões exerceria uma liberdade política, liberdade que deve ser entendida como um equilíbrio dentro do Estado. Segundo ele, quando uma pessoa se dispõe a exercer um determinado cargo político, ela se encontra a inteira disposição de um equilíbrio civil, proveniente dessas divisões de governo existentes na Inglaterra. Ele ainda exorta que nenhuma pessoa pode em caso algum exercer mais de uma função nestas determinadas divisões governamentais, isso porque “quando um magistrado busca reunir em si todas as magistraturas torna-se um despótico” (MONTESQUIEU, 1979, p. 149).
Mas, o que estamos observando em nossas magistraturas atuais é que tais divisões de poder existem, mas não podemos afirmar com a mesma veemência que elas têm sido executas ou até mesmo divididas nas mãos de muitas pessoas e não simplesmente nas mãos de poucos, isso para que não fira os propósitos de liberdade e democracia.
Não admitir este acúmulo de poder numa pessoa é uma clara maneira de conter o poder pelo próprio poder, ou seja, um governo em que há apenas um magistrado para todas as magistraturas tende a um abuso da magistratura tornando-se um governo que visa apenas os caprichos e vontades de seu líder.
Muitos escândalos que têm sido recorrentes e rotineiros no sistema político brasileiro, demonstram que os caprichos e vontades de nossos governantes se fazem muito presentes no poder.
Montesquieu, porém, não deve ser interpretado como um solucionador para o problema político da sociedade de sua época,não obstante o enorme avanço que representou para o sistema político, pois resultou numa nova interpretação do poder, com a importância de frisar que Montesquieu se fez a todo momento defensor de sua própria classe que era a aristocracia.
Buscar uma harmonia das divisões das magistraturas na atualidade, no contexto Brasil, é algo hilário, nosso país se encontra em uma situação em que os pontos convergentes entre os poderes se revelam em uma constante necessidade de uma magistratura se sobrepor a outra, em determinados casos com o álibi para que se mantenha a harmonia entre si (magistrados e magistraturas) e consequentemente manter em voga o exercício da independência, mas em casos mais constantes tais ações representam apenas a necessidade do magistrado manter-se no poder deixando sempre a frente, como anteriormente lembrado, seus caprichos e desejos pessoais. Montesquieu se faz ainda atual por não desprezar a possibilidade, mesmo diante da divisão dos poderes, da corrupção.
Mudar os rumos de nosso sistema político é algo que demanda longo prazo de aperfeiçoamento. Deve-se lembrar, também, que nosso país traz em sua história, o legado de um império e de uma ditadura militar marcada apenas pelo claro despotismo. Estes momentos da política brasileira não permitiram que o poder emanasse do povo, causando apenas esquecimento e fortes punições para quem ousasse em exigir ou manifestar o desejo de liberdade dentro do solo brasileiro. Porém, estas páginas de nossa história não devem ser esquecidas, mas lembradas como momentos que jamais poderão retornar no sistema político do Brasil.
Deve-se reconhecer que nosso país vem evoluindo paulatinamente na questão em discussão, mas as cobranças para melhores avanços e clareza da função de nossos magistrados devem ser recorrentes para que eles não se esqueçam da função pela qual foram eleitos, que é a de representar o povo e manter o equilíbrio dentro do país. Resultando, desta maneira, numa real democracia e liberdade para os homens.
5. Quais são os Poderes (ou Funções) Estatais, abordando suas funções típicas e atípicas:
Três são os Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, todos com suas funções principais, típicas, inerentes a sua própria essência, e desfrutando, também, de funções secundárias, atípicas, eleitas pelo constituinte, aquelas que se afastam do normal (porém, nem por isso, assumindo um papel de anormalidade). Tais atributos fazem com que tal harmonia seja realmente alcançada, gerando uma estabilidade entre eles.
Ao Poder Legislativo cabem duas funções precípuas: inovação da ordem jurídica, ou seja, tem o papel de elaboração de leis “lato sensu”, abstratas e de ordem geral (art. 59); fiscalização, que pode ser de dois tipos, de caráter político-administrativo, exercido pelas comissões, por exemplo, Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI e Comissão de Constituição e Justiça – CCJ (art. 58), de caráter econômico-financeiro, auxiliado pelo Tribunal de Contas (art. 70). Pode também julgar e administrar-se internamente, são suas funções atípicas. A princípio pode parecer estranho o Legislativo julgando, papel tradicionalmente direcionado ao Judiciário, mas a Carta Constitucional permite tal situação, é o caso do Senado Federal processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade (art. 52, I).
Quanto ao Poder Executivo podemos afirmar que sua função essencial é de aplicar a lei ao caso concreto, administrando a coisa pública. A função atípica deste Poder se faz também por meio de julgamentos, são os contenciosos administrativos e tributários, por exemplo, e a elaboração normativa, como a famigerada Medida Provisória em caso de relevância e urgência (art. 62) e a elaboração das Leis Delegadas (art. 68).
Finalmente ao Poder Judiciário cabe por natureza a aplicação da lei ao caso concreto, substituindo a vontade das partes resolvendo o conflito de interesses com força coercitiva. Cabe ainda ao Judiciário como funções atípicas sua própria administração interna (art. 99) e a elaboração normativa, por exemplo, disciplinando a cerca de seu regimento interno (art. 96, I, “a”).
Diante desta construção, utilizada claramente para evitar a hipertrofia de um destes Poderes em detrimento dos demais, é de fácil percepção a harmonia entre os mesmos, pois todos exercem as três funções estatais concomitantemente, residindo a diferença tão somente no grau de importância e prevalência que uns possuem em função dos outros.
6. Diferencie “Separação Rígida” e “Separação Flexível” de Poderes:
7. Disserte sobre o “Controle Recíproco entre os Poderes”:
8. Diferencie “Estado”, “Governo” e “Administração Pública”:
Por Governo devemos entender o conjunto dos poderes e instituições públicas, considerado sobretudo pelo "comando" destes. O Governo é quem conduz os negócios públicos, estabelecendo linhas-mestras de atuação.
Já a Administração Pública caracteriza-se pelas funções próprias do Estado e a prática necessária para o cumprimento dessas funções. Assim, é a Administração Pública a executora das atividades visando ao bem comum.
Dessa forma, não cabe à Administração Pública a prática de atos de governo, mas sim de atos administrativos próprios e ela é responsável pela execução desses atos.
Administração pública é, em sentido prático ou subjetivo, o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas coletivas públicas (tais como as autarquiaslocais) que asseguram a satisfação das necessidades coletivas variadas, tais como a segurança, a cultura, a saúde e o bem estar das populações.
A Administração pública pode ainda ser definida objetivamente como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para assegurar os interesses coletivos.
Governo ainda pode ser conceituado como a organização, que é a autoridade governante de uma unidade política. Governo é conjunto dos dirigentes executivos do Estado, ou ministros.
9. O que é interesse público “primário” e “secundário”? Dê exemplos:
A noção de interesse público pode ser divida como interesse público primário e interesse público secundário. O interesse público primário é o verdadeiro interesse a que se destina a Administração Pública, pois este alcança o interesse da coletividade e possui supremacia sobre o particular. Já no que diz respeito ao interesse público secundário este visa o interesse patrimonial do Estado; este interessa explica, por exemplo, a demora do Estado no pagamento dos precatórios (art. 100, CF/88) uma vez que ele (Estado) está defendendo seu próprio interesse.
10. Quais são as fontes do Direito Administrativo. Disserte sinteticamente sobre cada um:
A lei, considerada em seu sentido amplo, representa importante fonte do Direito e, em se tratando do Direito Administrativo especificamente, representa a sua principal fonte jurídica. Tal como ocorre aos demais ramos do Direito, a Constituição Federal é a principal fonte do Direito Administrativo.
 
 
É na Constituição Federal que se encontram todos os fundamentos e princípios jurídicos que irão servir de base para a criação das outras normas jurídicas. Por exemplo, os artigos 37 e 38, ambos da Constituição Federal, trazem as disposições gerais concernentes aos princípios e normas que devem ser seguidos por toda a Administração Pública. A Constituição Federal também dispõe acerca de outras questões relacionadas ao Direito Administrativo, como por exemplo, os Servidores Públicos que é tratado em seus artigos 39 até 41.
 Todavia não somente a Constituição Federal constitui uma fonte jurídica para o Direito Administrativo.As Leis, os regulamentos, as instruções normativas, as resoluções e até mesmos as portarias expedidas pela Administração Pública, também, figuram como fontes jurídicas para o Direito Administrativo.Em se tratando de Leis, especificamente, deve-se citar como exemplo, a Lei 8112/90 que dispõe acerca do regime jurídico dos servidores civis da União ou a Lei 8666/93, que dispõe acerca do processo licitatório. Na realidade, para facilitara compreensão, deve-se entender que constitui fonte do direito, todas as normas expedidas pela ou para a Administração Pública, desde a Constituição Federal até os regulamentos.
 Quando estudiosos do Direito publicam seus estudos, pesquisas ou suas interpretações jurídicas acerca de determinada ponto da Lei, isso quer dizer, que foi publicada uma doutrina acerca daquele tema.Doutrina é a interpretação dada pelos operadores do Direito acerca de determinada questão jurídica.Desta forma, não se engane, a doutrina, não se presta somente a interpretar a Lei, mas também a todas as outras questões relacionadas ao Direito, tais como sua origem, seus princípios, objetivos e sua evolução.
Existe certa divergência jurídica, quanto ao fato da doutrina representar uma fonte do Direito.Para estes autores, entender que doutrina representa uma fonte do Direito significa em afronta direta ao princípio da Legalidade. Todavia, para a maior parte dos autores, a doutrina constitui uma fonte do Direito, não havendo qualquer empecilho neste sentido.Inclusive, não se pode olvidar que a doutrina é constantemente utilizada quando da realização dos julgamentos pelos Tribunais. 
Quando uma decisão judicial é proferida de forma reiterada, pode-se considerar que foi formada uma jurisprudência naquele sentido, ou seja, jurisprudência, nada mais é que uma reunião de várias decisões judiciais, acerca determinada matéria. Uma jurisprudência se cristaliza, ou seja, se pacifica, quando determinada matéria é julgada sempre no mesmo sentido. A jurisprudência é uma importante fonte do Direito, em se tratando de Direito Administrativo.As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em questões relacionadas ao Direito Administrativo é um bom exemplo de jurisprudência do Direito Administrativo. 
Os costumes, também, representam importante fonte do direito. Surgem através de comportamentos, atos ou condutas praticados reiteradamente que com o passar do tempo começam a integrar o cotidiano das pessoas. Em se tratando do direito Administrativo especificamente, é importante ressaltar a questão da “prática administrativa” como importante fonte do Direito Administrativo. É que ante a ausência de norma legal específica para a solução de determinado “caso”, o administrador público decide por sempre solucionar esta questão, desempenhando determinado procedimento.
Desta forma, como o passar do tempo, a “solução” dada pelo administrador público e sua aplicação reiterada, poderá se tornar “praxe” em toda Administração Pública, sendo assim, aplicada na resolução de todas as questões semelhantes.
11. Quais são os princípios características do “Regime Jurídico de Direito Privado”? 
No regime jurídico de direito privado, vigoram princípios como os da livre iniciativa e da autonomia da vontade. As pessoas podem desenvolver qualquer atividade ou adotar qualquer linha de conduta que não lhes seja vedada pela ordem jurídica. O particular tem liberdade de contratar, pautando-se por preferências pessoais. A propriedade privada investe seu titular no poder de usar, fruir e dispor do bem. As relações jurídicas dependem do consenso entre as partes. E a responsabilidade civil, como regra, é subjetiva. Violado um direito na esfera privada, seu titular tem a faculdade de defendê-lo, e para tanto deverá ir a juízo requerer a atuação do Estado no desempenho de sua função jurisdicional.
12. Quais são os princípios características do “Regime Jurídico de Direito Público”?
O regime jurídico de direito público funda-se na soberania estatal, no princípio da legalidade e na supremacia do interesse público. A autoridade pública só pode adotar, legitimamente, as condutas determinadas ou autorizadas pela ordem jurídica. Os bens públicos são, em linha de princípio, indisponíveis e, por essa razão, inalienáveis. A atuação do Estado na prática de atos de império independe da concordância do administrado, que apenas suportará as suas competências, como ocorre na desapropriação. Os entes públicos, como regra, somente poderão firmar contratos mediante licitação e admitir pessoal mediante concurso público. E a responsabilidade civil do estado é objetiva. Violada uma norma de direito público, o Estado tem o poder-dever – não a faculdade – de restabelecer a ordem jurídica vulnerada. Além disso, normalmente os atos do Poder Público são auto-executáveis, independendo de intervenção judicial. Os atos públicos sujeitam-se a controles específicos, tanto por parte do próprio Poder que o praticou como dos demais. 
13. O que é Regime Jurídico da Administração Pública?  
14. Explique “prerrogativas” e “sujeições” no Regime Administrativo:
 
A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para designar, em sentido amplo, os regimes jurídicos de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. Já a expressão regime jurídico administrativo é reservada tão-somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa.
Em outras palavras, o regime jurídico utilizado pela Administração Pública é mais amplo, pois abrange tanto as normas de direito público quanto as de direito privado. 
No entanto, quando se fala em regime jurídico administrativo, está se diante de uma relação de subordinação jurídica entre Administração e administrado, a qual objetiva o atendimento do interesse público. Trata-se, em poucas palavras, de um poder-dever conferido à Administração sempre que for atuar no seio da sociedade. 
Novamente, Maria Sylvia Zanella Di Pietro contribui ao alertar para a possibilidade de uma atuação bipolar da Administração Pública dentro do regime jurídico administrativo. Este regime imprime, também, certas prerrogativas e algumas restrições de observância obrigatória pelos administradores. Nas palavras da autora, há uma bipolaridade do Direito Administrativo: liberdade do indivíduo e autoridade da Administração; restrições e prerrogativas. Para assegurar-se a liberdade, sujeita-se a Administração Pública à observância da lei; é a aplicação ao direito público, do princípio da legalidade. Para assegurar a autoridade da Administração Pública, necessária a consecução de seus fins, são-lhe outorgados prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o particular.
[...] ao lado das prerrogativas, existem determinadas restrições a que está sujeita a Administração, sob pena de nulidade do ato administrativo e, em alguns casos, até mesmo da responsabilização da autoridade que o editou. Dentre tais restrições, citem-se a observância da finalidade pública, bem como os princípios da moralidade administrativa e da legalidade, a obrigatoriedade de dar publicidade aos atos administrativos e, como decorrência dos mesmos, a sujeição à realização de concursos para seleção de pessoal e de concorrência pública para a elaboração de acordos com particulares. Ao mesmo tempo em que as prerrogativas colocam a Administração em posição de supremacia perante o particular, sempre com o objetivo de atingir o benefício da coletividade, as restrições a que está sujeita limitam a sua atividade a determinados fins e princípios que, se não observados, implicam desvio de poder e consequente nulidade dos atos da Administração. 
Esta ideia de regime jurídico administrativo, por sua vez, não é uma exclusividade da doutrina pátria. Numa análise de Direito Comparado, a doutrina de José Roberto Dromi serve de exemplo para se entender como é bem difundida e sedimentada, dentro do Direito Administrativo vigente em outros ordenamentos jurídicos, a expressão regime jurídico administrativo: “El régimen jurídico de la función administrativa comprende las formas jurídicas y los principios jurídicos del obrar administrativo estatal”.
            Mutatis mutandis, o termo “régimen jurídico de la función administrativa” é similar ao regime jurídico administrativo apresentado pela doutrinapátria. Em poucas palavras, pode-se concluir que este regime traduz-se num conjunto normativo, ou melhor, no “ponto nuclear de convergência e articulação de todos os princípios e normas de direito administrativo”. 
15. Cite 10 (dez) prerrogativas ou privilégios da Administração Pública:
16. Quais são os princípios que regem o regime jurídico da Administração Pública. Aborde sinteticamente sobre cada um. Dê exemplos na jurisprudência (não citar os julgados disponibilizados nos slides):
O regime jurídico administrativo apresentado se delineia sobre dois princípios basilares: a supremacia do interesse público e a indisponibilidade, pela Administração, dos interesses públicos. A caracterização destes princípios é importante, uma vez que eles delineiam toda uma disciplina normativa peculiar para o ramo do Direito Administrativo. São, na prática, verdadeiras “pedras de toque” para a atuação da Administração Pública. Cabe, então, direcionar o presente estudo para a análise destes princípios nos tópicos seguintes.
O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é o sustentáculo de uma série de atuações da Administração Pública, tais como: a auto-executoriedade, a autotutela, o poder de expropriar, o de requisitar bens e serviços, o de ocupar temporariamente imóvel alheio, o instituir servidão, o de aplicar sanções administrativas, o de alterar unilateralmente os contratos, o de impor medidas de polícia. Goza, ainda, de determinados privilégios como a imunidade tributária, prazos dilatados em juízo, juízo privativo, processo especial de execução, presunção de veracidade de seus atos. 
De início, cabe ressalvar que qualquer entendimento adequado do princípio da supremacia do interesse público perpassa antes pela definição do que vem a ser o intitulado interesse público. Celso Antônio Bandeira de Mello[19] ensina que este instituto pode “ser conceituado como o interesse resultante do conjunto dos interesses que os indivíduos pessoalmente têm quando considerados em sua qualidade de membros da Sociedade e pelo simples fato de o serem”.        
 
Assim sendo, percebe-se que o interesse que prevalece não é o da Administração em si, mas sim o da coletividade.
Outra elucidação necessária para o prosseguimento deste estudo é a distinção entre o interesse público primário e o interesse público secundário. Aquele pode ser entendido como o “plexo de interesses dos indivíduos enquanto partícipes da Sociedade”.[20] Este, por sua vez, apresenta-se como os interesses que são peculiares do Estado, o qual é concebido em sua mera individualidade, ou seja, traduzem-se nos interesses peculiares da pessoa jurídica, o Estado, os quais só poderão prevalecer se “não se chocarem com os interesses públicos propriamente ditos”, isto é, os primários. 
Feitas as definições acima, já se pode definir melhor o que vem a ser o chamado princípio da supremacia do interesse público, a saber: O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é princípio geral de Direito inerente a qualquer sociedade. É a própria condição de sua existência. Assim , não se radica em dispositivo específico algum da Constituição, ainda que inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas dele, como, por exemplo, os princípios da função social da propriedade, da defesa do consumidor  ou do meio ambiente (art. 170, III, V e VI), ou tantos outros. Afinal, o principio em causa é um pressuposto lógico do convívio social. Para o Direito Administrativo interessam apenas os aspectos de sua expressão na esfera administrativa. Para não deixar sua sem referência constitucional algumas implicações concretas especificamente dispostas na Lei Maior e pertinentes ao Direito Administrativo, basta referir aos institutos da desapropriação e da requisição (art. 5º, XXIV e XXV), nos quais é evidente a supremacia do interesse público sobre o interesse privado. 
Marcos Juruena Villela Souto, nesta linha, pondera que Tal princípio resulta numa posição privilegiada do órgão encarregado de zelar pelo interesse público e de exprimi-lo em relações com os particulares, nas quais assume posição de supremacia, encarnada em benefício e privilégios, com vistas ao atendimento da finalidade da Administração. Essa supremacia autoriza, por exemplo, o uso da força sobre o particular, a imposição de tributos, a intervenção sobre a propriedade, a regulação da atividade econômica e a existência de cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos.
Apesar da completude das palavras dos autores acima, cabe destacar ainda que a atuação estatal se consubstancia numa posição de superioridade sobre o particular (supremacia), que inexiste em uma relação exclusivamente entre particulares. “Isto significa que a Administração Pública possui prerrogativas ou privilégios, desconhecidos na esfera do direito privado”. 
Enfim, estas prerrogativas da Administração têm como finalidade o interesse público, a qual é o próprio pressuposto de uma ordem social estável, do contrário, a ação estatal será viciada, inválida e passível de controle judicial. No âmbito das licitações, Lucas Rocha Furtado aduz que a “potestade da Administração Pública de anular ou revogar a licitação é exemplo da supremacia do interesse públicos sobre o interesse dos particulares envolvidos”.
Por fim, José dos Carvalho Filho lembra que o princípio em análise vem sendo relativizado, com uma argumentação “no sentido da primazia de interesses privados com suporte em direitos fundamentais quando ocorrem determinadas situações específicas”. Conquanto, este mesmo autor pondera bem ao concluir que esta “’desconstrução’ do princípio [da supremacia do interesse público] espelha uma visão distorcida e coloca em risco a própria democracia”.            
Uma definição exemplar para se entender o que o princípio em análise exprime é dada por Cirne Lima citado por Celso Antônio Bandeira de Mello: “Administração é a ‘atividade do que não é senhor absoluto’”. A simplicidade e completude desta assertiva é a sua maior riqueza, pois o administrador, em regra, gerencia aquilo que não tem a propriedade, bem como sobre esta ação deve prestar conta para o real proprietário: a coletividade.
De certo modo, esta é a realidade da Administração, ou seja, servir de curador para os interesses públicos na estrita observância do que predispuser “a intentio legis”. Marcos Juruena Villela Souto expõe que os interesses qualificados como próprios da coletividade são inapropriáveis, cabendo “ao órgão que os representa apenas [...] curá-los, na estrita conformidade do que dispuser a lei”. 
Novamente, impõe se a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello[34] sobre o que vem a ser o princípio ora estudado, in verbis: Em suma, o necessário – parece-nos – é encarecer que na administração os bens e os interesses não se acham entregues à livre disposição da vontade do administrador. Antes, para este, coloca-se a obrigação, o dever de curá-los nos termos da finalidade a que estão adstritos. É a ordem legal que dispõe sobre ela. 
Cabe ressalvar, ainda, que o titular dos interesses públicos não é a Administração, mas o Estado, que se divide nas três funções clássicas: Legislativo, Executivo e Judiciário. Completando e ratificando as definições apresentadas, Hely Lopes Meirelles ensina que:
O princípio da indisponibilidade do interesse público, segundo o qual a Administração Pública não pode dispor deste interesse geral nem renunciar a poderes que a lei lhe deu para tal tutela, mesmo porque ela não é titular do interesse público, cujo titular é o Estado, que, por isso, mediante lei poderá autorizar a disponibilidade ou a renúncia.
Nesta linha e um pouco além, José dos Santos Carvalho Filho ressalta os pontos apresentados e aproveita ainda para acrescentar o papel da licitação pública dentro do princípio indisponibilidade, pela Administração, dos interesses públicos. Nas palavras deste autor, os
bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conservá-los epor eles velar em prol da coletividade, esta sim verdadeira titular dos direitos e interesses públicos.
O princípio da indisponibilidade enfatiza tal situação. A Administração não tem a livre disposição dos bens e interesses públicos, por que atua em nome de terceiros. Por essa razão é que os bens públicos só podem ser alienados na forma em que a lei dispuser. Da mesma forma, os contratos administrativos reclama, como regra, que realize licitação para encontrar quem possa executar obras e serviços de modo mais vantajoso para a Administração.
O princípio parte, afinal, da premissa de que todos os cuidados exigidos para os bens e interesse públicos trazem benefícios para a própria coletividade.
Basicamente, a coletividade é a proprietária dos bens e dos interesses públicos, enquanto que o Estado exerce apenas a titularidade. Este mesmo Estado, por sua vez, se organiza através de funções (Legislativo, Executivo e Judiciário), conforme se verá mais à frente.  Sendo que, dentre estas funções, cabe sobretudo a função administrativa o exercício e a proteção destes interesses públicos indisponíveis, “mediante o conjunto de órgãos (chamados administração, em sentido subjetivo ou orgânico), veículos da vontade estatal consagrada em lei”. 
Portanto, a regra é a indisponibilidade, ou seja, a Administração deve balizar toda sua atuação sobre o fato de que administra a propriedade de terceiros, ou melhor, os bens e interesses da coletividade.
17. Conceitue princípios:
O conceito de princípio está associado, por outro lado, às proposições ou verdades fundamentais por onde se estudam as ciências ou artes, e às normas fundamentais que regem o pensamento e a conduta: “A lei da gravidade é um dos princípios da física”, “Recuso-me a ir trabalhar para uma empresa que prejudica o meio ambiente: vai contra os meus princípios”, “O meu avô é um homem de princípios e que honra sempre os seus compromissos”.
18. Quais são os princípios da Administração Pública expressos na Constituição da República de 1988. Disserte sobre cada um de forma sintética.
1. O Princípio da Legalidade é certamente a diretriz básica da conduta dos agentes da Administração implicando subordinação completamente o administrador à lei, bem como todos os demais agentes públicos, independentemente do cargo que ocupem.
2. O Princípio da Impessoalidade objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica, se assemelhando ao princípio da isonomia neste contexto.Este princípio relaciona-se com o princípio da finalidade que visa sobrepor o interesse público aos interesses dos particulares em geral.
3. O Princípio da Moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta, devendo não só averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, mas também distinguir o que é honesto do que é desonesto.Haverá ofensa a este princípio sempre que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofenda a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a idéia comum de honestidade.Têm-se várias ações visando a tutela jurisdicional, tais como a ação popular, a ação civil pública e ação de improbidade administrativa.
4. O Princípio da Publicidade indica que os atos da Administração devem merecer a mais ampla divulgação possível entre os administrados e isso porque constitui fundamento do princípio propiciar-lhes a possibilidade de controlar a legitimidade da conduta dos agentes administrativos.
Na própria Constituição Federal (art.5º) existem outros preceitos que confirmam ou restringem o princípio da publicidade:
I – Inciso LX dispõe que a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
II – Inciso XIV assegura a todos o acesso à informação e resguardado ao sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
III – O Inciso XXXIII estabelece que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvada aqueles cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
O direito à informação relativa à pessoa é garantido pelo habeas data, nos termos do inciso LXXII do art. 5º da CF.
Quanto ao direito à informação, para fins do artigo 5º, LXXII, da CF está disciplinado pela Lei nº. 9.507/97.
IV – O inciso XXXIV assegura a todos, independente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa dos direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas para defesa de direito e esclarecimento de situações pessoais.
5. O Princípio da Eficiência, segundo definição de Hely Lopes Meirelles é o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. Também deve ser observado em relação aos serviços administrativos interno das pessoas federativas e das pessoas a elas vinculadas. O art. 5º, inciso LXXVIII, tem por conteúdo este princípio, estabelecendo que a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
 19. Transcreva o caput do artigo 37 da CR/88.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]
20. Quem deve se submeter aos princípios do artigo 37 da Constituição. 
Estes princípios devem ser seguidos à risca pelos agentes públicos, não podendo se desviar destes princípios sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar civil ou criminal dependendo do caso.
21. O princípio da eficiência pode sobrepor ao princípio da legalidade na Administração Pública? Explique. 
O princípio da eficiência deve estar submetido ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficiente que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de maneira conjunta e não sobrepostas.
22. Diferencie “Administração Patrimonial”, “Administração Burocrática” e “Administração Gerencial”. 
23. Cite os princípios implícitos da Administração Pública, dissertando sinteticamente sobre cada um deles. 
P. Autotutela: A Administração Pública tem o poder-dever de exercer o controle sobre seus próprios atos, a fim de tornar nulos aqueles praticados sem a observância da lei e revogar os que se tornaram contrários ao interesse público.
P. Continuidade dos Serviços Públicos: Demonstra quão importante e obrigatória é a atividade administrativa, devendo-se, por isso, evitar ao máximo a sua interrupção, uma vez que os interesses que ela atinge são fundamentais à coletividade.
P. Controle Jurisdicional da Administração Pública: A Administração Pública tem o poder-dever de exercer o controle sobre seus atos, mas mesmo assim eles podem ser revistos pelo Poder Judiciário, se praticados com ilegalidade.
P. Especialidade: Os órgãos e entidades da Administração devem cumprir apenas o papel para os quais foram criadas, não sendo permitidas atividades estranhas ao fim legalmente determinado pela lei.
P. Finalidade: Toda a atividade administrativa deve buscar meios para realizar a finalidade contemplada pela lei, a qual tem por fim o interesse público.
P. Indisponibilidade do interessepúblico: A Administração somente pode agir autorizada por lei e nos limites desta.
P. Isonomia: A Administração não pode conceder privilégio a quem quer que seja, senão quando determinado por lei.
P. Motivação: Todos os atos da Administração devem ser motivados, isto é, o agente público deve expor os motivos que o levaram a tomar uma ou outra decisão.
P. Razoabilidade e Proporcionalidade: A Administração Pública deverá obedecer a critérios racionais em sua atuação e os atos administrativos só serão válidos se exercidos na extensão e intensidade proporcionais ao atendimento do interesse público.
P. Segurança jurídica: Não pode haver surpresas passíveis de desestabilizar as relações sociais. A atividade da Administração deve estar fundamentada em leis e não em probabilidades.
P. Supremacia do interesse público: Fundamenta-se no fato de que nas relações jurídicas os interesses da coletividade prevalecem sobre os interesses particulares. Assim, a Administração Pública está em uma posição hierarquicamente superior quando comparada com o particular.
24. O que são poderes da Administração Pública? 
Os Poderes Administrativos são inerentes à Administração Pública e possuem caráter instrumental, ou seja, são instrumentos de trabalho essenciais para que aAdministração possa desempenhar as suas funções atendendo o interesse público
25. Explique a seguinte afirmação “Os poderes surgem como instrumentos, através dos quais o poder público vai perseguir seu interesse coletivo”. 
26. Quais as caraterísticas dos poderes da Administração Pública? 
Os poderes de que dotada a Administração Pública são necessários e proporcionais às funções à mesma determinados. Em outras palavras, a Administração Pública é dotada de poderes que se constituem em instrumentos de trabalho.
Os poderes administrativos surgem com a Administração e se apresentam conforme as demandas dos serviços públicos, o interesse público e os fins aos quais devem atingir. São classificados em poder vinculado e poder discricionário, segundo a necessidade de prática de atos, poder hierárquico e poder disciplinar, de acordo com a necessidade de se organizar a Administração ou aplicar sanções aos seus servidores, poder regulamentar para criar normas para certas situações e poder de polícia, quando necessário se faz a contenção de direitos individuais em prol da coletividade.
27. Quais são as espécies de poderes da Administração Pública? 
28. O que é Poder Introverso e Poder Extroverso da Administração Pública?
As relações administrativas, efetivadas pela Administração Pública, podem ter como destinatários os administrados, particulares, de fora da Administração ou os próprios órgãos e Entes administrativos.
No caso das relações jurídicas administrativas serem constituídas em face dos administrados, teremos a chamada Administração Extroversa, eis que nelas existem ações extroversas, que incidem para fora do núcleo estatal atingindo os administrados, a exemplo de ações de polícia administrativa, que frenam a atividade particular em benefício do bem comum.
Essas relações extroversas são fundamentadas, portanto, nos princípios administrativos implícitos da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado e na Indisponibilidade, pela Administração, dos interesses dos administrados.
Por outro lado, temos as relações introversas, que compõem a Administração Introversa, materializando-se pelos atos administrativos realizados entre os Entes Políticos (União, Estado, Municípios e DF) , entre esses e os órgãos da Administração Direta e entre esses entre sí.
Tratam-se, assim, das relações jurídicas administrativas realizadas internamente, no âmbito da estrutura interna administrativa e, por isso, são considerados instrumentais em relação à Administração Extroversa, já que os órgãos e pessoas jurídicas devem se organizar, relacionando-se, a fim de efetivar as políticas públicas e atividades diversas de execução material, em prol do bem comum.
 29. Conceitue “Poder Hierárquico” da Administração Pública. 
Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para organizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre o servidores do seu quadro de pessoal.
Inexistente no Judiciário e no Legislativo, a hierarquia é privativa da função executiva, sendo elemento típico da organização e ordenação dos serviços administrativos.
O poder hierárquico tem como objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Ordena as atividades da administração ao repartir e escalonar as funções entre os agentes do Poder, de modo que cada qual exerça eficientemente o seu cargo, coordena na busca de harmonia entre todos os serviços do mesmo órgão, controla ao fazer cumprir as leis e as ordens e acompanhar o desempenho de cada servidor, corrige os erros administrativos dos seus inferiores, além de agir como meio de responsabilização dos agentes ao impor-lhes o dever de obediência.
Pela hierarquia é imposta ao subalterno a estrita obediência das ordens e instruções legais superiores, além de se definir a responsabilidade de cada um.
Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades implícitas ao superior, tais como dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever atos dos inferiores.
Quando a autoridade superior dá uma ordem, ela determina, de maneira específica, os atos a praticar ou a conduta a seguir em caso concreto. Daí é decorrente o dever de obediência.
Já a fiscalizar é o poder de vigiar permanentemente os atos praticados pelos seus subordinados. Tal se dá com o intuito de mantê-los de acordo com os padrões legais regulamentares instituídos para a atividade administrativa.
Delegar é conferir a outrem delegações originalmente competentes ao que delega. No nosso sistema não se admitem delegações entre os diferentes poderes, nem de atos de natureza política.
As delegações devem ser feitas nos casos em que as atribuições objeto das primeiras forem genéricas e não fixadas como privativas de certo executor.
Avocar é trazer para si funções originalmente atribuídas a um subordinado. Nada impede que seja feita, entretanto, deve ser evitada por importar desprestígio ao seu inferior.
Rever os atos dos inferiores hierárquicos é apreciar tais atos em todos os seus aspectos para mantê-los ou invalidá-los.
30. Quais são as prerrogativas do Poder Hierárquico? 
31. Conceitue “Poder Disciplinar” da Administração Pública.
Segundo Meirelles, este poder “é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.”
Di Pietro também afirma que “Poder disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas á disciplina administrativa”.
Sendo assim, este poder consiste no dever de punir da Administração ante o cometimento de faltas funcionais ou no caso de violação de deveres funcionais por partes de seus agentes públicos, em especial os servidores públicos.
 32. Conceitue “Poder Regulamentar” (ou “Normativo”) da Administração Pública. 
O Poder Normativo, assim denominado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ou também conhecido como Poder Regulamentar, qualifica-se como o poder que a Administração possui de editar atos para complementar a lei, buscando sua fiel execução. O Poder Regulamentar se formaliza por Decreto, nos termos do art. 84, inc. IV da Constituição Federal, in verbis:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
Para a fiel execução da lei podem ser editados atos normativos de complementação da lei como circulares, portarias, editais, regulamentos, decretos ou instruções.
O Poder Normativo, ou Regulamentar, apenas complementa a lei, e não pode alterar a lei, não pode modificar seu entendimento. Caso hajaalteração da lei ocorrerá abuso de Poder Normativo ou abuso de Poder Regulamentar.
33. Qual a diferença entre os conceitos de lei e regulamento? 
REGULAMENTO - ato normativo emitido pelo Chefe do Poder Executivo 
 
CONCEITO (Celso Antônio Bandeira de Mello): “ato geral e (de regra) abstrato, de competência privativa do Chefe do Poder Executivo, expedido com a estrita finalidade de produzir as disposições operacionais uniformizadoras necessárias à execução de lei cuja aplicação demande atuação da Administração Pública” 
 - ato estritamente subordinado e dependente da Lei 
 - finalidade de produzir disposições ope rac ionais e uniformizadoras 
 - daí não haver lugar para os regulamentos autônomos no Direito brasileiro 
 - é inoperante o regulamento contra legem ou praeter legem 
 
LEI E REGULAMENTO: DIFERENÇAS 
 
- a Lei provém do legislativo, o regulamento do Executivo. 
- somente a lei inova em caráter inicial, o regulamento não altera a lei. 
- a lei é fonte primária do Direito, o regulamento é fonte secundária. 
 
SEMELHANÇA MATERIAL: norma geral, abstrata e obrigatória. 
34. Qual a diferença entre regulamento e decreto? 
Os decretos são a forma do ato, já regulamento é o conteúdo do ato. O conteúdo é o que o ato significa, já a forma é o veículo introdutor do conteúdo. 
35. Conceitue “Poder de Polícia” da Administração Pública.
O Poder de Polícia reparte-se entre o Legislativo e Executivo, com base no princípio da legalidade, que impede que a Administração imponha obrigações ou proibições sem lei que as preveja, trata-se, portanto, de limites de atuação.
Conceito em sentido amplo: Atividade do Estado em condicionar a liberdade e a propriedade conforme os interesses coletivos.
Conceito em sentido restrito: são intervenções, geral ou abstrata, como os regulamentos, na forma concreta e específica. Ex. autorização de licenças, injunções.
 36. Quais são os fundamentos do Poder de Polícia. 
O poder de polícia administrativa fundamenta-se basicamente no princípio da predominância do interesse público sobre o particular, colocando a administração pública numa posição de supremacia sobre os interesses particulares, sejam esses interesses sobre pessoas, bens ou atividades, visando sempre a ordem pública e a paz social. Ou seja, cabe a polícia administrativa, manter a ordem, vigilância e proteção da sociedade, assegurando os direitos individuais da população e auxiliando a execução dos atos e decisões judiciais. 
37. Diferencie “Polícia Administrativa” de “Polícia Judiciária”. 
A polícia administrativa incide sobre bens, direitos e atividades, ao passo que, a polícia judiciária atua sobre as pessoas, individualmente ou indiscriminadamente. Porém, ambas exercem função administrativa, ou seja, atividade que buscam o interesse público. A polícia administrativa é exercida por órgãos administrativos de caráter fiscalizador, já a polícia judiciária, em razão de preparar a atuação da função jurisdicional penal, é exercida pela polícia civil ou militar.
38. Quais são os meios de atuação do Poder de Polícia? 
Os meios de que se utiliza o Estado para exercitar o poder de polícia são: Atos normativos (lei) e atos administrativos unilaterais, quais sejam medidas preventivas (fiscalização, vistoria, ordem, notificação, autorização, licença) ou medidas repressivas (dissolução de reunião, interdição de atividade, apreensão de mercadorias deterioradas), ambas com a finalidade de coagir o infrator a cumprir a lei. Mas o poder de polícia pode ainda traduzir-se em ordens verbais ou ser amparado por aparato físico como por exemplo um semáforo de trânsito.
39. Quais são os limites do Poder de Polícia? 
Mesmo que o ato de polícia seja discricionário, a lei impõe alguns limites quanto à competência, à forma, aos fins ou ao objeto.
Quanto à competência e procedimento (forma), observa-se as normas legais pertinentes, a lei.
Já em relação aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido para atender ao interesse público. A autoridade que fugir a esta regra incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com todas as conseqüências nas esferas civil, penal e administrativa. O fundamento do poder de polícia é a predominância do interesse público sobre o particular, logo, torna-se escuso qualquer beneficio em detrimento do interesse público.
Enquanto que o objeto (meio de ação), deve-se considerar o princípio da proporcionalidade dos meios aos fins. O poder de polícia não deve ir além do necessário para a satisfação do interesse público que visa proteger; a sua finalidade é assegurar o exercício dos direitos individuais, condicionando-os ao bem-estar social; só poderá reduzi-los quando em conflito com interesses maiores da coletividade e na medida estritamente necessária á consecução dos fins estatais.
Para os executores dos atos de polícia, pode não ser fácil o estabelecimento das linhas divisórias entre a discricionariedade e a arbitrariedade. Mister se faz que os executores dos atos de polícia tenham treinamento adequado, com bons conhecimentos dos direitos dos cidadãos, para se aterem aos limites legais do poder de polícia, e não adotarem a arbitrariedade.
Um freio eficiente para deter a arbitrariedade é o bom senso nos atos de polícia. Bom senso na verificação dos resultados de cada atitude. Bom senso na aplicação da coercitividade. Deve-se manter a proporcionalidade entre a infração e o ato coercitivo, para não se extrapolar os limites estabelecidos. É o caso do emprego da quando desnecessário. Ou de não empregá-la quando imprescindível. Por isso, faz-se mister que o agente do ato policial tenha domínio da Lei.
Com efeito, nada mais danoso à convivência social do que um agente do policial indo de encontro ao bem comum e às limitações da Lei. Porque, além da disfunção pelo mau uso das prerrogativas, há ainda uma prática contrária ao bem comum, que deve ser justamente oprimida por tal agente.
Deve-se, pois, se pensar o ato de polícia a partir da necessidade, se é de fato necessária para cessar a ameaça ou não. Se o ato de polícia é justo e se há uma proporção entre o dano a ser evitado e o limite ao direito individual. Se a medida tomada é adequada de fato para conter o dano. Se o ato de polícia é realmente razoável e não arbitrário.
Portanto, com os limites impostos à discricionariedade, o que se pretende é vedar qualquer manifestação de arbitrariedade por parte do agente do poder de polícia. A intenção não é extinguir os direitos individuais com as medidas administrativas referentes ao poder de polícia, dada a ordem jurídica de Estado Democrático de Direito, pelo que aplicar-se-ão os princípios da necessidade, proporcionalidade, eficácia e razoabilidade. Dever-se-á, portanto, ponderar em todo exercício de poder de polícia os princípios administrativos, especialmente, os princípios da necessidade, da proporcionalidade e da eficácia.
40. Quais são os atributos do Poder de Polícia? Explique cada um deles. 
41. Relacione Poder de Polícia e competência do exercício. 
42. É possível delegação do Poder de Polícia aos particulares? Explique. 
 É recorrente a afirmação da indelegabilidade do exercício das atividades de polícia administrativa como sendo um princípio solidamente estabelecido no âmbito do direito administrativo.  O exercício das atividades de polícia administrativa é usualmente concebido como sendo indelegável a entidades privadas. Pode-se tomar como sendo assente na doutrina a impossibilidade de se delegar a entidades privadas funções que implicam a manifestação de poder de império do Estado. Trata-se de afirmar que a autoridade de polícia deve ser exercida diretamente pelo Estado, não sendo possível atribuí-la a uma entidade privada. As justificativas invocadas usualmente mencionam o fato de a atividade de polícia atingir o cerne da soberania. A soberania deve ser essencialmente manifestada por atos unilaterais praticados diretamente pelo Estado. Há uma grande quantidade de manifestações doutrinárias categóricas nesse sentido. No entanto, especialmente ao se analisaremos precedentes jurisprudenciais, constata-se a existência de várias ressalvas e exceções à suposta premissa da indelegabilidade.
43. Analisar o Recurso Especial nº 817534/MG (Superior Tribunal de Justiça) e responder as seguintes questões: 
43.1. Qual conceito de Poder de Polícia constante na referida decisão?
 43.2. Quais são as atividades que envolvem a consecução do poder de polícia? “O ser humano que tem coragem de seguir em frente mesmo quando tudo vem contra ele e todos falam que não vai dar certo, esse deve viver muito mais para aproveitar suas conquistas.” 
43.3. Segundo a mencionada decisão, quais são as atividades que podem ser delegadas a particulares? E quais são as atividades que não podem ser delegadas a particulares? 
44. Qual o procedimento de aplicação das sanções impostas pelo Poder de Polícia? 
45. Há prescrição quanto a ação punitiva da Administração Pública no exercício do poder de polícia? Explique.

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