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Lei Carolina Dieckmann - Lei nº. 
12.737/12, art. 154-a do Código 
Penal 
 
A invasão de computadores e dispositivos similares, com finalidades 
ilícitas, tem causados sérios prejuízos aos direitos individuais e profissionais. A 
invasão em si, independente do que se siga após ela, já representa um perigo 
concreto à privacidade e ao segredo juridicamente protegido. Dessa forma, a 
prova da invasão já serva para promover a ação contra o agente. 
 
1. Invasão de dispositivo informático 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede 
de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com 
o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização 
expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter 
vantagem ilícita: 
 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
Invadir pressupõe a utilização de força, artimanha, violação indevido de 
mecanismo de segurança, desrespeito à vontade do proprietário do equipamento, 
ultrapassar o limite de autorização fornecida pelo titular do equipamento. É o tipo 
comissivo, em que o agente realiza a conduta proibida. Imagine uma situação em 
que você encosta a porta de sua casa, quem chega, não deve ir entrando só 
porque você não passou a fechadura, a violação do lar se configura do mesmo 
jeito. Se a lei não for interpretada dessa forma, ela perde o sentido de existir. O 
fato de se colocar uma placa “APENAS PESSOA AUTORIZADA” ou 
“CONFIDENCIAL” já deve ser considerado como mecanismo de segurança. Não 
precisa colocar cadeado ou esconder num cofre para tipificar a invasão ou 
violação do sigilo. 
Se não houver nenhuma forma de resistência, a invasão não pode ser 
caracterizada. Perceba que o delito em tela é a invasão ou instalação de 
vulnerabilidade, o que se faz após ela não interessa, pois a invasão já consuma 
o delito. 
Admite-se a tentativa do crime de invasão? Pensamos que sim. A invasão 
pode ser interrompida por inúmeros motivos alheios à vontade do agente. 
Entretanto, a tentativa não é uma conduta punível, mas pode ocorrer por que a 
invasão de um “dispositivo informático” se faz mediante preparação. Há um iter 
criminis, isto é, um caminho para se chegar ao resultado. É preciso obter a 
máquina ou conseguir os meios para acessá-la de forma remota, se valer de 
programas ou equipamentos, ferramentas que possibilitem o acesso. 
Importante salientar aqui que o nexo causal, aquilo que liga a conduta ao 
resultado, neste sentido opera de forma dependente. Atendendo à teoria conditio 
sine quae non, sem a invasão do sistema é impossível obter, adulterar, destruir 
dado ou informação contida no “dispositivo informático” ou instalar 
vulnerabilidade. 
O próprio artigo já cria um mecanismo de segurança indispensável: a 
autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, sem ela o dispositivo se 
quer pode ser tocado quiçá ter seus dados ou informações extraídos para 
qualquer que seja a finalidade. Se alguém leva seu eletrônico para uma empresa 
de manutenção e reparo, não tem outra intensão a não ser a de ver o bem em 
perfeito estado de uso, a violação dessa vontade (mecanismo pessoal de 
segurança) deve ser equiparada à violação de mecanismo de segurança. 
A ausência de um “mecanismo de segurança” não deve isentar o agente 
de responder dentro dessa qualificação penal, entretanto, a depender do caso, a 
conduta do agente pode se adequar a outros tipos penais já em voga: 
constrangimento ilegal, ameaça, violação de correspondência, divulgação de 
segredo, furto, roubo, extorsão, dano, apropriação indébita, estelionato e etc. 
Ainda com relação a violação indevida de mecanismo de segurança, é 
preciso levar em consideração que o ambiente cibernético contem diversas 
armadilhas e sofisticadas formas de “invasão” remota dos dispositivos 
informáticos. Por este motivo, este aspecto legal não pode ser absoluto. O ato 
inconsciente de clicar em um link malicioso, por imperícia ou boa fé, e ter seus 
dados furtados, não pode ser excluído do novo tipo penal. 
Atenta-se também para a finalidade de tal invasão. A invasão deve ter o 
objetivo de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem a autorização 
do titular do dispositivo. Nesse caso, o legislado abre exceção para a invasão 
consentida com a finalidade de recuperar dados, restaurar o sistema, resgatar 
informações, proceder a manutenção ou reparo do dispositivo. 
O legislador quis garantir a tutela do dispositivo informático contra a 
instalação de software malicioso, do tipo capaz de corromper, apagar, copiar, 
transmitir ou receber dados ou informações. Ataca diretamente a ação de hackers 
e experts em informática que utilizam seus conhecimentos para fins ilícitos. 
2. A penalidade imposta 
A pena é o castigo imposto ao agente transgressor da lei, aplicada pelo 
Estado. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
A pena de detenção é aplicada mediante o trânsito em julgado da sentença 
condenatória pela prática do delito. Delito, compreendido nesse artigo como a 
conduta de médio potencial ofensivo, devido a pena básica. Observe que a lei fala 
de “detenção” que é o tipo de penalidade que admite seu cumprimento no regime 
semiaberto (em caso de reincidência) ou diretamente no regime aberto (em caso 
de primeira condenação). 
O art. 44, § 2º do Código Penal indica que se a pena privativa de liberdade 
for igual ou inferior a 1 (um) ano, o juiz pode substituir pela pena pecuniária, isto 
é, pelo pagamento de uma multa. 
Há ainda a grande possibilidade da pena privativa de liberdade ser 
substituída por uma pena alternativa, ou seja, restritiva de direitos. Isso vai ocorrer 
se o agente for enquadrado nos quesitos do art. 44, I, II, III, do Código Penal, 
cumulativamente. 
 
3. A pena aplicada aos facilitadores das invasões 
O primeiro parágrafo do artigo 154-A, prescreve: 
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou 
difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática 
da conduta definida no caput. 
Aqui se enquadra a ação de programadores, hackers, que se dedicam a 
criar e disseminar programas com a finalidade prescrita no caput do artigo em 
análise. Divulgar e-mail com link malicioso que direciona a vítima para a instalação 
de uma vulnerabilidade, é um exemplo dessa tipificação. 
4. Casos de aumento de pena 
4.1 – Se da conduta resultar prejuízo econômico a pena será elevada de um 
sexto a um terço (§ 2º do Art. 145-A) 
O agravamento da pena pelo prejuízo econômico não livra o autor do dever 
de reparar o dano. 
4.2 – Se da conduta resultar obtenção de conteúdo de comunicações 
eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações 
sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do 
dispositivo invadido a pena será elevada para o nível de reclusão de seis 
meses a dois anos, multa, ou adequação em crime mais grave (§ 3º do Art. 
145-A). 
4.3 – Se da conduta houver divulgação, comercialização ou transmissão a 
terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos aumenta-se a 
pena de um a dois terços (§ 4º do Art. 145-A). 
 
4.4 – Será aumentada de um terço à metade se for praticada contra (§ 5º do 
Art. 145-A): 
a) Presidente da República, governadores e prefeitos; 
b) Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
c) Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de 
Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou 
de Câmara Municipal; ou 
d) Dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual,municipal ou do Distrito Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. V. 1. 13 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
CUNHA, Rogério Sanches; GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte especial. V. 
3. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. 
 
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 16. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral. V.1. 11 ed. Niterói: Impetus, 
2009. 
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal. V. 1. Niterói: Impetus, 
2011. 
 
MOREIRA, Alexandre Magno Fernandes. Classificação das infrações penais. 
Disponível em http://www.lfg.com.br. 14 de abril de 2009. Acessado em 
28/04/2013 
PESSINA, Enrico. Teoria do Delito e da Pena. 1ª Ed. São Paulo: Rideel, 2006. 
Pág. 10. 
 
PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro: parte geral. 5. Ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. 
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos do direito penal. 5ª Ed. São 
Paulo: Saraiva, 2001. Pág. 21-29.

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