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MATERIAL DE ESTUDO ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS 2

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Lauri Natalicio Fries
Professor
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
4 - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
4.1 - A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO 
Nos dias atuais muito se fala no papel que a informação possui sobre a realização de negócios entre as firmas. Há afirmações do tipo "a informação significa poder", o que significa que quanto mais informações de qualidade puder deter, de mais poderio estará dotada uma organização. 
Numa primeira análise desse assunto, há que se dizer que o parágrafo anterior possui sim um alto grau de veracidade. Contudo, para efeitos deste trabalho, a preocupação recaí sobre a conjugação do ciclo de vida das entidades a partir das informações contidas nas demonstrações contábeis. 
Como se discutiu no capítulo anterior, cada fase do ciclo de vida organizacional possui uma série de características e variáveis; além disso, trata-se de um processo evolutivo no qual atingir a fase seguinte significa avanço, sucesso. Desta forma, se a empresa conseguir verificar em que fase se encontra, que características e variáveis lhe são peculiares e o que precisa para chegar à fase seguinte, ela estará dispondo de mais um instrumento que possa lhe dar segurança no processo de gestão empresarial. 
O que se pretende, definitivamente, é conhecer o ciclo de vida da empresa a fim de que todas as decisões nela tomadas sejam consistentes e capazes de conduzir a firma ao sucesso. Portanto, há duas preocupações básicas em se conhecer o valor e importância das informações quando da análise de empresas: as informações necessárias à análise do ciclo de vida da organização e aquelas necessárias ao processo decisório destas organizações. 
Não se pode deixar de dizer que as informações extraídas dos relatórios contábeis, especialmente as necessárias à formação da análise financeira da firma, são de suma importância para a tomada de decisão diária. Entretanto, a partir deste momento, as discussões estarão centradas em análise de balanços, de forma a enfocar sua importância para se conhecer o processo evolutivo (ciclo de vida) das organizações. 
4.2 - A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇOS 
Tanto a prática como a literatura têm revelado que a análise financeira e de balanços é uma das tarefas mais difíceis e complexas entre as inúmeras que os contadores possuem na missão de contribuir para o desenvolvimento das empresas. 
Ora, talvez se pudesse questionar: a análise financeira e de balanços não se constitui numa mera apuração de índices cujas formas já se encontram montadas ou formalizadas? Onde reside, então, a complexidade e a dificuldade? 
A resposta é extremamente simples. Apurar ou calcular índices é uma tarefa bastante simplista, tendo em vista que as fórmulas já se encontram padronizadas. O que se precisa é meramente um conhecimento de matemática básica ou financeira e saber classificar e extrair as contas das demonstrações a fim de se aplicá-las às fórmulas, atividades estas estudadas em qualquer curso técnico ou superior de Contabilidade. O grande desafio do problema em questão é justamente a análise ou interpretação destes cálculos ou dos índices extraídos. Calcular é muito simples, mas não é uma atividade que se encerra em si. Indispensável é reforçar a necessidade de bem interpretar os dados e informações. 
Partindo-se da hipótese de que parte do elenco de informações que as empresas utilizam para tomar decisões está nas demonstrações contábeis, especialmente no suplemento de análise destas demonstrações, há que se afirmar que a importância em se proceder a análise financeira e de balanços é de um grau de relevância extremamente alto. 
Portanto, ainda sobre a questão de importância da análise e talvez com um desejo de eliminar as idéias de dificuldades e complexidades anteriormente discutidas, o Professor Sérgio de IUDÍCIBUS (1995, p.67) alerta: 
"É muito mais útil calcular um certo número selecionado de índices e quocientes, de forma consistente, de período para período, e compará-los com padrões preestabelecidos e tentar, a partir daí, tirar uma idéia de quais problemas merecem uma investigação maior, do que apurar dezenas e dezenas de índices, sem correlação entre si, sem comparações e, ainda, pretender dar um enfoque e uma significação absolutos a tais índices e quocientes".
Enfim, é possível sintetizar ainda uma série de razões para realçar quão importante é esta análise para as empresas: 
se bem manuseada, pode se constituir num excelente e poderoso "painel de controle" da administração; 
se não for feita a partir de uma contabilidade "manipuladora" ou "normatizante", pode trazer resultados bastante precisos; 
é uma poderosa ferramenta à disposição das pessoas que se relacionam ou pretendem relacionar-se com a empresa, ou seja, os usuários da informação contábil ou financeira, sejam eles internos ou externos; 
permite diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos críticos e permitindo apresentar um esboço das prioridades para a solução dos problemas; 
permite uma visão estratégica dos planos da empresa, bem como estima o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. 
4.3 - NO QUE CONSISTE A ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇOS 
Segundo PADOVEZE (1996, p.115), "A análise de balanço constitui-se num processo de meditação sobre os demonstrativos contábeis, objetivando uma avaliação da situação da empresa, em seus aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros". 
MATARAZZO (1995, p.17), por sua vez, afirma: "A Análise de Balanços objetiva extrair informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões". 
Partindo-se da definição de Matarazzo, é oportuno ressaltar que as demonstrações contábeis contêm uma série de dados que, quando analisados, tornam-se informações. Por esta razão é que a análise de balanços objetiva extrair informações e não dados. 
Reforçando a idéia acima, pode-se caracterizar ou diferenciar dados de informações: 
Dados: 
tecnicamente, são os itens básicos de informação, antes de serem processados por um sistema, ou seja, alimentam, dão entrada no sistema; 
representam algo puro cujo conteúdo não permitirá a compreensão e nem mesmo o julgamento sob determinado assunto; 
consistem em qualquer elemento identificado em sua forma bruta, que por si só não conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação; 
são os números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor. 
Informações: 
são os relatórios, os resultados do processamento dos dados; 
as informações são produzidas, saem do sistema, seja este manual ou computacional; 
são conjuntos de dados sobre algo ou sobre alguém, ou seja, o dado manuseado (trabalhado) que servirá de base para alguma decisão; 
enumeram o resultado da análise dos dados que permitirá a tomada de decisões ou a execução de algumas ações; 
representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou decisão, freqüentemente acompanhada de um efeito-surpresa. 
É importante destacar que, como as informações da análise de balanços servem tanto a usuários internos quanto a externos, e muito destes usuários são leigos, vários cuidados devem ser tomados quando da sua execução e apresentação. Porém, entende-se que dois pontos merecem ser referenciados: 
1) o grau de excelência da Análise de Balanços é dado exatamente pela qualidade e extensão das informações que conseguir gerar; 
2) os relatórios devem estar dotados de uma linguagem descomplicada (simples), como se fossem dirigidos a leigos e, sempre que possível, estarem acompanhados de gráficos.
Contudo, talvez o conteúdo até aqui exposto, não tenha evidenciado o como proceder a análise financeira de balanços, ou seja, que metodologia deverá ser utilizada. 
A idéia é utilizar-se do raciocínio científico, ou seja, se o fim pretendido pela análise é fornecer informações para tomada de decisão, então é preciso conhecer como se dá o processo de tomada de decisão. 
Namaioria das ciências, ainda que cada uma tenha as suas especificidades, a seqüência do processo decisório tem as seguintes etapas: 
1ª) escolha dos indicadores; 
2ª) comparação com padrões; 
3ª) diagnóstico ou conclusões; e 
4ª) decisões. 
Para a realização da análise financeira de balanços pode-se adaptar a mesma seqüência, isto é: 
1ª) apuram-se os índices junto às demonstrações contábeis; 
2ª) comparam-se os índices com os padrões; 
3ª) ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusões; e 
4ª) tomam-se decisões. 
Vale dizer, entretanto, em relação ao contexto deste trabalho, que não existem ainda índices-padrão para o ciclo de vida, já que, como foi dito ao final do capítulo anterior, não há mecanismos contábeis para se relacionar o ciclo de vida, o que não permitiria a execução da 2ª etapa elencada acima. 
Enfim, quando se procede a análise de balanços, os relatórios provenientes desta análise podem estar compostos de informações dos tipos: 
situação financeira e causas das alterações; 
situação econômica e causas das alterações; 
desempenho; 
eficiência e eficácia na utilização dos recursos; 
adequação das fontes às aplicações de recursos; 
evolução, tendências e perspectivas; 
pontos fortes e fracos; 
etc. 
As formas para se realizar a análise é o que será visto a partir de agora. Neste estudo, serão discutidas as análises vertical, horizontal, através de índices e através da taxa de retorno sobre investimentos. 
4.4 - A ANÁLISE HORIZONTAL 
"Uma vez que os balanços e demonstrações de resultados estejam expressos em moeda de poder aquisitivo da mesma data, a análise horizontal assume certa significância e pode acusar imediatamente áreas de maior interesse para investigação". (IUDÍCIBUS, 1995, p.74) 
A Análise Horizontal dedica-se a elucidar como está ocorrendo a evolução de cada item ou conjunto de itens constantes das demonstrações no decorrer dos tempos. É chamada de horizontal por duas razões: 
1) estabelece o primeiro ano ou o ano-base para a análise e a partir deste verifica qual foi a evolução nos anos seguintes; 
2) preocupa-se com o crescimento ou decrescimento de itens ou conjunto de itens específicos, ou seja, não compara um item com outro no mesmo período e sim o mesmo item a cada período. 
É, portanto, fundamental para o estudo de tendências. 
Ainda que este tipo de análise, assim como a vertical, possua uma utilização bastante restrita, principalmente em função do trabalho na montagem do grande número de quocientes, MATARAZZO (1995, p.26) ressalta um aspecto importante, dizendo que "... pesquisas efetuadas recentemente com insolvência de pequena e médias empresas têm ressaltado a utilidade da Análise Vertical e Horizontal como instrumento de análise". 
4.5 - A ANÁLISE VERTICAL 
Uma das grandes utilidades da Análise Vertical concentra-se na verificação da estrutura de composição dos itens das demonstrações e a sua evolução no tempo, com enfoque especial, também, ao estudo de tendências. 
A idéia desta análise consiste no seguinte: estabelecer um item como base e a partir daí verificar quanto cada um dos demais itens representa em relação àquele escolhido como base. De outra forma: "É a análise da estrutura da demonstração de resultados e do balanço patrimonial, buscando evidenciar as participações dos elementos patrimoniais e de resultados dentro do total". (PADOVEZE, 1996, p.118) 
4.6 - A ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES 
Os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas e justificam-se, quando se deseja analisar a situação econômico-financeira de uma entidade, pelo fato de que a observação e apreciação de certas relações ou percentuais é mais significativa do que a apreciação de todos os itens contidos nas demonstrações. 
"Tradicionalmente, a análise e a interpretação de balanços têm-se valido do expediente de calcular uma série de quocientes, relacionando as mais variadas contas do balanço e do demonstrativo operacional, procurando atribuir um significado aos resultados de tais cálculos". (IUDÍCIBUS, 1995, p.81) 
Como já se comentou no início deste capítulo, é muito mais oportuno, então, selecionar um grupo de índices de boa representatividade que permitam à empresa análises precisas do que ater-se ao cálculo de uma série de quocientes, muitas vezes sem validade alguma. 
Não obstante, a Análise através de Índices, assim como as demais análises, deve servir ao fim a que se destina; portanto, antes de se proceder a ela, é necessário responder o que se pretende com os cálculos e índices que serão encontrados. 
Confirmando isto, MATARAZZO (1995, p.154) alerta: "O importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada na análise". 
Mais uma vez, faz-se mister lembrar que a proposta deste estudo é associar o ciclo de vida de uma organização às suas demonstrações contábeis. Portanto, serão envidados esforços, a partir daqui, no sentido de discutir um grupo de itens selecionados que podem levar ao fim desejado. 
Enfim, a prática tem feito sentir que a grande contribuição deste tipo de análise está em fornecer avaliações genéricas sobre diferentes aspectos da firma em questionamento, sem descer a um nível maior de profundidade. Uma especial importância tem sido dada a esta análise quando da tarefa de previsão de insolvência. Por estas razões os índices têm sido a técnica de análise mais empregada no universo econômico e financeiro das empresas. 
Como avaliar os índices? 
Não é conveniente avaliar os índices tomando-se apenas um parâmetro. O importante é ponderá-los sob diversos aspectos, por isto os índices devem ser avaliados: 
pelo significado intrínseco; 
pela comparação ao longo de vários exercícios; 
pela comparação com índices de outras empresas ou índices-padrão. 
Pela forma como será abordado este tópico, poder-se-á perceber que o índice é a "relação" existente entre os dados das demonstrações contábeis, cujo objetivo reside em evidenciar determinado aspecto, associado a uma visão abrangente da situação econômica ou financeira de um empreendimento. 
Nos QUADROS IV, V e VI que se seguem, estão segmentados, por grupos, os índices a serem enfocados nesta pesquisa: 
QUADRO IV - ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
	Índice
	Participação de Capital de Terceiros (Endividamento)
	Composição do Endividamento
	Imobilização do Patrimônio Líquido
	Imobilização dos Recursos não Correntes
	Fórmula
	Capital de Terceiros 
Patrimônio Líquido
	Passivo Circulante 
Capital Terceiros
	Ativo Permanente 
Patrimônio Líquido
	Ativo Permanente 
P.L. + E.L.P.
	Analisa
	Quanto a empresa tomou de capital de terceiros para cada $ 100 de capital próprio
	Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais
	Quantos $ se aplicou no Ativo Permanente para cada $ 100 de Patrimônio Líquido
	Que % dos Recursos não Correntes foi destinado ao Ativo Permanente
	Interpretação
	Quanto menor, melhor
	Quanto menor, melhor
	Quanto menor, melhor
	Quanto menor, melhor
Obs.: todos os resultados encontrados devem ser multiplicados por 100. Fonte: Adaptado de MATARAZZO (1995) 
QUADRO V - ÍNDICES DE RENTABILIDADE
	Índice
	Giro do Ativo
	Margem Líquida
	Rentabilidade do Ativo
	Rentabilidade do Patrimônio Líquido
	Fórmula
	Vendas Líquidas 
Ativo
	Lucro Líquido * 
Vendas Líquidas
	Lucro Líquido * 
Ativo
	Lucro Líquido * 
P.L. médio
	Analisa
	Quanto a empresa vendeu para cada $ 1 de investimento total
	Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 vendidos
	Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de investimento total
	Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de capital próprio investido, em média, no exercício
	Interpretação
	Quanto maior, melhor
	Quanto maior, melhor
	Quanto maior, melhor
	Quanto maior, melhor
o resultado encontrado deveser multiplicado por 100. Fonte: Adaptado de MATARAZZO (1995) 
QUADRO VI - ÍNDICES DE LIQUIDEZ
	Índice
	Liquidez Geral
	Liquidez Corrente
	Liquidez Seca
	Fórmula
	Ativo Circulante + Realizável LP  
Passivo Circulante + Exigível LP
	Ativo Circulante 
Passivo Circulante
	Ativo Circulante - Estoques 
Passivo Circulante
	Analisa
	Quanto a empresa possui de Ativo Circulante + Realizável a LP para cada $ 1 de dívida total
	Quanto a empresa possui de Ativo Circulante para cada $ 1 de dívida de curto prazo
	Quanto a empresa possui de Ativo Circulante, para cada $ 1 de dívida de curto prazo, sem comprometer os estoques
	Interpretação
	Quanto maior, melhor
	Quanto maior, melhor
	Quanto maior, melhor
Fonte: Adaptado de MATARAZZO (1995)
Os quadros anteriormente apresentados constituem-se em um referencial para se iniciar a análise através de índices. É importante dizer que o item "interpretação" contido nestes quadros está apresentado, para a maioria dos índices, de forma genérica, ou seja, na maioria dos casos é esta a forma de se interpretar. A título de exemplo pode-se tomar o Índice de Participação de Capital de Terceiros: geralmente, quando a empresa depende menos de terceiros é uma situação melhor e por isso é que se diz que, quanto menor este índice, melhor; no entanto, dependendo do contexto que a firma está inserida, está pode não ser a melhor interpretação. 
Portanto, vale reforçar o que já foi dito no início desta abordagem em que a análise deve cumprir o fim a que se destina e isto leva a crer que o índice pode ser melhor visualizado se for inserido no contexto da razão da análise. MARION (1997, p. 455) também destaca este cuidado: "... o analista deverá tomar uma série de precauções quanto à interpretação dos índices. Muitas vezes, podem dar falsa imagem de uma situação." 
Insistindo ainda que se deve ter cuidado para afirmar o que é um bom índice, MARION (1997, p. 459) adverte: "Conceituar o índice, todavia, sem outros parâmetros, é uma atitude bastante arriscada, por isso desaconselhável." 
Assim, apresenta-se o item "interpretação" para ser utilizado como um referencial inicial na análise e, como já se disse, a forma como está colocado neste trabalho é de interpretação genérica. 
Antes de se adentrar na discussão dos índices propriamente ditos, faz-se conveniente ressalvar também que na abordagem que será feita não se considerará o Ativo Realizável a Longo Prazo, por sua rara existência nas atividades de empresas de pequena dimensão, e mesmo porque, quando existe, na maioria das vezes possui valores irrelevantes. 
4.6.1 - Índices de Estrutura de Capital (continua) 4.6.1 - Índices de Estrutura de Capital (continuação) 
Este grupo de índices evidencia a situação financeira da entidade, isto é, procura apontar os grandes caminhos das decisões financeiras em termos de obtenção e aplicação de recursos e também como se encontra o nível de endividamento. 
Um aspecto importante a se destacar é que o sucesso de muitas empresas depende do sucesso da administração financeira das mesmas, especialmente de um bom gerenciamento, a fim de se obter um equilíbrio, na estrutura de capitais, entre os recursos de terceiros e os recursos próprios. 
É neste grupo de índices que se verifica o maior cuidado com relação às interpretações de "quanto maior melhor" e vice-versa. Para justificar a idéia de que a esta interpretação é aplicada de forma geral e não total, veja-se o que diz MARION (1997, p. 464): 
"Não há dúvida de que, principalmente em época inflacionária, é apetitoso trabalhar mais com Capital de Terceiros que com Capital Próprio. Essa tendência é acentuada quando a maior parte do Capital de Terceiros é composta de ‘exigíveis não onerosos’, isto é, exigíveis que não geram encargos financeiros explicitamente para a empresa (não há juros nem correção monetária: fornecedores, impostos, encargos sociais a pagar etc.)." 
 
E continua: 
  
"Por outro lado, uma participação de Capital de Terceiros exagerada em relação ao Capital Próprio torna a empresa vulnerável a qualquer intempérie. Normalmente, as instituições financeiras não estarão dispostas a conceder financiamentos para as empresas que apresentarem esta situação desfavorável. Em média, as empresas que vão à falência apresentam endividamento elevado em relação ao patrimônio Líquido." (MARION, 1997, p. 464/465)
Daí a necessidade de, no momento de se analisar tais indicadores, tentar qualificá-los ou caracterizá-los, pois uma dívida como complemento dos Capitais Próprios, por exemplo, com finalidade de ampliação, modernização ou expansão do Ativo, é um endividamento sadio, ainda que elevado, uma vez que estas aplicações produtivas irão gerar recursos para saldar os compromissos. Já as dívidas contraídas para pagar outras dívidas que estão vencendo não geram recursos para os pagamentos e a empresa acaba entrando num circulo vicioso de empréstimos sucessivos. 
Em última análise, as discussões feitas a respeito de cada uma dos índices a seguir apresentarão o tipo de interpretação mais genérico, porém não aplicável a toda e qualquer situação.
 
Participação de Capital de Terceiros 
Capital de Terceiros   x 100 
Patrimônio Líquido
Neste quociente encontram-se relacionados os dois grandes blocos componentes das fontes de recursos que a empresa possui: Capital de Terceiros e Capital Próprio. Da sua análise é possível se detectar quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido. 
Se a empresa for visualizada sob o prisma financeiro, pode-se afirmar que, quanto menor este índice, melhor; isto porque, quanto maior ele for, maior será a dependência da empresa junto a terceiros e menor será, então, a sua liberdade de decisões financeiras. Por isso, em alguns casos, este indicador é também chamado de Grau de Endividamento. 
Já sob o prisma de obtenção de lucro, MATARAZZO (1995, p.160) afirma que "... pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a remuneração paga a esses capitais de terceiros for menor que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios". 
Todavia, o índice de Participação de Capital de Terceiros deve ser interpretado sob o ponto de vista financeiro para se detectar o risco de insolvência, e não em relação ao lucro. 
Enfim, para exemplificar, se a "Empresa X Ltda." encontrar, em 1995, o índice de 132, significa que para cada $ 100,00 de capital próprio a empresa tomou $ 132,00 de capital de terceiros, e isto quer dizer, financeiramente, que a empresa depende mais de terceiros do que dela mesma e, portanto, sua flexibilidade de atuação poderá estar diminuída em função de ver-se condicionada a terceiros. 
b) Composição do Endividamento 
Passivo Circulante   x 100 
Capital de Terceiros
A finalidade do índice de Composição do Endividamento reside em identificar que percentual das obrigações totais da firma corresponde a dívidas de curto prazo. 
De forma geral, quanto menor for este índice, melhor; ou seja, é muito mais conveniente para a empresa que suas dívidas sejam de longo prazo, pois assim ela terá mais tempo para buscar ou gerar recursos para saldá-las. Mesmo porque, em dias de hoje, conseguir recursos é tarefa das mais árduas, especialmente para as empresas de pequena dimensão. Vale dizer, porém, que se os recursos no curto prazo forem mais baratos esta análise ou interpretação de quanto menor melhor pode inverter-se. 
Se no índice anterior a análise revelou qual é a participação dos capitais de terceiros no empreendimento, neste momento é preciso identificar quanto deste capital que a empresa é obrigada a restituir poderá ser restituído a longo prazo e quanto a curto prazo. 
c) Imobilização do Patrimônio Líquido 
Ativo Permanente   x 100 
Patrimônio Líquido
É um quociente cujo intuito é revelar qual a porcentagem dos recursos próprios que está imobilizada ou que não está em giro. O cálculo da Imobilização do PatrimônioLíquido deverá revelar quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 100 de Patrimônio Líquido. 
É evidente o quanto a economia atual tem demonstrado a necessidade de se possuir um bom capital de giro, por isso pode-se afirmar que quanto menor for este índice melhor é para a firma. De outra forma: quanto mais a empresa dedicar do Patrimônio Líquido ao Ativo Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, em conseqüência maior será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante. 
Mais uma vez MATARAZZO (1995, p.164) afirma com muita propriedade: "O ideal em termos financeiros é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente e ainda sobrar uma parcela – CCP = Capital Circulante Próprio – suficiente para financiar o Ativo Circulante. (Por suficiente entende-se que a empresa deve dispor da necessária liberdade de comprar e vender sem precisar sair o tempo todo correndo atrás de bancos." 
Se no ano de 1996, por exemplo, a empresa em estudo encontrou um índice de 109, significa que para cada $ 100,00 de Patrimônio Liquido a firma investiu $ 109,00 no Ativo Permanente, isto é: imobilizou todo o Patrimônio Líquido mais recursos de terceiros equivalentes a 9% do Patrimônio Líquido; o Ativo Circulante é todo financiado por recursos de terceiros; e tem um Capital Circulante Próprio Negativo. 
d) Imobilização dos Recursos não Correntes 
Ativo Permanente   x 100 
Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo
Este indicador demonstra qual o percentual de Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. 
Toda a discussão feita no índice de Imobilização do Patrimônio Líquido pode ser retomada para a análise deste quociente. Porém, deve-se entender que agora estarão sendo considerados juntos aos valores do Patrimônio Líquido os do Passivo Exigível a Longo Prazo, haja vista que estes dois grupos de contas representam os Recursos não Correntes. 
A particularidade que está reservada a este índice concentra-se no fato de que os elementos do Ativo Permanente possuem vida útil que pode variar de 10 até 50 anos. Desta feita, desde que a firma possua recursos no Exigível cujos prazos sejam compatíveis com o de duração dos elementos do Permanente, ou suficientes para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo, é perfeitamente possível que não se financie todo o Imobilizado somente com recursos próprios. 
Os analistas de balanços recomendam que este índice não seja superior a 100%, isto porque a empresa deve possuir um Capital Circulante Líquido positivo. Mas, o que vem a ser o Capital Circulante Líquido ou simplesmente CCL? 
O CCL é o que sobra dos Recursos não Correntes após a parcela destinada à imobilização do Ativo Permanente, ou a parcela dos Recursos não Correntes destinada ao Ativo Circulante. 
MATARAZZO (1995, p.167) define o CCL como "... a folga financeira a curto prazo, ou seja, financiamentos de que a empresa dispõe para o seu giro e que não serão cobrados a curto prazo". 
Calcula-se através da seguinte fórmula: 
Capital Circulante Líquido = Recursos não Correntes – Ativo Permanente 
ou 
Capital Circulante Líquido = Capital Circulante Próprio + Exigível a Longo Prazo
4.6.2 - Índices de Rentabilidade 
Os índices de rentabilidade procuram evidenciar qual foi a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, o resultado das operações realizadas por uma organização, por isso, preocupam-se com a situação econômica da firma. Comparar o Balanço Patrimonial de duas diferentes empresas e dizer que "A" gerou lucros de $ 72.000,00 em 1996 e "B" de $ 121.000,00, no mesmo período, e por isso "B" foi melhor que "A", pode ser um tanto arriscado. 
Quando se trabalha com análise de rentabilidade, é imprescindível que a verificação dos lucros esteja relacionada com valores que possam expressar a "dimensão" destes lucros dentro das atividades da firma. 
IUDÍCIBUS (1995, p.90) observa: "O melhor conceito de "dimensão" poderá ser ora volume de vendas, ora valor do ativo total, ora valor do ativo operacional, ora valor do patrimônio líquido, ora valor do capital social etc. Todos têm suas vantagens e desvantagens". 
No caso dos índices de rentabilidade, assim como dos demais, dizer que um indicador encontrado é alto ou baixo vai depender das características do empreendimento, tais como segmento de mercado, porte, tempo de existência, etc. 
Vale dizer, novamente, que o relacionamento das variáveis para a construção de um índice dependerá da decisão a ser tomada ou do elemento a ser analisado. De posse das demonstrações contábeis, a empresa pode construir dezenas de índices, relacionando, a cada um, variáveis diferentes. No entanto, é o fim pretendido que irá determinar o que analisar ou qual índice utilizar. 
a) Giro do Ativo 
Vendas Líquidas 
Ativo
Demonstra quantas vezes o ativo girou como resultado ou efeito das vendas ou quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 de investimento total. É certo, portanto, que quanto maior, melhor. 
De início pode-se afirmar que o êxito de uma empresa depende de uma série de fatores. No entanto, o volume adequado de vendas será, certamente, o elemento impulsionador do sucesso. Por essa razão, é conveniente, na análise de balanço, fazer relação do volume de vendas com outros fatores a fim de se conhecer se o rendimento ou desempenho foi ou não satisfatório. Neste momento a preocupação reside em verificar qual a representatividade do faturamento em relação ao capital investido. Observe-se o exemplo: 
Se a empresa consegue um índice de Giro do Ativo de 1,10 pode-se dizer que para cada $ 1,00 investido no Ativo a empresa conseguiu vender $ 1,10, ou seja, o volume de vendas atingiu 1,10 vezes o volume de investimentos. 
Vale ressaltar que este índice é de extrema importância, isto porque a firma investe capitais esperando um bom retorno, que normalmente começa a surgir a partir do bom desempenho da área comercial. Desta maneira, é imprescindível verificar se o que está sendo investido está sendo compensatório, em relação às vendas. 
b) Margem Líquida 
Lucro Líquido   x 100 
Vendas Líquidas
Também denominado de Margem Operacional, evidencia qual foi o retorno que a empresa obteve frente ao que conseguiu gerar de receitas. Em outras palavras: quanto o que sobrou para a firma representa sobre o volume faturado. 
A análise é feita sob a forma de quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100,00 vendidos, por isso, quanto maior, melhor. 
c) Rentabilidade do Ativo 
Lucro Líquido   x 100 
Ativo
A rentabilidade do ativo é calculada quando se deseja ter uma idéia da lucratividade, como um todo, do empreendimento, venham de onde vierem os recursos, admitindo-se as aplicações realizadas. 
Este indicador mede quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100,00 de investimento total, por isso, é visto como uma medida de potencial de geração de lucro da parte da empresa. Para MATARAZZO (1995, p.185), este quociente representa "... uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano". 
Em uma empresa em que, após apurados o Lucro Líquido e o valor do Ativo, verificar que a Rentabilidade deste Ativo tenha sido de 27,77, pode-se dizer que para cada $100,00 investidos a empresa ganhou $ 27,77, ou 27,77%. 
d) Rentabilidade do Patrimônio Líquido 
Lucro Líquido  x 100
Patrimônio Líquido Médio
De início, é preciso dizer que o Patrimônio Líquido Médio consiste na soma do Patrimônio Líquido Inicial com o Patrimônio Líquido Final, dividida por 2. Quando se precisa demonstrar o que ele representa, para o acionista, em termos de $ adicionais ao seu investimento inicial, o índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é o mais indicado. De outra forma: retrata quanto vai para o acionista do lucro gerado pelo uso do ativo, quaisquer que tenham sido as fontes de recursos,próprias ou de terceiros. Por esta razão, este quociente é de interesse tanto dos acionistas como da gerência. 
É importante observar que o cálculo da Rentabilidade do Patrimônio Líquido permite saber quanto a administração, através do uso dos ativos, obteve de rendimento com a respectiva estrutura de despesas financeiras, considerando-se o nível de relacionamento percentual entre o capital próprio e o de terceiros. Em última instância: evidencia qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. 
Uma das grandes utilidades deste quociente está na sua comparação com taxas de rendimento de mercado, sendo possível, por esta comparação, avaliar se a firma oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções. 
A apuração deste indicador vislumbrará, portanto, quanto a empresa obteve de lucro para cada $ 100,00 de Capital Próprio investido. Uma taxa de 15,45 representa, então, que para cada $ 100,00 de Capital Próprio investido se obteve um retorno de $ 15,45, ou 15,45%. 
4.6.3 - Índices de Liquidez 
Estes índices, assim como os de estrutura de capital, evidenciam a base da situação financeira da empresa. 
Os índices de liquidez possuem como fundamental preocupação revelar como está a situação da empresa, em determinado período, para fazer frente às suas obrigações. Na realidade, talvez um índice, ou seja, o de liquidez geral, poderia satisfazer todo este grupo de índices. No entanto, é de suma importância para as empresas verificarem a temporalidade em que os recursos estarão disponíveis, bem como a temporalidade em que as obrigações terão de ser pagas. Convém lembrar, no entanto, mais uma vez, que, em vista do tipo de informação que a organização precisa obter é que se vai selecionar qual índice extrair. 
Desta forma, ainda que exista uma série de outros índices de liquidez, consideram-se os de liquidez geral, corrente e seca como os mais utilizados, por esta razão serão estes discutidos com mais propriedade. 
a) Liquidez Geral 
Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo 
Passivo Circulante + Passivo Não circulante
Este quociente se destina a retratar como anda a saúde financeira de longo prazo (global) da firma, ou seja, objetiva-se responder se empresa conseguirá fazer frente a todas as suas obrigações. Sua análise indicará quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada $ 1,00 de dívida total para com terceiros. 
Há que se recomendar cuidados neste momento da análise, tendo-se em vista que quando se fala em longo prazo, nem sempre é possível identificar, pelas demonstrações contábeis, exatamente quando estarão vencendo as obrigações e quando os recursos do ativo poderão ser convertidos em numerário, isto é, o índice não revela sincronização entre recebimentos e pagamentos. Via de regra, inclusive, a facilidade de "realização" ou "liquidação" do ativo é algo mais problemático do que a necessidade de pagar as dívidas. 
Outro cuidado a se tomar é o fato de que "o índice não revela a qualidade dos itens do Ativo Circulante (os estoques são superavaliados, são obsoletos, os Títulos a Receber são totalmente recebíveis?)" (MARION, 1996, p.458). Mesmo assim, é um índice muito valioso no sentido de se avaliar se a empresa está ou não em condições de honrar seus compromissos. 
A análise do Índice de Liquidez Geral revela, em última instância, quanto de $ o empreendimento possui para cada $ 1,00 de dívida geral, ou seja, se um cálculo resultar em 1,22, significa dizer que a empresa consegue, no longo prazo, pagar todas as suas dívidas e ainda lhe sobram $ 0,22 de folga, a cada $ 1,00 pago. Portanto, pode-se afirmar, neste caso, que a situação é satisfatória, pois há uma margem de segurança. 
Se por outro lado tivesse sido encontrado um índice de 0,90, a empresa não estaria em condições satisfatórias, pois para cada $ 1,00 de dívida total lhe faltariam $ 0,10. No entanto, se o vencimento das dívidas tiver um prazo superior ao necessário para que os recursos do Ativo sejam convertidos em numerários, significa que a firma depende de geração futura de recursos e que isto pode ser alcançado. 
b) Liquidez Corrente 
Ativo Circulante 
Passivo Circulante
Este quociente relaciona todos os ativos de curto prazo (dinheiro prontamente disponível e recursos rapidamente realizáveis) com os passivos de curto prazo da organização, representando o quanto de recursos está disponível no curto prazo para se liquidarem as dívidas também de curto prazo. Assim, quanto maior o valor apurado, melhor. 
É um dos mais populares índices de liquidez. IUDÍCIBUS (1995, p.82), ao comentar a utilização deste quociente, afirma: 
"Consideramos que excessiva importância tem sido atribuída a este quociente. Em alguns casos, a inclusão dos estoques no numerador pode diminuir a aderência do quociente, como teste de liquidez. Quando a empresa e a economia se encontrarem em períodos de recessão ou de "desaquecimento", e os investimentos em estoques forem sensíveis, não se podem considerar "igualmente realizáveis" itens tão diferentes como estoques e contas a receber. Aqueles têm de ser vendidos, primeiro, o que nem sempre é fácil num período de queda dos negócios." 
MATARAZZO (1995, p.178) acrescenta: "Eis aí o significado do índice de Liquidez Corrente: a margem de folga para manobras de prazos visa equilibrar as entradas e as saídas de caixa. Quanto maiores os recursos, maior essa margem, maior a segurança da empresa, melhor a situação financeira". 
Enfim, a análise deste indicador retrata quanto $ a empresa possui, de curto prazo, para pagar cada $ 1,00 de suas dívidas também de curto prazo. Se, por exemplo, numa análise de balanços verificar-se que o índice de liquidez corrente é de 0,93, pode-se afirmar que para cada $ 1,00 de obrigação de curto prazo a firma só dispõe de $ 0,93, isto é, $ 0,07 poderão deixar de serem pagos, a cada $ 1,00, se algo não for feito. 
c) Liquidez Seca 
Ativo Circulante – Estoques 
Passivo Circulante
O índice de liquidez seca assemelha-se ao de liquidez corrente, diferenciando-se apenas no fato de se excluírem os estoques a fim de se reduzir um fator de incerteza, tendo em vista que, ainda que este faça parte do Ativo Circulante, não se tem plena certeza do tempo da sua realização, também porque o Passivo Circulante é líquido e certo. 
Também uma outra forma de se visualizar a liquidez seca é de acordo com o que diz MARION (1997, p.461): "Se a empresa sofresse uma total paralisação das suas vendas, ou se o seu Estoque fosse obsoleto, quais seriam as chances de pagar as suas dívidas com Disponível e Duplicatas a Receber?" 
Em empresas em que os prazos médios de contas a receber e a pagar sejam assemelhados, este torna-se um dos quocientes mais significativos para se elucidar a posição da firma, isto porque evidencia quanto a empresa possui de Ativo Líquido (Circulante – Estoques) para cada $ 1,00 de dívidas de curto prazo. 
Quando do cálculo e interpretação deste indicador, é possível se verificar quanto de recursos correntes a empresa possui para fazer frente a cada $ 1,00 de suas obrigações de curto prazo. Num caso, por exemplo, em que o índice encontrado seja de 1,05, pode-se concluir que para cada $ 1,00 de dívida de curto prazo a organização possui $ 1,05 para pagar, ou seja, sobram-lhe $ 0,05 a cada $ 1,00, isto tudo sem comprometer ou contar com os valores dos estoques. 
Por estas características é possível identificar este quociente como a prova de força da firma, já que ele vai identificar, verdadeiramente, o grau de excelência da situação financeira. 
Como foi dito no início deste tópico que este índice se assemelha ao de Liquidez Corrente, é oportuno apresentar o QUADRO VII, abaixo, que permite analisar a empresa confrontando esses índices. Pela observação do referido quadro poder-se-á perceber o que acontece com a situação financeira da entidade quando se analisa em que nível se encontram os índices de liquidez seca e corrente. 
QUADRO VII - LIQUIDEZ SECA X LIQUIDEZ CORRENTEÍNDICES
	
	LIQUIDEZ CORRENTE
	LIQUIDEZ CORRENTE
	
	NÍVEIS
	ALTA
	BAIXA
	
LIQUIDEZ  
SECA
	ALTA
	Situação Financeira Boa
	Situação financeira em princípio satisfatória, mas atenuada pela boa Liquidez Seca. Em certos casos pode até ser considerada razoável.
	
LIQUIDEZ 
SECA
	BAIXA
	Situação financeira em princípio satisfatória. 
A baixa Liquidez Seca não indica necessariamente comprometimento da situação financeira. Em certos casos pode ser sintoma de excessivos estoques "encalhados" 
	Situação Financeira Insatisfatória
Fonte: MATARAZZO (1995, p.179)
4.7 - A ANÁLISE DA TAXA DE RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS 
Analisar o retorno (lucro obtido pela empresa) em relação aos investimentos (aplicação feita pela empresa para obter lucro) realizados é uma forma de aprimorar a Análise das Demonstrações Contábeis. Assim, como os investimentos estão registrados no Ativo, a Taxa de Retorno sobre o Investimento (TRI) deve ser calculada dividindo-se o Lucro pelo Ativo. 
Para esta análise, utilizar-se-á do método Du Pont, já que é coerente e fácil de ser entendido, conforme afirma MARION (1997, p. 471): "Bastante popular em outros países, o Método Du Pont é muito simples e objetivo. Proporciona um número de informações riquíssimas, dando ao analista um quadro perfeito dos fatores que propiciaram alterações na Situação Econômica da empresa." 
A idéia do modelo Du Pont é que todos os itens que participam e que contribuem para a formação da TRI devem e podem ser analisados, ou seja, em um único quadro tem-se todos os componentes que formam a Taxa de Retorno, e tudo será analisado, item por item, conforme FIGURA IV, abaixo.

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