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FALHAS TRANSCORRENTES

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Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
FALHAS TRANSCORRENTES (STRIKE-SLIP) 
 
 
 Falhas de rejeito direcional (strike-slip) são geralmente verticais e acomodam cisalhamento 
horizontal paralelo ao strike do plano de falha. Seus traços na superfície podem ser retilíneos ou 
curvos e seus deslocamentos são definidos em movimentos destrais (lateral para direita) e 
sinistrais (lateral para esquerda). Falhas strike-slip obliquas resultam da adição de componentes 
horizontais de contração ou extensão perpendiculares ao traço da falha. 
 
I – TIPOS 
 
Falhas de rasgamento (tear ou wrench fault) são falhas de rejeito direcional locais com 
alto ângulo de mergulho e orientadas subparalelas às direções de deslocamentos regionais. São 
comumente subsidiárias de outras estruturas como dobras, falhas de empurrões ou falhas normais 
(Figs. 1 e 2). 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Falhas de rasgamento no cinturão de empurrão-dobras associadas do Jura, Alpes Suíços 
(localização regional na fig. ao lado). O mapa geral das montanhas Jura mostra as grandes falhas de 
rasgamento cortando e deslocando traços axiais de dobras e os limites do Graben do Reno. Notar 
como os eixos das dobras terminam nas falhas de rasgamento. Extraído de Twiss, R.J. & Moores, 
E.M. (1992), Structural Geology, fig. 7.11, pg. 122. 
 
 
 
 1
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 
 
Figura 2 - Estruturas de falhas de empurrão de baixo ângulo. A – Mapa do empurrão Lewis, 
próximo da fronteira Canadá-USA, entre Alberta e Montana (ver seção marcada na fig. XX). A 
natureza irregular do traço do empurrão no mapa é um reflexo da interação entre topografia e 
superfície de falha com ângulo de mergulho baixo (p.ex: camadas horizontais seguem as curvas de 
nível). Notar o klippe Chief Mountain perto da borda e as janelas estruturais Cate Creek e Haig 
Brook próximo ao Passo North Kootenay. B – Bloco diagrama esquemático mostrando a geometria 
da superfície do empurrão Lewis. Notar, em particular, a rampa frontal que leva a falha para a 
superfície, a rampa lateral próximo ao Passo Marias, e a rampa obliqua próximo ao Passo North 
Kootenay. C – Mapa do empurrão Mountain Pine na porção sul da Província Valley and Ridge, 
Apalaches (ver localização na fig. XX). Falhas de rasgamento marcam as terminações nordeste e 
sudoeste da lasca tectônica Mountain Pine. D – Bloco diagrama esquemático mostrando a geometria 
da supefície do empurrão Mountain Pine. As falhas de rasgamento limitam a rampa frontal nas suas 
extremidades. Extraído de Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 6.7, pg. 
101. 
 2
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 O termo falha de transferência é aplicado para duas diferentes geometrias de falhas 
transcorrentes: 
 
1. Em terrenos extensionais, elas são paralelas às direções dos deslocamentos regionais e 
interligam diferentes domínios de falhas normais (Fig. 3). Sistemas imbricados de falhas 
normais e possivelmente seus descolamentos terminam em falhas deste tipo podendo ter 
deslocamentos e orientações diferentes nos respectivos domínios adjacentes. Não existe uma 
diferença clara entre falhas de rasgamento e falhas de transferência exceto talvez que as 
últimas são de escalas mais regionais e acomodam maiores deslocamentos que as primeiras 
(Twiss & Moores 1992). 
 
 
Figura 3 – Falha de transferência ligando dois 
sistemas de falhas normais. O vetor 
movimento da falha de transferência contém 
tanto componentes horizontais como verticais. 
Extraído de Ramsay, J.G. & Huber, M.I. 
(1987), The Techniques of Modern Structural 
Geology, fig. 23.46, pg. 531. 
 
 
2. Em terrenos transcorrentes, as falhas de transferência ocorrem fazendo ângulos altos com as 
direções de deslocamento regionais e conectam falhas strike-slip adjacentes quando 
dispostas en echelon. 
 
Falhas transformantes são grandes sistemas regionais de falhas strike-slip que constituem 
segmentos de limites de placas tectônicas litosféricas (Figs. 4, 5 e 6A). 
 
 
 
Figura 4 – Falha transformante ligando duas 
zonas de grabens extencionais. Extraído de 
Ramsay, J.G. & Huber, M.I. (1987), The 
Techniques of Modern Structural Geology, 
fig. 23.44, pg. 531. 
 
 3
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 
 
Figura 5 – Falhas transformantes em zonas de 
espalhamento de fundo oceânico (limite de 
placa divergente). Extraído de Ramsay, J.G. 
& Huber, M.I. (1987), The Techniques of 
Modern Structural Geology, fig. 23.44, pg. 
531. 
 
 
Falhas transcorrentes são falhas strike-slip na crosta de escalas regionais, não constituindo 
limites de placas tectônicas (Fig. 6). 
 
 
 
 
Figura 6 – Sistemas de falhas strike-slip regionais.A – Sistema falha San Andréas, Califórnia, 
mostrando múltiplas falhas. B – Mapa tectônico simplificado da Ásia. Linhas grossas negras são 
falhas; pares de setas indicando sentido de deslocamento. Extraído de Twiss, R.J. & Moores, E.M. 
(1992), Structural Geology, fig. 7.2, pg. 115. 
 
 
 4
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
Exemplos de sistemas regionais de falhas transformantes e transcorrentes são: 1 - A falha 
San Andréas, Califórnia, é um sistema de falha transformante destral (lateral para direita) com 1300 
km de comprimento que conecta duas junções tríplices, uma ao sul do Golfo da Califórnia, e outro 
no Cabo Mendocino, São Francisco na costa norte da Califórnia (Figs. 6Ae 7). O sistema consiste 
de inúmeras falhas aproximadamente paralelas, numa zona de não mais que 100 a 150 km de 
largura; 2 – Sistema de falhas transcorrentes da Ásia Central e Leste, dominado por falhas sinistrais 
(lateral para esquerda) nas porções leste do Tibet, e por falhas destrais (lateral para direita) numa 
área que se estende desde o lago Baikal no NE até a falha Quetta-Chaman no SW (Fig. 6B). Muitos 
autores interpretam este sistema de falhas como uma conseqüência do choque entre a placa da Índia 
contra a placa da Ásia (Twiss & Moores 1992). 
 
 
 
 
Figura 7 – Esquema do ambiente tectônico da 
falha San Andréas. Comparar com fig. 6A. 
Extraído da Internet – www.google.com - 
strike-slip fault – imagem. 
 
 
II – CARACTERÍSTICAS E ESTRUTURAS ASSOCIADAS 
 
 Falhas strike-slip têm como característica principal o movimento horizontal entre os blocos, 
produzindo estriamento horizontal no plano de falha. Como toda falha, têm expressão na superfície 
terrestre através de lineamentos kilométricos (Figs. 6 e 7), deslocamentos de contatos litológicos e 
linhas de strike, rochas de falha (brecha, milonito, etc.) e feições topográficas (ver fig. 14, Capítulo 
“Contatos Tectônicos”). Sendo falhas de comprimentos kilométricos, apresentam traços retilíneos 
ou sinuosos. 
 Estruturas associadas à falhas strike-slip incluem fraturas de cisalhamento, dobras, falhas 
normais e empurrões. Suas orientações em relação à falha principal dependem do sentido do 
cisalhamento na falha ou, em outras palavras, da posição do elipsóide de strain (Fig. 8). 
 
 5
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 
 
Figura 8 – Estruturas associadas à falhas strike-slip e suas orientações em relação ao sentido de 
cisalhamento na falha. A – fraturas de cisalhamento R, R’ e P. B – Traços de charneiras de dobras. 
C – Falhas de empurrão. D – Falhas normais. Extraído de Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), 
Structural Geology, fig. 7.4, pg. 116. 
 
 Fraturas de cisalhamento secundárias conhecidas como cisalhamentoconjugado de 
Riedel podem se desenvolver a determinados ângulos em relação ao eixo principal de compressão Z 
do elipsóide de strain. Riedel (1929), em experimento com camada de argila sobre placas rígidas, 
descobriu que ao movimentá-las formava-se na argila um sistema conjugado de fraturas de 
cisalhamento arranjadas num padrão en echelon: fraturas de cisalhamento R ou R1, sintéticas em 
relação à falha principal, ou seja, com o mesmo sentido de movimento desta, e fazendo ângulo 
baixo (10°-15°) com a falha/zona de cisalhamento principal; fraturas de cisalhamento R’ ou R2, 
antitéticas à falha principal, ou seja, com movimento oposto ao desta, e fazendo ângulo alto (75°-
80°) com a falha/zona de cisalhamento principal (Figs. 8A e 9). Fraturas de cisalhamento P são 
sintéticas e simetricamente orientadas em relação à falha/zona de cisalhamento principal, a partir 
das orientações das fraturas de cisalhamento R e R’ (Fig. 8A). 
 
Figura 9 – Cisalhamento conjugado de Riedel (R1 e R2) em zona de cisalhamento sinstral, 
resultando em desenvolvimento de falhas secundárias. As setas negras representam os eixos 
principais de strain incremental resultante de cisalhamento simples na zona de falha/cisalhamento. 
Extraído de Ramsay, J.G. & Huber, M.I. (1987), The Techniques of Modern Structural Geology, 
fig. 23.42, pg. 530. 
 6
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 
Dobras e falhas de empurrão arranjadas num padrão en echelon podem se formar acima ou 
ao lado de grandes falhas transcorrentes. As direções das charneiras (eixo) das dobras e as direções 
(strike) das falhas de empurrão ficam orientadas a 45° ou menos da falha transcorrente principal e o 
ângulo agudo formado entre estas direções e o traço da falha principal, aponta na direção do seu 
movimento (Figs. 8B e 8C). 
Falhas normais também podem se formar associadas a grandes falhas transcorrentes. 
Dispõem-se em arranjos en echelon e orientadas a 45° da falha principal, ou seja, perpendiculares as 
direções de extensão do elipsóide de strain (eixo principal X. Fig. 8D). 
 
III - FORMAS E DESLOCAMENTOS 
 
 Em profundidade, falhas transcorrentes podem terminar em outra falha de descolamento de 
baixo ângulo ou podem continuar atravessando a crosta até perderem identidade, terminando numa 
zona de deformação dúctil. Terremotos ao longo de falhas transcorrentes modernas, tipicamente 
estão presentes até uma profundidade de 15 km. Abaixo disso, deformação cataclástica parece 
acomodar cisalhamento assísmico numa zona de transição e, mais abaixo, por deformação dúctil 
(Twiss & Moores 1992). Embora sejam falhas com mergulhos subverticais e por isso apresentarem 
traços retilíneos na superfície, também podem apresentar traços curvos (bends ou jogs) e 
separações (offset ou stepover) (Fig. 10). As separações aqui consideradas equivalem ao padrão en 
echelon. 
 
 
 
 
 
Figura 10 – Geometria e terminologia de curvaturas (bends) e separações (stepovers) ou padrão en 
echelon de falhas transcorrentes. As setas grandes indicam o movimento de cisalhamento. Pares de 
setas tracejadas indicam extensão ou compressão através das curvaturas e separações. Extraído de 
Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 7.5, pg. 117. 
 
 7
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 Falhas transcorrentes agrupadas em padrão en echelon ou solitárias e de traços curvos, 
desenvolvem zonas de compressão e extensão com suas respectivas estruturas associadas, conforme 
interagem arranjo geométrico x movimento de cisalhamento. São as chamadas transpressão e 
transtensão, respectivamente (Figs. 10 e 11). 
 
 
Figura 11 – Desenhos à esquerda - tipos de estruturas secundárias desenvolvidas nos setores de 
recobrimento entre falhas transcorrentes en echelon. l.h. shear = cisalhamento lateral para esquerda; 
r.h.= en echelon para direita. Desenhos à direita – tipos de transpressão e transtensão desenvolvidos 
em falhas transcorrentes de traços curvos. r.h. bend= curvatura para direita. Extraído de Ramsay, 
J.G. & Huber, M.I. (1987), The Techniques of Modern Structural Geology, figs. 23.37 e 23.38, pg. 
528. 
 
 Transpressão ocorre quando o movimento de cisalhamento e o arranjo geométrico das 
falhas interagem de tal modo que na região entre falhas paralelas (Figs. 10A, 10D e 11A esquerda) 
ou na região de curvatura de falhas de traços curvos (Figs. Figs. 10A, 10D e 11A direita), a 
compressão é o esforço atuante. Assim, desenvolvem-se estruturas relacionadas a este tipo de 
ambiente tectônico como falhas de empurrão e/ou dobras. A formação de dobras e/ou empurrões é 
geralmente acompanhada de levantamento crustal gerando feições como horsts de forma rômbica 
(rombic-shaped horsts), terrenos levantados (uplift terrains) e pressure ridges (Fig. 12A). 
 
 
 
Figura 12 – A – Região levantada desenvolvida em zona de transpressão. B – Bacia pull-apart ou 
graben romboédrico desenvolvido em zona de transtensão. Extraído de Ramsay, J.G. & Huber, M.I. 
(1987), The Techniques of Modern Structural Geology, figs. 23.37 e 23.39, pg. 529. 
 8
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
Se o movimento predominante do falhamento for cisalhamento simples, os traços axiais das 
dobras e as direções (strikes) dos empurrões estarão orientados a 40°- 45° do traço da falha 
principal (ângulo α da fig. 11A, esquerda). Os vetores deslocamento dos empurrões poderão 
mostrar tanto componentes de deslizamento de rejeito direcional como os de rejeito de mergulho 
reverso. Com a continuação do movimento da falha, as charneiras formadas tenderão a rotacionar 
para a direção do traço da falha principal de modo que estiramento subparalelo aos eixos das dobras 
é de se esperar que ocorra. Processos de erosão atuam nas regiões levantadas tornando-as fonte de 
sedimentos. Em alguns casos, uma transpressão muito forte pode causar a extrusão de material 
rochoso da zona de falha gerando uma feição chamada de estrutura em flor ou palmeira, 
consistindo de uma série de falhas de empurrão com mergulhos opostos (Figs. 13 e 14). 
 
 
 
Figura 13 – Formação de um duplex contracional numa falha strike-slip de traço curvo. Setas 
grandes indicam sentido de cisalhamento dominante na zona de falha; setas pequenas indicam o 
sentido dos componentes strike-slip e reverso do movimento das falhas secundárias dentro da zona 
transpressiva. A – Curvatura contracional numa falha destral. B – Duplex contracional desenvolvido 
a partir de A. C – Bloco diagrama em 3D mostrando estrutura em flor ou palmeira, reversa ou 
positiva. Extraído de Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 7.7, pg. 119. 
 
 
 
 
Figura 14 – Estrutura em flor ou palmeira 
com falhas de empurrão laterais de sentidos 
de mergulho opostos, desenvolvidas ao longo 
de zona de transpressão sinistral. Extraído de 
Ramsay, J.G. & Huber, M.I. (1987), The 
Techniques of Modern Structural Geology, 
figs. 23.40, pg. 529. 
 9
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
Transtensão ocorre quando o movimento de cisalhamento e o arranjo geométrico das falhas 
interagem de tal modo que na região entre falhas paralelas (Figs. 10B, 10C e 11B esquerda) ou na 
região de curvatura de falhas de traços curvos (Figs. 10B, 10C e 11B direita), a tração é o esforço 
atuante. Assim, desenvolvem-se estruturas relacionadas a este tipo de ambiente tectônico como 
sistemas de falhas normais de alto e baixo ângulo. Suas orientações podem ser governadas por 
fraquezas pré-existentes, mas, em geral formam-se obliquamente em relação à falha principal a 
ângulos entre 45°-50° (ângulo β da fig. 11B esquerda). Movimentaçãoposterior do cisalhamento 
simples poderá aumentar este ângulo pela rotação de blocos no sentido do cisalhamento da falha 
principal, e alguma estrutura compressional pode se desenvolver perpendicularmente ao strike dos 
planos de falha. Em pequena escala, este tipo de estrutura de extensão leva a formação de 
depressões na superfície terrestre chamadas de sag ponds (localmente o sítio de lagos permanentes 
ou temporários) enquanto que em grande escala, formam-se grandes depressões crustais chamadas 
de bacias pull-apart (pull-apart basin) ou grabens romboédricos (romb-shaped graben) (Figs. 
12B e 15). Estas bacias serão os sítios de acumulação e deposição de sedimentos derivados da 
erosão das regiões topograficamente altas ao redor do graben (Fig. 11B esquerda). Os sedimentos 
geralmente mostram mudanças de espessuras da borda para o centro da bacia (mais espesso na 
borda) e variações laterais de fácies, por causa de que uma das bordas da bacia é a própria falha 
strike-slip e em movimento. Ao contrário de estruturas em flor positiva (palmeira), neste ambiente 
estrutural formam-se estruturas em flor negativas ou tulipas (Fig. 16). 
 
Figura 15 – Graben Angara, uma bacia pull-apart a NE do Lago Baikal, Sibéria. A bacia se formou 
entre falhas strike-slip sinistrais (lateral para esquerda) com arranjo en echelon (stepover) para 
esquerda (indicados pelas setas). A bacia é ladeada por escarpas de falhas normais NE. . Extraído de 
Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 7.9, pg. 121. 
 10
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 
Figura – 16 – Formação de duplex extencional em falha transcorrente de traço curvo. Setas grandes 
indicam o sentido do cisalhamento dominante na zona de falha; setas pequenas indicam o sentido 
do cisalhamento dos componentes strike-slip e normal do movimento, nas ramificações. A – 
curvatura extencional numa falha strike-slip destral. B – duplex extencioanl desenvolvido a partir de 
A C – bloco gdiagrama mostrando uma estrutura em flor negativa em 3D. Extraído de Twiss, R.J. & 
Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 7.6, pg. 118. 
 
Terminações 
 
 Falhas strike-slip podem terminar em zonas de deformação extencional ou contracional, 
dependendo do posicionamento entre o sentido do cisalhamento e a locação da terminação na zona 
na falha. As falhas strike-slip se ramificam num leque imbricado de falhas normais quando em 
ambiente extencional (Fig.17A e B). Em ambientes contracionais, ramifica-se em leques imbricados 
de falhas de empurrão (Fig. 17C e D). Em outros casos, a falha termina num leque de falhas strike-
slip secundárias ramificadas – rabo-de-cavalo (horsetail splay), curvadas na direção do bloco que 
se afasta (Fig. 17E). 
 
Figura 17 – Terminações de falhas strike-slip: A – geometria de leques imbricados extencionais nas 
terminações de falhas destrais. B – bloco diagrama de parte de A. C – geometria de leques 
imbricados contracionais nas terminações de falhas destrais. D – bloco diagrama de parte de C. E – 
geometria de ramificação rabo-de-cavalo (horsetail splay) em terminações de falhas destrais. O 
deslocamento total no bloco do lado direito é a soma de pequenos deslocamentos nas ramificações 
do bloco à esquerda. Extraído de Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 7.10, 
pg. 121. 
 11
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
IV – EXEMPLOS DE ASSOCIAÇÕES ESTRUTURAIS 
 
Falhas de rasgamento e de transferência 
 
 Falhas strike-slip são comumente estruturas secundárias associadas a falhamentos e 
dobramentos regionais. Falhas de transferência desenvolvem-se caracteristicamente em ambientes 
estruturais de falhamento normal (Fig. 3) e falhas de rasgamento em ambientes estruturais de 
dobramento e cavalgamento (Figs.1 e 2). 
 
Curvaturas (bends), separações (stepovers) e duplexes 
 
 Falhas transcorrentes e transformantes nunca ocorrem como simples planos de falhas; são 
caracterizadas por uma complexa zona de falhas anastomosadas, paralelas ou arranjadas em en 
echelon (Fig. 6A). Um exemplo de duplex extencional (transtensão) ocorre na falha ativa de Dasht-
E Bayaz no NE do Irã. A estrutura está se desenvolvendo numa falha strike-slip sinistral com 
curvatura do traço do plano de falha para esquerda (Fig. 18). Falhas subsidiárias à leste e uma densa 
concentração de falhas à oeste delimitam dois horses, diferenciados por essa diferença na densidade 
de fraturas de cada um. A figura interna mostra a interpretação da estrutura. 
 
 
 
 
Figura 18- Duplex extencional desenvolvido na falha ativa Dasht-E Bayaz, NE do Irã. Extraído de 
Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 7.12, pg. 123. 
 
 
 Uma curvatura para esquerda maior ainda ocorre no sistema da falha San Andréas, sul da 
Califórnia, USA, na região onde a falha Garlock intercepta a falha San Andréas. Aqui, a contração 
esperada para uma falha transcorrente destral com curvatura para esquerda está representada pelas 
Serras Transversais (Transverse Ranges), um bloco da crosta levantado por falhas de empurrão com 
direções leste-oeste (Figs. 6A, 7 e 19). Entretanto, ao longo desta curvatura contracional ocorrem 
bacias extencionais, ilustrando a complexidade do arranjo de estruturas. Estas bacias são 
preenchidas por sedimentos do Neogeneo, provavelmente representando antigas bacias pull-apart 
formadas em duplexes extencionais, alguns deles deslocados de suas posições originais. 
 
 12
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 
 
 
Figura 19 – Sistema de falhas Garlock-San Andréas, sul da Califórnia, USA (ver localização na fig. 
6A). Extraído de Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 7.13, pg. 123. 
 
 
 
Terminações 
 
 Falhas strike-slip com terminação contracional terminam em falhas de empurrão curvas e de 
baixo ângulo de mergulho, acabando perpendicularmente a direção do movimento (Fig. 17 C e D). 
O sistema de falha ativo Quetta-Chaman, no Paquistão, é um bom exemplo de estrutura desse tipo. 
O sistema de falha transcorrente sinistral Quetta-Chaman termina para o sul numa série de falhas de 
empurrão e dobras que, de fato, fazem parte de uma margem convergente de placa tectônica (Figs. 
6B e 20). 
 A falha Garlock também acaba numa terminação contracional na sua terminação leste, onde 
aparentemente vira para sul e se transforma numa falha de empurrão mergulhando para oeste (Bloco 
Mojave Central) abaixo das montanhas Soda e Avawatz (Fig. 19). 
 A falha Hope, uma das que constituem o sistema de falha Alpino da Nova Zelândia é um 
bom exemplo para ramificações rabo-de-cavalo. As falhas secundárias acabam contra a falha 
Alpina e têm deslocamentos curtos distribuídos em cada ramificção como mostrado pelas 
separações dos contatos da formação Pounamou (Fig. 21). 
 
 
 13
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 
 
 
 
Figura 20 – Mapa de falhas do sul do Paquistão. Grandes falhas transcorrentes sinistrais orientadas 
N-S, como as falhas Chaman e Ornach-nal, terminam para sul em um cinturão de empurrões-dobras 
associadas orientados E-W. A maioria dessas falhas leste-oeste é interpretada como falhas de 
empurrão sintéticas à zona de subducção que ocorre no Oceano Índico, mais ao sul. As falhas 
menores orientadas NW e NE são interpretadas como falhas de rasgamento ou de transferência 
conjugadas (ver localização na fig. 6B). Extraído de Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural 
Geology, fig. 7.14, pg. 124. 
 
 
 
 
 14
Fabio Vito Pentagna Paciullo FALHAS TRANSCORRENTES 
 
 
Figura21 – Terminação da falha Hope contra a falha Alpina, Nova Zelândia. Ramificações da falha 
Hope e seus encurvamentos na direção do bloco que se afasta é evidente. Os deslocamentos das 
ramificações são observadas pelas separações do contato da formação Pounamou. Extraído de 
Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 7.15, pg. 124. 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
DAVIS, G.H. 1984. Structural Geology of Rocks and Regions. New York, John Wiley & Sons, Inc., 
492 p. 
 
LOCKZY, L. de & LADEIRA, E. 1976. Geologia Estrutural e Introdução a Geotectônica. São 
Paulo, Edgard Blucher Ltd; Rio de Janeiro, CNPq, 528 pgs. 
 
RAMSAY, J.G. & HUBBER, M.I. 1987. The Techniques of Modern Structural Geology, vol. 2: 
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