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Educação em direitos humanos: Uma experiência de formação docente no PIBID.

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ISSN 2176-1396 
 
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: UMA EXPERIÊNCIA DE 
FORMAÇÃO DOCENTE NO PIBID 
 
Lindomar da Cruz1 - PUCPR 
Nathaly Christine Sampaio² - PUCPR 
 
Eixo – Educação e Direitos Humanos 
PIBID- CAPES 
 
Resumo 
 
O projeto “Educação em Direitos Humanos” surgiu de diversas atividades realizadas no 
Colégio Estadual João Bettega, escola parceira do Projeto Institucional de Bolsa de Iniciação à 
Docência (PIBID), do curso de Licenciatura em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica 
do Paraná (PUCPR), o qual possui como temática central os direitos humanos e filosofia, 
destaca-se nesse trabalho a elaboração de um material didático em forma de apostila voltado 
para utilização de professores e alunos da Educação Básica. O objetivo da elaboração dessa 
apostila pretende apresentar de forma introdutória alguns problemas filosóficos relacionados 
aos direitos humanos, perpassando a discussão sobre alguns momentos históricos nos quais o 
debate em sala de aula. Pretendemos diante disso relatar todo o processo de construção do 
material, elencando as principais fontes de referência teórica na elaboração dos textos e da 
diagramação, como pesquisa iconográfica, construção da arte, design gráfico da capa e 
produção cartográfica, que resultaram em um trabalho simples e adequado para todos os níveis 
de educação. No que diz respeito a metodologia da apostila dos conteúdos por capítulo, 
embasamo-nos na obra “A Era dos Direitos”, de Norberto Bobbio, correspondendo o primeiro 
capítulo uma introdução aos direitos humanos, o segundo capítulo abordando a primeira 
geração de direitos - os individuais, o terceiro capítulo versa sobre a segunda geração de direitos 
- os coletivos -, e o último capítulo aborda sobre a terceira e quarta geração de direitos, que são 
as relações humanas com o meio ambiente e com o futuro da própria humanidade. Almejamos 
atingir com este relato uma oportunidade de partilhar os erros e acertos que encontramos no 
caminho, possibilitando assim deixar para os futuros pesquisadores da área de Educação algo 
que auxilie na compreensão do fenômeno de ensino e aprendizagem a partir de elaborações de 
matérias de apoio dentro da função didática do professor. 
 
Palavras-chave: Direitos Humanos. Material Didático. Filosofia. PIBID. 
 
1 Graduando do Curso de Licenciatura em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). 
Bolsista do Projeto Institucional e Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). E-mail: lindomardc@hotmail.com. 
² Graduanda do Curso de Licenciatura em Filosofia na Pontifica Universidade Católica do Paraná. (PUCPR). 
Bolsista do Projeto Institucional e Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). E-mail: sampaionathaly@gmail.com. 
20356 
 
 
Introdução 
O material didático foi pensado a partir das atividades realizadas no Projeto Institucional 
de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), afim de propiciar aos estudantes da escola parceira 
(Col. Est. João Bettega) uma ferramenta pela qual possam ser auxiliados, uma vez nem sempre 
o estudante poderá contar com o professor para ser orientado nas suas dúvidas, e também é 
preciso levar em conta a indispensabilidade da reflexão individual no processo de 
aprendizagem. Embora haja inúmeras discussões importantes que pensem as possibilidades da 
docência presencial, acreditamos que ela não é uma condição suficiente para a adequada 
formação educacional dos alunos. Sendo assim, partindo do eixo temático direitos humanos, o 
qual está inserido na discussão pública atual de modo incisivo, e como tal tema compõe o rol 
das abordagens teóricas da Filosofia, notou-se a possibilidade da elaboração de um material 
didático sólido filosófico que pudesse suprir a lacuna educacional no que tange a essa temática 
a partir do viés crítico e fundante da Filosofia. 
Dentre as diversas atividades realizadas nos anos de 2016 e 2017 pelo grupo de 
graduandos em Filosofia que faz parte do projeto Institucional do PIBID/PUCPR, o qual tem 
como temática central os direitos humanos e a diversidade, destaca-se a elaboração de um 
material didático em forma de apostila voltado para utilização de professores e alunos da 
Educação Básica. Nosso grupo, supervisionado pelo professor Edison Tezolin, no Colégio 
Estadual João Bettega, desenvolveu uma apostila denominada “Educação em Direitos 
Humanos”, a qual pretende apresentar de uma forma introdutória alguns problemas filosóficos 
relacionados aos direitos humanos, perpassando a discussão sobre alguns momentos históricos 
nos quais o debate alcançou maior expressão e também possibilitando ao estudante perceber 
como os direitos e garantias do ser humano foram produtos de uma construção histórica, com 
conquistas que determinam aquilo que Norberto Bobbio, um dos maiores pensadores sobre tal 
questão antropológica-jurídica, chamou de “Gerações de Direitos”. 
O objetivo de nosso trabalho é relatar todo o processo de construção do material, 
elencando as principais fontes de referência teórica na elaboração dos textos e da diagramação, 
como pesquisa iconográfica, construção da arte, design gráfico da capa e produção cartográfica, 
sempre buscando expor o conteúdo para o estudante do modo mais prático e eficiente para o 
aprendizado. No tocante a metodologia da apostila para ordem expositiva e explicativa dos 
conteúdos por capítulo, embasamo-nos na obra “A Era dos Direitos”, de Norberto Bobbio, 
sendo o primeiro capítulo uma introdução aos direitos humanos, o segundo capítulo abordando 
20357 
 
 
a primeira geração de direitos - os individuais -, o terceiro capítulo versa sobre a segunda 
geração de direitos - os coletivos -, e o último capítulo aborda sobre a terceira e quarta geração 
de direitos, que são as relações humanas com o meio ambiente e com o futuro da própria 
humanidade. Almejamos atingir com este relato uma oportunidade de partilhar os erros e 
acertos que encontramos no caminho, possibilitando assim deixar para os futuros pesquisadores 
da área de Educação algo que auxilie na compreensão do fenômeno de ensino e aprendizagem 
a partir de elaborações de matérias de apoio dentro da função didática do professor. 
Desenvolvimento 
Dividiremos o relato do processo criativo da apostila “Educação em Direitos Humanos” 
em dois momentos. No primeiro deles, elencaremos a referência bibliográfica principal que 
serviu como arcabouço para a explicação do conteúdo, resumindo as principais ideias que 
nortearam cada um dos quatro capítulos. No segundo momento, será descrito as etapas da 
diagramação do material didático em seus detalhes, buscando apresentar que tudo foi colocado 
em uma ordem que facilitasse a compreensão do conteúdo pelo estudante. 
A fundamentação teórica na elaboração dos textos didáticos - Norberto Bobbio 
Os direitos humanos são o eixo temático fundamental nos estudos filosóficos 
antropológico-políticos. No direito contemporâneo, ao se construir a noção de Estado de 
Direito, começou-se a pensar um conjunto valores que não pode ser definido pelo próprio 
Estado, conjunto esse que pauta à relação entre o indivíduo que está inserido dentro do Estado 
com o próprio Estado. Esse conjunto de valores seria algo que é intrínseco à dignidade da pessoa 
humana, sendo que as legislações positivadas no mundo devem a priori reconhecer essa 
dignidade que prevalece sobre as suas tipificações legais. Sobre isso, bem afirmou Herkenhoff 
(1994): “São direitos que não resultam de uma concessão da sociedade política. Pelo contrário, 
são direitos que a sociedade política tem o dever de consagrar e garantir. ”. Algo equivalente é 
defendido por Fistarol (2009, p. 23): 
Os direitos humanos são expressões históricas da consciênciaético-jurídica da 
humanidade. Existem direitos fundamentais que o ser humano tem pelo fato de ser 
humano, por sua própria natureza e dignidade. Direitos que lhe são inerentes e que, 
longe de nascerem de uma concessão da sociedade política, devem ser por ela 
consagrados e garantidos. 
Partindo dessa premissa supracitada no parágrafo anterior, buscamos encontrar as raízes 
teóricas de algo tão importante, o qual chegou a refletir no artigo primeiro de nossa Constituição 
20358 
 
 
Federal Brasileira de 1988, inciso III (BRASIL, 1988). Nessa investigação por fontes, 
encontramos um nome fulcral na sistematização e elaboração teórica sobre direitos humanos e 
seu reconhecimento histórico nas constituições contemporâneas: Norberto Bobbio e seu livro 
“A Era dos Direitos”. Segundo Bobbio (2004): “Não há direito sem obrigação; e não há nem 
direito nem obrigação sem uma norma de conduta. ” O autor não aceita a ideia de direitos 
naturais, mas para ele todos os direitos do homem, “por mais fundamentais que sejam, são 
direitos históricos (...)nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por 
todas.”. Na estrutura do livro, Bobbio separa o reconhecimento dos direitos em quatro gerações: 
individuais; coletivos; do meio-ambiente; da humanidade vindoura. 
Integrando-nos a estrutura proposta por Bobbio, moldamos a apostila a partir de quatro 
capítulos, os quais desvelam as quatro gerações propostas pelo filósofo italiano no seu livro. 
Evidentemente, a dissertação dos textos do material didático procurou sintetizar os maiores 
conceitos presentes nos textos originais. Entretanto, tal sintetização não fez redução simplista 
da abordagem feita nos originais, porém apenas adaptou a linguagem acadêmica para uma 
linguagem escolar e mais pedagógica. 
No primeiro capítulo foi analisado, de modo geral, a história dos direitos humanos, 
tendo como fulcro a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. O período após a 
Segunda Guerra Mundial foi uma etapa da história na qual esse documento, nascido pela 
necessidade de se afirmar os valores que constituem a dignidade humana, especifica os direitos 
e deveres dos homens e mulheres de todo o mundo que devem ser respeitados por todas as 
nações. No segundo capítulo, destacou-se os direitos individuais. Aqui, por exemplo, uma 
reflexão de Kant (1988) é importante enquanto justificação desses direitos: “Age de modo que 
consideres a humanidade tanto na tua pessoa quanto na de qualquer outro, e sempre como 
objetivo, nunca como simples meio.”. No terceiro capítulo, foi posto ao palco os direitos 
coletivos, os quais assentam a possibilidade de convivência harmônica e sustentável uns para 
com os outros enquanto tomados socialmente. Os nossos direitos, direitos que dependem que 
sejam respeitados entre as pessoas, intersubjetivamente, formam uma nova geração de direitos 
estabelecida posteriormente aos direitos fundamentais individuais, a chamada segunda geração 
de direitos. 
Por fim, no último capítulo, abordamos a terceira e quarta gerações de direitos, que é 
em relação ao meio-ambiente e a humanidade vindoura. Foi escolhido abordar ambas em um 
capítulo devido a sua natureza ainda instável nas legislações dos Estados contemporâneos, sob 
20359 
 
 
a justificativa de que ainda caminhamos a passos curtos no que tange a positivação legal de tais 
gerações de direitos, embora seja muito importante serem refletidas. 
Diagramação do material didático 
Desenvolver um material didático para a Educação Básica vai muito além da 
formatação, porque cada detalhe representa uma ferramenta de ensino, de modo que todo o 
processo deve ser pensado com cuidado visando à compressão e aprendizado do estudante, 
dessa forma, é um canal que transmite o contexto utilizado em sala de aula estabelecendo uma 
interação dinâmica e reciproca no processo de ensino-aprendizagem. Esses recursos tem a 
capacidade de despertar e estimular a criatividade do aluno tornado o aluno participante da 
construção de conhecimento. A utilização deste recurso abrange também na postura do 
professor que está se enquadrando nos novos métodos educacionais. Segundo parecer de Demo 
(1998. p.45) “A finalidade específica de todo material didático é abrir a cabeça, provocar a 
criatividade, mostrar pistas em termos de argumentação e raciocínio, instigar ao 
questionamento e à reconstrução. ” 
Com esse propósito em mente, demos início ao trabalho escolhendo cores, fontes, 
imagens, indicações de filmes, músicas, livros e referências. Foi necessário realizar uma 
pesquisa preliminar em outros materiais didáticos e observar seus resultados em sala de aula, 
para depois confeccionarmos o nosso material. Dessa forma, notamos que a apresentação do 
material didático deveria ser convidativa, com cores e imagens que chamassem a atenção, e 
assim conseguirmos atingir o nosso objetivo de ofertar o conhecimento de modo aprazível e 
didático. 
Como nossa apostila trata sobre o tema “Direitos Humanos”, buscamos uma divisão 
para cada capítulo que acompanhasse a história e desenvolvimento deles, deste modo, no 
primeiro capítulo temos a história dos direitos humanos, no segundo os direitos individuais, no 
terceiro os direitos coletivos e no quarto meio ambiente e gerações futuras. Pode-se observar 
que esta divisão segue uma ordem lógica, onde os estudantes primeiro aprenderão sobre como 
surgiram os direitos humanos, depois quais são seus direitos enquanto indivíduos, quais são 
seus direitos em sociedade e, por último, como o meio ambiente está relacionado aos direitos 
humanos e quais são os direitos das futuras gerações. 
Cada início de capítulo começa com uma frase para reflexão. No primeiro capítulo foi 
escolhida um trecho do Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, 
documento de maior peso em se tratando de Direitos Humanos. A cor escolhida nesse capítulo 
20360 
 
 
foi o alaranjado, pois segundo Eva Heller (2013)2 essa cor é convidativa, reflete calor e 
entusiasmo. Por isso, o intuito foi captar a atenção do estudante logo no início, e, além disso, 
seu uso auxilia no processo de assimilação de novas ideias. Juntamente com tons de azul e bege, 
dão vida ao primeiro capítulo. 
No segundo capítulo utilizamos predominantemente tons de azul, porque essa paleta de 
cores estimula calma, confiança e segurança. Esse capítulo trata dos direitos individuais do ser 
humano e, portanto, essa cor primária é bem-vinda ao tratar desse assunto. O capítulo é aberto 
com um trecho do artigo 5° da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. A cor 
também estimula o aumento da criatividade e contemplação. 
O terceiro capítulo é aberto com um trecho do artigo 6° da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 (BRASIL, 1988). Com predominância em verde, trata dos direitos 
coletivos, essa cor representa também a oportunidade e estabilidade e é frequentemente 
associada à tranquilidade. O capítulo trabalha uma temática adequada ao verde, pois trata de 
respeito e direito do coletivo. 
No quarto capítulo foi usado o roxo para trabalhar sobre o meio ambiente e gerações 
futuras. Dissociando do comumente utilizado verde, para questões ambientais, optamos por 
utilizar o roxo. Tal cor estimula a área do cérebro que é responsável pela resolução de 
problemas, e representa também a sabedoria. Um ponto que é muito importante quando 
tratamos sobre gerações futuras e toda a questão ambiental é que isso contribui para a 
preservação do planeta, assegurando maiores chances de cumprimento dos direitos humanos 
das próximas gerações. 
A família tipográfica utilizada para os textos foi a Gotham. Desenvolvida em 2000 nos 
Estados Unidos da América, a fonte sem serifabusca passar uma mensagem clara e sem 
referências culturais, que pode ser utilizada em qualquer ocasião. A apostila conta com diversos 
elementos informativos, como sugestões de filmes, sugestões de livros, citações de autores e 
referências bibliográficas para aprofundamento da pesquisa, além de contar com várias tirinhas 
e cartuns que prendem a atenção do leitor com o objetivo de gerar reflexão sobre o assunto. De 
forma informal, a apostila traz essa linguagem simples e eficiente. As sugestões de filmes e 
livros trazem algumas obras que fogem dos tradicionais documentários, buscando reflexão em 
títulos da cultura popular, que gerem interesse dos alunos e fomentem a discussão em sala de 
aula. 
 
2 Todos os comentários em relação às cores e sua importância psicológica no processo de aprendizado foram 
extraídos da obra da mesma autora. 
20361 
 
 
As citações utilizadas ao longo da apostila não trazem apenas grandes autores, mas 
citam também cantores, figuras históricas e pensadores contemporâneos. As referências 
bibliográficas, além de servirem como base para a confecção do material didático também 
compõe o quadro “Para saber mais...”, onde o leitor pode aprofundar a pesquisa, e essa seção 
serve também como material de apoio para o professor trabalhar em sala de aula o tema da 
apostila. As tirinhas e cartuns trazem de forma humorada a crítica de diversos autores sobre 
importantes temas tratados, apresentando o conteúdo de forma informal, pensando em trazer a 
atenção do público-alvo do material didático. 
Nossa apostila contempla os principais tipos de aprendizado, objetivando atingir o maior 
público possível, e por isso englobamos os seguintes métodos: intrapessoal, onde o estudante 
desenvolve seu conhecimento por si só, realizando atividades e pesquisas, facilitando o trabalho 
daquele tipo de estudante que é tímido e introvertido; interpessoal, tendo em vistas os debates 
e discussões, onde o estudante extrovertido consegue desenvolver-se melhor por conta de sua 
abertura aos outros; linguístico, voltado ao estudante que é estimulado por intermédio da leitura; 
visual, no qual o estudante, por meio de associação de imagens, fotografias, formas e cores, 
obtém o conhecimento. 
Acreditamos que cada pequeno detalhe faz a diferença no resultado final da apostila, 
enriquecendo a experiência do aluno com o material didático, trazendo transformação em sua 
cosmovisão a partir do método de estudo mais eficaz para cada um. Portanto, cada aluno vive 
sua peculiaridade na sociedade atual, no que tange a relação existente entre aluno e filosofia a 
utilização desses recursos serviria como motivação nessas aulas e também seria uma ponte de 
ligação, um mediador entre a forma de ensinar e aprender, consequentemente. 
Avaliação/discussão dos resultados 
Ao realizarmos e finalizarmos todo o processo criativo da apostila “Educação em 
Direitos Humanos”, os resultados foram extremamente positivos. Podemos destacar três pontos 
relevantes: textos sintéticos que possibilitam o entendimento do assunto; diagramação 
padronizada por capítulos; exposição do conteúdo bem distribuída, a qual evita a monotonia 
visual e teórica do estudante. 
Tais características relevantes supracitadas foram concluídas a partir da aplicação do 
material didático em sala de aula com alunos da Educação Básica. Ao lerem os textos 
introdutórios de cada capítulo, constatou-se uma rápida assimilação dos conceitos centrais. As 
20362 
 
 
notas de rodapé e imagens cumpriram bem o papel de esclarecer alguns pontos que 
necessitavam de maior profundidade reflexiva. A linguagem metafórica é muito importante no 
esclarecimento de conceitos, e o uso recorrente dela é essencial para a compreensão adequada 
dos alunos menos familiarizados com o tema. Em relação à padronização da diagramação por 
capítulos, pareceu-nos fundamental assim o fazer, pois ao analisarmos diversos materiais 
didáticos das mais diferentes disciplinas, isso é uma praxe que tem um elemento pedagógico 
como justificação: a repetição de estruturas básicas auxilia no entendimento do assunto exposto. 
Por fim, a distribuição do conteúdo, que sempre foi pensada buscando não cair em monotonia 
visual e teórica. 
Optamos, na distribuição das ideias dos capítulos, por usar músicas, charges, imagens, 
perguntas para a reflexão no decorrer da explicação, enfim, vários pontos de quebra da repetição 
cansativa de ideias. Conquanto possa parecer paradoxal dizer que foi adotado um padrão 
subjacente na diagramação de toda a apostila e depois asseverar que a exposição não foi 
monótona, isso é facilmente resolvido ao se perceber que apesar dos elementos constitutivos da 
diagramação serem os mesmos, a ordem desses elementos dentro dos capítulos não seguiu um 
padrão rígido. 
Quanto à aplicação em sala de aula, desde o desenvolvimento até a conclusão do 
material didático buscamos a aproximação com os estudantes afim de analisar o retorno deles 
sobre a apostila. Nós realizamos as aulas tanto em sequencia na mesma turma, quanto em 
turmas novas, para ver qual era a compreensão dos estudantes já familiarizados com o nosso 
método e dos que ainda não nos conheciam, desta maneira podemos aperfeiçoar tanto o material 
que produzimos, como a nossa didática e oratória em sala. Buscamos sempre realizar as aulas 
de maneira dinâmica, afim de sempre despertar o máximo possível de interesse nos estudantes. 
Uma crítica em relação à apostila que se faz plausível é a pouca quantidade de capítulos 
para um montante razoavelmente elevado de tópicos dentro do tema direitos humanos. 
Entretanto, embora tal observação perspicaz deva ser levada em conta, o objetivo inicial não 
era montar um curso que abordasse de modo exaustivo os conteúdos inseridos no tema central, 
haja vista que ela é voltada para uma introdução ao assunto, dando um apanhado geral de 
informações, e é voltada para o uso nas aulas da Educação Básica, e, portanto, não permite uma 
tratativa extensa que tome muito a carga horária de uma disciplina escolar, como a Filosofia, 
por exemplo. Como considerações finais, pensamos que a elaboração do material didático 
“Educação em Direitos Humanos” serviu como uma experiência ímpar no tocante a nossa 
20363 
 
 
formação enquanto docentes, permitindo-nos avaliarmos as coisas que tem maior eficiência e 
eficácia no campo prático do ensino e aprendizado. 
REFERÊNCIAS 
BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos; tradução de Carlos Nelson Coutinho; apresentação 
de Celso Lafer. – Nova ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 
DF, 5 out. 1988. Art. 1, p. 1. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 10 de jun. 
2017. 
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados. 1998, p.129. 
FISTAROL, Orestes (Org.). “Sistema Preventivo e Direitos Humanos”. Brasília, 
CISBRASIL/ CIB, 2009, p.23. 
HELLER, Eva. A psicologia das cores. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2013. 
HERKENHOFF, João Baptista. Curso de direitos humanos: gênese dos direitos humanos. 
São Paulo: Acadêmica, 1994, p.30-31. Vol.1. 
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Paulo Quintela. 
Lisboa: Edições 70, 1988.

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