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SUMÁRIO 1. Introdução 2. Objetivo do curso 3. Histórico 3.1 O uso de substâncias psicoativas no Brasil 3.2 A legislação brasileira sobre drogas 4. Classificação 4.1 Drogas depressoras do SNC 4.1.1 Álcool 4.1.2 Inalantes 4.2.3 Benzodiazepínicos 4.2.3 opiáceos 4.2 Drogas estimulantes do SNC 4.2.1 Anfetaminas 4.2.2 Cocaína 4.2.3 Crack 4.2.4 Nicotina 4.3 Drogas perturbadoras do SNC 4.3.1 Maconha 4.3.2 Indólicos (LSD, psilocibina e DMT) 4.3.3 FEAs - Feniletilaminas ( êxtase) 4.3.4 Anticolinérgicos 5. Critérios diagnósticos: CID-10 e DSM-IV 5.1 AUDIT 5.2 ASSIST 6. Problemas psíquicos e comorbidades ocasionados pelas drogas 7. Bibliografia 1. Introdução O uso de drogas lícitas e ilícitas no Brasil vem crescendo exponencialmente e com consequências drásticas para o usuário, família e sociedade. O consumo de bebidas alcoólicas e de outras substâncias psicoativas é identificado como importante problema de saúde pública atual. Dados epidemiológicos de 2005 demonstraram que 74,6% da população já consumiram bebidas alcoólicas pelo menos uma vez na vida, 12,3% apresentam provável dependência do álcool que 2,9% já consumiram cocaína e 0,7% já consumiu crack (CARLINI et al, 2007). Além das consequências físicas proveniente ao uso de drogas, seu uso corrobora com os transtornos mentais e seu prejuízo quanto a qualidade de vida e o meio em que vive. 3 www.soenfermagem.net/cursos 2. Objetivo do curso O objetivo do curso é trazer conhecimento básico sobre as principais drogas consumidas no Brasil, seus componentes, mecanismo de ação. Saber sobre a política de ação antidrogas, os instrumentos para identificar abuso ou dependência de álcool e outras drogas e assim mostrar suas consequências na saúde mental e comorbidades do usuário. 4 www.soenfermagem.net/cursos 3. Histórico 3.1 O uso de substancias psicoativas no Brasil A historia do álcool na cultura brasileira Com a chegada dos portugueses no Brasil colonia, perceberam que o costume do povo indígena em produzir bebida a base de mandioca fermentada chamada de “cauim” onde era muito utilizada em festas, além da bebida usavam também o tabaco. Porém, os europeus conheciam somente cerveja e vinho, onde mais tarde aprenderiam a fazer a cachaça produzida com cana de açúcar, mas que na época chamava-se “Cagaça”. A cachaça ou cagaça era usualmente usada para minimizar a dor de escravos, alterava a consciência, sentiam tirar a dor dos açoites, em tantas ocasiões o álcool justificava seu uso em festas ou enterros. Este costume não e diferente na atualidade o ensejo em utilizá-lo. Observe a frase do escritor inglês Aldous Huxley: “Parece improvável que a humanidade em geral seja algum dia capaz de dispensar os “paraísos artificiais”, isto é,... a busca de auto transcendência através das drogas ou... umas férias químicas de si mesmo... A maioria dos homens e mulheres levam vidas tão dolorosas - ou tão monótonas, pobres e limitadas, que a tentação de transcender a si mesmo, ainda que por alguns momentos, é e sempre foi um dos principais apetites da alma.” Cada povo não importa de qual grupo social inserem a bebida alcoólica no meio em que vivem, a resposta ao estimulo é variável depende de cada indivíduo, por exemplo a cerveja no carnaval, o vinho no natal, a cachaça nos enterros. Por isso no conjunto da vida social ele é inserido tanto pela facilidade quanto pela aceitação do indivíduo. Mas qual o motivo de procurar as drogas? Não poderiam se divertir sem consumi-las,a alegria e a euforia aumentam, o bem estar social, a fuga da realidade, uns se adaptam com pouca quantidade outras não. Enfim, são inúmeras perguntas. No entanto cada usuário tem seu diferencial no que se refere ao efeito da droga no organismo, pois o mesmo ambiente influenciam de maneira diferente a reação no organismo, a explicação está nos fármacos, nas condições físicas e psíquicas, o metabolismo diferenciado de cada indivíduo, seu biotipo, sua saúde mental. ALCOÓLATRA OU ALCOOLISTA Usualmente usam nomenclaturas parecidas para identificar a mesma condição, porem são diferentes, o termo alcoólatra costuma-se usar popularmente seria como se retirasse a identidade do indivíduo, seria como se ele não tivesse uma vida sociável, um estigma que faz com que ele se torne condenado pelo uso do álcool, um idólatra, um dependente do álcool sem retorno social. Já o alcoolista é uma proposição nova dos pesquisadores ao 5 www.soenfermagem.net/cursos usuário, não diminui ou faz estigma da pessoa em si. Demonstra que ela também pode ter outros gostos além do álcool. A Maconha A maconha era largamente utilizada na Europa, usada em uso medicinal 2.600 a.C. foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos e difundida entre os indígenas. As classes eram diferenciadas quanto ao uso, os viciados elegantes e deselegantes, os brancos que eram elite consumiam morfina ,heroína e cocaína, os “alcoólatras” e os “maconheiros” eram os negros e pobres. Não faz muita diferença referente a realidade dos dias atuais. Os Inalantes Os mais comuns são: cola de sapateiro, esmalte, benzina, lança-perfume, loló, gasolina, acetona, tíner, éter,aguarrás e tintas. No Brasil existe períodos em que o uso de certas substancias são estão mais dispostas, visto pelo acesso fácil ou economicamente viável, este é o caso dos inalantes, crianças e adolescentes usavam em larga escala principalmente nas grandes cidades Rio de Janeiro e São Paulo na década de 80. Reflexo da economia onde os menos favorecidos não tinham muita opção. Os efeitos destes produto são adaptáveis a realidade das crianças e moradores de rua, pois, diminuem a sensação de fome, frio, produzindo alucinações. O que confortaria a vida nas ruas. O consumo de inalantes ainda existe, mas está sendo substituído em larga escala pelo crack. A Cocaína e Crack A partir dos anos 80 o crescimento de cocaína no Brasil aumentou consideravelmente, as apreensões cresceram e assim ganhando espaço do uso de dextropropoxifeno, derivados anfetamínicos que são as “bolinhas” e “arrebites”. Em nossa cultura pessoas usam cocaína para se manterem alerta. Na cultura Andina a folha de coca é usada para diminuir o cansaço relacionado ao trabalho. O crack tem os primeiros registros no Brasil nos anos 90, não sendo diferente sua matéria-prima que é a cocaína preparada para consumo por via inalatória. Por isto a intensidade dos efeitos relativos a absorção da cocaína. O Oxi 6 www.soenfermagem.net/cursos Inicialmente o Oxi foi classificado sendo diferente do crack por ao invés de conter o bicarbonato de sódio ou amônia haveria então óxido de cálcio, querosene. Mas descobriram quantidades mínimas dessas substancias, portando sendo variação da cocaína onde o produto era a pasta base. Era chamado de oxidato foi encontrado sudoeste da Região Norte do Brasil e assim disseminado para todo o país. A MÍDIA E O USO DE DROGASNa origem da civilização brasileira está a cachaça, fumo e maconha. A imagem da bebida extremamente explorada pela mídia, em vários lugares existe a exposição como outdoors, televisão e rádio. O apelo sexual de beleza e saúde são comuns entre as propagandas. Na década de 70 estava no auge das propagandas o cigarro, com homens montados a cavalo e dispondo de saúde e elegância entre os meio social. Porém hoje no Brasil este tipo de propaganda esta proibido. Mas, e as outras drogas? Não seria interessante deixar de fazer tanta propaganda, por questões politica e financeira. 3.2 A legislação brasileira sobre drogas A política nacional de drogas foi iniciada em 1998 sobre temas específicos como “redução da demanda” que são ações referentes à prevenção do uso de drogas lícitas e ilícitas que causem dependência bem como a reinserção social dos usuários e dependentes como também “redução de oferta” que são atividades referentes a redução e repressão à produção. Foi criada a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) em 1998, uma medida provisória com objetivo de coordenar a politica antidrogas por meio de integração governo e sociedade. Em 2002 foi instituido o Decreto Presidencial no 4.345 a primeira politica nacional antidrogas -PNAD. A Lei no 11.343/2006 prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, em consonância com a atual política sobre drogas. O decreto 6117 de 2007 foi apresentada à sociedade brasileira a Política Nacional sobre o Álcool, onde estabelece princípios que orientem a elaboração de estratégias para o enfrentamento coletivo dos problemas relacionados ao consumo de álcool. A tão conhecida Lei seca 11.705 criada em 2008, alterou dispositivos do código de transito impôs penalidades. 7 www.soenfermagem.net/cursos Lançado por meio do Decreto Presidencial 7.637/2011 o programa “crack é possível vencer” formulou três eixos para a mudança: a prevenção, o cuidado e a autoridade. Programa busca uma atuação articulada intersetorial e descentralizada entre Governo Federal, estados, Distrito Federal e municípios. 8 www.soenfermagem.net/cursos 4. Classificação As substâncias psicoativas são classificadas de acordo com ação no sistema nervoso central (SNC): Drogas depressoras do SNC Drogas estimulantes do SNC Drogas perturbadoras do SNC 4.1 Drogas depressoras do SNC As drogas depressoras agem como sedativas levando a diminuição da atividade motora, ansiedade e dor. 4.1.1 Álcool O álcool é uma droga psicotrópica, o álcool presente é o etanol que é produzido pela fermentação de grãos ou destilação de produtos. A metabolização é feita 90% pelo fígado, transforma-se em acetaldeído e com ação enzimática seu subproduto e o acetato. A pressão arterial aumentada, o rubor facial, náusea e vômitos são produzidos pelo acetaldeído. Ou seja o efeito toxico do álcool vem do subproduto que permanece no organismo. Existem medicamentos para auxiliar a pessoa a parar de beber, são os medicamentos que contem dissulfiram, não existe lugares que ainda são usados ele inibe a enzima aldeído desidrogenase que é a responsável pela eliminação do acetaldeído. A pessoa que já tem a consciência que não deve beber não poderá consumir álcool por pelo menos uma semana que e o tempo em que a medicação fica no organismo, se vir a tomar álcool poderá ter aumento de pressão arterial, se sentir muito mal e até chegar a parada cardiorrespiratória. Somente para compreendermos a diversificação quanto a quantidade de etanol na bebida. A porcentagem que existe na bebida alcoólica é variada: Cerveja 4,5 a 6,5% de álcool Vinho 12% (depende do vinho) uísque,vodca e cachaça 40% O consumo de álcool até mesmo em quantidade pequena diminui a coordenação motora e os reflexos, por isso a importância de beber e nunca dirigir. O corpo humano só 9 www.soenfermagem.net/cursos consegue eliminar cerca de 1 dose por hora. Se o indivíduo bebe 3 doses precisa esperar cerca de 2 a 3 horas para que seus níveis de álcool no sangue se aproximem de zero. Muito comum dar glicose a pessoa embriagada, mas seria o correto? Depende muito da alimentação da pessoa, aquelas que se alimentaram o álcool pode elevar a glicemia, mas as que estão ha muitas horas sem se alimentar o álcool pode diminuir a glicemia. Mas é raro. Por isso somente deve administrar glicose se a pessoa estiver hipoglicêmica, mas deve ser comprovado. 4.1.2 Inalantes Chamados de “baratos” pelos usuários os inalantes são solventes químicos , tem a capacidade em dissipar-se rapidamente, conhecidos como colas, produtos de limpeza que contêm nitritos (limpadores de couro, aromatizadores líquidos para carro), lança- perfume (cloreto de etila),combustíveis (tíner, aguarrás) produtos de beleza (spray para cabelo, acetona). Usam por ter baixo custo, início com efeito rápido, variedade de produtos são imensas, fácil em ser achado. Mas tem efeito agudo como a do álcool, causa excitação e depois depressão. 4.2.3 Benzodiazepínicos São usados como ansiolíticos, ou hipnóticos, também nos tratamentos para convulsão, na síndrome de abstinência do álcool,sedação pré anestésica. São classificados de acordo com o tempo de meia-vida, ou seja o tempo que a droga permanece no sangue até que metade dela tenha sido metabolizada e eliminada. São eles: Longa duração como o diazepam; média duração: lorazepam; curta duração: midazolam. Os efeitos tóxicos são baixos apresentam geralmente, amnésia, hipotonia muscular. 4.2.3 opiáceos São extraídos da planta Papaver somniferum, ou seja papoula, um líquido branco que quando seca se transforma em um ópio, um agrande analgésico, mas se instala rapidamente com o mal uso. Dele deriva a morfina a codeína, a partir do ópio pode ser criado semissintéticos como a heroína. Se houver intoxicação um antagonista como a nalorfina e a naloxona bloqueia a droga. Na atividade física buscamos o prazer com nossa própria liberação de morfina os opioides endógenos, que são semelhantes a morfina chamamos de endorfina a dinorfina e as encefalinas. 10 www.soenfermagem.net/cursos 4.2 Drogas estimulantes do SNC As drogas estimulantes do sistema nervoso central -SNC leva ao estado de alerta, à perda do apetite, à insonia, agitação psicomotora, linguagem e pensamentos acelerados. 4.2.1 Anfetaminas Entre as tipo anfetaminas destacam-se a anfetamina, a metanfetamina, o metilfenidato, o fenproporex, a fentermina, a fencanfamina e o clobenzorex. As anfetaminas não existem na natureza, são sintéticas, inicialmente foram produzidas para reduzir sono e diminuir o apatite. Os rebites são anfetaminas usados pelos caminhoneiros para permanecerem acordados. Hoje o uso dessa substancia é restrito, somente para uso de obesidade mórbida, mas o uso indiscriminado trouxe a proibição, Em 10 de outubro de 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou resolução proibindo a fabricação, manipulação, prescrição, aviamento, venda e o uso de anfetaminas, e restrições ao uso de outro inibidor do apetite, a sibutramina. No Brasil, a principal forma de uso das anfetaminas é por via oral, tendo um início de ação mais lento e um efeito que dura cerca de 10 horas. A chance de induzir dependência fica muito maior quando o tempo para início do efeito é rápido e a duração do efeito é curta. 4.2.2 Cocaína A cocaína pode ser administrada por via oral, intranasal (cloridrato de cocaína), intravascular(cloridrato de cocaína) e pulmonar (pasta de coca e crack). Com propriedades anestésicas locais ela foi difundida no século XVI, no século XIX na Europa foi usada como energético como tratamento de depressão e fadiga. A Coca-Cola utilizava a cocaína como xarope, mas foi retirado e usa-se cafeína hoje. Da mesma folha de coca extrai o crack e a merla, que contém a mesma substância psicoativa. Sob a forma de pó ela ultrapassa a mucosa do nariz até a corrente sanguínea podendo demorar até 15 minutos e desaparece cerca de 30 minutos, quando injetada ou fumada ela é mais rápida cerca de 15 segundos e desaparece o efeito em 15 minutos. Quanto mais rápidos são o início e o término do efeito, maior a dependência. 4.2.3 Crack 11 www.soenfermagem.net/cursos Variação da cocaína, a cocaína teve variações no seu preparo para consumo além do pó branco, é possível serem produzidas formas que podem ser fumadas como a merla, a pasta de coca e o crack. As formas variadas de inalar a molécula de cocaína sendo injetada ou fumada, faz com que chegue ao cérebro imediatamente, produzindo sensação de prazer imenso, pois a fumaça vai diretamente para o pulmão e assim como é muito vascularizado leva rapidamente ao cérebro. Uma grande diferença entre a cocaína pedra e a cocaína pó é o preço, sendo o crack (pedra) muito mais barato. Em dez a quinze segundos os primeiros efeitos do crack já ocorrem. O pó cerca de 15 minutos e o injetável de três a cinco minutos. Quando o crack atinge o cérebro a sensação de prazer é imediata, seria como a sensação do prazer sexual, a localização do cérebro é a mesma. Os centros de memória traz sentimentos e sensações prazerosas, assim o usuário fica na fissura quando a sensação passa. Com o uso , os efeitos de médio prazo vão se acumulando e surgem de efeitos de longo prazo, que podem durar anos, e podem mesmo ser irreversíveis. 4.2.4 Nicotina Os cigarros de tabaco, cachimbos, charutos, são extremamente prejudiciais a saúde e com o tabaco existem mais de 4 mil substancias, muitas delas associadas ao câncer cerca de 90% no pulmão. Também esta relacionado com canceres de laringe, faringe e boca. Além disso doenças cardiovasculares, de ulceras, alergias impotência, alterações no feto. Produz bem estar mas sem euforia, a dependência é rápida e intensa. 4.3 Drogas perturbadoras do SNC São alterações da sensopercepção, produzem distorções qualitativas no funcionamento cerebral 4.3.1 Maconha Os canabinoides vem da planta Cannabis, contém mais de 400 compostos químicos, e aproximadamente 60 deles são princípios ativos, chamados de Canabinoides entre eles o tetrahidrocanabinol (THC) que tem a propriedade psicoativa. 12 www.soenfermagem.net/cursos Hoje a quantidade de THC contida na maconha de 4,5%. Assim, um baseado teria aproximadamente 22,5 mg de THC. Porem a Organização Mundial da Saúde -OMS descreve que 3mg de THC são suficientes para proporcionar o efeito. O THC é lipossolúvel assim mantém mais tempo seu efeito, pois, é aderido no tecido adiposo. Além de ser metabolizado pelo fígado. Seu uso comum é fumado o efeito chega de 0 a 10 minutos e demora cerca de 60 minutos a eliminação. 4.3.2 Indólicos (LSD, psilocibina e DMT) LSD (Dietilamida do Ácido Lisérgico) é considerado a mais potente droga alucinógena, é um líquido claro, a forma mais comum de ser encontrado é em papel absorvente com figuras de desenhos, derivada do fungo Claviceps sp, que se desenvolve no centeio. Sua absorção é rápida cerca de 20 minutos com pico de ação de 3 horas. Os efeitos podem durar ate 8 horas dependendo da quantidade consumida. Os efeitos centrais dependem do indivíduo podendo ser formas coloridas com aumento da percepção colorida ou ate mesmo depressiva com sintomas de pânico. A psilocibina presente em alguns cogumelos do gênero Psilocibe, são engeridos secos, seu mecanismo de ação é parecido com do LSD, seus efeitos iniciam em 10 ou 20 minutos, pode durar até 10 horas. DMT A dimetiltriptamina é o princípio ativo encontrado nas folhas da planta Psichotria viridis usado como chá ayahuasca. Um alucinógeno potente usado em muitos rituais religiosos no Brasil. 4.3.3 FEAs - Feniletilaminas ( êxtase) O Êxtase metilenodioxometanfetamina (MMDA), deriva da anfetamina tem efeitos estimulante e perturbador usa-se como comprimido, possui mistura diversificada como cafeína e metanfetamina, é metabolizado pelo fígado e levado ao coração,cérebro. Atinge o ápice em 15 minutos e dura 3 horas. O mecanismo de ação do MMDA é a liberação dopamina, noradrenalina e serotonina. 4.3.4 Anticolinérgicos Apresentam efeitos alucinógenos em doses muito elevadas, também existem os naturais, dependendo da região pode ser chamado de lírio ou chá de buti. Nas farmácias podem ser encontrados como antiespasmódico e analgésico a atropina presente na planta Atropa beladona. Se usar em grande quantidade pode também produzir alucinações. São bem absolvidos e duram cerca de 2 horas. 13 www.soenfermagem.net/cursos 5. Critérios diagnósticos: CID-10 e DSM-IV São critérios diagnósticos que auxiliam o profissional de saúde a classificar a doença: CID-10 significa - Classificação Internacional de Doenças com a versão 10 é amplamente utilizado no SUS e elaborado pela OMS, no seu quinto capítulo ele refere a transtornos mentais DSM-IV significa- Diagnostic and Statistical Manual- (Manual de Diagnóstico e Estatística) foram feitas 4 versões. Classifica somente os transtornos mentais. Nenhum dos dois CID-10 e DSM-IV informa a quantidade de qualquer outra droga, pois é extremamente variado e está relacionado a diferenças individuais. Dependendo da situação beber diariamente duas latas de cerveja já pode ser indicativo de dependência. 5.1 AUDIT Alcohol Use Disorders Identification Test É um dos instrumentos de triagem que é utilizado identificação de níveis de uso de álcool, propõe estrategia de ação para evitar problemas maiores á saúde. O AUDIT “Teste para Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool”, abrange por detectar diversos níveis de problemas com os diferentes padrões de uso do álcool. Por exemplo avalia nos últimos 12 meses o uso do álcool, pode ser associado por diversos profissionais de saúde, é rápido e fácil. A avaliação segue respostas por score e seus níveis de intensidade, classificados como zona de 1 a 4 onde indica de menor risco á abstinência a intensidade a maior chance. 5.2 ASSIST Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test Foi criado para a triagem do uso de substancias psicoativas, com apoio da OMS, sendo direcionado para profissionais à atenção primária, mas tem as mesmas características do AUDIT, porém avalia além do álcool outras drogas. É composto por 8 questões, sendo de 1 a 7 uso de substancias como tabaco, álcool, maconha, cocaína/crack, anfetaminas, inalantes, hipnóticos/sedativos, alucinógenos e opioides e o numero 8 voltada a forma injetável. Diferentes scores podem ser calculados no ASSIST como:Envolvimento com Substâncias Específicas e Envolvimento Total com Substâncias. A pontuação vai de 0 a 27 pontos sendo zero baixo risco e 27 alto risco. 14 www.soenfermagem.net/cursos 6. Problemas psíquicos e comorbidades ocasionados pelas drogas A OMS classifica os danos a uso de drogas como agudo onde acidentes,violência e doenças agudas são identificadas e crônico incluindo problemas sociais e doenças. Os danos psíquicos e físicos podem ser causados por efeito dos psicotrópicos no funcionamento mental, por dependência onde o indivíduo cumpre suas tarefas somente se tiver sob efeito da droga,ou pelo efeito toxico da droga no corpo causando canceres,distúrbios metabólicos entre outros. O uso de substancias como álcool, cigarro e as variadas drogas ilícitas podem agravar o funcionamento metal ou desencadear doenças que antes não havia sido mostrado. As comorbidades são os quadros que ocorrem ao mesmo tempo. Os problemas recorrentes do álcool são: fígado com esteatose hepática, a cirrose e hepatites. Pancreatite, a hipertensão arterial pode aumentar com maior facilidade levando à miocardiopatia alcoólica, existe o consumo que é benéfico para o coração porém em quantidade pequena. No Sistema nervoso central -SNC, o alcoolista pode ter a síndrome de Wernicke- Korsakoff onde o indivíduo apresenta perda de coordenação motora, problema visual, confusão mental. Os mal nutridos e usuários crônicos podem ter a degeneração cerebelar que é responsável pelo movimento e equilíbrio. A neuropatia periférica é a principal disfunção do Sistema Nervoso Periférico em alcoolistas de longo período, geralmente anos. Os efeitos no SNC podem ser estimulantes e depressores do organismo, inicialmente leva a sensações de euforia, desinibição, sociabilidade e prazer. Com o aumento da concentração reduz a ansiedade, contudo prejudicando a coordenação motora age como depressor, ocorre a diminuição da autocrítica, que por afetar a capacidade de avaliação dos perigos, pode levar a comportamentos de risco. A fala pode ficar arrastada. prejuízo de memória e da concentração, diminuição da resposta a estímulos, êmese e insuficiência respiratória, podendo chegar ao coma e a morte. Ou seja distúrbios neurológicos graves, alterações de memória e lesões no Sistema Nervoso Central. Podem ocorrer com o tempo. As crianças podem sofrer com a síndrome fetal pelo álcool, as mães que fizeram uso excessivo do álcool na gestação. Os recém nascidos apresentam irritabilidade e tremores. As severamente afetadas podem ter problemas físicos e mentais. A cocaína no organismo consegue modificar a comunicação entre as células cerebrais, alterando o raciocínio, a audição, visão, paladar, emoções. Euforia e grandiosidade (sensação de ser poderoso), hipervigilância,irritabilidade; Alucinações ou ilusões visuais e táteis, ideias paranoides, convulsão. Na abstinência o usuário de anfetamina e cocaína apresenta Fadiga, exaustão, Depressão, ansiedade, irritabilidade, Ânsia/fissura pela droga. 15 www.soenfermagem.net/cursos Já a nicotina o usuário se tiver em abstinência pode apresentar Irritabilidade, ansiedade, hostilidade, humor depressivo, bradicardia, aumento do apetite, ânsia para fumar. Os danos físicos com o uso do crack pode ser quase que imediato como taquicardia, aumento da pressão arterial, agitação psicomotora, dilatação das pupilas, sudorese, tremor muscular. Os sinais psíquicos são euforia percebe-se exacerbação da autoestima, podem ter ideias paranoides. Na abstinência com o crack existe em três fases: Fase I: Crash: drástica redução do humor, inquietude, ansiedade, irritabilidade, não duram muito cerca de 5 minutos. Fase II: Síndrome disfórica tardia: desgaste físico extremo, dorme muito, altera o humor, ansiedade, ocorre de 2 a 4 dias. Fase III: Extinção: Os sintomas disfóricos diminuem ou cessam por completo e a fissura se torna menos frequente. Pode ter alteração do humor Existe uma variedade de manifestações neurológicas, incluindo acidente vascular encefálico (AVE), cefaleia, atrofia cerebral e convulsões. As complicações psiquiátricas podem decorrer tanto da intoxicação aguda quanto da abstinência. Os usuários de crack tem maior prevalência em doenças mentais aos comparados a usuários de cocaína. As comorbidades associadas são depressão e ansiedade. Assim como transtornos de personalidade. LSD seus efeitos psíquicos mais importantes são: Distorções perceptivas, delírios, perde a noção de tempo e espaço, alucinação visual e auditiva. O êxtase Afeta o pensamento, o humor e a memória, causa ansiedade porem menos que o LSD, Sentimentos de cordialidade e empatia, reduz o apetite. Na maconha os efeitos são Leve estado de euforia, diminuição da ansiedade, Afeta sensações ligadas à música, ao paladar e ao sexo, pode causar risos exacerbados e delírios. Os problemas relacionados ao ópio pode ser : dores musculares, constipação,diarreia e sedação Os benzodiazepínicos A Organização Mundial da Saúde recomenda a prescrição dos benzodiazepínicos por períodos entre duas e quatro semanas, no máximo, e apenas nos quadros de ansiedade ou insônia intensa. Promove dependência física e psíquica, a interrupção abrupta provoca abstinência. A super dosagem promove depressão respiratória, apneia, hipotensão grave, raros casos de irritabilidade, inquietude e agitação. 16 www.soenfermagem.net/cursos 7. Bibliografia Andrade TM. Reflexões sobre Políticas de Drogas no Brasil. Ciênc. saúde coletiva, 2011 Dec;16(12):4665-74. Carlini EA, Galduróz JCF, Noto AR, Nappo SA, Lima EL, Adiala JC. Revisão: perfil de uso de cocaína no Brasil. J.Bras.Psiquiatr. 1995;44:287-303. 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