Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ - SANTA CATARINA CURSO DE FARMÁCIA MICHELLI CHECHI MARTINHO MILITÃO FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO FLORIANÓPOLIS - SC 2017 FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO E AS PRESSÕES PARCIAIS O oxigênio é transportado pela hemoglobina, uma metaloproteína constituída de ferro, que está presente nas hemácias (glóbulos vermelhos). O oxigênio dentro dos alvéolos pulmonares difunde-se até os capilares sanguíneos penetrando nas hemácias, onde se liga com a hemoglobina, sendo o gás carbônico jogado para fora. Este processo denomina-se hematose. O processo nos tecidos acontece quando o gás oxigênio desliga-se das moléculas de hemoglobina sendo difundido pelo líquido tissular chegando até as células. As células liberam o gás carbônico que reage com a água formando o ácido carbônico que logo é difundido no plasma do sangue. MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS Inspiração: Através da contração do diafragma e dos músculos intercostais, a inspiração, promove a entrada de ar dentro do organismo. O ar inspirado contém 20% de oxigênio e apenas 0,04% de gás carbônico. Expiração: Através do relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais, a expiração, promove a saída de ar dos pulmões. O ar expirado contém 16% de oxigênio e 4,6% de gás carbônico. A respiração tem por objetivo fornecer oxigênio aos tecidos e remover o dióxido de carbono. Considerando-se esta função, a respiração pode ser dividida em quatro eventos principais: ventilação pulmonar, que se refere a entrada e saída de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares; difusão de oxigênio e de dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue; transporte de oxigênio e de dióxido de carbono no sangue e nos líquidos corporais, para e das células, e regulação da ventilação e de outros aspectos da respiração Para que o ar possa penetrar nos pulmões ou sair deles deverá ser estabelecida uma diferença de pressão entre a atmosfera e os alvéolos. Se não houver um gradiente de pressão, não ocorrerá fluxo de ar. Durante a inspiração, a parede torácica sofre expansão, e a pressão intrapleural, declínio. Isso aumenta o gradiente pressórico entre o espaço intrapleural e os alvéolos, estirando os pulmões. Os alvéolos se expandem e a pressão alveolar declina, criando um gradiente pressórico entre a boca e os alvéolos, o que faz com que o ar flua para dentro dos pulmões. O perfil do fluxo do ar acompanha estreitamente aquele da pressão alveolar . Durante a expiração, tanto a pressão intrapleural como a pressão alveolar aumentam. Na respiração tranquila, a pressão intrapleural permanece negativa durante todo o ciclo respiratório, enquanto a pressão alveolar fica negativa durante a inspiração e positiva durante a expiração. A pressão alveolar sempre é mais alta do que a intrapleural em virtude da retração do pulmão. Ela é zerada no final da inspiração e expiração, mas o fluxo do ar cessa momentaneamente. Quando a ventilação aumenta, as alterações da pressão intrapleural e alveolar são maiores e, na expiração, a pressão intapleural pode ultrapassar a pressão atmosférica. GERAÇÃO DE UM GRADIENTE DE PRESSÃO ENTRE A ATMOSFERA E OS ALVÉOLOS Durante a respiração normal com pressão negativa, a pressão alveolar torna-se mais baixa que a pressão atmosférica. Isso ocorre graças à contração dos músculos da inspiração, que faz aumentar o volume dos alvéolos, reduzindo assim a pressão alveolar em conformidade com a lei de Boyle. Os alvéolos não são capazes de se expandir por conta própria. Eles só se expandem passivamente e resposta a uma pressão de distensão ao longo da parede alveolar. Essa diferença de pressão transmural aumentada, gerada pelos músculos da inspiração, abre ainda mais os alvéolos altamente distensíveis e, dessa forma, reduz a pressão alveolar. A pressão no estreito espaço entre as pleuras visceral e parietal em condições normais é ligeiramente subatmosférica, até mesmo quando nenhum músculo inspiratório está se contraindo. Essa pressão intrapleural negativa de –3 a – 5 cmH²O ocorre principalmente pela interação mecânica entre o pulmão e a parede torácica. No final da expiração, quando todos os músculos respiratórios estão relaxados, o pulmão e parede torácica estarão agindo reciprocamente em direções opostas. O pulmão tende a diminuir seu volume em virtude da retração elástica interna das paredes alveolares distendidas; a parede torácica tende aumentar seu volume em virtude de sua tendência de expansão elástica no sentido externo. Assim, a parede torácica tende a manter os alvéolos abertos em oposição a sua retração elástica. Por causa dessa interação, a pressão é negativa na superfície do espaço pleral preenchido de líquido e extremamente fino. Normalmente não existe gás no espaço intrapleural, e o pulmão é mantido contra a parede torácica pela fina camada de líquido intrapleural seroso, o qual, segundo se estima, tem um volume total de aproximadamente 15 a 25mL em um adulto comum. Inicialmente, antes de ocorrer qualquer fluxo de ar, a pressão dentro dos alvéolos é idêntica à pressão atmosférica- por convenção, de 0 cmH²O. A pressão alveolar é mais alta que a pressão intrapleural, pois representa a soma da pressão intrapleural com a pressão da retração elástica alveolar: Pressão alveolar - pressão intrapleural + pressão da retração elástica alveolar. Os músculos da inspiração atuam aumentando o volume da cavidade torácica. A parte externa do pulmão (pleura visceral) adere ao interior da parede torácica (pleura parietal). Quando os músculos inspiratórios se contraem, expandindo o volume torácico e aumentando a força externa que atua sobres os pulmões, a pressão intrapleural torna-se mais negativa. Portanto, o gradiente de pressão transmural que tende a distender a parede alveolar aumenta, com os alvéolos aumentando de volume passivamente. Um aumento no volume alveolar reduz a pressão alveolar e estabelece o gradiente de pressão que permitirá que o ar penetre no pulmão. Referências Bibliográficas LEVITZKY, Michael G. [tradução Lia Gabriele Magalhães Regius]. 8.ed. Fisiologia Pulmonar, Barueri, SP: Manole, 2016. WARD, Jeremy P. T.; WARD, Jane; LEACH, Richard M; [tradução Fabiana Buassaly Leistner].3ed. Fisiologia básica do sistema respiratório, Barueri, SP: Manole, 2016. Fisiologia da respiração. Disponível em: <http://www.infoescola.com/fisiologia/respiração/>. Acesso em 30 de agosto de 2017. Inicialmente, antes de ocorrer qualquer fluxo de ar, a pressão dentro dos alvéolos é idêntica à pressão atmosférica- por convenção, de 0 cmH²O. A pressão alveolar é mais alta que a pressão intrapleural, pois representa a soma da pressão intrapleural com a pressão da retração elástica alveolar:
Compartilhar