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Apostila completa Ed. Física Ensino Fundamental 2017

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Organização 
 
Prof. Demerval Andrade de Souza 
 
Educação Física no Ensino Fundamental 
 
 
 
 
 
Agosto / 2017
 
 
Organização: Prof. Demerval Andrade de Souza – Educação Física no Ensino Fundamental 2 
Sumário 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................... 4 
- LDB (LDBEN) – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/96 ....................................................... 4 
- Educação Física como componente curricular ...................................................................................................... 4 
- Educação Básica: ................................................................................................................................................... 4 
- Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) – 1997 (Fund 1) / 1998 (Fund 2) ..................................................... 4 
- Blocos de conteúdo ................................................................................................................................................. 4 
- Dimensões de conteúdo........................................................................................................................................... 4 
- Verticalização de conteúdos ................................................................................................................................... 4 
CARACTERIZAÇÃO DA ED. FÍSICA ESCOLAR ..................................................................................................... 5 
INFLUÊNCIAS, TENDÊNCIAS E QUADRO ATUAL: .............................................................................................. 5 
Século XIX e início do Séc. XX .................................................................................................................................. 5 
Até a década de 50: ................................................................................................................................................... 5 
Meados da década de 30 (Séc. XX) – perspectiva higienista. ................................................................................... 5 
Modelo Eugenista (militarista). ................................................................................................................................ 5 
Pós grandes guerras – Escola Nova (modelo americano) – influência de John Dewey. .......................................... 5 
Ditadura militar – ascensão do esporte à razão de Estado. ..................................................................................... 6 
Coordenadoria de Estudos e Normas Técnicas (CENP, 1990) – crítica: ................................................................. 7 
A partir da década de 90: ......................................................................................................................................... 7 
Algumas abordagens pedagógicas:........................................................................................................................... 7 
PCNs ......................................................................................................................................................................... 7 
CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO ............................................................................................................... 8 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ....................................................................................................... 9 
OBJETIVOS GERAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL ...................................................................................... 9 
OBJETIVOS GERAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL .................................................. 10 
Objetivos para primeiro ciclo ................................................................................................................................. 10 
Objetivos para segundo ciclo .................................................................................................................................. 11 
BLOCOS DE CONTEÚDOS ....................................................................................................................................... 11 
ORGANIZAÇÃO DOS BLOCOS DE CONTEÚDOS CONFORME AS DIMENSÕES DE CONTEÚDOS ............. 11 
1º CICLO (1º AO 3º ANO) – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS ........................................................................... 11 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O PRIMEIRO CICLO ......................................... 12 
2º CICLO (4º E 5º ANO) – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS ............................................................................. 12 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O SEGUNDO CICLO ......................................... 13 
DIMENSÕES DOS CONTEÚDOS: CONCEITUAIS, PROCEDIMENTAIS E ATITUDINAIS ............................... 14 
Objetivos para terceiro e quarto ciclos ................................................................................................................... 15 
3º E 4º CICLOS (6º AO 9º ANO) – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS ..................................................................... 16 
Atitudes (para os 3 blocos)...................................................................................................................................... 16 
Conceitos e procedimentos (Conhecimentos sobre o corpo) .................................................................................. 18 
Conceitos e procedimentos (Esportes, jogos, lutas e ginásticas) ............................................................................ 19 
Lutas e ginásticas .................................................................................................................................................... 21 
Conceitos e procedimentos (Atividades rítmicas e expressivas) ............................................................................. 21 
CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL .............................................................. 23 
Conhecimento sobre o corpo: ................................................................................................................................. 23 
Esportes, jogos, lutas e ginásticas: ......................................................................................................................... 23 
Ginásticas: .............................................................................................................................................................. 23 
Possibilidades: ........................................................................................................................................................ 23 
Atividades rítmicas e expressivas: .......................................................................................................................... 23 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................................................. 24 
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS - ORIENTAÇÕES GERAIS ..................................................................................... 25 
ORGANIZAÇÃO SOCIAL DAS ATIVIDADES E ATENÇÃO À DIVERSIDADE ................................................. 25 
DIFERENÇAS ENTRE MENINOS E MENINAS ...................................................................................................... 26 
COMPETIÇÃO E COMPETÊNCIA ........................................................................................................................... 27 
PROBLEMATIZAÇÃO DAS REGRAS ..................................................................................................................... 27 
USO DO ESPAÇO .......................................................................................................................................................28 
 
 
Organização: Prof. Demerval Andrade de Souza – Educação Física no Ensino Fundamental 3 
METODOLOGIA DE ENSINO .................................................................................................................................... 29 
MÉTODO GLOBAL: .................................................................................................................................................. 29 
Vantagens: .............................................................................................................................................................. 29 
Aspectos limitantes: ................................................................................................................................................ 29 
MÉTODO PARCIAL: ................................................................................................................................................. 29 
PARCIAL PURO: .................................................................................................................................................... 29 
PARCIAL PROGRESSIVO: .................................................................................................................................... 29 
Vantagens: .............................................................................................................................................................. 29 
Aspectos limitantes: ................................................................................................................................................ 30 
MÉTODO MISTO: ...................................................................................................................................................... 30 
Vantagens: .............................................................................................................................................................. 30 
Aspectos limitantes: ................................................................................................................................................ 30 
TÉCNICAS...................................................................................................................................................................... 31 
INDIVIDUAIS: ........................................................................................................................................................... 31 
GRUPAIS: ................................................................................................................................................................... 31 
PROCEDIMENTOS....................................................................................................................................................... 31 
DO PROFESSOR ........................................................................................................................................................ 31 
DO ALUNO ................................................................................................................................................................. 31 
RECURSOS .................................................................................................................................................................... 31 
MATERIAIS: ............................................................................................................................................................... 31 
HUMANOS: ................................................................................................................................................................ 31 
AVALIAÇÃO .................................................................................................................................................................. 32 
AVALIAÇÃO TRADICIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA ....................................................................................... 32 
PORQUE AVALIAR? ................................................................................................................................................. 32 
PROFESSORES E ALUNOS ...................................................................................................................................... 32 
CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................................ 33 
Instrumentos de avaliação ...................................................................................................................................... 33 
TIPOS E FUNÇÕES .................................................................................................................................................... 34 
Diagnóstica (inicial) ............................................................................................................................................... 34 
Formativa (continuada ou concomitante) ............................................................................................................... 34 
Somativa (final) ....................................................................................................................................................... 34 
OBJETOS DE AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 34 
AVALIAÇÃO E AS DIMENSÕES DOS CONTEÚDOS ............................................................................................ 34 
Avaliação conceitual ............................................................................................................................................... 34 
Avaliação procedimental......................................................................................................................................... 35 
Avaliação atitudinal ................................................................................................................................................ 35 
CONTEÚDOS ED. FÍSICA – FUND 1 (SUGESTÕES) .............................................................................................. 37 
1ª SÉRIE ....................................................................................................................................................................... 37 
2ª SÉRIE ....................................................................................................................................................................... 37 
3ª SÉRIE ....................................................................................................................................................................... 38 
4ª SÉRIE ....................................................................................................................................................................... 38 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................................. 39 
 Ed. Física no Ensino Fundamental 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ensino Fundamental 4 
EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
- LDB (LDBEN) – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/96 
 
- Educação Física como componente curricular 
➢ Art. 26, parágrafo 3º - A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente 
curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: 
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática 
da educação física;(Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
- Educação Básica: 
• Educação Infantil 
 - Pré-escola - (4 e 5 anos) 
• Ensino Fundamental – Anos iniciais 
 - 1º ao 5º ano (6 a 10 anos) 
• Ensino Fundamental – Anos finais 
 - 6º ao 9º ano (11 a 14 anos) 
- Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) – 1997 (Fund 1) / 1998 (Fund 2) 
• 1º Ciclo – 1ª e 2ª série (1º ao 3º ano) – Ens. Fundamental 1 (Anos iniciais) 
• 2º Ciclo – 3ª e 4ª série (4º e 5º ano) – Ens. Fundamental 1 (Anos iniciais) 
• 3º Ciclo – 5ª e 6ª série (6º e 7º ano) – Ens. Fundamental 2 (Anos finais) 
• 4º Ciclo – 7ª e 8ª série (8º e 9º ano) – Ens. Fundamental 2 (Anos finais) 
 
- Blocos de conteúdo 
- Dimensões de conteúdo 
- Verticalização de conteúdos 
 
 
 Ed. Física no Ensino Fundamental 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ensino Fundamental 5 
CARACTERIZAÇÃO DA ED. FÍSICA ESCOLAR 
 
INFLUÊNCIAS, TENDÊNCIAS E QUADRO ATUAL: 
 
Século XIX e início do Séc. XX 
 
➢ Inclusão da Ed. Física no currículo escolar (1851). 
➢ 1854 – ginástica no primário e dança no secundário. 
➢ Início do Séc. XX > Sistematização > Métodos ginásticos – sueco (P.H. Ling), Francês (Amoros), Alemão 
(Spiess) 
➢ Século XX - influências de correntes: 
• Pensamento filosófico, tendências políticas, científicas e pedagógicas. 
 
Até a década de 50: 
• Filosofia positivista1 
• Área médica - o higienismo. 
• Interesses militares (nacionalismo, instrução pré-militar). 
• Acompanhou as mudanças no próprio pensamento pedagógico (por exemplo, a vertente escola-
novista na década de 50). 
 
Meados da década de 30 (Séc. XX) – perspectiva higienista. 
• Preocupação com hábitos de higiene e saúde 
• Valorização e aprimoramento do físico e da moral, a partir do exercício. 
• Capacitar o indivíduo para contribuir com a nascente indústria. 
 
Modelo Eugenista (militarista). 
• Formar uma geração capaz de suportar o combate, a luta, para atuar na guerra. 
• Selecionar indivíduos “perfeitos” fisicamente. 
• Contribuir com a maximização da força e do poderio da população. 
➢ Ambas as concepções higienista e eugenista: Ed. Física como essencialmente prática, sem necessidade 
de fundamentação teórica. 
➢ Não havia, portanto, distinção evidente entre Ed. Física e instrução militar. 
 
Pós grandes guerras – Escola Nova (modelo americano) – influência de John Dewey. 
➢ Oposição à escola tradicional. 
➢ Reflexões antes da década de 20. 
➢ Escola Nova – propostas de mudanças profundas. 
 
1Sistema criado por Augusto Comte que se baseia nos fatos e na experiência, repelindo a metafísica e o sobrenatural. Tendência 
para encarar a vida só pelo seu lado prático e útil. 
 
 Ed. Física no Ensino Fundamental 
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• Respeito à personalidade da criança, visando desenvolvê-la integralmente (físico/motor, cognitivo, 
sócio-afetivo, espiritual). 
• Escola democrática e utilitária.2 
• Ênfase no aprender fazendo. 
• Uma das propostas: co-educação (meninos e meninas na mesma turma) - desde a década de 20. 
Essa discussão só alcançou a Educação Física escolar muito tempo depois. 
➢ O discurso da Ed. Física passa a ser: “A Educação Física é um meio da educação”. 
➢ Única forma capaz de promover a educação integral. 
➢ Neste contexto, em concurso realizado pelo Departamento de Educação Física (DEF), vence a proposta 
que propõe o conceito biossócio-filosófico da Educação Física em substituição ao conceito anátomo-
fisiológico. 
➢ Passagem da valorização do biológico para o sócio-cultural. 
➢ Discurso x prática. 
➢ Apesar da adoção da concepção pedagogicista, modelo militar ainda era forte. 
➢ Mudanças paulatinas na prática da área e postura do professor, com o pensamento da escola novista. 
➢ Auge no início da década de 60. 
 
Ditadura militar – ascensão do esporte à razão de Estado. 
➢ Inclusão do binômio Ed. Física/ Esporte. 
➢ Entretanto, esporte de alto nível já presente no interior da sociedade: anos 20 e 30. 
➢ Sustentáculo ideológico: participar na promoção do país em esportes de alto nível, culminando com as 
olimpíadas. 
➢ Brasil-potência. Prosperidade e desenvolvimento. 
➢ Repressão dos movimentos estudantis e desvio das atenções. Formar corpos apolíticos. 
➢ Frase: “Esporte é saúde”. 
➢ Esporte da escola x esporte na escola. 
➢ Professor-instrutor  Professor-treinador 
➢ Rendimento e seleção de habilidosos. 
➢ Fim justificando os meios. 
➢ Aluno-atleta: estudos, pesquisas e publicações fisiologia do exercício, biomecânica e teoria de 
treinamento. 
➢ Comentários: 
• Isto deu certo? 
• Exclusão nas aulas. 
• Qual a distinção hoje, entre escola de esportes e aula esportiva na Ed. Física escolar? 
➢ Procedimentos diretivos, papel centralizador do professor e repetição técnica e mecânica de movimentos 
esportivos. 
 
2Doutrina que vê no útil o valor supremo da vida. Exemplos: Para que serve a Educação Física na minha vida? Por que eu tenho que 
aprender teoria em uma disciplina prática? 
 
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➢ Modelo esportivista criticado a partir da década de 80, apesar de estar presente de forma quase que 
hegemônica em nossa sociedade. 
 
Coordenadoria de Estudos e Normas Técnicas (CENP, 1990) – crítica: 
• À metodologia com procedimentos diretivos; 
• Tarefas apresentadas de forma acabada; 
• Execução no mesmo tempo, ritmo; 
• Desprezo aos conhecimentos adquiridos e construídos pela criança. 
• Valores sociais e culturais distantes da realidade. 
 
A partir da década de 90: 
• Abertura de mestrado na área; 
• Confirmação da Educação Física como ciência da motricidade humana; 
• Novo panorama político-social. 
➢ Rompimento com a valorização excessiva do desempenho como objetivo único na escola. 
 
Algumas abordagens pedagógicas: 
• Desenvolvimentista; 
• Psicomotora; 
• Construtivista-interacionista; 
• Crítico-superadora; 
• Sistêmica; 
• Crítico-emancipatória; 
• PCNs 
 
PCNs 
➢ Baseiam-se: 
• Modelo espanhol e nas abordagens: 
▪ Psicomotora 
▪ Construtivista 
▪ Desenvolvimentista 
▪ Críticas 
 
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CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO 
 
“O conjunto de posturas e movimentos corporais representa 
valores e princípios culturais – atuar no corpo implica atuar sobre 
a sociedade na qual esse corpo está inserido. Todas práticas 
institucionais que envolvem o corpo humano, sejam elas 
educativas, recreativas, reabilitadoras ou expressivas, devem ser 
pensadas nesse contexto, a fim de que não se conceba sua 
realização de forma reducionista, mas se considere o homem 
como sujeito da vida social.” (Daólio, 1995, p.42) 
 
• Conjunto de práticas corporais construídas historicamente e transmitidas socialmente. 
• São representações de contextos sociais diferenciados, construídos ou reproduzidos. 
• As práticas corporais sofrem influências sociais, culturais, mas também exercem influência sobre 
esses mesmos contextos. 
• O ser humano, desde suas origens, produziu cultura. 
• Tudo o que faz está inserido num contexto cultural, produzindo e reproduzindo cultura. 
• O conceito de culturaé entendido como produto da sociedade, da coletividade, à qual os indivíduos 
pertencem, antecedendo-os e transcendendo-os. 
 
Os inúmeros conhecimentos e representações que se 
transformaram ao longo do tempo, tem ressignificado as 
intencionalidades e formas de expressão do ser, se constituindo 
no que se chama: cultura corporal. (PCNS, 1997, p.26) 
• BLOCOS DE CONTEÚDOS 
 1. CONHECIMENTO SOBRE O CORPO 
 2. ESPORTES, JOGOS, LUTAS E GINÁSTICAS 
 3. ATIVIDADES RÍTMICAS E EXPRESSIVAS 
 
• DIMENSÕES DE CONTEÚDOS 
 1. CONCEITUAIS 
 2. PROCEDIMENTAIS 
 3. ATITUDINAIS 
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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS 
 
Ensino fundamental 
 
OBJETIVOS GERAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 
➢ Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam 
capazes de: 
 
• Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e 
deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e 
repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; 
• Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, 
utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; 
• Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como 
meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de 
pertinência ao país; 
• Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos 
socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada 
em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características 
individuais e sociais; 
• Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus 
elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente; 
• Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas 
capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, 
para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania; 
• Conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos 
aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à 
saúde coletiva; 
• Utilizar as diferentes linguagens . verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal . como 
meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções 
culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de 
comunicação; 
• Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir 
conhecimentos; 
• Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o 
pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando 
procedimentos e verificando sua adequação. 
 
 
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OBJETIVOS GERAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 
➢ Espera-se que ao final do ensino fundamental os alunos sejam capazes de: 
 
• Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, 
reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si próprio e dos outros, 
sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais; 
• Repudiar qualquer espécie de violência, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e 
solidariedade nas práticas da cultura corporal de movimento; 
• Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultura corporal do 
brasil e do mundo, percebendo-as como recurso valioso para a integração entre pessoas e entre 
diferentes grupos sociais e étnicos; 
• Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis de higiene, 
alimentação e atividades corporais, relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de 
melhoria da saúde coletiva; 
• Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando e dosando o esforço 
em um nível compatível com as possibilidades, considerando que o aperfeiçoamento e o 
desenvolvimento das competências corporais decorrem de perseverança e regularidade e devem 
ocorrer de modo saudável e equilibrado; 
• Reconhecer condições de trabalho que comprometam os processos de crescimento e 
desenvolvimento, não as aceitando para si nem para os outros, reivindicando condições de vida 
dignas; 
• Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho que existem nos diferentes 
grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando 
criticamente os padrões divulgados pela mídia e evitando o consumismo e o preconceito; 
• Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais 
adequados para promover atividades corporais de lazer, reconhecendo-as como uma necessidade 
básica do ser humano e um direito do cidadão, em busca de uma melhor qualidade de vida. 
 
Objetivos para primeiro ciclo 
 
• Participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar uma atitude cooperativa e solidária, 
sem discriminar os colegas pelo desempenho ou por razões sociais, físicas, sexuais ou culturais; 
• Conhecer algumas de suas possibilidades e limitações corporais de forma a poder estabelecer 
algumas metas pessoais (qualitativas e quantitativas); 
• Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações de cultura 
corporal presentes no cotidiano; 
• Organizar autonomamente alguns jogos, brincadeiras ou outras atividades corporais simples. 
 
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Objetivos para segundo ciclo 
 
• Participar de atividades corporais, reconhecendo e respeitando algumas de suas características 
físicas e de desempenho motor, bem como as de seus colegas, sem discriminar por características 
pessoais, físicas, sexuais ou sociais; 
• Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas, 
buscando solucionar os conflitos de forma não-violenta; 
• Conhecer os limites e as possibilidades do próprio corpo de forma a poder controlar algumas de suas 
atividades corporais com autonomia e a valorizá-las como recurso para manutenção de sua própria 
saúde; 
• Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações da cultura 
corporal, adotando uma postura não preconceituosa ou discriminatória por razões sociais, sexuais 
ou culturais; 
• Organizar jogos, brincadeiras ou outras atividades corporais, valorizando-as como recurso para 
usufruto do tempo disponível; 
• Analisar alguns dos padrões de estética, beleza e saúde presentes no cotidiano, buscando 
compreender sua inserção no contexto em que são produzidos e criticando aqueles que incentivam 
o consumismo. 
 
BLOCOS DE CONTEÚDOS 
 
1. CONHECIMENTO SOBRE O CORPO 
2. ESPORTES, JOGOS, LUTAS E GINÁSTICAS 
3. ATIVIDADES RÍTMICAS E EXPRESSIVAS 
 
ORGANIZAÇÃO DOS BLOCOS DE CONTEÚDOS CONFORME AS DIMENSÕES DE CONTEÚDOS 
1º CICLO (1º ao 3º ano) – Ensino Fundamental – Anos Iniciais 
• Participação em diversos jogos e lutas, respeitando as regrase não discriminando os colegas; 
• Explicação e demonstração de brincadeiras aprendidas em contextos extra-escolares; 
• Participação e apreciação de brincadeiras ensinadas pelos colegas; 
• Resolução de situações de conflito por meio do diálogo, com a ajuda do professor; 
• Discussão das regras dos jogos; 
• Utilização de habilidades em situações de jogo e luta, tendo como referência de avaliação o esforço 
pessoal; 
• Resolução de problemas corporais individualmente; 
• Avaliação do próprio desempenho e estabelecimento de metas com o auxílio do professor; 
• Participação em brincadeiras cantadas; 
• Criação de brincadeiras cantadas; 
• Acompanhamento de uma dada estrutura rítmica com diferentes partes do corpo; 
• Apreciação e valorização de danças pertencentes à localidade; 
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• Participação em danças simples ou adaptadas, pertencentes a manifestações populares, folclóricas 
ou de outro tipo que estejam presentes no cotidiano; 
• Participação em atividades rítmicas e expressivas; 
• Utilização e recriação de circuitos; 
• Utilização de habilidades (correr, saltar, arremessar, rolar, bater, rebater, receber, amortecer, chutar, 
girar, etc.) Durante os jogos, lutas, brincadeiras e danças; 
• Desenvolvimento das capacidades físicas durante os jogos, lutas, brincadeiras e danças; 
• Diferenciação das situações de esforço e repouso; 
• Reconhecimento de algumas das alterações provocadas pelo esforço físico, tais como excesso de 
excitação, cansaço, elevação de batimentos cardíacos, mediante a percepção do próprio corpo. 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O PRIMEIRO CICLO 
• Enfrentar desafios corporais em diferentes contextos como circuitos, jogos e brincadeiras 
Pretende-se avaliar se o aluno demonstra segurança para experimentar, tentar e arriscar em 
situações propostas em aula ou em situações cotidianas de aprendizagem corporal. 
 
• Participar das atividades respeitando as regras e a organização 
Pretende-se avaliar se o aluno participa adequadamente das atividades, respeitando as regras, a 
organização, com empenho em utilizar os movimentos adequados à atividade proposta. 
 
• Interagir com seus colegas sem estigmatizar ou discriminar por razões físicas, sociais, 
culturais ou de gênero 
Pretende-se avaliar se o aluno reconhece e respeita as diferenças individuais e se participa de atividades com 
seus colegas, auxiliando aqueles que têm mais dificuldade e aceitando ajudados que têm mais competência. 
2º CICLO (4º e 5º ano) – Ensino Fundamental – Anos Iniciais 
• Participação em atividades competitivas, respeitando as regras e não discriminando os colegas, 
suportando pequenas frustrações, evitando atitudes violentas; 
• Observação e análise do desempenho dos colegas, de esportistas, de crianças mais velhas ou mais 
novas; 
• Expressão de opiniões pessoais quanto a atitudes e estratégias a serem utilizadas em situações de 
jogos, esportes e lutas; 
• Apreciação de esportes e lutas considerando alguns aspectos técnicos, táticos e estéticos; 
• Reflexão e avaliação de seu próprio desempenho e dos demais, tendo como referência o esforço em 
si, prescindindo, em alguns casos, do auxílio do professor; 
• Resolução de problemas corporais individualmente e em grupos; 
• Participação na execução e criação de coreografias simples; 
 Ed. Física no Ensino Fundamental 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ensino Fundamental 13 
• Participação em danças pertencentes a manifestações culturais da coletividade ou de outras 
localidades, que estejam presentes no cotidiano; 
• Apreciação e valorização de danças pertencentes à localidade; 
• Valorização das danças como expressões da cultura, sem discriminações por razões culturais, 
sociais ou de gênero; 
• Acompanhamento de uma dada estrutura rítmica com diferentes partes do corpo, em coordenação; 
• Participação em atividades rítmicas e expressivas; 
• Análise de alguns movimentos e posturas do cotidiano a partir de elementos socioculturais e 
biomecânicos; 
• Percepção do próprio corpo e busca de posturas e movimentos não prejudiciais nas situações do 
cotidiano; 
• Utilização de habilidades motoras nas lutas, jogos e danças; 
• Desenvolvimento de capacidades físicas dentro de lutas, jogos e danças, percebendo limites e 
possibilidades; 
• Diferenciação de situações de esforço aeróbico, anaeróbico e repouso; 
• Reconhecimento de alterações corporais, mediante a percepção do próprio corpo, provocadas pelo 
esforço físico, tais como excesso de excitação, cansaço, elevação de batimentos cardíacos, 
efetuando um controle dessas sensações de forma autônoma e com o auxílio do professor. 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O SEGUNDO CICLO 
 
• Enfrentar desafios colocados em situações de jogos e competições, respeitando as regras e 
adotando uma postura cooperativa 
Pretende-se avaliar se o aluno aceita as limitações impostas pelas situações de jogo, tanto no que se refere 
às regras quanto no que diz respeito à sua possibilidade de desempenho e à interação com os outros. Espera-
se que o aluno tolere pequenas frustrações, seja capaz de colaborar com os colegas, mesmo que estes sejam 
menos competentes, e participe do jogo com entusiasmo. 
 
• Estabelecer algumas relações entre a prática de atividades corporais e a melhora da saúde 
individual e coletiva 
Pretende-se avaliar se o aluno reconhece que os benefícios para a saúde decorrem da realização de 
atividades corporais regulares, se tem critérios para avaliar seu próprio avanço e se nota que esse avanço 
decorre da perseverança. 
 
• Valorizar e apreciar diversas manifestações da cultura corporal, identificando suas 
possibilidades de lazer e aprendizagem 
Pretende-se avaliar se o aluno reconhece que as formas de expressão de cada cultura são fontes de 
aprendizagem de diferentes tipos de movimento e expressão. Espera-se também que o aluno tenha uma 
postura receptiva, não discrimine produções culturais por quaisquer razões sociais, étnicas ou de gênero. 
 Ed. Física no Ensino Fundamental 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ensino Fundamental 14 
DIMENSÕES DOS CONTEÚDOS: CONCEITUAIS, PROCEDIMENTAIS E ATITUDINAIS 
Os conteúdos são assumidos como portadores de três características distintas: temos, assim, os conteúdos 
conceituais, os procedimentais e os atitudinais. Os conteúdos conceituais põem os alunos em contato 
com as informações, fatos e princípios. É a teoria abordada em aula. Assim, são responsáveis por toda 
construção da aprendizagem: são as bases para assimilação e organização dos fatos da realidade. 
Inconscientemente, o ser humano guarda e atenta a tudo que vê, mas não entende. Como uma reação em 
cadeia, os fatos (sendo utilizados como exemplos da realidade) auxiliam na compreensão. 
Seguindo uma linha de posse dos conteúdos conceituais, o aluno detém os fatos, mas não pode lidar 
com eles. Os conteúdos procedimentais visam o saber fazer, atingindo uma meta através das ações, ou 
seja, é a aula sendo vivenciada na prática. No caso da Educação Física é a vivência e participação das 
práticas corporais, na perspectiva da cultura corporal de movimento. Ao contrário do que ocorre na maioria 
das vezes em que muitas aulas são realizadas na perspectiva não-diretiva, é necessária a intervenção do 
professor, pois este não é um processo somente individual, mas coletivo, ou seja, os alunos aprendem 
também com os outros alunos. O professor oferece instrumentos e situações-problema para serem resolvidas. 
Nesse sentido os alunos trocam informações e conhecimentos, tendo a intervenção orientada do professor 
na construção doconhecimento. 
Por sua vez, os conteúdos atitudinais estão presentes em todo conhecimento escolar, estão 
enredados no dia a dia e proporcionam ao aluno posicionar-se perante o que apreendem. Detentores 
dos fatos e de como resolvê-los, é imprescindível que o aluno tenha uma postura perante eles. É na 
escola onde se forma grande parte do indivíduo, por isto a escolha deste conteúdo é complexa: sobre o 
estudante, devem ser levados em consideração o lado emocional e o grupo a que pertence, os valores 
adquiridos, tais como respeito, solidariedade, colaboração, cooperação, vivência em grupo, bem como 
valorizar e apreciar as atividades corporais vivenciadas em aula, sem discriminação ou pré-conceitos. As 
questões devem ser tratadas de maneira imparcial pelo educador, formando assim verdadeiros cidadãos. 
Talvez a questão mais polêmica que envolve um Currículo Escolar é quanto a sua finalização. Estará 
ele completo? Nada, em tese, pode ser avaliado. Todo projeto necessita da prática, de tempo para 
consolidação: um projeto recente ainda não teve seu reflexo. Deste modo, um Currículo está sempre em 
construção. É necessário acompanhar os resultados junto às salas de aula para melhorá-los sempre e 
compartilhar as descobertas de um professor com todos os outros. 
Outra grande discussão pedagógica é a falência de alguns tópicos em todas correntes pedagógicas, 
sendo que nenhuma se mostrou totalmente capaz, pois o ser humano é pluralista: o professor sabe que é 
necessário adaptar-se. Isso nos remete a questão anterior, que muitos professores não detêm informações 
sobre modelos pedagógicos, o que eles sabem é o que convém ou não em uma sala de aula, que acaba 
acarretando no pluralismo necessário para aplicar o projeto. 
A experiência é a maior conselheira. A Psicologia se utiliza dela para respaldar seus projetos, seja 
pela História, pela Sociologia ou pela Antropologia. Nenhuma ciência pode ser utilizada isoladamente 
quando se trata do ser humano. 
A maneira mais correta para trabalhar os conteúdos na escola é em conjunto, sem distinção, 
uma relação continua e imparcial. Uma linha a ser seguida, permeada pela constante atenção do professor, 
que auxilia na compreensão, organização, realização e postura perante os fatos. As três categorias de 
conteúdos estão presentes, hoje, no sistema escolar brasileiro, mas a maneira com que são tratadas é 
deficiente: a aprendizagem mecânica ainda corroe o ensino, os alunos detêm os fatos, mas não sabem 
resolvê-los - teoria desacompanhada da prática - e, assim, tomam posicionamentos errôneos perante a 
realidade. O processo de aprendizagem tem que partir do conhecimento que o aluno tem em sua 
vivência e, desta forma, trabalhá-lo. 
 
 Ed. Física no Ensino Fundamental 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ensino Fundamental 15 
Objetivos para terceiro e quarto ciclos 
 
Espera-se que ao final do quarto ciclo os alunos sejam capazes de: 
 
• Participar de atividades de natureza relacional, reconhecendo e respeitando suas características 
físicas e de desempenho motor, bem como a de seus colegas, sem discriminar por características 
pessoais, físicas, sexuais ou sociais. Apropriar-se de processos de aperfeiçoamento das 
capacidades físicas, das habilidades motoras próprias das situações relacionais, aplicando-os com 
discernimento em situações-problema que surjam no cotidiano; 
• Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade na prática dos jogos, lutas e dos 
esportes, buscando encaminhar os conflitos de forma não-violenta, pelo diálogo, e prescindindo da 
figura do árbitro. Saber diferenciar os contextos amador, recreativo, escolar e o profissional, 
reconhecendo e evitando o caráter excessivamente competitivo em quaisquer desses contextos; 
• Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações da cultura 
corporal, adotando uma postura despojada de preconceitos ou discriminações por razões sociais, 
sexuais ou culturais. Reconhecer e valorizar as diferenças de desempenho, linguagem e 
expressividade decorrentes, inclusive, dessas mesmas diferenças culturais, sexuais e sociais. 
Relacionar a diversidade de manifestações da cultura corporal de seu ambiente e de outros, com o 
contexto em que são produzidas e valorizadas; 
• Aprofundar-se no conhecimento dos limites e das possibilidades do próprio corpo de forma a poder 
controlar algumas de suas posturas e atividades corporais com autonomia e a valorizá-las como 
recurso para melhoria de suas aptidões físicas. Aprofundar as noções conceituais de esforço, 
intensidade e frequência por meio do planejamento e sistematização de suas práticas corporais. 
Buscar informações para seu aprofundamento teórico de forma a construir e adaptar alguns 
sistemas de melhoria de sua aptidão física; 
• Organizar e praticar atividades corporais, valorizando-as como recurso para usufruto do tempo 
disponível, bem como ter a capacidade de alterar ou interferir nas regras convencionais, com o 
intuito de torná-las mais adequadas ao momento do grupo, favorecendo a inclusão dos praticantes. 
Analisar, compreender e manipular os elementos que compõem as regras como instrumentos de 
criação e transformação; 
• Analisar alguns dos padrões de beleza, saúde e desempenho presentes no cotidiano, e compreender 
sua inserção no contexto sociocultural em que são produzidos, despertando para o senso crítico e 
relacionando-os com as práticas da cultura corporal de movimento; 
• Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais 
adequados para promoção de atividades corporais e de lazer, reconhecendo-as como uma 
necessidade do ser humano e um direito do cidadão, em busca de uma melhor qualidade de vida. 
 
 Ed. Física no Ensino Fundamental 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ensino Fundamental 16 
3º e 4º CICLOS (6º ao 9º ano) – Ensino Fundamental – Anos finais 
 
Atitudes (para os 3 blocos) 
 
• Predisposição a cooperação e solidariedade (ajudar o outro, dar segurança, contribuir com um 
ambiente favorável ao trabalho etc.). 
• Predisposição ao diálogo (favorecer a troca de conhecimento, não sonegar informações úteis ao 
desenvolvimento do outro, valorizar o diálogo na resolução de conflitos, respeitar a opinião do outro). 
• Valorização da cultura popular e nacional. 
• Predisposição para a busca do conhecimento, da diversidade de padrões, da atitude crítica em 
relação a padrões impostos, do reconhecimento a outros padrões pertinentes a diferentes contextos. 
• Respeito a si e ao outro (próprios limites corporais, desempenho, interesse, biotipo, gênero, classe 
social, habilidade, erro etc.). 
• Valorização do desempenho esportivo de um modo geral, sem ufanismo ou regionalismo. 
• Predisposição para experimentar situações novas ou que envolvam novas aprendizagens. 
• Predisposição para cultivar algumas práticas sistemáticas (exercícios técnicos, de manutenção das 
capacidades físicas etc.). 
• Aceitação da disputa como um elemento da competição e não como uma atitude de rivalidade frente 
aos demais. 
• Predisposição em aplicar os conhecimentos técnicos e táticos. 
• Valorização do próprio desempenho em situações competitivas desvinculadas do resultado. 
• Reconhecimento do desempenho do outro como subsídio para a própria evolução, como parte do 
processo de aprendizagem (diálogo de competências). 
• Disposição em adaptar regras, materiais e espaço visando à inclusão do outro (jogos, ginásticas, 
esportes etc.). 
• Disposição para aplicar os conhecimentos adquiridos e os recursos disponíveis na criação e 
adaptação de jogos, danças e brincadeiras, otimizando o tempo disponível para o lazer. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como parte do patrimônio culturalda comunidade, do 
grupo social e da nação. 
• Valorização do estilo pessoal de cada um. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como instrumento de expressão de afetos, 
sentimentos e emoções. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como possibilidade de obter satisfação e prazer. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como linguagem, como forma de comunicação e 
interação social. 
• Respeito a diferenças e características relacionadas ao gênero presente nas práticas da cultura 
corporal de movimento. 
• Predisposição para responsabilizar-se pelo desenvolvimento e manutenção de suas capacidades 
físicas (resistência aeróbica, força, velocidade, flexibilidade). 
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Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ensino Fundamental 17 
• Predisposição para conhecer a sua própria postura comprometendo-se com a utilização dos 
conhecimentos obtidos sob o tema, responsabilizando-se pelo registro do processo e a avaliação 
do trabalho. 
• Valorização dos efeitos que as práticas corporais e hábitos saudáveis exercem sobre a aptidão física 
e a qualidade de vida. 
• Predisposição para aplicar os princípios que regem a melhora das habilidades: qualidade e 
quantidade. 
• Valorização dos efeitos que, para as condições de saúde e qualidade de vida, têm a prática habitual 
de atividades desportivas. 
• Disposição favorável para a superação de limitações pessoais. 
• Aceitação de que o competir com outros não significa rivalidade, entendendo a oposição como uma 
estratégia do jogo e não como uma atitude frente aos demais. 
• Predisposição para vivenciar e aplicar os conceitos técnicos e táticos adquiridos. 
• Predisposição para participar em jogo esportivo, recreativo, ginásticas, lutas e atividades rítmicas e 
expressivas. 
• Predisposição para criar, transformar e adaptar regras na criação de jogos e atividades que dêem 
prioridade à inclusão de todos. 
• Reconhecimento e valorização de atitudes não discriminatórias quanto a habilidade, sexo ou outras, 
como conduta eficiente para inclusão de todos nas práticas da cultura corporal de movimento. 
• Valorização dos jogos recreativos e das danças populares como forma de lazer e integração social. 
• Cooperação e aceitação das funções atribuídas dentro do trabalho em equipe (nos jogos, 
coreografias, mímicas etc.). 
• Predisposição para aplicar os fundamentos adquiridos e os recursos disponíveis na criação e 
adaptação de jogos, danças e brincadeiras (mímicas e representações), otimizando o tempo de 
lazer. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como parte do patrimônio cultural da comunidade. 
• Reconhecimento e valorização da aplicação dos procedimentos para a prática segura. 
Responsabilidade para aplicar formas de auxílio e segurança aos colegas durante as execuções 
das práticas da cultura corporal. 
• Valorização e respeito pelas sensações e emoções pessoais e as dos colegas. 
• Respeito ao limite pessoal e ao limite do outro. 
• Respeito à integridade física e moral do outro. 
• Predisposição em cooperar com o colega ou grupo nas situações de aprendizagem. 
 
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Conceitos e procedimentos (Conhecimentos sobre o corpo) 
 
• Compreensão dos aspectos relacionados com a boa postura. 
• Compreensão das relações entre as capacidades físicas e as práticas da cultura corporal de 
movimento. 
• Compreensão das técnicas de desenvolvimento e manutenção das capacidades físicas básicas. 
• Vivência de diferentes formas de desenvolvimento das capacidades físicas básicas. 
• Identificação das funções orgânicas relacionadas às atividades motoras. 
• Vivências corporais que ampliem a percepção do corpo sensível e do corpo emotivo. 
• Conhecimento dos efeitos que a atividade física exerce sobre o organismo e a saúde. 
• Compreensão dos mecanismos e fatores que facilitam a aprendizagem motora. 
• Compreensão dos fatores fisiológicos que incidem sobre as características da motricidade masculina 
e feminina. 
 
• Identificação das capacidades físicas básicas: 
 Análise do grau de implicação das diferentes capacidades em uma determinada atividade 
física. 
 
• Condicionamento físico e desenvolvimento das capacidades físicas: 
 Conceitos, princípios e sistemas para seu desenvolvimento, abordando o nível das 
capacidades físicas pessoais para a aplicação concreta de sistemas de desenvolvimento 
dessas capacidades, segundo necessidades e características individuais. 
 
• Identificação das funções orgânicas relacionadas com a atividade motora: 
 Contração muscular: tensão e relaxamento; 
 Circulação cardiovascular: frequência cardíaca; 
 Captação de oxigênio: frequência respiratória; 
 Utilização de algumas relações (frequência cardíaca e respiratória) como indicadores da 
intensidade e do esforço. 
 
• Conhecimento dos efeitos da atividade física sobre o organismo e a saúde; 
 Funções dos aparelhos e sistemas orgânicos com relação aos exercícios e adaptações 
destes aos exercícios; 
 Efeitos das atividades físicas sobre o organismo e a saúde: benefícios, riscos, indicações 
e contra-indicações; 
 O aquecimento: fundamentos e formas de aquecimento como preparação para a atividade 
física (aquecimento geral e específico). 
 
• Planejamento do trabalho de condicionamento físico: 
 Elaboração de programas de condicionamento físico para manutenção, desenvolvimento 
das capacidades físicas; 
 Trabalhos com a automotivação; 
 Projetos de desenvolvimento da responsabilidade do aluno na construção, aplicação, 
manutenção e avaliação desses programas. 
 
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• Reconhecimento na aprendizagem motora: 
 Os mecanismos envolvidos e fatores que os facilitem (feedback intrínseco e extrínseco, 
quantidade de execução); 
 Adaptação das capacidades coordenativas às alterações morfológicas próprias da 
adolescência. 
 
• Reconhecimento na análise postural: 
 Análise dos movimentos e posturas do cotidiano a partir de elementos socioculturais e 
biomecânicos (trabalho, esporte, risco de lesões, esforço); 
 Percepção do próprio corpo e consciência de posturas e movimentos não prejudiciais no 
cotidiano; 
 Reconhecimento dos principais grupos musculares e estruturas articulares relacionadas 
com os movimentos e envolvidos no equilíbrio postural; 
 Percepção dos movimentos mais sutis dos músculos diretamente relacionados ao 
equilíbrio postural; 
 Percepção dos diferentes níveis de tensão dos músculos diretamente relacionados ao 
equilíbrio postural, e as interferências causadas pelo excesso ou carência de tensão/ 
tônus; 
 Vivência de exercícios de alongamento e conscientização sobre a musculatura 
diretamente relacionada ao equilíbrio postural. 
 
• Reconhecimento do corpo sensível e emotivo: 
 Compreensão da dimensão emocional que se expressa nas práticas da cultura corporal 
de movimento; 
 Compreensão da dimensão do corpo sensível que se expressa nas práticas da cultura 
corporal de movimento; 
 Percepção do corpo sensível e do corpo emotivo por meio de vivências corporais (técnicas 
de massagem, jogos dramáticos, representações de cenas do cotidiano etc.). 
 
Conceitos e procedimentos (Esportes, jogos, lutas e ginásticas) 
• Compreensão dos aspectos históricos sociais relacionados aos jogos, às lutas, aos esportes e às 
ginásticas. 
• Participação em jogos, lutas, e esportes dentro do contexto escolar de forma recreativa. 
• Participação em jogos, lutas, e esportes dentro do contexto escolar de forma competitiva. 
• Vivência de jogos cooperativos.• Desenvolvimento das capacidades físicas e habilidades motoras por meio das práticas da cultura 
corporal de movimento. 
• Compreensão e vivência dos aspectos relacionados à repetição e à qualidade do movimento na 
aprendizagem do gesto esportivo. 
• Aquisição e aperfeiçoamento de habilidades específicas a jogos, esportes, lutas e ginásticas. 
• Compreensão e vivência dos aspectos técnicos e táticos do esporte no contexto escolar. 
• Desenvolvimento da capacidade de adaptar espaços e materiais na criação de jogos. 
• Desenvolvimento da capacidade de adaptar espaços e materiais para realizar esportes simultâneos, 
envolvendo diferentes objetivos de aprendizagem. 
• Vivência de esportes individuais dentro de contextos participativos e competitivos. 
• Vivência de esportes coletivos dentro de contextos participativos e competitivos. 
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Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ensino Fundamental 20 
• Vivência de variados papeis assumidos no contexto esportivo (goleiro, defesa, atacante, técnico, 
torcedor, juiz). 
• Participação na organização de campeonatos, gincanas, excursões e acampamentos dentro do 
contexto escolar. 
• Compreensão das diferentes técnicas ginásticas relacionadas com diferentes contextos histórico-
culturais e com seus objetivos específicos. 
• Compreensão e vivência dos aspectos de quantidade e qualidade relacionados aos movimentos 
ginásticos. 
• Aspectos histórico-sociais dos jogos e esportes mais atuais e relevantes: 
 A inclusão e exclusão da mulher em determinados esportes, em determinados momentos 
históricos; 
 A mídia e o esporte-espetáculo; 
 Esporte e a violência; 
 A transformação do jogo em esporte; 
 A história das olimpíadas (questão das condições, do apoio ao esporte nos diversos países 
com as políticas de marketing); 
 A inclusão e exclusão do negro nos esportes em determinados momentos históricos; 
 Pré-concepções relacionadas ao desempenho físico e esportivo relacionados a etnias, a 
faixa etária e a portadores de necessidades especiais; 
 Influências e contribuições dos imigrantes na formação da cultura corporal de movimento 
no Brasil; 
 Aspectos socioculturais do surgimento dos esportes radicais, alternativos ou não 
convencionais no contexto da sociedade atual. 
 
• Construção do gesto esportivo: 
 Percepção e desenvolvimento das capacidades físicas e habilidades motoras relacionadas 
às atividades desportivas; 
 Compreensão e vivência dos aspectos relacionados à repetição e à qualidade do 
movimento na aprendizagem do gesto esportivo; 
 Aquisição e aperfeiçoamento das habilidades específicas relacionadas aos esportes; 
 Aquisição e aperfeiçoamento das habilidades específicas relacionadas aos jogos; 
 Reconhecimento e utilização da técnica para resoluções de problemas em situações de 
jogo (técnica e tática individual); 
 Vivência de situações que gerem a necessidade de ajustar as respostas individuais à 
estratégia do grupo (tática coletiva); 
 Participação em atividades desportivas recreativas coletivas e individuais; 
 Participação em atividades desportivas de competições coletivas e individuais 
(campeonatos entre as classes, campeonatos entre escolas, municipais etc.); 
 Vivência de esportes radicais, alternativos ou não convencionais (skate, surfe, mergulho, 
alpinismo, ciclismo etc.). 
 
• Compreensão, discussão e construção de regras aplicadas aos jogos e esportes: 
 Compreensão das transformações nas regras e sua relação com o desenvolvimento do 
nível técnico; 
 Vivência de situações de aprendizagem para utilização e adaptação das regras ao nível 
da capacidade do grupo, do espaço e dos materiais disponíveis (exemplos: futebol jogado 
em um corredor onde não existe lateral, vôlei jogado em um campo reduzido tendo como 
rede um fio de varal, basquete em que não se considere a regra das duas saídas em 
função do nível de competência do grupo). 
 Ed. Física no Ensino Fundamental 
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Lutas e ginásticas 
 
➢ As lutas e as ginásticas pertencem ao mesmo bloco de conteúdos dos esportes e jogos, mas essa 
descrição tem por objetivo acrescentar o que deve ser ressaltado como específico dessas práticas, 
somando-se a tudo que foi tratado anteriormente. 
 
• Aspectos histórico-sociais das lutas: 
 Compreensão do ato de lutar: por que lutar, com quem lutar, contra quem ou contra o que 
lutar; 
 Compreensão e vivência de lutas dentro do contexto escolar (lutas x violência); 
 Vivência de momentos para a apreciação e reflexão sobre as lutas e a mídia; 
 Análise sobre os dados da realidade das relações positivas e negativas com relação a 
prática das lutas e a violência na adolescência (luta como defesa pessoal e não arrumar 
briga.?). 
 
• Construção do gesto nas lutas: 
 Vivência de situações que envolvam perceber, relacionar e desenvolver as capacidades 
físicas e habilidades motoras presentes nas lutas praticadas na atualidade (capoeira, 
caratê, judô etc.); 
 Vivência de situações em que seja necessário compreender e utilizar as técnicas para 
resoluções de problemas em situações de luta (técnica e tática individual aplicadas aos 
fundamentos de ataque e defesa); 
 Vivência de atividades que envolvam as lutas, dentro do contexto escolar, de forma 
recreativa e competitiva. 
 
• Aspectos histórico-sociais das ginásticas: 
 Compreensão e vivência das diferentes formas de ginásticas relacionadas aos contextos 
histórico-sociais (modismos e valores estéticos, ginásticas com diferentes origens 
culturais. 
 Por exemplo: aeróbica, chinesa, ioga. 
 
• Construção do gesto na ginástica: 
 Vivência de situações em que se faça necessário perceber, relacionar e desenvolver as 
capacidades físicas e habilidades motoras presentes na ginástica esportiva e acrobática 
(estrelas, rodantes, mortais etc.); 
 Compreensão e vivência das situações em que estejam presentes os aspectos 
relacionados à repetição e à qualidade do movimento na aprendizagem do gesto ginástico, 
tanto no que se refere às acrobacias como à criação de sequências de exercício com e 
sem material (espaldar, barra fixa, corda, 
 Exercícios em duplas, trios etc. 
 
Conceitos e procedimentos (Atividades rítmicas e expressivas) 
 
• Compreensão dos aspectos histórico-sociais das danças. 
• Percepção do ritmo pessoal. 
• Percepção do ritmo grupal. 
• Desenvolvimento da noção espaço/tempo vinculada ao estímulo musical e ao silêncio com relação 
a si mesmo e ao outro. 
• Exploração de gestos e códigos de outros movimentos corporais não abordados nos outros blocos. 
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• Compreensão do processo expressivo partindo do código individual de cada um para o coletivo 
(mímicas individuais, representações de cenas do cotidiano em grupo, danças individuais, pequenos 
desenhos coreográficos em grupo). 
• Percepção dos limites corporais na vivência dos movimentos rítmicos e expressivos. 
• Predisposição a superar seus próprios limites nas vivências rítmicas e expressivas. 
• Vivências das danças folclóricas e regionais, compreendendo seus contextos de manifestação 
(carnaval, escola de samba e seus integrantes, frevo, capoeira, bumba-meu-boi etc.). 
• Reconhecimento e apropriação dos princípios básicos para construção de desenhos coreográficos 
e coreografias simples. 
• Vivência da aplicação dos princípios básicos na construção de desenhos coreográficos. 
• Vivência das manifestações das danças urbanas mais emergentes e compreensão do seu contexto 
originário. 
• Vivência das danças populares regionais, nacionais e internacionais e compreensãodo contexto 
sociocultural onde se desenvolvem. 
• Aspectos histórico-sociais das danças: 
 As várias manifestações das danças nas diferentes culturas, em diferentes contextos, em 
diferentes épocas (danças rituais, sagradas, comemorativas, danças circulares etc.); 
 Cultivo da cultura corporal de movimento por meio da cultura popular (regional, folclórica 
etc.); 
 Conhecimento sobre as danças só para os homens, sobrepondo-se à ideia de que os 
homens não dançam; 
 A dança como atividade não competitiva dentro da cultura corporal de movimento (o 
esporte como sobrepujança induz à comparação; a dança como expressão induz à 
comunicação; são atividades que podem ser vistas como complementares). 
 
• Construção do movimento expressivo e rítmico a partir do/da: 
 Equilíbrio entre a instrumentalização e a liberação do gesto espontâneo (nem só técnica, 
nem só movimento pelo movimento; contextualizar a instrumentalização sempre que for 
conveniente, não só para apresentações). 
 Percepção do seu ritmo próprio; 
 Percepção do ritmo grupal; 
 Desenvolvimento da noção espaço/tempo vinculada ao estímulo musical e ao silêncio com 
relação a si mesmo e ao outro; 
 Compreensão do processo expressivo relacionando o código individual de cada um com 
o coletivo (mímicas individuais, representações de cenas do cotidiano em grupo, danças 
individuais, pequenos desenhos coreográficos em grupo); 
 Percepção dos limites corporais na vivência dos movimentos fluidos e alongados, criando 
a oportunidade de transcender as limitações. 
 
• Danças populares, manifestações culturais e desenhos coreográficos: 
 Vivência de danças folclóricas e regionais, compreendendo seus contextos de 
manifestação (carnaval, escola de samba e seus integrantes, frevo, capoeira, bumba-meu-
boi etc.); 
 Reconhecimento e apropriação dos princípios básicos para construção de desenhos 
coreográficos simples; 
 Utilização dos princípios básicos na construção de desenhos coreográficos. 
 
 Ed. Física no Ensino Fundamental 
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CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
Conhecimento sobre o corpo: 
 
1. Anatomia (músculos e ossos) 
2. Fisiologia (durante a atividade): frequência cardíaca, queima de calorias, perda de água e sais minerais 
(longo prazo): melhora da condição cárdio-respiratória, aumento da massa muscular, da força, 
flexibilidade e diminuição do tecido adiposo. 
3. Hábitos posturais e atitudes corporais. 
 
Esportes, jogos, lutas e ginásticas: 
 
1. Esporte: práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas em federações 
regionais, nacionais e internacionais. 
2. Jogos: podem ter uma flexibilidade maior nas regulamentações, que são adaptados em função do espaço 
físico, nº de participantes, etc. 
3. Lutas: são disputas em que o oponente deve ser subjugado mediante técnicas e estratégias de 
desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações 
de ataque e defesa (cabo de guerra, braço de ferro, capoeira, judô e caratê). 
 
Ginásticas: 
 
➢ São técnicas de trabalho corporal que assumem caráter individualizado com finalidades diversas (ex. 
Preparação para outras modalidades, como relaxamento, manutenção e recuperação da saúde, 
ainda de forma recreativa, competitiva e de convívio social), podendo ser realizada com ou sem aparelhos, 
em recinto fechado, aberto, na água, etc. 
 
 
Possibilidades: 
 
• Jogos pré-desportivos: queimada, pique-bandeira, guerra das bolas, jogos pré-desportivos do futebol 
(gol a gol, controle, chute-em-gol, rebatida, drible, bobinho, dois toques); 
• Jogos das populares: bocha, malha, taco, boliche; 
• Brincadeiras: amarelinha, pular corda, elástico, bambolê, bolinha de gude, pião, pipas, lenço atrás, 
corre cutia, esconde-esconde, pega-pega, coelho-sai-da-toca, duro-ou-mole, agacha-agacha, mãe-
da-rua, carrinhos de rolimã, cabo-de-guerra, etc. 
• Atletismo: corridas de velocidade, de resistência, com obstáculos, de revezamento; saltos em 
distância, em altura, triplo, com varas; arremessos de peso, de martelo, de dardo e de disco; 
• Esportes coletivos: futebol de campo, futsal, basquete, vôlei de praia, handebol, futevôlei, etc. 
• Esportes com bastões e raquetes: beisebol, tênis de mesa, tênis de campo, pingue-pongue. 
• Esporte sobre rodas: hóquei, hóquei incline, ciclismo; 
• Lutas: judô, capoeira, caratê; 
• Ginásticas: de manutenção de saúde (aeróbica e musculação); de preparação e aperfeiçoamento 
para a dança; de preparação e aperfeiçoamento para os esportes, jogos e lutas; olímpica e rítmica 
desportiva. 
 
Atividades rítmicas e expressivas: 
 
➢ Manifestações da cultura corporal (danças e brincadeiras cantadas). Os conteúdos deste bloco são 
amplos e diversificados. 
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• Danças brasileiras: samba, baião, valsa, quadrilha, afoxé, catira, bumba-meu-boi, maracatu, xaxado, 
etc.; 
• Danças urbanas: rap, funk, break, pagode, danças de salão; 
• Danças eruditas: clássicas, modernas, contemporâneas, jazz, etc.; 
• Danças e coreografias associadas a manifestações musicais: blocos de afoxé, olodum, timbalada, 
trios elétricos, escolas de samba; 
• Lengalengas; 
• Brincadeiras de roda, cirandas; 
• Escravos de Jó. 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 
• Realizar as práticas da cultura corporal do movimento. 
Pretende-se avaliar se o aluno realiza as atividades, agindo de maneira cooperativa, utilizando formas de 
expressão que favoreçam a integração grupal, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e 
solidariedade. Se o aluno realiza as atividades, reconhecendo e respeitando suas características físicas e de 
desempenho motor, bem como a de seus colegas, sem discriminar por características pessoais, físicas, 
sexuais ou sociais. Da mesma forma, se o aluno organiza e pratica atividades da cultura corporal de 
movimento, demonstrando capacidade de adaptá-las, com o intuito de torná-las mais adequadas ao momento 
do grupo, favorecendo a inclusão de todos. 
 
• Valorizar a cultura corporal de movimento. 
Pretende-se avaliar se o aluno conhece, aprecia e desfruta de algumas das diferentes manifestações da 
cultura corporal de movimento de seu ambiente e de outros, relacionando-as com o contexto em que são 
produzidas, e percebendo-as como recurso para a integração entre pessoas e entre diferentes grupos sociais. 
Se reconhece nas atividades corporais e de lazer, uma necessidade do ser humano e um direito do cidadão. 
 
• Relacionar os elementos da cultura corporal com a saúde e a qualidade de vida. 
Pretende-se avaliar se o aluno consegue aprofundar-se no conhecimento dos limites e das possibilidades do 
próprio corpo de forma a poder controlar algumas de suas posturas e atividades corporais com autonomia e 
a valorizá-las como recurso para melhoria de sua aptidão física. Se ele integra a dimensão emocional e 
sensível do corpo à cultura corporal de movimento ampliando sua compreensão de saúde e bem-estar. Como 
o aluno se apropria de informações e experiências da cultura corporal de movimento, e de que modo 
estabelece relações entre esses conhecimentos no plano dos procedimentos, conceitos, valores e atitudes, 
tendo em vista a promoção da saúde e a qualidade de vida. 
 
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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS - ORIENTAÇÕES GERAIS 
 
ORGANIZAÇÃO SOCIAL DAS ATIVIDADES E ATENÇÃO À DIVERSIDADE 
• Um dos objetivos da educação  ajudar as crianças a conviverem em grupo de maneira 
produtiva, de modo cooperativo. 
• Proporcionarsituações de aprendizado: 
o Diálogo: falar e ouvir o outro; 
o Ajuda mútua: ajudar e pedir ajuda; 
o Trocar ideias e expor experiências; 
o Aproveitar críticas e sugestões. 
Ex: analisar habilidades dos colegas em um jogo. 
• Experiências e competências corporais são muito diversificadas: 
o Por isso não se pode querer que todo o grupo realize a mesma tarefa, ou 
o Que uma atividade resulte numa mesma aprendizagem para todos. 
o Favorecer troca de repertórios e procedimentos de resolução de problemas de 
movimento 
o Variar formas de organização das atividades. 
Exemplo: Organização de uma aula de voleibol: 
▪ Dividir a classe em três grupos, tendo como critério o grau de habilidade dos 
alunos; 
▪ Um grupo com os mais hábeis, outro com os médios e outro com os menos 
hábeis; 
▪ Permite ao professor visualizar em que ponto estão as habilidades de cada 
grupo; 
▪ Propor um desafio adequado para cada um. 
▪ Os que têm menos habilidade podem arriscar algumas tentativas sem se 
exporem frente ao grupo dos mais habilidosos. 
▪ Numa aula posterior com a mesma classe, o professor pode dividir o grupo, 
usando os mais hábeis como “cabeças de chave”, distribuindo-os entre os 
três grandes grupos. 
▪ Nessa situação, a natureza da aprendizagem estará vinculada à troca de 
informações e à cooperação, e na tentativa de se superar, enfrentando um 
grau maior de desafio, as crianças podem avançar nas suas conquistas. 
 
 
• Valorizar as diferenças: 
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o Atividades com ênfase nas capacidades de equilíbrio, força, velocidade, 
coordenação, agilidade e ritmo de forma equitativa; 
o Atividades que exijam diferentes habilidades; 
o Professor viabiliza que as características individuais sejam valorizadas; 
o Todos, sem exceção, têm algum tipo de conhecimento. 
o Trabalho em duplas, em grupos; 
o Competição, cooperação, estratégias, etc.; 
o Atividades de caráter expressivo; 
o Promoção da construção de estilo pessoal, exercendo práticas diferenciadas da 
cultura corporal de movimento. 
 
DIFERENÇAS ENTRE MENINOS E MENINAS 
• Cuidado especial. 
• Aulas mistas: 
o Oportunidade para que meninos e meninas convivam, observem-se, descubram-se 
e possam aprender a ser tolerantes; 
o Não discriminar e a compreender as diferenças, de forma a não reproduzir 
estereotipadamente relações sociais autoritárias. 
• Muitas dessas diferenças: 
o São determinadas social e culturalmente; 
o Decorrem para além das vivências anteriores de cada aluno, de preconceitos e 
comportamentos estereotipados; 
o Habilidades com a bola, por exemplo, é mais proporcionada socialmente aos 
meninos  desenvolvem-se mais do que meninas e, assim, brincar com bola se 
transforma em “brincadeira de menino”. 
o Raciocínio inverso também é possível; 
o Existem habilidades que as meninas acabam por aperfeiçoar em função de uma 
maior experiência; 
o O fundamental: 
▪ Existe um estilo diferenciado entre meninos e meninas; 
▪ Existe um estilo diferenciado entre diferentes pessoas na prática de uma 
mesma atividade lúdica ou expressiva. 
o Portanto, são modos diferentes de ser e atuar  completar e enriquecer mutuamente 
 ao invés de entrar em conflitos pautados em estereótipos e preconceitos. 
 
• Intervenções didáticas  propiciar experiências de respeito às diferenças e de intercâmbio: 
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o Exemplos: 
▪ Meninas com a tarefa de ensinar uma sequência do jogo de elástico; 
▪ Atribuir aos meninos o papel de técnicos num jogo de futebol disputado por 
times de meninas. 
 
COMPETIÇÃO E COMPETÊNCIA 
• Nas atividades competitivas  competências individuais se evidenciam; 
• Professor  organizar de modo a democratizar as oportunidades de aprendizagem. 
• É comum que crianças mais hábeis monopolizem situações de ataque em jogos; 
• Menos hábeis  papeis de defesa, de goleiro ou mesmo a exclusão; 
• Intervenção direta do professor  promover formas de rodízio desses papeis  criar regras 
nesse sentido; 
• Exemplo: 
o A cada ponto num jogo de pique-bandeira  grupo de crianças que ficou no ataque 
deve trocar de posição com o grupo que ficou na defesa; 
• Professor  localizar alunos que apresentem dificuldades em competências corporais  
promover atividades de avanço. 
 
• A aula de Educação Física, para alcançar todos os alunos: 
o Deve tirar proveito dessas diferenças; 
o Não configurá-las como desigualdades; 
o Proporcionar pluralidade de ações pedagógicas pressupõe  capacidade de se 
expressarem de formas diferentes  isso possibilita igualdade de condições entre 
alunos; 
o Promover um melhor conhecimento e respeito de si mesmo e dos outros. 
 
PROBLEMATIZAÇÃO DAS REGRAS 
• Abordar diferentes jogos e atividades para se discutir as regras em conjunto com os alunos; 
• Tentar encontrar as razões que as originaram; 
• Propor modificações, testando-as, repensando sobre elas e assim por diante; 
• A compreensão das normas  diferente de quando as regras são consideradas absolutas, 
inquestionáveis e imutáveis. 
• Mover-se dentro de limites espaciais, gestuais, de relação com objetos e com os outros: 
o Constitui problemas a serem resolvidos; 
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o Não é qualquer tipo de movimento que vale, mas um certo tipo que se ajuste àquelas 
delimitações que a regra impõe. 
 
• Combinar com os alunos que algumas regras não são previstas, devendo ser discutidas no 
momento em que ocorrem. 
• As regras dos jogos podem ser adaptadas para diferentes situações e contextos. 
• Numa situação recreativa pode-se considerar válida uma série de movimentos e procedimentos 
que, numa situação de competição, não seriam adequados. 
 
USO DO ESPAÇO 
• Inadequação de espaços disponíveis para a prática e a aprendizagem de jogos, lutas, danças 
esportes e ginásticas. 
• Adequá-los através de adaptações. 
• Exemplos: 
o Colchões sobre pneus para salto em altura; 
o Cabos de vassouras cortados para usá-los como bastão; 
o Estender cordas entre árvores  pendurar, equilibrar, escalar; 
o Pneus e aros nas árvores  alvos em jogos de arremesso 
o Utilização de desníveis de terreno como parte dos circuitos com materiais diversos e 
obstáculos. 
o Utilização de pátio, um jardim, um campinho, dentro ou próximo à escola, para 
realizar as atividades de Educação Física. 
• As próprias crianças fazem adaptações cotidianamente: 
o Gol a gol na porta de aço de uma garagem; 
o Portão como rede para um jogo de voleibol adaptado. 
• Mesmo em se tratando de quadras convencionais, o professor pode e deve, conforme a 
exigência da situação, dividi-las de diferentes formas, possibilitando a execução de atividades 
de natureza diferenciada, simultaneamente. 
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METODOLOGIA DE ENSINO 
MÉTODO GLOBAL: 
➢ Vivência de destreza corporal mostrando todo o seu conjunto. 
➢ O educando visualiza a atividade inteira. 
➢ O grupo é colocado na situação de jogo. 
 
Vantagens: 
 
• Atende às expectativas dos alunos de querer jogar logo no início. 
• A ideia do jogo fim está sempre presente. 
• Os conhecimentos técnicos e táticos do jogo são articulados entre si. 
• Admite uma maior participação do corpo. 
• Oferece ampla oportunidade de expressão individual. 
• Motiva facilmente. 
• Melhora o ritmo do aluno. 
 
Aspectos limitantes:

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