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ÉTICA E LEGISLAÇÃO 
APLICADA NO PROCESSO 
DE AUDITORIA
▪ OBJETIVOS
1. Apresentar o histórico do código de ética do profissional
médico atrelando os aspectos da ética médica no exercício
profissional da auditoria.
2. Compreender os códigos de ética dos profissionais de
saúde aplicados à prática da auditoria no sistema de saúde
no Brasil.
3. Apresentar o prontuário do paciente e abordar os aspectos
éticos e de segurança.
4. Elucidar o envolvido da auditoria nos prontuários referente
conteúdo e organização dos prontuários.
A AUDITORIA E OS 
CÓDIGOS DE ÉTICA 
PROFISSIONAIS
 A ética entra no campo das normatizações e dos códigos de
conduta, em que se estabelecem os deveres das pessoas ante
as expectativas sociais.
 As normas de conduta e os códigos deontológicos são
resultados do consenso social, em relação aos dilemas mais
comuns que permeiam determinado grupo social. As relações
entre as pessoas necessitam ser intermediadas por Leis,
resoluções e códigos de comportamento.
 Os Códigos de Ética são consensos que regem diferentes
tipos de condutas (FIGUEIREDO, 2008).
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICO ATRELANDO AO
EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA AUDITORIA MÉDICA
NA MEDICINA,
A ética surge com o princípio hipocrático primum non nocere
(primeiro, não causar o mal), norteador da prática clínica até
hoje e que coloca os interesses dos pacientes sempre em
primeiro lugar.
Desde o juramento de Hipócrates se tornava evidente o
compromisso dos médicos com seus colegas de profissão
e com a sociedade como um todo.
Assim, a ética médica pode ser definida como um conjunto
dos estudos dos direitos e deveres dos médicos ante sua
atuação profissional (COHEN; SEGRE, 1999).
ÉTICA MÉDICA
Tem a função de determinar as normas necessárias para a
atuação profissional dentro dos limites da integridade.
A atividade clínica na medicina pode ser dividida em dois
tipos, prática clínica e pesquisa clínica (GRACIA, 2001).
A prática clínica é definida como qualquer ato realizado no
corpo de um paciente com o objetivo de diagnosticar e tratar
suas doenças.
A pesquisa clínica tem como objetivo investigar os mais
diversos aspectos relacionados à saúde do ser humano,
podendo ser conduzida tanto em indivíduos saudáveis, como
também em indivíduos doentes (GRACIA, 2001).
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
O mais antigo Código de Ética Médica é o tradicional
juramento de Hipócrates. Apesar dos 25 séculos de história,
seus princípios permanecem vivos até os dias de hoje.
O inglês Thomas Percival é visto como o pioneiro na
elaboração do primeiro código de ética médica da era
moderna, que data do final do século XVIII.
Thomas Percival, motivado pelo clima de tensão e
desentendimentos no meio hospitalar em Manchester,
Inglaterra e na tentativa de normatizar o ambiente de trabalho
médico.
O primeiro código de ética médica tinha como objetivo de
eliminar conflitos profissionais, moralizar a profissão e
contribuir na formação do caráter dos médicos.
O Código de Ética de Thomas Percival teve sua versão final
publicada em 1803 e atendia aos princípios básicos que um
código de ética profissional deve cumprir.
Saber, orientar seus membros sobre os princípios morais de
conduta em sua prática profissional (NEVES, 2006).
Distintas organizações nacionais e internacionais passaram a
elaborar códigos normativos de conduta para os médicos.
OS CÓDIGOS DE ÉTICA MÉDICA BRASILEIROS
Surgiram a partir da criação do Conselho Federal de Medicina,
em no século XX.
Os Conselhos Federal e Regionais de Medicina são
responsáveis por interpretar e julgar as ações dos médicos,
quando do seu exercício profissional, à luz das normas éticas
de conduta contidas no Código de Ética Médica vigente.
A primeira organização brasileira que se preocupou com as
questões normativas do exercício da Medicina foi a Academia
Nacional de Medicina, fundada em 1829 com o nome de
Sociedade de Medicina.
O primeiro decreto sobre o exercício legal da profissão médica foi
datada em 1851. (NEVES, 2006).
 Em 1867, ocorreu a primeira publicação do Código de
Ética Médica no Brasil, tradução em português do Código da
Associação Médica Americana.
 Em 1929, publicou-se o Boletim do Sindicato Médico
Brasileiro, através do Sindicato Médico Brasileiro, foi uma
tradução do Código de Moral Médica (1929) aprovado pelo
Congresso Médico Latino-Americano.
 Em 1945, o Código Brasileiro de Deontologia Médica
apresentava o modelo da relação médico-paciente
qualificado como paternalismo, caracterizado pela
solidariedade e fraternidade do médico para com o paciente.
O modelo assistencial estava de acordo com os preceitos
éticos da época, que prevaleciam os valores e decisões do
médico sobre os pacientes.
 Em 1953, o Código estabeleceu o Conselho Federal de
Medicina como o responsável pelo julgamento de
violações éticas ocorridas sobre a prática clínica médica.
 Sob a égide do Conselho Federal de Medicina, foram
criados os Códigos de Ética Médica de 1965, 1984, 1988
e o contemporâneo de 2010.
 O Código de Ética Médica, que vigora desde o dia 13 de
abril de 2010, apresenta uma série de modificações no
enfoque das questões clínicas enfrentadas pelos médicos
em sua prática profissional.
MÉDICO AUDITOR
 A auditoria médica, últimos anos tem sido valorizada com o
aprimoramento da regulação do sistema de saúde do Brasil,
seja no sistema público de saúde e sistema suplementar.
 Passou a desempenhar importante papel de regulador entre a
qualidade dos serviços prestados e seus respectivos custos,
constituindo o fator que estabelece o equilíbrio.
 Por inúmeros interesses começaram a ser monitorados os
conflitos e surgiram consequentemente, várias infrações ao
Código de Ética Médica.
 Por essa razão seguiram-se, diversos pareceres dos
Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e do Conselho
Federal de Medicina (CFM) sobre como deveria proceder ao
auditor.
CÓDIGOS DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE
SAÚDE APLICADOS À PRÁTICA DA AUDITORIA
 O código de ética odontológica brasileiro está em vigor desde
2003 e teve algumas alterações.
 Atualmente está na sua quarta versão desde sua criação,
aprovado pela Resolução CFO-42,de 20.05.2003.
 No período de 2012 o Código de Ética Odontológica teve uma
nova atualização através da Resolução CFO-118/2012.
CÓDIGOS DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE
SAÚDE APLICADOS À PRÁTICA DA AUDITORIA
 As normativas que tratam de auditorias e perícias apresentam
capítulos específicos no código de ética de odontológico relativo o
art. 10 que constitui infração ética.
 Destaca-se os quesitos:
III - acumular as funções de perito/auditor e procedimentos
terapêuticos odontológicos na mesma entidade prestadora de
serviços odontológicos.
IV - prestar serviços de auditoria a pessoas físicas ou jurídicas que
tenham obrigação de inscrição nos Conselhos e que não estejam
regularmente inscritas no Conselho de sua jurisdição.
ENFERMEIRO AUDITOR
 A Lei 7.498/86, em seu artigo 11, reconhece a função do
enfermeiro auditor. O enfermeiro exerce todas as atividades
de enfermagem, cabendo-lhe ainda: consultoria, auditoria e
emissão de parecer sobre a matéria de enfermagem.
 A Resolução COFEN 266/2001, aprova as atividades do
enfermeiro auditor como administrador da área de saúde, e
por isso, precisa estar informado sobre economia, finanças,
política e estar consciente que muitas decisões tomadas
poderão trazer pressões daqueles que não concordarem
com ela.
PRONTUÁRIO DO 
PACIENTE
PRONTUÁRIO DO PACIENTE, ASPECTOS ÉTICOS 
E DE SEGURANÇA
A palavra prontuário origina-se do latim promptuarium e significa
“lugar onde são guardadas coisas de que se pode precisara
qualquer momento” ou “manual de informações úteis” ou ainda
“ficha que contém os dados pertinentes de uma pessoa”.
De acordo com Marin et al., constata a existência de registro
médico desde a Antiguidade informações a respeito de
pacientes e moléstias datadas do ano 4500 a.C.
Relatórios, feitos em 3000 a.C., mencionam informações sobre a
medicina praticada no Egito. No século V a.C., Hipócrates, o
“pai da medicina”, procurou abandonar as velhas teorias da
medicina sacerdotal, encarando com zelo científico.
NO BRASIL 
 O primeiro hospital a implantar o serviço de arquivo médico foi
o Hospital da Universidade de São Paulo, em 1943.
 Posterior foi a Santa Casa de Santos, em 1945 e o Hospital
dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro.
 Outra referência histórica é a Lei Alípio Correia Netto, de 1952,
que exigiu que os hospitais públicos e filantrópicos
passem a arquivar as histórias clínicas de forma adequada,
como condição para recebimento das subvenções públicas.
 Cerca de 30 anos, o médico de família continha muitas vezes
em sua memória, as informações referentes aos seus
pacientes.
DEFINIÇÃO DE PRONTUÁRIO
É um documento único, constituído de um conjunto de
informações, sinais e imagens registrados e gerados a partir de
fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a
assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico,
que possibilita a comunicação entre membros da equipe
multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao
indivíduo, Conselho Federal de Medicina, através da Resolução nº 1.638/02,
ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS
O prontuário do paciente é um documento de fundamental
importância para garantir a qualidade da assistência
continuada ao paciente, ensino e da pesquisa e para
assegurar ao médico e ao paciente o atendimento de todos os
seus direitos e deveres.
Destacam-se os principais temas abordados na legislação
sobre o prontuário do paciente, assim segue:
Finalidades
O prontuário é documento importante para o paciente, médico
assistente, instituições de saúde, ensino, pesquisa, serviços
públicos de saúde é instrumento de defesa legal, conforme a
Resolução nº CFM 1.638/2002.
Obrigatoriedade
Segundo o Código de Ética Médica, em seu artigo 69, “é
vedado ao médico deixar de elaborar o prontuário de cada
paciente”.
Conteúdo
Devem constar obrigatoriamente no prontuário os dados de
identificação do paciente, anamnese, exame físico, resultados
de exames, hipóteses diagnósticas, diagnósticos definitivos,
tratamento realizado, evolução diária, procedimentos realizados,
segundo a Resolução CFM nº 1.638/2002, artigo 5º.
Qualidade do Registro
Nos prontuários em papel é obrigatória à legibilidade da letra do
profissional que atendeu o paciente, identificação de todos os
profissionais prestadores do atendimento.
É obrigatório a assinatura e o respectivo número do registro do
profissional médico no Conselho Regional de Medicina,
conforme a Resolução CFM nº 1638, artigo 5º.
AUDITORIA DE PRONTUÁRIOS DO PACIENTE
 O prontuário íntegro permite avaliar o desempenho da
instituição responsável pela assistência do paciente.
 Os prontuários também são usados ainda na defesa legal dos
profissionais como prova documental em processos nas
Comissões de Ética, Conselhos de Classe ou processos
judiciais.
 Dentre as ações promovidas para minimizar esses problemas,
em cada instituição de assistência a doentes deve existir uma
Comissão de Revisão de Prontuário.
COMISSÃO DE REVISÃO DE PRONTUÁRIO
Foi constituída pela Resolução do Conselho Regional de
Medicina de São Paulo (CREMESP) n°70/1995.
Tornou obrigatória nas instituições de assistência médica em
todo o País, através da Resolução do Conselho Regional de
Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) n°11/1992.
Com o propósito de garantir a qualidade e a ética das
informações registradas pela equipe de assistência ao paciente
no atendimento que lhe é ou foi prestado, por meio da
Resolução Conselho Federal de Medicina (CFM)
n°1.638/2002.
CONTEÚDO E ORGANIZAÇÃO DOS PRONTUÁRIOS
RESOLUÇÃO DO CREMESP nº 70/1995:
Trata da Comissão de Revisão de Prontuários Médicos em seu
artigo 3º, alínea I que define a relação dos documentos que
devem constar no prontuário e estabelece documentos
padronizados que devem fazer parte do prontuário médico
como:
 Ficha de anamnese.
 Ficha de evolução.
 Ficha de prescrição terapêutica.
 Ficha de registro de resultados de exames laboratoriais e de 
outros métodos de diagnóstico auxiliares. 
A Lei do Exercício Profissional do Enfermeiro nº 7498/1986
Assegura que o prontuário é uma ferramenta de proteção e
segurança para o profissional de enfermagem.
Existe a obrigatoriedade do registro de enfermagem.
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem através da
Resolução do COFEN nº 311/2007 destaca-se a qualidade para
a continuidade da assistência.
Os registros de enfermagem são constituídos por dois tipos de 
ações, conforme (COREN, 2008, p. 21):
Evolução de Enfermagem
Atribuição característica do enfermeiro, que consiste na análise
diária das respostas do paciente frente às intervenções de
enfermagem, em função de resultados atingidos.
Anotação de Enfermagem
É de responsabilidade de toda a equipe de enfermagem e
consiste em registros ordenados com a finalidade essencial de
fornecer informações a respeito da assistência prestada.

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