Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BETA BLOQUEADORES • Os receptores β estão diretamente relacionados ao sistema nervoso simpático e a ativação da via adenililciclase. Em situações de estresse o sistema nervoso simpático é ativado e há liberação de catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) que quando estão no sangue alcançam os órgãos com receptores β e possibilitam efeitos biológicos. • O β1 tem função relacionada ao coração e rins. Excita o coração e aumenta as 5 atividades cardíacas: inotropismo (força de contração), cronotropismo (frequência cardíaca), batmotropismo (excitabilidade), dromotropismo (condutibilidade), lusitropismo (capacidade de relaxamento). Nos rins, aumenta a secreção de renina pelas CJG influenciando o trabalho do sistema renina-angiotensina (vasoconstrição). • O β2 está presente na musculatura lisa dos brônquios, TGI, TGU e vasos, no músculo esquelético e fígado. Na musculatura lisa, produz efeitos relacionados ao relaxamento muscular, como a broncodilatação, diminuição do peristaltismo, relaxamento da bexiga e vasodilatação periférica. No fígado, promove a gliconeogênese e glicogenólise. • O β3 tem efeitos metabólicos, como a promoção da lipólise. • O uso de β-bloqueadores inibe a atuação adrenérgica e os efeitos produzidos pelos receptores β. MECANISMO DE AÇÃO • Os antagonistas dos receptores β-adrenérgicos afeta a regulação da circulação através de varias mecanismos, incluindo uma redução na contratilidade do miocárdio, frequência cardíaca e débito cardíaco. • Uma consequência importante, é o bloqueio dos β-receptores do complexo justaglomerular reduzindo a secreção de renina e consequentemente a produção de AngII circulante. • É provável que estas ações contribuam para ação anti-hipertensivo desta classe de fármacos de acordo com os efeitos cardíacos. • Alguns fármacos desta classe agem também bloqueando os receptores alpha adrenérgicos (sem especificidade). • Os fármacos de 1ª geração não são seletivos, os de 2ª geração e os de 3ª geração são β1 seletivos e alpha 1, agonistas de β2. FÁRMACOS • PROPRANOLOL: antagonista β não seletivo (1ª geração), possui afinidade por β1 e β2. Ao bloquear β1 diminui as funções cardíacas e reduz a PA, nas funções renais inibe a secreção de renina pelas CJG. Ao bloquear β2 promove broncoconstrição. É utilizado para tratar HA, angina e arritmia. ⚠ É contraindicado para pacientes com asma. Gabriela Reis Viol BETA BLOQUEADORES • ATENOLOL: antagonista β1 seletivo (2ª geração). Bloqueia a ação dos receptores β1, reduzindo consideravelmente o cronotropismo (frequência cardíaca) e bloqueia o SRA (vasoconstrição), sendo bastante eficaz como anti-hipertensivo, usado juntamente com o diurético. • CARVEDILOL: antagonista de 3ª geração (vasodilatação adicional pelo bloqueio dos receptores alpha 1). Possui efeito antioxidante. É usado para tratar patologias cardíacas e hipertensão, pois facilita a vasodilatação. ⚠ Uso limitado no tratamento da insuficiência cardíaca. ⚠ IDOSOS E NEGROS POSSUEM UMA RESPOSTA ANTI-HIPERTENSIVA MENOR COM O USO DOS β-BLOQUEADORES. USO TERAPÊUTICO • Hipertensão arterial (há redução do débito cardíaco, RVP, da secreção de renina) • IAM: reduzir o consumo de oxigênio pelo miocárdio reduz a área de isquemia. • Insuficiência cardíaca compensada: a fim de evitar o remodelamento cardíaco ⚠ Os β-bloqueados não devem ser usados na insuficiência cardíaca descompensada, pois a depressão das atividades cardíacas podem resultar em uma parada. EFEITOS ADVERSOS • Bradicardia intensa • Broncoespasmo (bloqueio de β2) • Depressão do SNC • Agravamento da IC descompensada • Aumento da sensibilidade de estimulação dos receptores β (diminuir dose gradualmente) • Hiperglicemia ⚠ Em pacientes diabéticos, os β bloqueadores mascaram a hipoglicemia, uma vez que seu efeito é hiperglicêmico. Nenhum beta bloqueador é totalmente seletivo. Por isso, deve-se substituir essa classe de fármacos por IECAS ou BRAs. Gabriela Reis Viol
Compartilhar