Buscar

Estratégias para motivar os alunos

Prévia do material em texto

Estratégias para motivar os alunos 
Fabiana Freires Batista 
O processo de aprendizagem está passando por grandes mudanças. A 
revolução tecnológica modificou a vida e a forma como lidamos com o 
conhecimento e as informações. Neste contexto o professor deixa de ser o 
detentor do conhecimento e passa a ser um líder, uma pessoa que inspira os 
estudantes e que direciona o aprendiz em direção ao conhecimento. O papel 
passivo do estudante antigamente não condiz com o perfil que observamos 
atualmente nas nossas escolas. Entender que a forma como se dava aula no 
passado não é mais suficiente para preparar esse estudante questionador e 
que precisa desenvolver autonomia para lidar com as adversidades durante o 
processo de aprendizado de novos conhecimentos. 
Deve-se buscar um ambiente escolar agradável em que o respeito 
prevaleça na relação professor-aluno e aluno-aluno. O modelo professor 
ditador e/ou autoritário que impõe respeito através do medo já não assusta este 
estudante que conhece os seus direitos. É preciso atrair este estudante e 
estimular a sua participação nas aulas e nas atividades. Responsabilizar o 
estudante pelo processo de autoaprendizagem é uma estratégia que apresenta 
bons resultados escolares. No momento em que o aluno participa ativamente 
do processo, ele se sente mais responsável e a hierarquia vertical estabelecida 
anteriormente passa a ser horizontal e dessa forma o estudante passa a ser 
parceiro do professor e começa a contribuir significamente tanto para o próprio 
sucesso acadêmico como auxiliando outros estudantes a alcançarem as metas. 
Os professores estabelecem uma forte influência na vida dos 
estudantes. Transmitir seus conhecimentos de forma clara e direcionando o 
estudante a buscar novas fontes confiáveis de informação é essencial. Quando 
o estudante reconhece no professor o papel de um aliado e não de um mero 
avaliador o processo de aprendizagem torna-se menos doloroso. French e 
Raven(1967) descrevem quatro fatores que os estudantes sofrem influências 
dos professores. São eles: o reconhecimento do estatuto do professor pelos 
alunos; o reconhecimento pelos alunos da capacidade de recompensar ou de 
punir do professor, através das avaliações e das estratégias de gestão da 
indisciplina; o reconhecimento pelos alunos da competência do professor nos 
conhecimentos que este lhes pretende ensinar; o reconhecimento de certas 
qualidades pessoais e interpessoais no professor, apreciadas pelos alunos, 
desenvolvendo-se processos de identificação. (JESUS, 1996b). 
O estudante que estamos lidando atualmente possui um perfil 
questionador e que busca a sua afirmação através do conflito com o que está 
vigente. Especialmente na adolescência o desejo de se firmar em sua 
individualidade na busca por uma identidade acaba gerando conflitos internos e 
externos e que muitas vezes a própria família do adolescente não sabe lidar. 
Em alguns casos podemos perceber até comportamentos indisciplinados, uma 
constante contestação com o que é padrão e aceito pela sociedade. 
Entre os fatores citados, um que se destaca dos demais é a identificação 
do aluno com o professor. Nesse momento o professor desempenha um papel 
fundamental, pois deve partir do docente a atitude de atrair o estudante de 
forma honesta e respeitosa. É tratando os outros com respeito que ganhamos 
respeito. Antigamente, os estudantes deveriam aceitar os modelos utilizados 
pelos professores, pois o processo de aprendizagem estava voltado para o 
docente. Hoje, observamos que esse modelo está cada vez mais em desuso. É 
preciso estimular a participação ativa dos estudantes no ambiente escolar. 
A criação de laços verdadeiros com os estudantes é o resultado de uma 
interação mais profunda. Quando o docente reduz o distanciamento com o 
estudante de forma positiva, mas mantendo o respeito e criando confiança o 
trabalho torna-se muito mais prazeroso para ambas as partes. 
Torna-se interessante desenvolver um sentimento de empatia e 
reciprocidade positiva dentro da sala de aula. É crescente o número de casos 
de violência dentro da sala de aula contra os professores através de agressões 
verbais e físicas. 
Antigamente, utilizavam-se estratégias punitivas que aparentavam certa 
eficácia, mas não eficiência. Retardavam o problema através de castigos 
físicos. O aluno considerado indisciplinado apresentava efeitos positivos de 
melhoria em curto prazo depois das punições, mas logo retornava as infrações 
e para combater novamente aumentava-se a intensidade e a frequência dos 
castigos em um ciclo interminável, pois o infrator retornava aos erros cometidos 
anteriormente. Não havia um diálogo para tentar entender o que estava 
acontecendo. O estudante deveria cumprir um comportamento considerado 
adequado e imposto. 
Não devemos aplaudir atitudes agressivas vindo dos estudantes, mas 
tentar compreender o motivo do comportamento violento por parte deste. 
Entender que a vida fora da escola tem impacto direto nos estudantes é 
importante para os processos de identificação. O professor não deve assumir a 
postura neutra de que não se importa com o que está acontecendo, mas deve 
assumir uma postura amigável e tentar dialogar com este estudante de forma 
clara e fornecendo alternativas para auxiliar nesse momento. 
A sala de aula é um grande laboratório. Dentro dela existe uma 
infinidade de histórias, de acontecimentos marcantes e com pedras preciosas 
que podem ser lapidadas pelos professores. O processo de aprendizagem 
deve ser uma via de mão dupla onde os estudantes podem aprender com os 
professores e que os professores podem aprender com os estudantes desde 
que respeitem a individualidade e a heterogeneidade dentro da sala de aula.

Outros materiais

Perguntas Recentes