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Aula9T textura ignea

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Professor: Edgar Batista de Medeiros Júnior 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO 
 
CURSO DE GEOLOGIA 
 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL 
 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
Aula 9: 
 
Descrição e Interpretação de Texturas Ígneas 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
1. Best, M.G. 2003. Igneous and Metamorphic Petrology. Blackwell, 2ª edição, 729p. 
 
2. Mackenzie, W.S., Donaldson, C.H., Guilford, C. 1982. Atlas of Igneous Rocks and Their Textures. 
Longman, 170p. 
 
3. Winter, J.D. 2001. An Introduction to Igneous and Metamorphic Petrology. New Jersey, Prentice 
Hall, 697p. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
1. Arndt, N. 2008. Komatiite. Cambridge University Press, 467p. 
 
2. Sgarbi, P.B.A. 2007. Rochas Magmáticas. In: G.N.C. Sgarbi (ed.). Petrografia Macroscópica 
das Rochas Ígneas, Sedimentares e Metamórficas. Belo Horizonte, 175-236. 
 
3. Vernon, R.H. A practical guide to Rock Microstructure. Cambridge University Press, 594p. 
 
 
NUCLEAÇÃO VERSUS CRESCIMENTO CRISTALINO 
 
 
Taxa de nucleação: número de núcleos formados por cm3; 
 
Taxa de crescimento: aumento do raio em cm/s 
 
 
 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Alta taxa de nucleação + baixa velocidade de crescimento 
 = muitos cristais pequenos 
 
 
 
Baixa taxa de nucleação + alta velocidade de crescimento 
= poucos cristais grandes 
GRAU DE CRISTALINIDADE 
 
 
Rocha vulcânica ao 
microscópio óptico. O 
vidro aparece em preto 
na imagem. 
Granito 
Obsidiana 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
 
 Holocristalina 
(não existe vidro) 
 
 
Hipocristalina 
(cristais e vidro) 
 
 
Holohialina 
(100% vidro) 
 
 
Rochas Faneríticas 
(minerais distinguíveis a olho nu) 
 
 
 
 
Granulação Fina < 1 mm 
Granulação Média 1 – 5 mm 
Granulação Grossa 5 mm – 3 cm 
Granulação Muito Grossa > 3 cm 
Diabásio 
Gabro 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Rochas Afaníticas 
(minerais não distinguíveis a olho nu) 
 
Microcristalina 
(minerais distinguíveis no microscópio) 
 
Criptocristalina 
(não distinguíveis no microscópio) 
 
 
 
TAMANHO ABSOLUTO DE GRÃO 
 
 
 
 
 Rocha equigranular 
(pequeno intervalo na variação na granulação) 
 
 
 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
TAMANHO RELATIVO DE GRÃO 
 
 
Rocha inequigranular 
(grande intervalo na variação na granulação) 
 Seriada Porfirítica 
Granito 
Granito Fonte: http://www.igc.usp.br/index.php?id=322 
Granito 
Fenocristal 
Matriz 
Dorado (1989) 
* Classificação quanto ao hábito: prismático, acicular, tabular, etc. 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
FORMA DOS GRÃOS 
 
 Textura idiomórfica 
Grãos euédricos 
(faces totalmente desenvolvidas) 
 
 
Textura hipidiomórfica 
Grãos subédricos 
(faces parcialmente desenvolvidas) 
 
 
Textura xenomórfica 
Grãos anédricos 
(ausência de faces) 
 
 
Fonte: Sgarbi (2007) 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
FORMA DOS GRÃOS 
 
 
Grãos esqueletais 
(minerais são ocos, incompletos) 
 
 
Grãos corroídos 
(apresenta cavernas de corrosão por reação com 
liquido) 
 
 
Grãos dendríticos 
(fibras com a mesma orientação ótica, assemelhando-
se com folhas ou penas) 
 
 
Quartzo corroído Opacos dendríticos 
Olivinas ocas 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
 
TIPOS DE TEXTURAS 
 
 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
TEXTURAS INEQUIGRANULARES 
 
 Vitrofírica 
(Fenocristais e matriz vítrea) 
 
Textura Vitrofírica 
 com fenocristais de 
vitrofírica, augita, Ti-hbl, 
sodalita, titanita 
Os fenocristais crescem lentamente em profundidade e, depois, o magma sobe a níveis crustais mais 
rasos ou alcança a superfície, onde resfria rapidamente gerando a matriz afanítica ou vítrea. 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
TEXTURAS INEQUIGRANULARES 
 
 Glomeroporfirítica 
(Fenocristais aglomerados em grupos distintos) 
 
Textura Glomeroporfirítica 
com grupos de fenocristais 
de plagioclásio e Cpx em 
uma matriz de plagioclásio e 
anfibólio 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
TEXTURAS INEQUIGRANULARES 
 
 Poiquilítica 
(Grãos de minerais maiores que possuem numerosas inclusões de grãos menores de outros minerais) 
 Olivina em piroxênio poiquilítico Plag. e Bt em ortoclásio poiquilítico 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Intergranular 
Ocorre em algumas lavas e rochas hipoabissais (diabásios), quando os interstícios entre 
feldspatos são ocupados por minerais ferromagnesianos (olivina, piroxênio), sem 
orientação específica 
Textura intergranular com interstícios entre 
as palhetas de plagioclásio ocupados por 
piroxênio 
Textura intergranular com interstícios 
entre as palhetas de plagioclásio ocupados 
por piroxênio 
TEXTURAS INTERSTICIAIS 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Intersertal 
(Os interstícios da malha, formada por cristais ripiformes de feldspato, são ocupados por um 
material microgranular ou vítreo) 
Hialopilítica – quando for grande a quantidade de vidro 
Textura intersertal com interstícios entre 
as palhetas de plagioclásio ocupados por 
vidro vulcânico turvo 
Textura hialopilítica 
TEXTURAS INTERSTICIAIS 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Fluidal 
(Textura que marca o fluxo magmático) 
Traquítica (tipo de fluidal) 
(Grãos não equidimensionais são paralelos ou sub-paralelos devido ao fluxo ígneo) 
Textura traquítica dada pela orientação de 
palhetas de plagioclásio 
TEXTURAS ORIENTADAS 
Textura fluidal marcada pelo alongamento 
da vesículas 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
Simplectita 
(Intercrescimento intimo de dois minerais, um com o habito vermiforme) 
Mirmequita 
(Um tipo de simplectita caracterizada pelo intercrescimento de quartzo vermicular em 
plagioclasio, preferencialmente quando o último está em contato com um feldspato potássico) 
Mirmequita em rocha granítica 
TEXTURAS DE INTERCRESCIMENTO 
 Mirmequitas são comumente 
formadas durante o resfriamento de 
rochas granítica; 
 
 Crescem do plagioclásio para 
dentro do feldspato potássico; 
 
 No processo de substituição de 
feldspato potássico por plagioclásio 
o quartzo é gerado. 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Granofírica 
(Intercrescimento de quartzo e feldspato potássico, gerando formas esqueletais) 
Micrográfica (tipo de textura granofírica) 
(Quartzo forma feições gráficas bem definidas, semelhantes a uma forma de escrita) 
Quartzo gráfico 
TEXTURAS DE INTERCRESCIMENTO 
 É produto de uma cristalização 
simultânea de quartzo e feldspato 
potássico; 
 
 Rochas dominadas por textura 
granofírica são denominados granófiros; 
 
 Parece ser formada por quartzo 
esqueliforme em um cristal de feldspato 
potássico; 
 
 As porções de quartzo se extinguem 
todas as mesmo tempo, provando serem 
parte de um mesmo cristal. 
Fonte: Mackenzie et al. (1982) 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
Pertítica 
(São lamelas exsolvidas de albita em feldspato potássico) 
Antipertítica 
(São lamelas exsolvidas de feldspato potássico em plagioclásio) 
Feldspato potássico pertítico 
TEXTURAS DE INTERCRESCIMENTO 
Plagioclásio antipertítico 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Vesicular 
(Pequenas cavidades deixadas pelo escapamento de gases da lava em resfriamento) 
Amigdalóide 
(Quando vesículas são parcial ou totalmente preenchidas por minerais depositadosa partir 
de gases e soluções) 
 
 
Textura vesicular com parede da vesícula 
preenchida por vidro 
TEXTURAS DE CAVIDADE 
Textura amigdaloidal com preenchimento 
por zeólita e carbonato 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Coronas 
(Envoltório de um mineral em torno do outro) 
 
 
 
 
 
Exemplo: Corona de hornblenda ao redor de clinopiroxênio gerada pela 
entrada de fluido aquoso no sistema. 
TEXTURAS DE SOBRECRESCIMENTO 
Fonte: Mackenzie et al. (1982) 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Ofítica 
(Refere-se a uma situação, comum em rocha básica, em que o tamanho das ripas de plagioclásio não 
excede o diâmetro dos piroxênios e onde os feldspatos parecem estar amplamente ou totalmente 
inclusos nos piroxênios) 
 Textura ofítica de Plagioclásio e Piroxênio em dolerito 
Fonte: Mackenzie et al. (1982) 
OUTRAS TEXTURAS 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Possíveis situações para geração da 
Textura ofítica 
 
 Piroxênio cristalizando primeiro que 
plagioclásio; 
 
 Piroxênio e plagioclásio cristalizando 
simultaneamente; 
 
 Plagioclásio cristalizando primeiro 
que piroxênio; 
 
 
 
Fonte: Best (2003) 
OUTRAS TEXTURAS 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Sub-ofítica 
(os grãos de plagioclásio são maiores que os piroxênios e estão parcialmente inclusos nestes) 
 
Textura sub-ofítica de Plag. e Px. Textura sub-ofítica de Plag. e Px. 
OUTRAS TEXTURAS 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Textura Spinifex 
(Textura caracterizada por fenocristais de olivina alongada ou piroxênio dispostos de forma 
semelhante a um capim australiano Triodia spinifex). 
Textura comum em lavas ultramáficas (komatiítos) 
Capim australiano Triodia spinifex 
OUTRAS TEXTURAS 
Textura spinifex 
Fonte: Andt (2008) Fonte: Andt (2008) 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Textura Spinifex 
 
Durante o resfriamento da lava ultramáfica ocorre o crescimento acentuado de olivina ou 
piroxênio na forma de lâminas, entrelaçadas e envolvidas por matriz fina composta por 
piroxênio esqueletiforme ou dendrítico, cromita dendrítica e vidro. 
Textura spinifex com olivina alongada 
OUTRAS TEXTURAS 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Textura Cumulática 
 
Rochas cumuláticas são formadas a partir da decantação gravitacional dos minerais na 
câmara magmática, que possuem texturas características típicas dadas pela justaposição 
irregular dos cristais decantados e cujos interstícios são ocupados por minerais resultantes 
da cristalização de pequenas frações dos líquido magmático intersticial aprisionado entre os 
cristais. 
OUTRAS TEXTURAS 
Textura Ortocumulática Textura Adcumulática 
T T 
Fonte: Best (2003) Fonte: Best (2003) 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Textura Esferulítica 
(Intercrescimento radial de minerais como feldspato potássico e quartzo em processos de 
desvitrificação de vulcânicas ácidas) 
 
É um processo pós-magmático. Portanto é uma textura secundária. 
Textura esferulítica 
OUTRAS TEXTURAS 
Fonte: Mackenzie et al. (1982) 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Perlítica 
(Comum em riolitos. Refere-se a fissuras concêntricas em vidro vulcânico, originando áreas 
esferoidais, em torno das quais as fissuras se repetem como "cascas de cebola") 
 
É um processo pós-magmático. Portanto é uma textura secundária. 
Textura perlítica 
OUTRAS TEXTURAS 
Dorado (1989) 
1. TEXTURAS DE ROCHAS ÍGNEAS 
Zonamento Composicional 
(Refere-se a mudança na composição química do mineral ao longo do seu crescimento) 
 
É muito comum e ocorre quando um mineral muda a composição durante o resfriamento 
 
 
 
Exemplo: Zonamento Composicional Cálcio (centro) – Sódio (borda) 
em plagioclásio 
OUTRAS TEXTURAS 
Fonte: Mackenzie et al. (1982) 
 
FIM!!!!

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