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2 Comparativo Entre O Filme A Onda e o Fascismo Eterno

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DA PARAÍBA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM TELEMÁTICA
ÉTICA E SOCIEDADE
COMPARATIVO ENTRE O FILME A ONDA E O FASCISMO ETERNO
ALUNO:
RODOLFO BOLCONTE DONATO
CAMPINA GRANDE- PB
2017
Comparativo entre o Filme “A Onda”
E o Texto “Fascismo Eterno” de Umberto Eco
“A Onda” é um filme alemão que se trata de uma história baseada a partir de um experimento social realizado em uma Escola de Ensino Médio na Califórnia em 1967, intitulado A Terceira Onda. A temática consiste no professor Rainer Wenger lecionando um projeto de uma semana sobre a Autocracia, para um grupo de estudantes inicial e majoritariamente desinteressados acerca do assunto.
No primeiro dia do projeto o professor Wenger pesquisa entre seus alunos o que eles pensam em relação a um governo autocrático, onde comentam que seja algo semelhante a anarquia ou uma ditadura, mas chegando ao consenso de que seja um governo onde um indivíduo ou um grupo dominam as massas, no caso tem poder em cima tudo e todos ao redor. Na medida que os alunos expõem seus conceitos sobre o assunto, a fim de contagiar os mesmos, o professor propõe que todo o projeto seja baseado em um governo autocrático, definindo um líder e métodos educacionais e comportamentais que os seus alunos devem seguir.
Entusiasmados com a didática que o professor aplica no projeto, os alunos se mostram mais participativos a partir do segundo dia. Com base na união de um grupo e a partir de seus sinais visuais, é proposto a adoção de um uniforme para o projeto, que para alguns alunos seria uma forma de eliminar as diferenças entre grupos sociais, e para outros seria uma forma de restringir o estilo pessoal de cada indivíduo.
A partir do terceiro dia do projeto, a lição geral proposta pelo filme começa a tomar forma, onde o professor propõe um nome para o grupo e métodos alternativos a fim de disseminar o projeto, como a criação de um logotipo e também de redes sociais que retratem a ideia de todo o projeto. De repente, os alunos do projeto começam a percorrer toda a cidade divulgando o símbolo do grupo escolar através de adesivos e também pichações em diversos locais, evidenciando que a didática bastante interessante proposta pelo professor, começa a perder o controle do que era proposto inicialmente por ele – que era o de discutir o significado e as características de uma autocracia.
No quarto dia, o comportamento social de alguns alunos se mostra totalmente diferente em relação ao começo, um exemplo é quando propõem ao professor que adotem uma saudação para o grupo, um dos fortes sinais de descontrole do projeto – embora para alguns não signifiquem nada – visto que uma saudação do tipo apresentado se assemelha a saudações de regimes totalitários, como o regime nazista.
Eventualmente, alguns alunos percebem o descontrole do projeto e tentam exibir seus problemas antes que danos maiores venham a ser causados, mas o descontrole fica cada vez maior, como quando alunos do projeto entram em um conflito com um grupo anarquista, e um deles mostra uma arma de fogo para o outro como forma de intimidação.
Somente depois do último dia do projeto, o professor percebe a gravidade que sua didática tomou. Pensando na melhor forma de pôr fim no descontrole, em uma reunião com os integrantes e entusiastas do projeto, o professor Wenger monta um cenário de ditadura no ambiente, fazendo com que os alunos se mostrem obedientes até mesmo a executar ordens insanas para com o próximo, e é então que o professor evidencia para os demais o quão longe eles foram sem se dar conta, somente pela influência de um líder (seja ele uma pessoa ou um grupo).
Infelizmente, em meio a toda a lição que o professor tenta passar para seus alunos, uma tragédia acontece, mostrando que sua didática, embora talvez uma das melhores possíveis pensadas, contém uma grande falha, a alteração no psicológico de pessoas “fracas” que não conseguem impor limites nos mundos real e fictício em relação do que foi ensinado.
No texto “Fascismo Eterno”, Umberto começa falando sobre os momentos que presenciou ao longo da Segunda Guerra Mundial. Dois dias após a tomada de Milão por parte da Resistência, a pequena cidade em que Umberto vivia, Alexandria, foi também tomada, resultando num momento de alegria para os moradores. Ele relata toda a alegria juvenil que era em tal momento, como quando ele e seus amigos tentavam pegar o máximo de cartuchos de balas disparadas por soldados como ato de comemoração da tomada.
Quando ouviu dizer que a guerra tinha acabado, uma sensação enorme de curiosidade lhe tomou conta sobre como era, enfim, a paz. Logo depois ele descobriu que a resistência não era apenas uma ideia local, mas sim um fenômeno Europeu, e comenta que atualmente existem pessoas que questionam se realmente a Resistência teve algum impacto no curso da Guerra.
Sobre o Fascismo, Umberto afirma: “O fascismo foi certamente uma ditadura, mas não era completamente totalitário, nem tanto por sua brandura quanto pela debilidade filosófica de sua ideologia”. O fascismo italiano não tinha uma filosofia própria, Umberto afirma que Mussolini não tinha nenhuma filosofia, apenas uma retórica. Mussolini começou como um ateu militante, mas em seguida firmou acordos com a Igreja dos quais bispos benziam suas ideias fascistas.
O fascismo italiano foi o primeiro a criar uma liturgia militar, e até mesmo um modo de se vestir. Foi ele que convenceu muitos líderes liberais europeus de que esse novo regime estava realizando grandes reformas sociais, capazes de fornecer uma alternativa moderadamente revolucionária à ameaça comunista. O partido fascista nasceu proclamando sua nova ordem revolucionária, mas era financiado pelos proprietários de terras mais conservadores, que esperavam uma contra-revolução. No começo, o fascismo era republicano e sobreviveu durante vinte anos proclamando sua lealdade à família real. Mas em 1943, o partido reapareceu – com a ajuda dos alemães – sob a bandeira de uma república social, reinventando sua velha posição revolucionária.
Para melhor explicar o termo “fascismo”, Umberto mostra um jogo de semelhanças, onde 4 grupos (dos números 1 a 4), possuem 3 características cada (ABC, BCD, CDE e DEF respectivamente para cada grupo: 1, 2, 3 e 4). O grupo 2 é semelhante ao grupo 1, pois os mesmos possuem as características B e C, todos são semelhantes entre si, exceto os grupos 1 e 4 que não possuem nenhuma. Com esse exemplo, Umberto afirma que o termo “fascismo” pode ser adaptado a tudo, pois embora elimine uma ou mais características de regimes fascistas, eles sempre continuarão a serem reconhecidos como regimes fascistas.
Umberto termina seu texto citando 14 características que apontam uma pessoa, um grupo ou regime, como fascista, ou como ele prefere chamar “Fascismo Eterno”. Embora ele ressalta que todas elas não podem ser encontradas em um único sistema, pois muitas se contradizem entre si e são típicas de formas de despotismo ou fanatismo. Dentre as características estão: o tradicionalismo ou o culto da tradição, a recusa do mundo moderno que é gerada pelo tradicionalismo, o irracionalismo e também a não aceitação de críticas.
Fazendo um comparativo entre os dois trabalhos, a partir de uma afirmação bastante interessante que Umberto fez: “...podemos dizer com tranquilidade que seria muito difícil que eles retornassem sob a mesma forma...”. Por “eles”, Umberto se refere aos líderes e seguidores fascistas, e afirma que seria muito difícil deles implementarem novos regimes. Entretanto, como visto no filme, um professor foi capaz de mobilizar uma massa com ideais fascistas – embora claramente não seria essa sua intenção.
Mesmo que seja uma história fictícia, o filme foi baseado em um experimento real, “A Terceira Onda”, realizado no mês de abril de 1967 em uma escola, onde os resultados foram os mesmos que o filme tirando as tragédias mostradas: os alunos criaram um senso de superioridade como os alemães tinham noperíodo da Alemanha Nazista, refutando – não totalmente – a afirmação que Umberto propôs. Claro que a realização do experimento é bastante antiga, tendo uma idade de 50 anos, mas mesmo se fosse realizado novamente nos dias atuais, os resultados provavelmente não seriam tão diferentes uma vez que o cenário do experimento seria o mesmo: estudantes possivelmente não entusiasmados com tal assunto, seriam contagiados com uma didática diferente e inovadora por parte de um professor carismático.

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