Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 1 CAPÍTULO 1 - CONJUNTOS NUMÉRICOS 1.1- Considerações Gerais Sobre os Conjuntos Numéricos. Ao iniciar o estudo de qualquer tipo de matemática não podemos provar tudo. Cada vez que introduzimos um novo conceito precisamos defini-lo em termos de conceitos cujos significados já são por nós conhecidos sendo quase impossível estar retornando sempre a definição de todos os conceitos anteriores. Então, precisamos escolher o nosso ponto de partida, isto é, o que vamos admitir já sabido e o que vamos explicar e provar em termos do que já foi suposto conhecido. Em nosso estudo admitiremos o conhecimento dos números da adição, da subtração, multiplicação e a divisão por número diferente de zero. 1.2- Sistematização dos Conjuntos Numéricos Existem diversos processos para introduzir o conceito de número real, entre os quais destacam-se o processo construtivo e o processo axiomático. No processo construtivo parte-se de um número reduzido de conceitos primitivos mediante os quais surge o conjunto dos números naturais N={1,2,3,...}. Define-se depois sobre N duas operações adição e multiplicação, bem como uma relação de ordem. Completa-se o estudo dos números naturais demonstrando as propriedades. 1.3- Conjunto dos Números Naturais (N) Propriedades: 1) 1 ∈ N. 2) ∀ n ∈ N, ∃ n+1 ∈ N e n+1 é o sucessor de n. 3) ∀ m, n ∈ N se m+1 = n+1 → m = n. 4) Seja S ⊂ N com as propriedades: a) 1 ∈ S. b) ∀ s ∈ S → s+1 ∈ S. Logo, S = N (Princípio da Indução) Assim tem-se: N = {1,2,3,...} A soma e o produto de dois números naturais ainda são naturais, isto significa que o conjunto N é fechado em relação a adição e a multiplicação. Exemplo: Sejam a, b ∈ N x = a + b e x = a.b São equações que têm solução em N. Porém x + a = b ou a.x = b nem sempre tem solução em N. Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 2 1.4- Conjunto dos Números Inteiros (Z) O conjunto dos números inteiros foi estruturado a partir dos números naturais para resolver as equações acima. Este conjunto foi sistematizado com a introdução do elemento oposto. Dado um número natural a, existe (-a) tal que a + (-a) = 0. Com isso nós incorporamos o zero. Z = {...,-3,-2,-1,0,1,2,3,...} O conjunto dos números inteiros é fechado em relação as operações de adição, subtração e multiplicação, mas não é em relação a divisão, por esta razão equações da forma a.x = b nem sempre tem solução em Z. Exemplo: Z∉=→= 2 5 x52x 1.5- Conjunto dos Números Racionais (Q) Q é um conjunto numérico formado por números da forma qp , onde p e q ∈ Z e q ≠ 0. Exemplo: 2,3,4/5... O conjunto dos números racionais é fechado em relação as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão, exceto a divisão por 0; porém no conjunto dos números racionais nem sempre é possível resolver a equação x2 = a Exemplo: Q∉=→= 2x22x . Demonstração que Q∉2 : • O quadrado de um número par é par: 2.n onde n é inteiro. 321 N 222 )(2.n2.4.n(2.n) == é PAR. • O quadrado de um número ímpar é ímpar: 12n + 1 N 2n)2(2n2.14n24n21)(2n ++=++=+ 43421 é ÍMPAR. Demonstração por contradição: Suponha que 22aQaQ2 =∈∃∴∈ .parém⇒==== 22n2m2 2 n m 22a n m a • m, n ≠ 0 e m e n não simultaneamente pares, nem ímpares Se m é par m = 2.k, então: .parén⇒=== 2n22k22n24k22.n2(2.k) O que contradiz a hipótese logo Q∉2 . Exemplos de números não racionais: 2,3791...; 2 ;π;e. Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 3 1.6- Conjunto dos Números Reais (R) É o conjunto dos números obtidos pela união dos números racionais e irracionais. 1.6.1- Conjunto dos Números Irracionais (Q’) É o conjunto dos números tais que a equação ax 2 = tem sempre solução quando a é um número racional positivo. Os números irracionais na notação decimal corresponde aos decimais infinitos e não periódicos. Exemplos: 2,37951..., π, e. • }{ouφ=∩Q'Q • RQ'Q =∪ 1.6.2- Aproximação Intuitiva da Noção do Conjunto dos Números Reais Os Números reais são associados aos pontos sobre um eixo coordenado, que é uma reta sobre a qual está marcada uma escala como a reta mostrada na Figura. O número 0 está associado ao ponto marcado 0 sobre o eixo. A seta indica que os números positivos estão associados aos pontos à direita do ponto 0. A distância entre os pontos marcados 0 e 1 é a distância unitária. A letra x indica que ela está sendo usada para se referir a pontos sobre o eixo coordenado e aos números reais que eles representam. -3 -2 -1 0 1 2 3 Eixo dos x. 1.6.3- Propriedades dos Números Reais Lei comutativa da adição ∀ x, y ∈ R → x + y = y + x Lei comutativa da multiplicação ∀ x, y ∈ R → x . y = y . x Lei associativa da adição ∀ x, y, z ∈ R → (x + y) + z = x + (y + z) Lei associativa da multiplicação ∀ x, y, z ∈ R → (x . y) . z = x . (y . z) Lei da existência do elemento neutro da adição ∃ o 0 ∈ R / x + 0 = x : ∀ x ∈ R Lei da existência do elemento neutro da multiplicação ∃ 1 ∈ R / 1 . x = x : ∀ x ∈ R Lei da existência do elemento simétrico (oposto) da adição x Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 4 ∀ x ∈ R , ∃ y ∈ R / x + y = 0 Lei da existência do elemento simétrico (inverso) da multiplicação ∀ x ∈ R , x ≠ 0, ∃ y ∈ R / x . y= 1 y= x-1 Lei distributiva da multiplicação em relação a adição ∀ x, y, z ∈ R → x (y + z) = x.y + x.z Lei do fechamento da adição ∀ x, y ∈ R → x + y ∈ R Lei do fechamento da multiplicação ∀ x, y ∈ R → x . y ∈ R Lei do cancelamento em relação a adição ∀ x, y, z ∈ R se x + z = y + z ⇒ x = y Lei do cancelamento em relação a multiplicação ∀ x, y, z ∈ R e z ≠ 0 se x . z = y . z ⇒ x = y Lei da tricotomia ∀ x, y ∈ R, vale uma e somente uma das afirmações: x > y ou x < y ou x = y Obs.: fazendo y = 0, temos: x > 0 ou x < 0 ou x = 0 Lei da compatibilidade da relação de ordem com a adição ∀ x, y, z ∈ R se x + z > y + z ⇒ x > y Lei da compatibilidade da relação de ordem com a multiplicação ∀ x, y, z ∈ R e z > 0 se x > y ⇒ x . z > y . z Obs.: se z < 0 : x > y ⇒ x . z < y . z Lei da transitividade ∀ x, y, z ∈ R se x > y e y > z ⇒ x > z Exercícios 1) Responda (V) ou (F) e justifique. a) Se x é um número positivo ⇒ 5x é um número positivo b) Se x < 3 e y > 3 ⇒ x < y Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 5 c) Se x ≤ y ⇒ -5x ≤ -5y d) Se x2 ≤ 9 ⇒ x ≤ 3 e) Se x ≥ 2 e y > x ⇒ y > 0 Respostas: (V) É certo pois se x é positivo, 5 multiplicado por um número positivo (x) sempre terá como resultado um número positivo.] (V) É verdadeiro porque se x < 3, x é qualquer número menor que 3 e sendo y > 3, y é qualquer número maior que 3. Assim x < y. (V) Podemos simplificar a equação: -5x ≤ -5y em x ≤ y. (F) É falso pois resolvendo a inequação teremos: x2 ≤ 9 x2 = 9 x = ± 3 x ≤ 3 x ≥ -3 (V) x ≥ 2 y > x y > 2 x 1.6.4- Representação Geométrica dos Números Reais Existe uma correspondência bionívoca entre os pontos de uma reta e o conjunto dos números reais de tal forma que cada ponto da reta fica determinado por um único número real e todo número real está associado a um único ponto da reta negativos 0 positivos Figura 2- Representação geométrica dos números reais. 1.6.5- Espaço Real Unidimensional Definições 1) Conjunto linear Chama-se conjunto linear qualquer conjunto de números reais ou de seus pontos representativos. 2) IntervalosOs conjuntos de números encontrados mais freqüentemente em cálculo são os intervalos e são subconjuntos da reta. Considera-se os seguintes casos: (sejam a e b números reais tais que a < b) a) Intervalo fechado de extremos a e b ou intervalo limitado fechado. É o conjunto que satisfaz uma condição da forma a ≤ x ≤ b [ [ ] {x ∈ R / a ≤ x ≤ b} a b [a, b] b) Intervalo aberto de extremos a e b ou intervalo limitado aberto. É o conjunto de números x que satisfazem uma condição da forma a<x<b. ( ou ] [ ] {x ∈ R / a < x < b} a b (a, b) ou ]a, b[ 2 Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 6 c) Intervalos reais semi-abertos: c.1) à esquerda ( ] {x ∈ R / a < x ≤ b} a b (a, b] ou ]a, b] c.2) à direita [ ) {x ∈ R / a ≤ x < b} a b [a, b) ou [a, b[ d) Intervalos reais ilimitados d.1) (-∞, b] ⇒ {x ∈ R / x ≤ b} ] b d.2) (-∞, b) ⇒ {x ∈ R / x < b} ) b d.3) [a, ∞) ⇒ {x ∈ R / x ≥ a} [ a d.4) (a, ∞) ⇒ {x ∈ R / x > a} ( a d.1 e d.3 são chamados de semi-retas fechadas d.2 e d.4 são chamados de semi-retas abertas Intervalo degenerado a {x ∈ R / x = a} = [a, a] 1.6.6- Supremo (limite superior) Um número real L é supremo de um conjunto linear A se e somente se (↔) são verificadas as seguintes condições: • L ≥ x, ∀ x ∈ A • Dado L1 < L, então (→) ∃ x ∈ A / L1 < x < L. 1.6.7- Ínfimo (limite inferior) Um número real l é ínfimo de um conjunto linear a ↔ são verificadas as seguintes condições: • l ≤ x, ∀ x ∈ A • Dado l1 > l → ∃ x ∈ A / l < x < l1. 1.6.8- Máximo de um conjunto Um número real L é máximo de um conjunto linear A ↔ são verificadas as seguintes condições: Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 7 • L é supremo de A • L ∈ A. 1.6.9- Mínimo de um conjunto Um número real l é mínimo de um conjunto linear A ↔ são verificadas as seguintes condições: • l é ínfimo de A • l ∈ A. Exercício: A = (2, 5] B = { x ∈ R / x > 2} C = { x ∈ R / x ≤ 3} Determinar: Superior (A) : 5 Superior (B) : ∃ Superior (C) : 3 Ínfimo (A) : 2 Ínfimo (B) : 2 Ínfimo (C) : ∃ Máximo (A) : 5 Máximo (B) : ∃ Máximo (C) : 3 Mínimo (A) : ∃ Mínimo (B) : ∃ Mínimo (C) : ∃ 1.6.10- Valor absoluto ou módulo de um número real A noção de valor absoluto desempenha um importante papel na geometria analítica e no cálculo, especialmente em expressões que apresentem a distância entre dois pontos numa reta. Denomina-se módulo ou valor absoluto de um número x ∈ R, o número definido por |x| = x se x ≥ 0 → |x| = 0 ↔ x = 0 |x| = -x se x < 0 Pela definição podemos notar que o módulo de um número real é ele mesmo caso esse número seja positivo e será o oposto dele caso ele seja negativo. Geometricamente o módulo de um número real x (|x|) representa a distância que um ponto P (x) se encontra da origem. 0 x | | |x| P -3 0 5 | | | Q P |-3| |5| Genericamente se P (a) e Q (b) são dois pontos da reta numérica, então a distância de P até Q poderá ser calculada por: d (P, Q) = |b – a| 2xx = |b – a| = 2a)(b − d (P, Q) = 2a)(b − Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 8 Propriedades decorrentes da definição: 1) |x| ≥ 0 e |x| = 0 ↔ x = 0 2) |x|2 = x2 3) |x| = 2x 4) |x . y| = |x| . |y| 5) y x y x = se y ≠ 0 6) |x + y| ≤ |x| + |y| → desigualdade triangular 7) |x| = |y| → x = ± y Seja a ≥ 0 |x| = a → x = ± a 8) |x| ≤ a → -a ≤ x ≤ a 9) |x| ≥ a → x ≤ -a ou x ≥ a Demonstrações das propriedades acima P1) |x| ≥ 0 e |x| = 0 ↔ x = 0 x ∈ R Pela Lei da Tricotomia; ou x > 0 ou x < 0 ou x = 0. • Se x > 0: |x| = x mas x > 0 ∴ |x| > 0 • Se x < 0: |x| = -x mas x < 0 ∴ -x > 0 ∴ |x| > 0 • Se x = 0: |x| = 0 P2) |x|2 = x2 • Se x > 0: |x| = x → |x|2 = x2 • Se x < 0: |x| = -x → |x|2 = (-x)2 = x2 • Se x = 0: |x| = x → |x|2 = x2 P3) |x| = 2x a indica a raiz quadrada positiva de um número a ≥ 0. 22 xx = → pela propriedade 2 2xx = Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 9 P4) |x . y| = |x| . |y| |x . y|2 = (x . y)2 |x . y| = 2y) .(x |x . y| = 2y.2x |x . y| = 2y.2x |x . y| = |x| . |y| P5) ( )0y y x y x ≠= P6) |x + y| ≤ |x| + |y| (x + y)2 = x2 + 2xy + y2 (x + y)2 = |x|2 + 2xy + |y|2 Obs.: x ≤ |x| 2xy ≤ |2xy| 2xy ≤ 2 |x| |y| (x + y)2 ≤ |x|2 + 2 |x| |y| + |y|2 |x + y|2 ≤ ( |x| + |y| )2 |x + y| ≤ |x| + |y| P7) |x| = |y| → x = ± y |x|2 = |y|2 x2 = y2 x = ± y P8) |x| ≤ a • x ≥ 0 → |x| = x ⇒ x ≤ a 0 [ ] a • x < 0 → |x| = -x ⇒ -x ≤ a → x ≥ -a -a [ -a [ ] a -a ≤ x ≤ a P9) |x| ≥ a → x ≥ a ou x ≤ -a • x ≥ 0 → |x| = x x ≥ a a [ • x < 0 → |x| = -x -x ≥ a → x ≤ -a ] –a Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 10 ]–a a[ x ≥ a ou x ≤ -a 1.6.11- Distância em R (unidimensional) Considere dois pontos quaisquer P e Q cujas coordenadas são a e b respectivamente. Se o número a é maior que o número b, então, a distância entre os pontos a e b sobre um eixo é o número positivo a-b. Se a é menor que b, a distância entre os dois pontos a e b é o número positivo b-a. Em qualquer caso a distância de P até Q indicada por d (P, Q) é dada por |b – a| P Q a |b – a| b • |b – a| = 2a)(b − d (P, Q) = |b – a| ou d (P, Q) = 2a)(b − Exercícios Resolver as equações e inequações: a) |x – 3| = 2 |x| = a → x = ± a • |x – 3| = 2 • |x – 3| = -2 x – 3 = 2 x – 3 = -2 x = 5 x = 1 Resposta: x = 5 ou x = 1. b) |x – 5| = |3x – 1| |x| = |y| → x = ± y • x – 5 = 3x - 1 • x – 5 = -3x + 1 2x = -4 4x = 6 x = -2 x = 2 3 Resposta: x = -2 ou x = 2 3 . c) |4x – 6| ≤ 3 |x| ≤ a → -a ≤ x ≤ a -3 ≤ 4x - 6 ≤ 3 4 63 x 4 63 +≤≤+− Resposta: 4 9 x 4 3 ≤≤ . Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 11 d) |3x + 5| > 2 |x| > a → x > a ou x < -a • 3x + 5 > 2 • 3x + 5 < -2 x > -1 x < 3 7− Resposta: x > -1 ou x < 3 7− . e) 0 4x 1x2 <− + f) 5 2x 1x3 ≥+ − g) ( )( ) 01x3x2 2 <+− Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni CAPÍTULO 2- FUNÇÕES 2.1- Sistema de Coordenadas Cartesianas Introdução: Vimos como um ponto P da reta numérica pod chamado de coordenada do ponto P. Analogamente, podem- números reais denominados de coordenadas. Isto é realizado est plano, de modo que se faça corresponder,aos pontos, pares de n sistema de coordenadas cartesianas, assim denominado em hom René Descartes. 2.1.1- Par Ordenado É um conjunto de 2 elementos x, y indicado por (x, y) em (x, y) = (y, x) ↔ x = y (x1, y1) = (x2, y2) ↔ x1 = x2 e y1 = y2 No par ordenado (x, y) o elemento x é chamado primeiro é chamado segundo elemento, segunda projeção ou ordenad 2.1.2- Produto Cartesiano Dados os conjuntos lineares A e B diferentes do vazio, de A x B. O conjunto de todos os pares ordenados (x, y)/ x ∈ A A x B = {(x, y) / x ∈ A e y ∈ B} 2.1.3- Plano Cartesiano Denomina-se plano cartesiano o conjunto de todos os seguinte conjunto: R x R = R2. No plano cartesiano os pares ordenados (x, y) são referid elemento y ordenada do ponto. 2.1.4- Representação do Plano Cartesiano Existe uma correspondência bionívoca entre os infinitos po maneira podemos representar estes pontos através de duas re y (eixo P ( 0 Sistema de coordenad III II 12 e ser localizado especificando-se um número real x se localizar pontos num plano especificando-se dois abelecendo-se um sistema de coordenadas adequado no úmeros reais de modo sistemático. Descreve-se agora o enagem ao filósofo e matemático francês do século 17 que a ordem dos elementos deve ser respeitada. elemento, primeira projeção ou abscissa; o elemento y a. nomina-se produto cartesiano de A por B e se indica por e y ∈ B. pares ordenados de números reais representado pelo os como pontos e o elemento x é chamado abscissa e o ntos de um plano e os infinitos pares ordenados, desta tas perpendiculares. das ordenadas) x, y) x (eixo das abscissas) as cartesianas. IV I Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 13 2.1.5- Distância Bidimensional (R2) Uma das propriedades mais notáveis do sistema de coordenadas cartesianas é a facilidade com a qual a distância entre dois pontos P e Q pode ser calculada em função de suas coordenadas. Simboliza-se o segmento de reta entre P e Q por ____ PQ e utiliza-se a notação ____ PQ para o comprimento deste segmento, de tal modo que d= ____ PQ . Assim podemos enunciar o seguinte teorema: Teorema1 - A fórmula da distância Se P=(x1,y1) e Q=(x2,y2) são dois pontos no plano cartesiano, então [d(P, Q)] = |x2 – x1|2 + |y2 – y1|2 [d(P, Q)]2 = (x2 – x1)2 + (y2 –y1)2 22 )1y2y()1x2x( Q) (P, d −+−= A fórmula da distância é simplesmente conseqüência do teorema de Pitágoras, o que pode ser comprovado pela Figura abaixo y y2 Q (x2, y2) |y2 – y1| d y1 P (x1, y1) x1 x2 x |x2 – x1| Distância 2.2- Relações Binárias e Funções Reais 2.2.1- Relações Binárias Sejam A e B conjuntos lineares não vazios, chama-se relação plana de A em B a qualquer subconjunto de pares ordenados (x, y) do produto cartesiano A x B. 2.2.2- Domínio, Imagem, Contradomínio e Gráfico de Relações a) Domínio de relações: Seja S uma relação de A em B, chama-se domínio de S e se indica por DS o conjunto linear: DS = { } AS)y,x(eRy/Ax ⊂∈∈∃∈ b) Contradomínio: Se S é uma relação de A em B, o contradomínio de S que se indica por CdS é o conjunto B. CdS = B c) Imagem: Se S é uma relação de A em B, a imagem de S indicada por ImS é o conjunto linear: ImS = { } BS)y,x(eRx/By ⊂∈∈∃∈ Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 14 d) Gráfico: Sendo S uma relação, denomina-se gráfico de S o conjunto: GS = { }S)y,x(/2R)y,x( ∈∈ e) Gráficos das principais relações: 1) { }xy/2R)y,x( =∈ y = x → é função y ≥ x → não é função 2) { } Rbeabaxy/R)y,x( 2 ∈+=∈ a → coeficiente angular b → coeficiente linear a = tan α Se: • a > 0 → tan α > 0 → → α < 90o : agudo • a < 0 → tan α < 0 → → α > 90o : obtuso 3) ( ) ++=∈ 44 344 21 parábola cbx2axy/2Ry,x Se: • a > 0 → • a < 0 → “1” y = 0 ax2 + bx + c = 0 c.a.42b a.2 b x −=∆ ∆±−= ”3” • ∆ > 0 → 2 raízes “1” • ∆ < 0 → não existe → −− a4 , a2 b V ∆ 45o y x b a<0 a>0 α y x α Disciplina de Cálculo Diferencial Prof. Salete Souza de Oliveira Bu -3 • ∆ = 0 → 1 única raiz “3” → x = 4y2 – 9 → também é uma parábola • a > 0 → • a < 0 → 4) ( ){ }4yx/Ry,x 222 =+∈ Pode ser circunferência, elipse ou hipérbole (quando o sinal entre x e y é de subtração) Eq ção geral a circunferência ( ) ( ) 222 ryx =−+− βα ( ) rraio ,C = βα Exercícios 1- Dados ( ){ } ( ) ≥∈=≤+∈= 9 x.4 y/Ry,xRe25yx/Ry,xR 2 2 2 222 1 , determine: 1) Gráfico de R1∩R2 2) Domínio de R1∩R2 3) Imagem de R1 2 1) 2) Pontos de interseção → S 25y 4 y9 4 9 x 9 x4 y 25yx 2 2 2 22 =+ =→= =+ -2 -2 2 2 3 ∩R e Integ ffoni istema y 249 x4 y 2 = r ua d al I x 2 + 15 • x 9 y = Para y = 0 0x 9 x4 0 2 = = 25y 2 = 25yx 22 ≤+ Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 16 3x 9 4 4.9 x 4 y9 x 4 25 'y 4y 8 419 y )4.(2 )100).(4.(4819 y 0100y9y4 0100y4y9 2 2 2 2 ±= == = −= =±−= −−±−= =−+ =−+ D = {x ∈ R / -3 ≤ x ≤ 3} 3) {y ∈ R} = Im Im = {y ∈ R / 0 ≤ x ≤ 5} 2- Esboce o gráfico de f(x) = |x-1|+2 2.2.4- Função Real de Variável Real Seja F uma relação de um conjunto A em um conjunto B tal que para todo x pertencente a A corresponde um único y ∈ B, então esta relação denomina-se função. Notação: F: A → B y = F (x) Domínio: Se F: A → B, então o domínio de F é o conjunto A já que todo x ∈ A deve figurar em um único par ordenado (x, y) de F. DF = A Contradomínio: Se F: A → B, o contradomínio de F é o conjunto B. CF = B Imagem: A imagem de F é o conjunto dos y ∈ B que estão relacionados por F, isto é, o conjunto dos y ∈ B que são obtidos a partir de x pela lei F, já que y = F (x). ImF ⊂ B Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 17 2.2.5- Determinação do domínio ou Campo de Existência de Funções Reais de Variáveis Reais Quando definimos uma relação como função apenas pela lei de correspondência y = f(x), estamos admitindo que o domínio ou campo de existência da função é o conjunto de todo x ∈ R que seja possível determinar y ∈ R e y = F (x). Exemplos: 1) Determinar o domínio ou campo de existência das seguintes funções: a) 1x x3 )x(f −= { } { }1x/RxDf 01x/RxDf ≠∈= ≠−∈= -∞ 1 +∞ Ponto de acumulação b) ( ) 12x2xxg ++= 1x 012x2x RD −= =++ = c) ( ) ( )( )3x.4xxf +−= ( )( ){ } ( )( ) 03x.4x 03x.4xR/xfD ≥+− ≥+−∈= 4 x-4 - - - - - - - - - - - + + + + + + + + -3 x+3 - - - - - + + + + + + + + + + + + + + - + -3 4 4x3x ≥−≤ { }4xou3x/RxDf ≥−≤∈= y x assíntota 1 -1 y x 4-3 y x Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 18 d) 9x x2 )x(f 2 −= 0 9x x2 0 9x x2 /RxD 2 2f ≥− ≥−∈= 0 2x - - - - - - - - - - - + + + + + + + + -3 3 x2-9 + + + + - - - - - - - - - - - + + + + - + - + -30 3 { }3xou0x3/RxDf >≤<−∈= e) 9x x2 )x(f 2 − = { } 09xe0x2 09xe0x2/RxD 2 2 f >−≥ >−≥∈= 0 2x -3 3 x2-9 + + + + - - - - - - - - - - - + + + + - + - + -3 0 3 { }3x/RxDf >∈= f) + +−= 1x 2x3x log)x(f 2 0 1x 2x3x 0 1x 2x3x /RxD 2 2 f >+ +− >+ +−∈= 1 2 x2-3x+2 + + + + + + + - - - - - - - + + + + -1 x+1 - - - - + + + + + + + + + + + + + + - + - + -1 1 2 { }2xou1x1/RxDf ><<−∈= 3-3 0 x y 3 0 x y Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 19 O gráfico da função acima foi plotado no programa de álgebra simbólica Maple. g) ( )1xlog 2 x arcsen )x(f −= ≠−>−≤≤−∈= 11xe01xe1 2 x 1/RxDf 2x212/x1 ≤≤−⇒≤≤− -2 2 1x01x >⇒>− 1 2 2x11x ≠⇒≠− 1 2 { }2x1/RxDf <<∈= O gráfico da função acima foi plotado no programa de álgebra simbólica Maple. y y Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 20 2.3- Funções Sobrejetoras, Injetoras e Bijetoras a) Função Injetora: Uma função y = F (x) de A em B é injetora se os elementos y ∈ B são imagens de um único x ∈ A. b) Função Sobrejetora: Uma função y = F (x) de A em B é sobrejetora se a imagem de F for igual ao contradomínio de F, isto é, todo y ∈ B deve ser imagem de pelo menos um x ∈ A. c) Função Bijetora: Uma função y = F (x) é bijetora se e somente se F for injetora e sobrejetora. 2.4- Classificação das Funções As funções são classificadas em dois grandes grupos: I) Funções Algébricas Elementares a) Funções Algébricas Racionais a.1) Inteiras a.2) Fracionárias b) Funções Algébricas Irracionais II) Funções Transcendentais a) Trigonométricas b) Exponenciais c) Logarítmicas I) Funções Algébricas Elementares São funções cujas variáveis são operações algébricas elementares (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação). E são classificadas como segue: a) Funções Algébricas Racionais: As funções algébricas racionais são aquelas em que as variáveis não se encontram abaixo de radicais ou não estão elevadas a expoentes fracionários e se classificam em: a.1) Racionais Inteiras: São aquelas em que suas variáveis não se encontram em denominador ou não estão elevadas a expoentes negativos. São as funções conhecidas como POLINOMIAIS. Ex.: f(x) = a0.x n+a1.x n-1+...+an a.2) Racionais Fracionárias: São funções da forma )x(g )x(f)x(Q = , onde f(x) e g(x) são funções racionais inteiras. Ex.: n 1-n 1 n 0 n 1-n 1 n 0 b....xb.xb a....xa.xa )x(f +++ +++= b) Funções Algébricas Irracionais: São funções algébricas cujas variáveis estão sob radicais ou elevadas a expoentes fracionários positivos ou negativos. Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 21 II) Funções Transcendentais: São funções cujas variáveis estão sujeitas as operações da trigonometria, da exponenciação e da logaritmização. Exemplos: Classificar as seguintes funções: 1) 1x x3 )x(f −= →função algébrica elementar racional 2) 3 2 5x2 1x )x(g + += →função algébrica irracional 3) 1x2x)x(f 2 ++= →função algébrica elementar racional inteira 4) 5t2 t )t(f 3 2 += →função algébrica racional fracionária 5) 1x2 4xsen )x(g + += →função transcendental 6) )1xlog()x(h += → função transcendental 7) x4x.3)x(f 2 += → função algébrica racional inteira 8) 5x2 xx )x(F 33 2 − += → função algébrica irracional Ainda com referência a classificação as funções algébricas e as funções transcendentais podem ser classificadas em: Funções Explícitas: São aquelas em que uma das variáveis é resolvida em função da outra, isto é, isola-se uma variável em função da outra. ( y = f(x) ) Ex.: y = x2+3x Funções Implícitas: São aquelas em que não é possível resolver uma das variáveis em relação a outra. (F(x, y)=0) Ex.: y2+2.x5.y3+x2.seny=0 2.5- Composição de Funções Sejam f e g duas funções que satisfazem a condição de que pelo menos um número pertencente a imagem de g pertence ao domínio de f, então a composição de f por g, indicada por fog é definida por: fog = f ( g (x) ) Evidentemente, o domínio da função composta f ° g é o conjunto de todos os valores de x no domínio de g, tais que g(x) pertence ao domínio de f. Então a composição de f e g, simbolizada por f ° g é justamente o conjunto de todos os números da forma f[g(x)], construída à medida que x percorre o domínio de f ° g. Exemplo: 1) Determinar fog e gof, sendo f (x) = 3x e g (x) = x + 4 Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 22 → fog = f ( g (x) ) = 3 (x+4) = 34 . 3x → gof = g ( f (x) ) = 3x + 4 2) Dadas as seguintes funções f(x)=3x-1, ( ) 3xxg = e p(x)=1/3(x+1), calcule; 1-(fog)(2) e (gof)(2) 2- (fop)(x) e (pof)(x) 3- (fog)(x) e (gof)(x) 4- (fof)(x) 5- [fo(g+p)](x) e [(fog)+(fop)](x) 2.6- Função Inversa Duas funções f e g são inversas se e somente se: a) A imagem de g está contida no domínio de f; b) Para todo x ∈ ao domínio de f, fog = x; c) A imagem de f deve estar contida no domínio de g; d) Para todo x do domínio de f, gof = x. Nestas condições f é dita invertível. Para que estas condições sejam satisfeitas é necessário que f seja bijetora. Notação: Se y = f (x) é invertível, a inversa de f é indicada por x = f -1 (y) ou x = g (y). Gráfico: O gráfico de funções inversas são simétricos em relação a reta y = x. TÉCNICA PARA DETERMINAR A INVERSA E REPRESENTÁ-LA NO PLANO CARTESIANO 1) Isola-se x na equação original . Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 23 2) Troca-se x por y para respeitar a convenção de representação de função no plano cartesiano que usualmente a variável independente é x e a variável dependente é y. Exemplos: Determinar as inversas das seguintes funções: f (x) = x + 4 y = x + 4 x = y – 4 y = x – 4 → Função inversa 2x 3x y + −= 1y y23 x y23x)1y( y23xyx 3xy2yx 3xy)2x( − −−= −−=− −−=− −=+ −=+ 1x y23 y + −−= → Função inversa x8arctany = 8 ytan x ytanx8 = = 8 xtan y = → Função inversa x4ey = 4 ylnx yln 4 1 x ylnx4 = = = 4 xlny = → Função inversa 3 x logy = y y 10.3x 3 x 10 = = x10.3y = → Função inversa Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 24 6) Suponha que f e g sejam definidas pelas equações abaixo. Prove que f e g são inversas. f(x)=3x e g(x)=x/3 2.7- Funções Pares e Funções Ímpares Função Par: Seja y = f (x) definida em um domínio D, dizemos que f é par, se e somente se para todo x ∈ D, -x ∈ D e f (-x) = f (x) . Observe que o gráfico de funções pares são simétricos ao eixo dos y. Função Ímpar: Seja y = f (x) definida em um domínio D, dizemos que f é ímpar, se e somente se para todo x ∈ D, -x ∈ D e f (-x) = - f (x) . Observe que o gráfico de funções ímpares é simétrico em relação a origem Exemplos: Verificar se as funções são pares, ímparesou nem par nem ímpar: 1) 4x)x(f 2 += parFunção)x(f)x(f 4x)x(f 4)x()x(f 2 2 ⇒−= +=− +−=− 2) x2x)x(f 2 += ímparnemparéNão)x2x()x(f x2x)x(f )x(2)x()x(f 2 2 2 ⇒+−−=− −=− −+−=− f(-x) f(x) x-x Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 25 3) x4x)x(f 3 += ìmparFunção)x(f)x(f )x4x()x(f x4x)x(f )x(4)x()x(f 3 3 3 ⇒−=− +−=− −−=− −+−=− 4) xcos)x(f = ParFunção)x(f)x(f xcos)x(f )xcos()x(f ⇒=− =− −=− 5) xsen)x(f = ímparFunção)x(f)x(f xsen)x(f )xsen()x(f ⇒−=− −=− −=− 6) 2 ee )x(f xx −+= parFunção)x(f)x(f 2 ee )x(f xx ⇒−= +=− − 7) 2 ee )x(f xx −−= ímparFunção)x(f)x(f 2 ee )x(f 2 ee )x(f xx xx ⇒−=− +−−=− −=− − − 2.8- Translações A forma de uma curva não é afetada pela posição dos eixos coordenados; no entanto a equação da curva é afetada. Por exemplo, se uma circunferência com raio 3 tem seu centro no ponto (4,-1), então a equação desta circunferência é ( ) ( ) 91y4x 22 =++− ou 08y2x8yx 22 =++−+ Entretanto, se a origem estiver no centro, a mesma circunferência terá uma equação mais simples, a saber, 9yx 22 =+ Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 26 Em geral, se no plano em que os eixos dos x e y são dados, são escolhidos novos eixos coordenados paralelos aos já dados, dizemos que ocorreu uma translação de eixos no plano. temos: x' = x - h ou x = x' + h y' = y - k ou y = y' + k Estes resultados são enunciados como um teorema Teorema: Se (x , y) representa um ponto P em relação a um conjunto dado de eixos e (x' , y') é uma representação de P. depois que os eixos são transladados para uma nova origem, tendo coordenadas (h , k) em relação aos eixos dados, então; x = x' + h e y = y' + k x' = x - h e y' = y - k As equações acima são chamadas de equações de translação dos eixos. Se a equação de uma curva é dada em x e y então a equação em x' e y' é obtida, se substituirmos x por (x' + h) e y por (y' + k). O gráfico da equação em x e y, em relação aos eixos x e y, é exatamente o mesmo conjunto de pontos que o gráfico da equação correspondente em x' e y', em relação aos eixos x' e y' . Exercícios 1) Dada a equação 019y6x10x 2 =+++ encontre a equação do gráfico em relação aos eixos x' e y', após uma translação de eixos à nova origem(-5,1). 2.9- Gráficos de Funções Trigonométricas Básicas Com os elementos que dispomos até agora, ficaria muito trabalhoso definir e, em seguida, demonstrar as cinco principais propriedades das funções seno e co-seno. Observamos, entretanto, que apenas cinco propriedades são suficientes para descrever completamente tais funções. Teorema: Existe um único par de funções definidas em R, indicadas por sen e cos, satisfazendo as propriedades (1) sen 0 = 1 (2) cos 0 = 1 (3) Quaisquer que sejam os reais a e b sen(a-b) = sen a cos b - sen b cos a (4) Quaisquer que sejam os reais a e b P (x,y) (x',y') x' x A' A O'(h,k) B'B O Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 27 cos(a-b) = cos a cos b +sen a sen b (5)Existe r>0 tal que 0<sen x<x< tg x = xcos xsen xtg para 0<x<r Vejamos agora outras propriedades que decorrem das cinco mencionadas no teorema acima. Fazendo em (4) a=b=t, obtemos cos 0 = cos t cos t + sen t sen t ou seja, para todo t real, (6) 1tsentcos 22 =+ Deste modo, para todo t, o ponto (cos t, sen t) pertence à circunferência 1yx 22 =+ -1 1 P = (cos t, sen t) sen t cos t A Para efeito de interpretação geométrica você poderá olhar para o t da mesma forma como aprendeu no colégio: t é a medida em radianos do arco ∧ AP . Lembramos que a medida de um arco é 1 rd (rd=radiano) se o comprimento for igual ao raio da circunferência ( )'1657rd1 °≅ . (7) Existe um menor número positivo a tal que cos a = 0. Para este a, sen a = 1 O número a acima pode ser usado para definirmos o número π. Definição: Definimos o número π por π = 2a, onde a é o número a que se refere a propriedade (7). Assim 2 π é o menor número positivo tal que cos 2 π = 0. Temos, também, sen 2 π =1. Exercícios e demonstrações de algumas identidades trigonométricas: 1) Mostre que a) sen é uma função ímpar b) cos é uma função par 2) Mostre que quaisquer que sejam os reais a e b Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 28 cos (a + b) = cos a cos b - sen a sen b e sen (a + b)= sen a cos b + sen b cos a 3) Mostre que, para todo x. xsenxcosx2cos 22 −= e xcosxsen2x2sen = 4) Moste que, para todo x, x2cos 2 1 2 1 xcos2 += e x2cos 2 1 2 1 xsen2 −= 5) Calcule a) 4 cos π b) πcos c) 4 sen π d) πsen Observações Importantes: cos x > 0 e sen x >0 em 2 ,0 π para todo x , ( ) xsen2xsen =+ π e ( ) xcos2xcos =+ π As funções sen e cos são periódicas com período π2 Os gráficos das funções sen e cos tem os seguintes aspectos: y = sen x y 2π-2π -π π Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 29 y = cos x Exercício resolvido 1- Esboce o gráfico da função dada por y = sen 1/x Solução: Vamos estudar o comportamento da função, quando 2x 1 0 π≤< , ou seja para π 2 x ≥ , a medida que x aumenta, x 1 sen diminui de 1 tendendo a zero, quando x tende a infinito. Para π 2 x −≤ , a função vai de -1 tendendo a zero quando x tende a infinito. (a) (b) Observe que para π 2 x = , 1 2 1 seny == π Vejamos agora o comportamento de x 1 sen para π 2 x0 << . ππ ππ +=⇔+=⇔= k4 4 x 2 k2 x 1 1 x 1 sen ( k inteiro) k 0 1 2 3 ∞ x π 2 π5 2 π9 2 π13 2 0→ y 1 1 1 1 y -2π -π π -2π Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 30 ππ k 1 xk x 1 0 x 1 sen =⇔=⇔= k 1 2 3 4 ∞ x π 1 π2 1 π3 1 π4 1 0→ y 0 0 0 0 ππ ππ 3k4 2 x 2 3 k2 x 1 1 x 1 sen +=⇔+=⇔−= k 0 1 2 3 ∞ x π3 2 π7 2 π11 2 π15 2 0→ y -1 -1 -1 -1 Quando x varia em π 2 ,0 , x 1 sen fica oscilando entre 1 e -1 como mostra a Figura (b) As funções tangente, co-tangente, secante e co-secante A função tg dada por xcos xsen xtg = denomina-se função tangente; seu domínio é o conjunto de todos os x tais que 0xcos ≠ . O gráfico da tangente tem o seguinte aspecto: Geometricamente, interpretamos tg x como a medida algébrica do segmento AT, onde T é a interseção da reta OP com o eixo das tangentes e ^ AP o arco de medida x rd. Na Figura abaixo, os triângulos OMP e OAT são semelhantes. Assim ____ __ OM 1 MP AT = ou xcos xsen xtg = y Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 31 P AMO T tg x Eixo das tangentes As funções sec (secante), cotg (co-tangente) e cosec (co-secante) são dadas por xsen 1 xeccose xsen xcos xgcot, xcos 1 xsec === O gráfico da secante tem o seguinte aspecto Trabalho para Casa 1) Esboce o gráfico a) sen 2x b) y=2 cos x c) f(x) = |sen x| d) g(x) = 1/x sen x e) x 1 senxy 2= f) x + sen x y Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 32 2) Sejam p e q quaisquer. Verifique que a) 2 qp cos 2 qp sen2qsenpsen −+=+ b) 2 qp cos 2 qp sen2qsenpsen +−=− c)2 qp cos 2 qp cos2qcospcos −+=+ d) 2 qp sen 2 qp sen2qcospcos +−−=− 3) Determine o domínio e esboce o gráfico a) f(x)= cotg x 4) Verifique que xtg1xsec 22 += para todo x tal que 0xcos ≠ 5) Mostre que, para todo x, com 0 2 x cos ≠ , tem -se: a) 2 x tg1 2 x tg2 xsen 2+ = b) 2 x tg1 2 x tg1 xcos 2 2 + − = 2.10- Gráficos e Propriedades das funções exponencial e logarítmica 2.10.1- Potência com expoente real Teorema. Seja a>0 e 1a ≠ um real qualquer. Existe uma única função f, definida e contínua em R, tal que ( ) rarf = para todo racional r. Definição: Sejam a>0, 1a ≠ , e f como no teorema anterior. Definimos a potência de base a e expoente real x por ( )xfa x = A função f, definida em R, e dada por ( ) xaxf = , a>0 e 1a ≠ , denomina-se função exponencial de base a. Sejam, a>0, b>0, x e y reais quaisquer, tem-se as seguintes propriedades (1) yxyx aaa += (2) ( ) xyyx aa = (3) ( ) xxx baab = Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 33 (4) Se a>1 e x<y, então yx aa < (5) Se 0<a<1 e x<y, então yx aa > A propriedade (4) conta-nos que a função exponencial ( ) xaxf = , a>1 é estritamente crescente em R. A propriedade (5) conta-nos que ( ) xaxf = , 0<a<1, é estritamente decrescente em R. O gráfico de ( ) xaxf = tem o seguinte aspecto: a>1 0<a<1 Exercícios 1) Esboce o gráfico de a) ( ) x2xf = b) ( ) x 2 1 xf = Nota importante: A função exponencial de base e ( 718281,2e ≅ ), ( ) xexf = desempenhará um papel bastante importante em todo o curso. 2.10.2- Logaritmo Teorema: Sejam a>0, 1a ≠ , e 0>β dois reais quaisquer. Então existe um único γ real tal que βγ =a . Sejam a>0 1a ≠ , e 0>β dois reais quaisquer. O único número real γ tal que βγ =a denomina-se logaritmo de β na base a e indica-se por ββγ γ =⇔= aloga Observe: βalog somente está definido para 0>β , a>0 e 1a ≠ . 1 1 Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 34 Exercícios: Calcule a) 4log2 b) 2 1 log2 c) 5log1 Observação Importante: ββγ aloga ⇔= assim ββ =aloga O logaritmo de β na base a é o expoente que se deve atribuir à base a para reproduzir β . O logaritmo na base e é indicado por ln, assim, elogln = . Temos então xexlny y =⇔= Da observação acima, segue que, para todo x>0, xe xln = Sejam 0e0,1b,0b,1a,0a >>≠>≠> βα reais quaisquer. São válidas as seguintes propriedades: (1) βααβ aaa logloglog += (2) αβα β aa loglog = (3) βαβ α aaa logloglog −= (4) Mudança de Base alog log log b b a αα = (5) Se a>1 e βα < , então βα aa loglog < (6) Se 0<a<1 e βα < , então βα aa loglog > Obs: Demonstrações em sala Nota importante: Seja 1a,0a ≠> . A função f dada por ( ) 0x,xlogxf a >= , denomina-se função logarítmica de base a. A propriedade (5) conta-nos que se a>1, a função logarítmica ( ) 0x,xlogxf a >= , é estritamente crescente. Da propriedade (6) segue que se 0<a<1, a função logarítmica ( ) 0x,xlogxf a >= , é estritamente decrescente. Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Salete Souza de Oliveira Buffoni 35 Exercícios: 1) Calcule a) 100log10 b) 16log 2 1 c) 1log10 d) 3log9 e) ( )5log5 − 2) Determine o domínio a) ( ) ( )1xlogxf 2 += b) ( ) ( )1xlnxg 2 −= c) ( ) ( )xlnxg −= d) ( ) |x|logxf 3= e) ( ) xlogxf 2= f) ( ) xlogxf 2 1= 3) Ache o domínio e esboce o gráfico a) ( ) xlogxf 3= b) ( )1xln)x(g −= c) xln)x(g = d) ( ) xlnxg = e) ( )xln)x(f −=
Compartilhar