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AULA 3 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

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AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Aula 3: Métodos de Avaliação
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Identificar os princípios básicos e a dimensão política do modelo de avaliação institucional concebido e desenvolvido pelo MEC na Educação Básica;
2- Reconhecer a avaliação formativa reguladora como um modelo que possibilita o aperfeiçoamento do trabalho pedagógico realizado na escola de educação básica.
A concepção e a dimensão da prática avaliativa
Nas aulas anteriores, apresentamos e discutimos o sistema nacional de avaliação desenvolvido pelo governo federal com a cooperação dos estados e municípios. Vamos iniciar as nossas reflexões nesta aula, voltando nosso olhar para a escola de educação básica. 
Como entender os resultados obtidos pelas escolas nos exames nacionais e o que fazer com os dados socioeconômicos revelados nos questionários preenchidos pelos alunos?
Como realizar uma avaliação democrática na escola?
Apresentaremos as razões e os motivos que nos fazem desejar a avaliação como um bem, porque nos permite aperfeiçoar o trabalho educativo realizado.
Você deve partir da premissa que na rede pública, principalmente, a escola significa o espaço institucional que garante a realização dos sonhos e anseios de muitas crianças e jovens das camadas sociais mais carentes. Então devemos nos fazer algumas perguntas:
Como uma criança de uma escola de ensino fundamental, seja pública ou particular, entende um resultado que classifica a sua escola como sendo uma das piores instituições de ensino da cidade ou estado?
Como minorar os efeitos da divulgação na mídia dos resultados obtidos?
Mesmo que sejam os resultados do ensino médio no ENEM, o fato em si mobiliza a comunidade no sentido de estabelecer um juízo de valor se a escola realiza um bom trabalho, ou não.
O governo federal não divulga nos meios de comunicação o desempenho dos alunos no SAEB, na Prova Brasil e na Provinha Brasil. Envia para as escolas e para os sistemas de ensino o relatório contendo os resultados obtidos por cada escola. A escola deve decidir como vai trabalhar para melhorar o desempenho de seus alunos.
Parece-nos que a política desenvolvida atribui aos professores e aos alunos a responsabilidade pelos resultados obtidos. Existe um clima de pressão, tanto na escola privada ou pública, para que ambos sejam culpados, desconsiderando a influência dos fatores internos de precariedade das escolas públicas (em termos materiais) e os fatores externos das condições desfavoráveis (pobreza extrema) em que vivem os alunos de certas regiões do país.
Quais são os benefícios de uma avaliação pautada nos exames nacionais?
Entendemos que ela pode trazer em si um efeito positivo se os resultados forem trabalhados na perspectiva de se criar na escola uma cultura de avaliação permitindo, não só aos professores realizar uma reflexão, como a toda a equipe que atua naquele espaço.
Dos argumentos expostos você deve ter concluído que a avaliação é necessária e valiosa para conhecermos a realidade que nos envolve. Precisamos é refletir intensamente sobre as estratégias para melhorar qualitativamente o trabalho realizado nas escolas brasileiras.
Os princípios de uma avaliação democrática
Quais seriam os princípios de uma avaliação democrática para embasar um sistema de avaliação ou um projeto a ser desenvolvido em uma escola?
Os princípios de uma avaliação democrática
Então, vamos relacionar a seguir os princípios que foram incluídos no Relatório da Comissão Especial de Avaliação – CEA - como necessários ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Depois vamos comparar com o texto do Ristoff porque ele identifica os princípios do Programa de Avaliação Institucional da Universidade Brasileira - PAIUB -
que foi uma experiência exitosa de um modelo de avaliação interna realizado nas universidades públicas. Esses princípios embasaram a avaliação da educação superior, mas podemos perceber que foram considerados e respeitados também na educação básica.
Vamos analisar cada um desses 8 princípios:
A educação é um direito social e dever do Estado:
Este princípio é o fundamento da responsabilidade social das instituições educativas. Uma instituição deve prestar contas à sociedade, mediada pelo Estado, do cumprimento de suas responsabilidades, especialmente no que se refere à formação acadêmico-científica, profissional, ética e política dos cidadãos, à produção do conhecimento e à promoção do avanço da ciência e da cultura.
Valores sociais historicamente determinados:
As instituições de educação superior devem solidariamente produzir os meios para o desenvolvimento sustentado do país e a formação dos cidadãos de uma determinada sociedade, de acordo com as pautas valorativas hegemônicas nas relações de forças sociais e políticas de um determinado momento histórico.  
Regulação e controle:
O Estado supervisiona e regula a educação superior para efeitos de planejamento e garantia de qualidade do sistema. Seu papel não se limita à regulação no sentido do controle burocrático e de ordenamento: compete-lhe também avaliar a educação de modo a fornecer elementos para a reflexão e propiciar melhores condições de desenvolvimento do projeto pedagógico.
Prática social com objetivos educativos;
Concebida a educação na perspectiva do direito social e dever do Estado, portanto plenamente orientada por valores públicos, a avaliação educativa deve ser consequentemente um processo democrático e participativo e deve ser assumida como parte importante de uma política de educação.
Respeito à identidade e à diversidade institucional em um sistema diversificado:
Cada instituição tem a sua história e constrói concretamente suas formas e conteúdos próprios que devem ser respeitados. A avaliação institucional deve servir para aumentar a consciência coletiva. A identidade institucional não é um já-dado; é uma construção que tem a ver com a história, as condições de produção, os valores e os objetivos da comunidade, as demandas concretas, as relações interpessoais, o clima organizacional. Esse princípio foi respeitado no PAIUB e é essencial para o desenvolvimento de um projeto de avaliação democrático.
Globalidade:
Os processos avaliativos precisam construir a globalidade e a integração relativamente aos sujeitos e ao objeto. A redução do fenômeno complexo e multidimensional da avaliação a um só ou a poucos de seus aspectos, sem articulação, traz o risco de passar a ideia de que a avaliação se reduz a cada um desses instrumentos, em geral dedicados a medir, a quantificar e a comparar.
Todas as atividades e as dimensões da instituição devem ser avaliadas (administrativa, pedagógica e política). Esse princípio, de acordo com Ristoff (2005, p. 41), garante a amplitude da análise e ele ressalta que: “Cada instituição precisa seriamente considerar as forças em ação no seu complexo específico e decidir, preocupando-se sempre com o princípio da globalidade, ou seja, com o caráter institucional da avaliação”.
Legitimidade:
A avaliação não é só uma questão técnica. É também um forte instrumento de poder. A avaliação precisa ter uma legitimidade técnica, assegurada pela teoria, pelos procedimentos metodológicos adequados, pela elaboração correta dos instrumentos e por tudo que é recomendado em uma atividade científica.
A legitimidade ética e política têm a ver com a autonomia efetivamente assumida na perspectiva da responsabilidade pública e passa pela construção dos processos de avaliação como espaços sociais de reflexão coletiva dos integrantes de uma instituição educacional. 
Ristoff (2005, p. 50) acrescenta que a legitimidade técnica vai além da metodologia utilizada para colher os dados. Ela pressupõe a construção de informações fidedignas, em espaço de tempo capaz de ser absorvido pela comunidade avaliada.
Continuidade:
Os processos de avaliação devem ser contínuos e permanentes, não episódicos, pontuais e fragmentados. Processos contínuos criam a cultura da avaliação educativa internalizada no cotidiano da escola e possibilitam umaanálise constante dos pontos fortes e das fragilidades da instituição enquanto responsável pelo processo educativo.
A prática avaliativa: considerações
De acordo com Ludke e Sordi (2009) em artigo publicado na Avalição - Revista da Avaliação da Educação Superior, quando discute a importância de se incluir na formação do professor além do conhecimento de avaliação da aprendizagem do aluno, um conhecimento do valor que se deve dar aos aspectos que circunscrevem a realidade onde o ensino acontece.
Devemos refletir sobre a função da escola na comunidade e sobre o que ela significa para o aluno.
“Avaliar a escola e construir juízo de valor sobre a função social que possui implica um zelo bastante acentuado, dadas as mudanças que assolam nossa sociedade. Cabe atualizar esta função de modo que acompanhe os novos desafios impostos pela realidade, porém sem perder o compromisso com as crianças e jovens, em especial aqueles menos favorecidos, para quem a permanência na escola pode e precisa fazer diferença”. (Avaliação, v. 14, n. 2, p. 313-336).
                                                                                    Ludke e Sordi
Podemos concordar com as autoras quando dizem que um projeto de avaliação deva ser precedido de uma reflexão sobre o cenário educacional, visto que as mudanças atualmente acontecem de forma tão rápida e difusa que a escola não consegue acompanhar e se não se der conta dessa defasagem pode estar realizando um trabalho honesto, mas em descompasso no tempo e no espaço.
Não há como negar que a tecnologia nos permite a comunicação imediata e que a imagem pode colaborar com a aprendizagem do aluno, então esses recursos acrescentam experiência aos alunos e não podemos mais ignorá-los. Quando o aluno não possui naturalmente esses recursos cabe ao poder público disponibilizá-los.
As mesmas autoras prosseguem afirmando que:
 “Desta forma, o direito à educação não pode ser confundido com o direito ao acesso à escola, traduzido pelo aumento das estatísticas dos alunos matriculados apenas. Este acesso precisa vir acompanhado do compromisso com a aprendizagem dos estudantes e com seu direito de acesso ao conhecimento acumulado”. 
(Avaliação, v. 14, n. 2, p. 313-336)
A prática avaliativa: considerações
Entendemos que um processo de avaliação deve ser deslanchado sempre para beneficiar o aluno e garantir o seu direito a uma educação de qualidade. O acesso ao conhecimento atualizado e contextualizado dentro de uma perspectiva presente e não como um acúmulo de informações mecanicamente adquiridas, por vezes obsoletas e sem valor prático. As metas quantitativas são importantes, o acesso de todos à educação fundamental é meta relevante, mas não se pode desejar apenas que a criança, o adolescente ou o jovem estejam frequentando a escola.
Outras preocupações devem ser motivo de análise e pesquisa tais como: o currículo, uma pedagogia diferenciada, o respeito às diferenças e diversidades culturais e várias outras possibilidades poderiam ser acrescentados a essa relação.
A prática avaliativa: considerações
Dialogando ainda com as mesmas autoras,  Ludke e Sordi, temos que concordar 
com elas quando dizem que:
“A aprendizagem do manejo de processos de avaliação institucional ensina a desenvolver outro nível de análise para interpretar números oferecidos pelo sistema para discutir a eficácia da escola. Auxilia a que se desvele e problematize como um determinado conjunto de alunos, por meio de suas condições objetivas e subjetivas de vida, tem mais chance de êxito enquanto outros caminham na direção do fracasso escolar/social”. (Avaliação, v. 14, n. 2, p. 313-336)
Partindo das ideias expressas nesse trecho, podemos concluir que quando a equipe escolar possui um saber sobre a relevância da avaliação, pode realizar uma leitura mais adequada dos números que revelam o ponto onde se encontram e a distância que existe para a escola ser considerada de qualidade.  
Essa análise mais detalhada das condições existentes na escola e as do próprio aluno permite o entendimento das razões do seu sucesso ou insucesso. Para ver algumas perguntas que podem nortear a nossa avaliação clique aqui.
Por que nossos alunos fracassam? 
Como poderíamos melhorar a sua aprendizagem?
 Como equacionar as condições adversas em que vive?
No mesmo artigo encontramos resposta para nossas dúvidas:
“Os profissionais da educação precisam se fortalecer, teórica e eticamente, para discutir com lucidez as relações macro e micro sociais que afetam a escola gerando regras de um jogo, nem sempre límpidas, mas nem por isso inexoráveis
Assumir posição de não indiferença frente às crianças e seu legítimo direito de aprender pode ser considerado sinal de um bom trabalho docente em tempos nos quais nunca se demandou tanto pela qualidade da escola ainda que a contrapartida tenha sido precarizar as condições de funcionamento deste estabelecimento e do trabalho docente”. (Avaliação, v. 14, n. 2, p. 313-336)
Não podemos esquecer, em um processo de avaliação institucional de um sistema, projeto ou escola que a meta final é a melhoria qualitativa da educação oferecida à população. A principal diferença entre eles diz respeito à amplitude de abrangência, à quantidade e diversidade do objeto da análise. 
 A questão é ter um aporte teórico que permita realizar a avaliação com base em um referencial e um conhecimento da realidade do aluno para entender o que se passa.
Podemos finalizar essa reflexão sobre a concepção de um processo de avaliação democrática participativa apontando que a participação do coletivo escolar garante a efetividade da avaliação realizada e que é indispensável concretizar um esforço de resgate do sentimento de pertencer, de assumir os objetivos da escola para que valha a pena estar presente, naquele momento e naquele lugar, para um aluno concreto.
“Sendo a avaliação institucional participativa um exercício de releitura da realidade escolar a partir de seus atores locais, apoiado em distintas evidências, parece-nos que a parada obrigatória e sistemática inerente ao processo de avaliação, possibilita que estes atores voltem a se reconhecer como coletivo; e como coletivo se interroguem sobre o projeto que pretendem construir; e como coletivo se desafiem e se amparem para o trabalho árduo que os aguarda se de fato possibilita que estes atores voltem a se reconhecer como coletivo; e como coletivo se interroguem sobre o projeto que pretendem construir; e como coletivo se desafiem e se amparem para o trabalho árduo que os aguarda, se de fato se colocarem a serviço da aprendizagem das crianças.”
A concepção e a dimensão da prática avaliativa
Como vimos no item anterior é necessária uma formação dos profissionais da educação para que possam atuar participativamente em um processo de avaliação da realidade educacional.
Como falamos nas aulas 1 e 2, a concepção de educação, a visão de mundo dos agentes sociais, sejam os professores ou os técnicos que fazem a gestão do sistema educacional, condicionam as escolhas de modelo da avaliação, servindo de filtro ao olhar do avaliador. O que vai perceber está diretamente ligado a esses pressupostos.
Observações sobre a concepção e a dimensão da prática avaliativa
Quando o MEC, ao elaborar e institucionalizar o sistema de avaliação nacional da educação básica, o faz sob a afirmação de estar realizando uma avaliação formativa e reguladora nos leva a refletir sobre as práticas e os instrumentos utilizados e que caracterizam essa concepção.
Afinal, a educação básica não é prioritariamente tarefa da União e sim dos estados e municípios.
Porém, nós vimos na aula 2 que o art. 9º, inc. VI da Lei 9.394/96, estabelece que a União deve assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino.
Da multidisciplinariedade de projetos pedagógicos existentes
A multiplicidade de projetos pedagógicos existentes nas inúmerasescolas que participam dos exames nos leva a indagar:
Qual é a concepção de cada uma delas?
O MEC/Inep consegue identificar nas escolas quais os valores coordenam os seus projetos pedagógicos ou não existe por parte dos avaliadores essa preocupação?
Como entender que o SAEB é um sistema de avaliação que tem como proposta regular a oferta e garantir a qualidade da educação oferecida?
Os resultados dos alunos dão a dimensão da prática pedagógica desenvolvida nas diferentes regiões do país?
Não temos resposta para essas indagações, mas a partir dos resultados obtidos pelas escolas podemos aprofundar a análise da prática pedagógica e escolher as opções disponíveis para melhorar as condições existentes em cada parte do país.
Os resultados obtidos através dos exames e dos questionários respondidos apontam aos governantes e aos gestores dos sistemas educacionais, as prioridades e os caminhos que devem ser escolhidos e trilhados para alcançar melhores resultados. 
Não basta receber os relatórios dos órgãos avaliadores, eles devem ser esmiuçados e corporificados em medidas e estratégias para o equacionamento dos problemas de aprendizagem dos alunos.
Não se pode ficar indiferente e achar que o culpado é o professor, ou o aluno. Na ação conjunta e solidária se podem viabilizar as soluções para os diferentes problemas, sejam de alfabetização ou letramento, de cálculo matemático, de falta de conhecimento da geografia ou da história do país.
A concepção da avaliação formativa reguladora
Podemos discutir a partir do texto de Silva (2004) algumas ideias que podem ajudar no entendimento do que seja necessário considerar para se realizar, em uma escola, um processo de avaliação democrática e formativa.
Silva (2004) afirma que primeiro devemos resgatar o “encantamento da educação escolar” porque é a partir dela que o homem se torna completo em sua humanidade. 
Na escola aprende  a viver com o outro, significando o seu “nascimento social”.
Essa afirmação do autor nos faz refletir que 
a escola se transformou com o correr do tempo, em uma instituição tradicional e conservadora e nada atraente para as crianças e jovens. O cinema, a televisão, o teatro, as viagens, a internet são oportunidades de entrar em contato com um mundo distante geograficamente, mas que acrescenta vivências e conhecimento que outrora só eram possíveis estando presente fisicamente naquele contexto social.
De acordo com ele a escola, mesmo assim, é a instituição escolhida como o local onde a criança ou o jovem aprende a respeitar o outro e constrói a sua identidade. Transformam-se em cidadãos capazes de interagir com o meio natural.
Podemos concluir a partir dele que a Pedagogia do Encantamento se caracteriza como sendo uma prática da esperança preconizada por Paulo Freire que resultaria em um Brasil melhor e mais igual, recoberto dos valores como bondade, solidariedade, justiça que continuam sendo a finalidade de um sistema educacional comprometido com o futuro de uma nação.
Paulo Freire é considerado um dos pensadores mais notáveis 
na história da Pedagogia mundial,[1] tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. A sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. (conteúdo extraído do Wikipédia)
Pressupostos Pedagógicos ao processo de avaliação formativa reguladora
Silva (2004), com apoio nas ideias de Paulo Freire, Perrenoud, e outros, aponta como pressupostos pedagógicos a um processo de avaliação formativa reguladora:
Por educabilidade entende que todos são capazes de aprender. O homem é um ser incompleto, inacabado. Necessita conviver com o outro para construir a sua identidade.
 Ele ressalta que devemos compreender que esse processo de “educabilidade” pode variar de uma pessoa para outra, de acordo com o seu ritmo, experiências, oportunidades culturais, ambiente familiar, porém todos podem aprender com a mediação de um professor preocupado e interessado na aprendizagem de seu aluno.
 Considerando uma concepção de educação baseada nos ideais democráticos e partindo da premissa que o ser humano é um ser incompleto e necessita da escola e do processo educacional para desenvolver suas potencialidades e talentos, podemos valorizar a escola como a instituição que garante o desenvolvimento pleno da criança e do jovem, como preceitua a Lei 93934/96.
Compromisso social com um projeto de sociedade democrática: 
Uma escola que se preocupa em realizar um projeto educativo centrado no aluno e não no lucro obtido com as mensalidades ou com os recursos recebidos do governo, essa é uma escola que educa e constrói um futuro democrático para o país, pois tem o “compromisso social” de formar para a cidadania, para o convívio harmônico.
A Pedagogia Diferenciada, segundo ele, possui 2 características fundamentais: a da antecipação e da mediação. Ele estabelece uma relação com o processo avaliativo quando diz que a antecipação é possível porque através dela recebemos informações sobre as dificuldades comuns e as específicas dos alunos em sua aprendizagem e podemos prever as atividades adequadas para atender às necessidades apresentadas. 
A mediação nos permite atuar para regulação dessas situações através de uma intervenção didática eficiente e eficaz.
A centralidade nas aprendizagens significativas garante que haja uma aprendizagem recoberta de qualidade social. Significando que o aluno vai construindo o seu saber na medida em que aceita os desafios da escola e vai incorporando novos componentes ao saber anterior, de forma crescente e contextualizada. Estabelecendo um processo de leitura conjunta entre o professor e o aluno, pois o primeiro tem que identificar o que o seu aluno já aprendeu para propor novos desafios e nesse processo os dois aprendem em parceria.
A pesquisa como princípio do trabalho pedagógico é destacada por ele ao considerar que:
“É fundamental pesquisar a natureza epistemológica e a função social dos conteúdos curriculares e as teorias pedagógicas para adequá-los à dinâmica do trabalho docente, como também é imprescindível averiguar as problemáticas temáticas dos contextos socioeducacionais para articulá-las aos saberes curriculares e às singularidades de aprendizagens dos alunos.” (Silva, 2004, p.35) 
A identificação da pesquisa como importante para o aperfeiçoamento do trabalho pedagógico é mais comum na educação superior do que na educação básica. Os professores da educação básica nem sempre valorizam a realização da pesquisa como essencial para a adequação dos conteúdos existentes no livro didático usado pelo aluno. 
Esse fato não só empobrece a dinâmica da sala de aula como compromete o trabalho do professor que pode estar usando conteúdos ultrapassados e anacrônicos. O professor precisa focar o seu trabalho nos conteúdos que são importantes e que vão permitir ao aluno estabelecer uma relação com outros componentes curriculares. Não adianta encher a cabeça do aluno com datas e fatos sem explicar as condições em que ocorreram e suas influências futuras.
O pressuposto do currículo flexível e contextualizado nos leva a pensar nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN - que são considerados no ensino fundamental e nas Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio que definem e fixam os componentes curriculares e os conteúdos que devem ser trabalhados ao longo da escolarização do aluno.
 Reflita um pouco na complexidade desse pressuposto. 
Estaria garantida a “flexibilidade” do currículo porque depende dos sistemas de ensino a elaboração dos conteúdos mínimos a serem desenvolvidos nas escolas públicas? 
Até que ponto depende da escola as escolhas que fará no momento da elaboração da sua proposta pedagógicae do seu projeto político pedagógico?
Dos pressupostos apontados gostaríamos de destacar “a escola como lócus de aprendizagens, de multiplicidade cultural, de tensão e aberta a mudanças” como o foco principal de nossa reflexão. Porque a partir do entendimento da escola:
• que reflete sobre a sua própria prática, 
• que reconhece a riqueza cultural expressa nas manifestações diferenciadas de seus alunos, 
• que está aberta às mudanças ocorridas na sociedade e ao mesmo tempo se vê como provocadora de mudanças nos seus alunos e na comunidade onde se encontra inserida, 
• que respeita a opinião de seus integrantes, 
• que parte para o diálogo e não para o confronto, 
• que se preocupa em realizar um projeto educativo centrado no aluno e não no lucro obtido com as mensalidades ou com os recursos recebidos do governo, essa é uma escola que educa e constrói um futuro democrático para o país, pois tem o “compromisso social” de formar para a cidadania, para o convívio harmônico.
O projeto político pedagógico, quando elaborado por todos os integrantes da comunidade, com a finalidade de traçar os rumos da instituição e de descrever os objetivos pedagógicos da escola possibilita uma ação mais centrada na aprendizagem do aluno. No entanto sabemos que poucas são as escolas que constroem com a participação de todos o seu projeto ou disponibilizam aos professores uma cópia para consulta ao elaborar o seu plano de trabalho.
Pressupostos Pedagógicos ao processo de avaliação formativa reguladora
Um processo de avaliação que contemple essas dimensões certamente revelará a dinâmica do trabalho pedagógico realizado e fornecerá as informações indispensáveis para a correção de todos os pontos que impedem uma ação pedagógica de qualidade consciente, por parte da equipe de gestão e de todos que atuam na escola.
Silva (2004) diz ainda que a avaliação possibilita o aperfeiçoamento da escola porque a análise de tudo que nela ocorre permite deslanchar uma ação no sentido do aperfeiçoamento de todos os integrantes da realidade escolar: dos que ensinam e dos que aprendem. Ele diz que: 
“A discussão sobre a avaliação não pode se restringir somente ao que ocorre na sala de aula. É fundamental avaliar a gestão, a coordenação, a cantina, todas as funções que dinamizam a escola visando a sua melhoria para uma melhor inserção dos sujeitos em seus espaços educativos e nas dinâmicas extraescolares”. (Silva, 2004, p. 40)
Nota-se a preocupação do autor com a melhoria da escola e com a inserção do sujeito na sociedade demonstrando o valor que confere ao pressuposto que ela tem o compromisso social de formar as novas gerações, apartadas do consumismo e da lógica do mercado que sustenta o liberalismo econômico na busca da construção de uma sociedade mais humana e mais justa. 
 
Ele percebe o professor como o profissional que não pode ficar neutro frente aos problemas enfrentados por todos os excluídos do sistema capitalista por falta de oportunidades educacionais e culturais .
Você entendeu o que seja um processo de avaliação formativo e democrático? 
Você se acha capaz de participar de um processo de avaliação formativa reguladora?

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