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caso concreto DIREITO PROCESSUAL PENAL I.doc

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I – CASO CONCRETO 9
RESPOSTA: 
a) Considerando que Aristodemo em concurso com seu secretário cometeram o crime de peculato, e que Aristodemo tem foro por prerrogativa de função, art. 96, III da CRFB, o magistrado e seu secretário serão julgados pelo Tribunal de Justiça, pois a jurisdição mais graduada do Tribunal predomina sobre a jurisdição menos graduada do 1º grau, fazendo com que também o funcionário seja julgado pelo Colegiado, art. 78, III do CPP. Nesse sentido aliás, reza a súmula 704 do STF: “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo do dever legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.”
b) A questão suscita divergências. Existem duas orientações acerca do tema. A primeira tese está no sentido de que o Juiz será julgado pelo Tribunal de Justiça nos moldes do art.96, II I da CRFB/88, submetendo-se, contudo, o coautor a Júri Popular, art.5,XXXVIII da CRFB/88. É que ambas as competências tem assento na Constituição, devendo os processos serem separados, não podendo a lei ordinária, alterar regra constitucional. Convém salientar, todavia, segundo posicionamento no senti do da ocorrência da continência (77, I do CP P) a ensejar unidade de processo e julgamento prevalecendo a competência do Tribunal de Justiça, por força do art.78,III do CPP. No entanto, pensamos ser a primeira tese aquela que está em consonância com o Texto Maior.
CASO 1
Sim, poderá responder pelo crime disposto no artigo 330 do CP, embora o delegado possua ainda o meio de chamá -lo de modo coercitivo, ou seja, levando-o à força até a presença da autoridade policial, nesse sentido diz o artigo 260 do CPP.
Nos termos do artigo 367 do CPP, o feito deve seguir sem a presença do acusado, constituindo-se em verdadeira revelia com efeitos formais, e ainda , caso e ste não constitua defensor, depois de exec ução de citação por hora certa, ser-lhe-á nomeado defensor dativo.
CASO 2
Jorginho tem dire ito de con stituir ad voga do pa ra e xercer sua ampla defesa, e a in da, de ve ter op ortun id ade para con trad iz er as a cus açõe s da parte autora (prin cípio do con traditório ). D ito isso, em a nálise a o caso em tela, fica c laro q ue a co nd enaç ão foi nu la d e p leno d i reito , u ma v ez qu e não ho uve a conc essão de ampla d efesa e co ntra ditório ao ac usad o, ferin do fron tal mente o q ue dis põe o a rtigo 5º , L V da C F.
C onv ém lembrar qu e o s istema adotado pelo n osso c ódigo de proce sso pen al é o acusa tó rio , q uan do nele há a característica da sep aração en tre a função acus atória e a julg ado ra, garantin do a imparcia l id ade do órgão julgado r, e po r co nseq uên cia, as segu ra a plenitude d e de fe sa e o trata men to igua litário d as p artes . N es se sistema, ao co nsiderarmos qu e a in iciativa é do órgão a cus ado r, o d efensor tem sempre o direito d e s e manife star p or ú ltimo, A p roduç ão da s p rovas é incu mbênc ia d as partes . Ademais , co mo b em esc larece o no sso cód igo de p rocess o pe nal no a rtigo 2 61, é inco nce bível a prolação d e sen ten ça ao acusa do sem que este tenha con stituíd o d efensor d urante tod o o trâmite proce ssua l.
Is to p osto, há de se co nvir qu e a se ntença é to talme nte nul a, e q ue dev eria o mag istrado, ao p erceber q ue o réu não con stituiu pa tron o p ara exercer a su a de fe sa, no mear de fe nso r da tivo, n os termos d o art igo 26 3 do C P P.
CASO 3
A simples delatio criminis não autoriza a instau ração de inquérito policial, devendo a autoridade policial, primeiro, confirmar a informação pa ra instaurar o p rocedimento inv estigatório. Temerária seria a persecução iniciada por delação, posto que ensejaria a prática de vingança contra desafetos. O art. 5º, inciso IV, da CRFB veda o anonimato.
CASO 4
À luz dos princípios do contraditório e a a mpla defesa dispostos expressamente na nossa carta maior , no dizer do artigo 5º, inciso LV, nos incute entendimento que são preceitos que devem s er respeitados em todo o ordenamento jurídico pátrio, quando se há qualquer feito de cunho acusatório contra quem quer que seja. Não custa lembrar a suprema cia da nossa constituição sobre as outras normas, podendo-se dizer em um corolário da verticalização kelsiana das leis. Daí então se pode extrair um surgimento de uma garantia penal, se ria, pois , este o gar antismo que acusado dispõe em todo percurso do processo. O ato do caso em tela ainda não c oncedeu uma oportunidade para o investigado tomar ciência do que é ac usado e tanto menos ocorrera o seu interrogatório perante a autoridade policial, concedendo assim a ampla defesa e contraditório, embora tal ato não eive de nulidade o procedimento, que poderá seguir normalmente até a c onclusão do inquérito com o indiciamento do investigado , pois aqui todo o rito rege-se pelo s istema inquisitivo, não há partes ainda, tampouco estabelecido um processo, há a figura do “sujeito investigado”, como afirma a doutrina. A autoridade policial pode c onduzir o feito como bem lhe aprouver . Entretanto, uma vez a esta concluindo seu re latório com o indiciamento, segue-se para a análise do ma gistrado, e este deverá conceder vistas ao ministério público, que decidirá se oferece denúncia ( se a ação for ação pública) ou requer o arqui vamento do inquérito. Caso o juiz acolha a 
primeira pretensão do parquet, inic ia-se, agora como requisito fundamental, todo o espaço de ampla defesa e contraditório ao indiciado, que passa a ser réu e poderá re querer todas as disposições dilatórias para comprovação de sua defesa que o código de processo penal permita. 
CASO 5
S im, trata-se de arqu ivamento implícito subjetivo porque o MP ofereceu denúncia em face de um dos a gentes e permaneceu calado com relação ao outro agente. A súmula 524 do STF terá aplicação porque o MP só poderá oferecer denúncia em face do a gente que ficou de fora, se efetivamente existirem novas provas.
CASO 6
Não; o MP não pode deixar de ofe recer denúncia em razão do principio da obrigatoriedade que norteia as ações penais públicas. 
CASO 7
O representante legal (art. 30 CPP).
A emancipação pelo casamento produz efeitos somente para os atos da vida civil e não na esfera penal, razão pela qual a vitima não poderá propor a ação diretamente e esta deverá ser proposta pelo seu representante legal que poderá ser o cônjuge ou o ascendente ou irmão. (art. 33 CPP)
O código civil de 2002 estabeleceu a plena capacidade aos 18 anos razão pela qual atualmente uma pessoa ao completar 18 anos tem plena capacidade podendo atuar sozinha tanto na esfera civil quanto na esfera penal não tendo mais aplicação a legitimidade concorrente do art. 34 CPP.
CASO 8
O prefeito possui fórum privilegiado pela prerrogativa da função devendo ser julgado no Tribunal de Justiça por força do art. 29 inciso X CF/88, entretanto ele deixou de exercer o mandato, alguns autores entendem que ele manteria a prerrogativa porque o crime foi praticado durante o mandato, porém tende a preponderar atualmente o entendimento de que ele perde o fórum privilegiado tendo em vista que este se dá em razão do exercício de uma função que o réu não mais exercita

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